Personagens do Signo: ALBA (https://postimg.cc/3khdSSj5)
Características Signo: Comunicativo, Fofoqueiro, Versátil, Inteligente, Curioso, Ansioso
Elemento Ar: (Mental)
Continuando ...
[DIANA (POV)]
Acordei cansada e com meu cuzinho ardendo, mas valeu a pena ... Fazia tempo que eu não gozava tão forte como ontem. Olhei pro gostoso do meu marido e ele parecia um anjinho dormindo. Olhei pro pênis dele, que estava assim como ele, “dormindo”, e me deu uma vontade de chupar e despertar a fera, mas se eu fizesse isso, com certeza ele iria querer me comer novamente e eu ainda não estava recuperada do dia anterior.
Resolvi dar somente um beijo em vez de chupar, e o danado parece que sentiu, pois deu uma leve pulsada e até aumentou um pouco de tamanho, mas eu me controlei e fui me cuidar. Me levantei da cama e procurei a pomadinha pra aliviar a dor no meu rabinho e acelerar a cicatrização.
Quem tem marido pirocudo e faz anal, sabe que este item não pode faltar em casa. Depois, fiz minha higiene pessoal, tomei banho, passei a pomada e me arrumei pra mais um dia de trabalho. Fui até a cozinha e meus filhos já estavam se alimentando com misto quente e achocolatado.
Eu estava feliz e desejei um bom dia cheio de amor aos meus filhos. Minha filha olhava de soslaio, um pouco chateada. Só então me lembrei do que aconteceu na noite anterior e fiquei com um pouco de vergonha.
Tentei fingir naturalidade e fiz um café bem forte, pra me despertar, mas a minha filha continuava e me olhar, acompanhando todos os meus movimentos, até que finalmente criou coragem pra falar comigo.
Suzy – Mãe, o que foi aquilo? – Ela perguntou de forma bem direta, me olhando com aquele olhar inquisidor.
Ainda tentei fingir que não entendi, mas ela me olhando bem séria, parecia a minha mãe e eu tive até vontade de rir, mas me controlei.
Diana – Ahhhh, filha ... você já é bem grandinha e sabe muito bem o que foi aquilo ...
Suzy – Lógico que eu sei, mas pra que todo aquele escândalo? Que vergonha!!! – Disse minha filha, escondendo o rosto com as mãos.
Diana – Vergonha do que?
Suzy – Ouvir os meus pais transando daquele jeito ... Foi muito constrangedor, sabia?
Diana – Eu e seu pai somos adultos, sadios e ainda estamos muito apaixonados.
Suzy – Eu percebi ... apaixonados e com fogo no ... – Falou minha filha, com certo deboche, fazendo um gesto com a mão, que significa cu.
Eu me segurei novamente pra não rir, mas dessa vez, acho que era mais de nervoso. Eu e ela já tivemos conversas sobre sexo, mas sem esse tom de gozação e ironia.
Jonathan – Mãe, fiquei com um pouco de medo ... Achei que o papai estava te machucando, por causa dos gritos.
Suzy – Mãe, eu fui ao corredor, pra ir ao quarto de vocês ...
Jonathan – Não, Suzy! Se você contar, eu nunca mais falo contigo. – Interrompeu meu filho, ameaçando a própria irmã.
Suzy – Eu fui até lá, pra bater na porta, pedir pra vocês maneirarem um pouco e encontrei esse pirralho na porta ouvindo vocês e mexendo no pintinho ...
Jonathan – Sacanagem, Suzy! Você vai ver só ... – Disse Jonathan, novamente ameaçando Suzy, que estava rindo da cara dele. – Mãe, me desculpa, mas eu primeiro fiquei preocupado e depois ...
Meu filho nem teve coragem de terminar a frase e saiu apressado para o quarto, morrendo de vergonha.
Diana – Suzy, não precisava falar assim com ele.
Suzy – Ah, mãe ... Pode parar! Todo mundo resolveu me desrespeitar! Você estava dando o toba pro papai e gemendo que nem uma sirene de polícia e depois vejo o meu irmão, com a cueca arreada, tocando uma punheta no corredor ... – Reclamou minha filha.
Diana – Meu Deus!!!
Suzy – Isso mesmo! Quando ele me viu, ficou branco e eu dei um esporro nele! Você não ouviu porque tava de putaria lá, gritando, e ...
Diana – Chega, filha!!! Parou! Peço desculpas, mas eu sou sua mãe! Olha como você fala comigo! Não sou uma de suas coleguinhas de escola, ouviu? Tenha respeito!
Suzy – Então se dê o respeito primeiro, porque aquilo que eu ouvi ontem, não é coisa que uma mãe ensina pra uma filha. Aquilo lá é coisa de mulher que trabalha na zon ...
Diana – Ok! Agora, você passou dos limites! – Nem a deixei terminar, porque não ia prestar e completei: – Eu já entendi o seu ponto, mas saiba que antes de ser sua mãe, eu tenho um marido e estamos juntos há quase 20 anos e o que fazemos na nossa intimidade, não lhe diz respeito.
Suzy – Mas, mãe ...
Diana – Um dia quando você for mais velha e tiver namorado, você vai entender ... Filha, eu juro que não queria lhe causar algum tipo de constrangimento, mas: “🎶 um casal que se ama, até mesmo na cama, provoca loucuras ... 🎶” – Falei essa parte, cantarolando a música do Leandro e Leonardo, “Entre tapas e beijos”.
Suzy – O prédio todo deve ter ouvido ... Estou com vergonha, sabia? Fazer sexo, é uma coisa, mas aquilo lá ... Todo mundo agora deve saber que você ... faz atrás ... – Disse minha filha, se segurando pra não chorar.
Diana – O que é que tem?
Suzy – Você não iria entender ...
Diana – Eu posso tentar.
Suzy – É humilhante, sabia? Aposto que as pessoas vão ficar comentando ... Meus amigos vão ficar falando sobre você ... Que você faz isso e aquilo ... Eles vão chamar você de vários nomes ... – Resmungou a minha filha, enxugando as lágrimas e visivelmente com raiva.
Diana – Filha, eu acho que você está fazendo uma tempestade num copo d’água, mas prometo ser mais atenta nisto. Eu também fiquei com vergonha depois, mas na hora a gente só quer viver o momento ... Desculpa, tá? E vamos embora que eu já estou atrasada.
Nos abraçamos e dei um beijo na testa dela.
Suzy – Me desculpa também ... Eu devo estar próxima da TPM e além disso, é a terceira vez que eu pego o Jonathan se tocando. Das outras vezes, eu fingi que não vi e fiz barulho pra ele poder se recompor, mas ontem achei o fim da picada ele fazer isso no corredor e com a roupa arreada.
Diana – Eu vou conversar com ele ... Eu e seu pai iremos conversar com ele.
Suzy – Tá bom, mãe! Da próxima vez, eu fecho a porta do quarto, coloco uma música, ou até saio de casa ... – Falou minha filha com um meio sorriso e eu a acompanhei com uma sonora risada.
Deixei os dois na escola e fui pra empresa. Era mais um dia comum, com reuniões chatas, rotinas de treinamento e reciclagem, e eu não estava a fim. Meu rabinho ainda estava dolorido e eu só queria ficar de bruços, relaxando e namorando com meu marido, vendo algum filme ou série.
Foi quando eu recebi um e-mail, marcado com urgência, com o remetente, por mim desconhecido. Minha primeira reação foi de deletar, pois eu não conhecia ninguém com aquele nome e por certo deveria ser vírus.
No ramo da publicidade, existe muita competição e já houve casos de sabotagem e espionagem na empresa onde trabalho, mas eu resolvi abrir e no corpo do e-mail, estava escrito que os vídeos no anexo mostravam o que o meu marido gostava de fazer nas horas vagas.
Pensei ser um trote, mas o mais intrigante é que o nome do meu marido estava lá, escrito direitinho, de modo completo e fui movida por uma curiosidade, que acabou destruindo o meu dia e talvez a minha vida.
Eu simplesmente não podia acreditar no que os meus olhos estavam vendo. O homem que eu amo e que sempre me jurou fidelidade estava beijando a minha prima Helena na minha própria casa. Fiquei com falta de ar e meu coração estava acelerado.
Eu queria gritar, mas me segurei pra não fazer um escândalo e comecei a chorar. A vontade que eu tive, foi de quebrar o monitor da minha sala, mas eu me controlei tomando um calmante com um copo d’água. Eu sempre tinha um na minha gaveta, para poder controlar o estresse e a pressão para a entrega dos projetos dentro dos prazos dos clientes.
O e-mail vinha de uma tal de Megumi Kaneda, que eu nunca tinha ouvido falar e o pior era que havia outro vídeo e eu já estava imaginando que seria uma continuação daquele beijo, mas eu estava enganada, pois o vídeo seguinte era bem pior do que o primeiro.
Era um vídeo com o meu marido comendo a piranha da Keyla, amiga da minha prima Helena. Olhando o vídeo, fiquei imaginando em que momento isso aconteceu. Assisti aquela putaria com muita raiva, até que eu percebi que ele e as duas safadas estavam no escritório de nossa casa, num dia que as duas foram nos visitar com um pretexto de que a Keyla queria uma câmera de segurança.
Era inacreditável, porque enquanto eles estavam de safadeza, naquele mesmo momento, eu estava fazendo comida para aqueles traidores ... Aquilo foi ... aquilo foi uma total falta de respeito comigo. Por quê, Adolfo? Por quê?
Doeu demais. A minha vontade era de xingar e gritar, mas era impossível com a falta de ar que eu sentia. Minha pressão deve ter baixado e eu resolvi me sentar no chão, pra evitar uma queda. Fiquei chorando ali por quase meia hora, tentando entender o porquê de tudo aquilo.
Adolfo era um pai e marido exemplar e eu fazia de tudo com ele na cama. Sexo tradicional, oral, anal, posições variadas e até o leitinho dele eu engolia. Por que ele faria isso? Tudo bem que eu já não era tão novinha e a idade vai chegando, mas a Helena era quase da minha idade ... Fetiche? Dizem que transar com duas mulheres é o sonho da maioria dos homens. Será que era o sonho do meu marido?
Nós sempre conversamos sobre tudo. Provavelmente eu não iria aceitar, mas se realmente fosse importante pra ele, talvez eu deixasse uma única vez, participando junto, sendo uma das duas mulheres.
E se tudo isso fosse uma armação de uma empresa rival, pra me atingir, fazendo a minha performance cair e me desestruturando emocionalmente? Ainda mais no meu ramo, onde a gente acaba lidando com rivais inescrupulosos, e isso, sem contar o meu antigo chefe que poderia querer se vingar de alguma forma, pela “aposentadoria” prematura.
Poderia ser algum tipo de manipulação, pois hoje em dia com a tecnologia certa dá pra fazer montagem e edição de várias coisas com Inteligência Artificial, mas vi novamente, de forma muito atenta e constatei que era tudo verdade.
A verdade é que não era nada disso. Era simplesmente o meu marido num momento de luxúria e infidelidade, realizando um dos fetiches mais antigos. Era apenas um homem, pensando apenas com a cabeça de baixo e botando tudo a perder, por um momento efêmero.
Me levantei do chão, enxugando as lágrimas com as minhas mãos e fui pegar o meu celular e só então eu vi que havia várias ligações perdidas do meu marido. Eu não queria, naquele momento, falar com ele e talvez nunca mais ... e a única coisa que eu pude escrever foi: “acabou” e um emoji chorando.
Depois eu pensei bem e fiquei preocupada, pois poderia ser algo mais grave, devido a tamanha insistência nas ligações. Resolvi ligar pro safado mentiroso, que me atendeu na mesma hora.
Adolfo – Amor, me perdoa por favor. Precisamos conversar! Eu sei que eu fiz uma cagada das grandes, mas estou muito arrependido.
Diana – Você está bem?
Adolfo – Fisicamente, sim, mas ...
Diana – Nossos filhos estão bem? – Perguntei de forma seca, interrompendo a resposta dele.
Adolfo – Creio que sim. Devem estar na escola, mas eu já estou chegando no seu trabal ...
Diana – Nem pense em aparecer aqui. Dê meia volta e volte pra casa ou então vá pro diabo que te carregue.
Adolfo – Diana, por favor ... Vamos conversar ... eu ...
Diana – Não tem conversa. Eu sempre falei contigo que não admitiria traição.
Adolfo – Eu sei. “Traição não tem perdão”, mas as coisas aconteceram de repente e eu acabei fazendo uma cagad ...
Diana – Isso não foi uma cagada, Adolfo! Porra!!! Isso foi uma diarreia pós Páscoa. O que você tem na sua cabeça?
Adolfo – Sinto muito ... Eu errei feio.
Diana – Errar feio é pouco! Você ... fodeu ... o nosso casamento! Você me traiu na nossa casa ... Meu Deus, Adolfo!!! Você transou com elas enquanto eu estava na cozinha fazendo comida pra vocês!!!
Adolfo – Eu estou me sentindo um lixo ... Estou muito envergonhado ...
Diana – Você só está assim, porque você foi descoberto! Adolfo, você é um escroto, sabia? Com a minha própria prima!!!
Adolfo – Foi uma armação meu amor! Fizeram isso pra me sacanear! A Helena fez isso! Ela armou pra mim ...
Diana – A Helena está morta! Não queira jogar a culpa em alguém, que nem pode mais se defender.
Adolfo – E aquela câmera? Como você explica isso? Foi armação, meu amor!
Diana – Amor é o teu cu!!! Você mesmo deve ter colocado ali. Se esqueceu quem é o rei das câmeras? Quem é o rei da vigilância e monitoramento? Você trabalha com isso e fez questão de gravar pra guardar isso de lembrança.
Adolfo – Claro que não! Tá maluca?
Diana – O que você disse? Repete que eu não ouvi direito.
Adolfo – Me desculpa, amor! Saiu sem querer ... por ...
Diana – Maluca é a puta que te pariu! Desculpa por xingar a sua mãe, mas o único maluco aqui é você ... Agora estou entendendo aquela conversinha de ontem.
Adolfo – Meu amor, eu juro que foi uma armação. Eu não botei aquela câmera ali e eu nunca quis aquilo.
Diana – Ah, não? Vocês três estavam transando! Que porra foi aquela, Adolfo? Parece que eu nem conheço mais o homem com quem me casei.
Adolfo – Eu já estou chegando e vamos conversar pessoalmente.
Diana – Eu já disse que não quero te ver! Eu estou saindo do trabalho e vou pra algum lugar. Nem adianta você vir aqui.
Adolfo – Diana! Em cinco minutos estou aí e ...
Diana – Em cinco minutos, eu vou estar sentada no colo de um macho bem gostoso. É só estalar os meus dedos, que eu levo qualquer um daqui do trabalho pro motel, sabia? Até mais de um, se eu quiser ... Quem sabe eu faça igual você fez? Parece que você estava gostando de ter duas ... Acho que vou experimentar dois também.
Finalizei a ligação e desliguei o celular. Falei com a Soninha, a minha secretária, que eu iria sair para uma consulta médica e que não voltaria mais e que provavelmente, nos próximos dias, não iria trabalhar devido a uma pequena cirurgia que eu iria fazer.
Saí o mais rápido possível de lá, para não ser encontrada pelo Adolfo. Eu nem sabia pra onde ir, mas peguei o carro e a minha primeira ideia foi ir pra um lugar tranquilo. Pensei em ir para a praia, mas eu não estava com trajes pra isso e então comecei a imaginar algumas coisas que eu nunca havia pensado antes.
Fui pra um motel chamado Cartago e lá escolhi uma suíte com hidromassagem, pegando um período de 24 horas e me dirigi até o quarto. Enchi a banheira e liguei pra recepcionista pedindo uma garrafa de vinho. Não havia muitas opções e acabei escolhendo uma garrafa de Pérgola. Meu marido detestava esse vinho, por ser demasiado doce e sempre implicava comigo, mas agora eu beberia tranquila sem ouvir os deboches dele.
Deixei a água da banheira perfeita e assim que o vinho chegou, peguei uma taça no frigobar e me servi. Fiquei ali, bebendo, pensando na vida e no idiota do meu marido. Pensei nos meus filhos e em como eu contaria pra eles o que o pai deles fez comigo.
Pensei em todas as dificuldades que eu passei com ele. Dificuldades emocionais, financeiras e de saúde, pois o nosso filho Jonathan teve câncer quando era mais novinho, mas hoje já estava curado e totalmente saudável.
Como ele teve a cara de pau de fazer isso comigo? Eu sou uma idiota mesmo ... Eu tive tantas oportunidades ... Tantos homens bonitos me cantaram e eu recusei todos ... Pra quê? Droga! Por que, Adolfo? Por quê? Será que eu não sou mais gostosa como antes? Será que ele enjoou de mim? Ontem o sexo foi tão maravilhoso ... Se não foi a melhor foda que tivemos, foi uma das melhores.
Comecei a chorar novamente e bebi mais um pouco. Enchi a taça e fui bebendo aos poucos e pensando em toda a minha vida. Quando eu percebi, a garrafa tinha secado e eu ainda queria mais.
Diana – Se ele pensa que isso vai ficar assim, ele vai ver só ... Eu vou dar o troco nele. Acho que vou aproveitar que estou aqui e chamar um garoto de programa ... Quem sabe até o garçom queira algo ... Ele não era muito bonito, mas o que importa agora é pau no buraco. – Falei olhando pro espelho, como se a minha imagem refletida fosse uma amiga.
O que eu estou falando? Que merda é essa, que eu falei? Eu vou pedir mais uma garrafa e vou pra cama dormir. Quem sabe eu tenho sorte, e isso tudo não passa de um pesadelo ...
[ADOLFO (POV)]
Adolfo – Droga!!!
A secretária dela disse que minha esposa tinha acabado de sair para uma consulta médica, informando que não voltaria mais hoje e que ficaria alguns dias afastada, se recuperando de um procedimento.
Liguei pro meus pais e expliquei a situação, bem por cima, dizendo que eu e Diana havíamos brigado feio e se ela ligasse pra eles, pra me informar. Eles tentaram saber mais informações, mas eu disse que depois contava.
Liguei para os pais dela também e perguntei se ela tinha ligado pra eles ou se ela mandou alguma mensagem dizendo que iria pra lá. Pra eles, não falei muita coisa, mas pedi que me avisassem, caso ela entrasse em contato.
Quase liguei pra algumas de suas amigas, mas preferi fazer isso mais tarde, pois eu tinha a esperança de que ela fosse em casa, ou fosse pra casa dos pais dela.
Adolfo – Onde você se meteu, Diana? Onde? – Falei para mim mesmo.
Fiquei pensando no que ela disse sobre dar o troco. Será que ela seria capaz disso mesmo? Comecei a ficar preocupado e imaginando quem ela escolheria pra me dar o troco. Tinha um cara na empresa em que ela trabalha, que vivia mandando mensagens pra ela.
Nunca tive ciúme dele, pois esse colega de trabalho parecia gostar de morder uma fronha, mas sei lá ... Talvez ele soubesse de algo, mas eu não queria espalhar a notícia ainda. Meus filhos daqui a pouco chegariam da escola e era melhor voltar pra casa.
Liguei pra ela mais vezes e mandei inúmeras mensagens, mas ela provavelmente tinha desligado o celular. Achei que a melhor opção seria mesmo voltar pra casa porque, provavelmente ela iria falar com Suzy e Jonathan pra saber como eles estão.
Será que ela iria dar o troco com algum amigo meu? Se ela fizesse isso, seria muita humilhação, mas do jeito que mulher é, provavelmente seria isso que ela faria e talvez ainda esfregar na minha cara. E o pior é que eu não poderia reclamar, afinal fui eu que fiz a merda antes e isso seria apenas uma reação ao que eu fiz.
Quem, Diana? Pra quem você daria? Ela me disse que alguns dos meus amigos são uns talaricos filhos da puta. Acho que o César não faria isso comigo, mas o Ismael, acho que sim. Ismael, Guto e Valdir são os mais abusados e principalmente o Valdir, que tinha fama de ser pegador e passar o rodo em geral.
Fora que ele era bocudo e com certeza iria comentar com alguém da galera. Depois ainda me lembrei, que ela disse que daria pra dois, já que eu transei com duas ao mesmo tempo.
Resolvi parar o carro, pois eu já não estava conseguindo prestar atenção direito. Uma dor grande se instalou no meu peito e eu comecei a chorar, pensando na desgraça que eu me meti. Olhei em volta e vi que tinha uma bar, a uns 100 metros de onde eu estava. Beber pra esquecer os problemas era uma solução que me agradava no momento, mas me lembrei dos meus filhos e resolvi ir pra casa.
O caminho pareceu mais longo do que de costume, até porque eu estava dirigindo bem devagar, pra não me envolver em nenhum acidente. Cheguei em casa, meus filhos ainda não haviam chegado e dei graças a Deus, porque eu teria tempo suficiente pra beber um cowboy triplo.
Sei que isso não resolve os problemas, mas me deu um baita alívio ... Aquele sabor frutado do Chivas foi descendo a minha garganta e aquecendo por onde passava. Senti meu peito ficar quentinho e relaxei um pouco. Onde será que ela deve estar agora? Na certa deve estar rebolando na rola do Valdir. É isso! Ela deve estar dando pro Valdir e daqui a pouco deve me mandar uma foto ou vídeo mostrando o chifre que eu estava levando.
Valdir, filho da puta!!! Ele me paga! Liguei pro Cesar e contei do desastre ocorrido e ele me disse que talvez ela só estivesse dirigindo por aí e que mais tarde ela voltaria pra casa.
Torci para que fosse verdade, mas lá no fundo eu sabia que era quase impossível. Pensei em tomar mais uma dose, mas Suzy e Jonathan chegaram com fome. Falei com eles pra pedir pizza ou hamburger, porque eu não estava com cabeça pra fazer coisa alguma na cozinha. Lógico que eles perceberam que tinha algo de errado, mas não falaram nada.
O tempo foi passando e eles me perguntaram se a mãe deles tinha avisado que iria fazer algo, pois estava demorando. Eu fingi mandar uma mensagem para ela e disse a eles que ela teve um imprevisto na empresa e faria hora extra. Era uma explicação razoável, que já havia acontecido anteriormente e eles acreditaram.
No dia seguinte, não deu pra esconder mais. Falei a eles que tínhamos brigado e que a mãe deles estava esfriando a cabeça, mas não era nada grave e as coisas iriam se acertar.
Comecei a procurá-la por todos os lugares, mas não consegui achá-la. Sei que ela não iria no trabalho, nem no dia seguinte, segundo as informações da secretária dela. Depois de não conseguir contato, pedi para a Suzy que ligasse e aí sim ela atendeu. Pelo que minha filha disse, ela foi de uma gentileza comigo, não falando a ela o real motivo do problema. Disse que estava ficando na casa de uma amiga, pois precisava de um tempo a sós, mas os dias foram passando e nada dela voltar.
Fui até o seu trabalho e fiquei de tocaia, pra ver se eu descobria onde ela estava ficando e qual amiga era essa. Consegui segui-la sem levantar suspeitas, até um prédio, que era até bem simples e normal. Eu não sabia quem morava ali, mas pelo menos agora eu sabia onde ela estava.
Falei com minha filha e pedi a ela pra perguntar a mãe, como ela estava fazendo com as roupas e outras coisas. Se ela estava na casa de alguma amiga ou amigo, mas falei pra ela perguntar de forma discreta, pra ver se descobria quem era.
Tentei trabalhar e marcar reuniões para os meus funcionários irem. Eu estava sem cabeça pra trabalhar e fiquei só gerindo a minha empresa de casa mesmo. Mais tarde fiquei sabendo através da Suzy, que ela havia comprado algumas roupas e tinha alugado um apartamento pelo Airbnb e fiquei um pouco mais tranquilo.
Os dias passaram e durante uma madrugada, eu ouvi um barulho estranho, mas estava com tanto sono que voltei a dormir, mas quando acordei, eu notei que algumas coisas tinham sumido e deduzi que o barulho que eu tinha ouvido era Diana que veio pegar suas coisas, provavelmente roupas ou itens de uso pessoal. Olhei na câmera de segurança do prédio e vi que ela realmente veio de madrugada, mas não demorou mais de meia hora.
Suzy então veio me dizer que ela e o Jonathan iriam passar o fim de semana com ela, perguntando se eu poderia levá-los ao shopping. Acho que Diana não queria que eu soubesse o endereço dela.
A vida seguiu e eu tentei diversas vezes falar com ela. Fui à empresa e ela não me recebeu. Não quis fazer um escândalo, mas era provável que muitos já soubessem que alguma coisa tinha acontecido. Quinze dias completados após aquele fatídico dia e Diana ainda não queria conversar comigo, dizendo que ainda precisava de um tempo.
Nossa comunicação era feita através de nossos filhos e ela só falava comigo diretamente, quando era algum assunto muito importante. Na verdade, isso era uma boa notícia, pois eu esperava que ela me pedisse o divórcio, mas por enquanto ela preferiu ficar afastada e isso por si só, já me dava alguma esperança.
Tentei convencê-la a ficar lá em casa e ficarmos em quartos separados e depois, eu mesmo ofereci que ela ficasse em casa e eu ficasse nos meus pais ou em outro local, mas ela disse que por enquanto não queria me olhar na cara, pois ainda estava muito magoada e que também não queria ficar em casa, porque só de olhar pros móveis, iria fazer com que ela se lembrasse do beijo que eu dei naquela maldita da Helena.
Mais duas semanas se seguiram, completando um mês, e nós dois ainda não havíamos conversado cara a cara. Só por mensagens. Lógico que nossos filhos começaram a questionar o que tinha acontecido, pois nunca tínhamos feito isso antes. Nas brigas mais duras que tivemos, ficávamos sem nos falar, mas convivendo no mesmo teto.
Somente uma vez, que brigamos por causa do trabalho dela e pelas horas extras que nunca acabavam e deixavam ela meio maluca, é que ficamos no máximo um fim de semana separados, com ela indo passar esse tempo na casa dos pais e agora já se passava um mês do ocorrido.
Por várias vezes eu pedi desculpas e ela dizia que isso não era suficiente e que achava que não iria conseguir me perdoar. Eu realmente estava ficando sem saída e o término do nosso casamento estava se aproximando cada vez mais, porque eu percebia um afastamento cada vez maior entre nós.
Minha filha Suzy, que não era boba, começou a me pressionar, perguntando o que tinha acontecido e eu dando voltas nela, dizendo que era um assunto de casal e que mais cedo ou mais tarde iríamos nos entender.
Suzy – Quem foi, pai? – Perguntou minha filha, olhando nos meus olhos.
Adolfo – Quem foi o que, filha?
Suzy – Pai, quem traiu quem? – Perguntou minha filha, com aqueles olhos iguais aos da mãe, continuando a me encarar, sem piscar os olhos.
Adolfo – Filha, já disse que é um assunto entre sua mãe e eu.
Suzy – Não precisa responder ... Já sei que foi você! Só estava te testando pra ver se você seria honesto comigo.
Adolfo – Suzy, que história é essa?
Suzy – A mamãe acabou me falando. Eu fiz a mesma pergunta pra ela, só que ela começou a chorar e eu a abracei, dizendo que eu sou sua filha e que ela poderia desabafar comigo.
Então minha filha disse, que nessa hora minha esposa não aguentou mais e desabou, pois estava guardando tudo pra si. Ela não queria contar aos pais sobre a humilhação de ser traída dentro de casa e não queria espalhar a situação aos amigos, para que julgassem a mim e nem a ela.
Nessa hora, eu percebi que eu era realmente o cocô da mosca do cocô do cavalo do bandido, porque até nessa situação, Diana, de certa forma, tentava proteger a mim e a nossa família.
Suzy – Pai, eu sempre vou te amar, porque você é o meu pai e sempre me amou, mas eu estou decepcionada contigo. – Falou minha filha, com uma lágrima escorrendo dos olhos.
Eu também não me aguentei e comecei a chorar, colocando as mãos na cabeça, querendo esconder o meu choro.
Adolfo – Filha, me perdoe ... Eu sei que errei e muito com a mamãe, mas estou muito arrependido.
Suzy – Você jura? – Perguntou minha filha, de forma séria, olhando nos meus olhos e o nossos narizes quase colados.
Adolfo – Lógico, amorzinho! Sua mãe é o amor da minha vida! Eu não estou aguentando mais essa distância entre nós. Sem ela, minha vida não tem graça, nem sentido.
Suzy – Então, por que o senhor transou com a tia Helena e aquela Keyla?
Porra, Diana!!! Você contou tudo pra nossa filha? Que vergonha! O que eu vou falar pra minha filha e o que ela vai pensar de mim? Será que foi a Diana que mandou a filha me perguntar isso?
A melhor resposta era tentar ser sincero e respirei fundo, antes de falar com ela.
Adolfo – Eu não sei, filha! Nós estávamos só conversando e bebendo. Nada demais ...
Suzy – Nada demais? Corta essa. – Disse Suzy se afastando de mim e cruzando os braços, com a cara emburrada.
Adolfo – Eu juro, filha, mas então as coisas começaram a ficar esquisitas ... eu comecei a suar frio e a Helena começou a falar que sempre teve vontade de me namorar, quando éramos adolescentes e eu acabei deixando-a ... ela ...
Suzy – Te beijar?
Olhei espantado pra minha filha, com uma vergonha que não cabia em mim.
Suzy – Pai, eu vi o vídeo ... Eu não queria acreditar nisso e eu tive que ver pra poder acreditar, porque eu jamais poderia imaginar que você ou a mamãe pudessem fazer isso um com o outro.
Adolfo – Me desculpa, filha! Estou muito envergonhado do que eu fiz ... eu me deixei levar ...
Suzy – O senhor ainda ama a mamãe de verdade? Seja sincero!
Adolfo – Lógico que eu a amo. Eu faria qualquer coisa pra ela me perdoar ... Foi só um deslize ... Um erro que vou me culpar pelo resto da vida.
Suzy – Acho que a primeira coisa que o senhor deve fazer, é jogar o sofá fora e comprar um novo. Se bem que eu acho que o melhor mesmo, seria mudar de apartamento – Disse minha filha praticamente sussurrando o final dessa frase.
Adolfo – Eu vou fazer isso amanhã mesmo.
Suzy – Mas se você realmente a ama e disse que o beijo foi um deslize, por que fez de novo?
Adolfo – Eu não sei! Uma coisa levou a outra ... Quando se erra uma vez, fica mais fácil errar de novo, mas eu juro que fiquei arrasado e cheguei até a ficar doente por causa disso. Achei que seria algo inofensivo ...
Minha filha treinava pra ser atleta de MMA e eu juro que fiquei com medo nessa hora, porque eu vi nos olhos dela e me reconheci nela. Era exatamente como eu ficava, mas eu, por ser mais velho, tinha um autocontrole.
Suzy – Inofensiva porr ... caria nenhuma. Virou foi putaria lá no escritório. Até agora não acredito que o senhor foi capaz de fazer isso ... – Disse minha filha, agora de forma triste e com os olhos começando a marejar.
A raiva virou dor e a dor virou tristeza em questão de segundos. Eu nunca havia me sentido tão pequeno. Era vergonhoso e humilhante demais.
Adolfo – Infelizmente, eu fiz ...
Suzy – Eu sei que a mamãe ainda te ama, mas ela não tem mais confiança no senhor. Ela disse que se te perdoar, o senhor vai perder o respeito por ela e traí-la novamente em algum momento no futuro.
Adolfo – Jamais! Eu aprendi a lição ...
Suzy – E ela também disse que vai perder o respeito por si própria, porque ela sempre bateu no peito falando pra todos que traição não tem perdão.
Suzy me explicou que a mãe disse a ela que se ela me perdoasse, seria uma hipocrisia e é isso que está acabando com os nervos dela, porque segundo a minha filha, ela queria me perdoar, mas não queria contrariar os seus princípios.
Conversamos mais um pouco e minha filha me fez várias perguntas constrangedoras sobre sexo e sobre a traição, mas eu me esquivei de quase todas. Por sorte, fui salvo com a chegada do Jonathan, que ainda não sabia dos reais motivos da “separação”.
Com as informações que a minha filha me deu, eu tive um pouco de esperança, porque eu julgava que já tinha perdido o meu casamento. Foi então que eu decidi tomar uma atitude drástica, pra tentar virar o jogo.
Eu sempre fui meio impulsivo e na maioria das vezes, a Diana gostava quando eu aprontava umas bizarrices. Às vezes ela ficava constrangida, mas depois amava. Nem sempre dava certo, mas no mínimo rendia boas risadas depois e era isso o que eu precisava no momento. Fazer ela rir e se desarmar um pouco pra que eu pudesse, no mínimo, mostrar que ainda a amava e que tudo aquilo não significou nada.
Um dia eu fui até o local que ela estava alugando com um carro de som, daqueles de festa de aniversário. Sei que é um mico ... um King Kong na verdade, mas eu não sabia mais o que fazer e contratei o serviço.
Fiz uma gravação, dizendo que a amava e pedia o retorno pra casa. Foi o acontecimento do ano para os moradores daquele prédio. Várias pessoas apareceram nas varandas e nas janelas, tentando entender o que se passava. Algumas riram, outras se emocionaram e outras começaram um coro, incentivando o nosso relacionamento e pra ela me escutar.
Segundos depois, recebi uma ligação no celular.
Diana – Adolfo, seu doido! Que porra é essa? Você enlouqueceu? Para com isso agora!!!
Adolfo – Sim. Estou doido, Diana! Não sei mais o que fazer pra consertar o que eu fiz. Eu quero mais uma chance. Eu acho que mereço, pelo menos ...
Diana – Você merece um balde de água bem gelada na tua cabeça, isso sim.
Adolfo – Deixa eu subir! Vamos conversar.
Diana – Olha só a merda que você fez? O prédio todo está gritando o meu nome! Puta que pariu!!! Vou ter que rescindir contrato e arrumar outro lugar pra ficar! Que vergonha!!!
Adolfo – Vamos conversar!
Diana – Manda esse carro de som embora, pelo amor de Deus!
Adolfo – Você vai me receber? Se você não me receber, eu vou contratar esse carro de som novamente e vou vir aqui todos os dias e se você se mudar, eu levo o carro de som pro seu trabalho.
Diana – Não!!! Pelo amor de Deus, não! Que mico!!! Eu vou abrir a porta. É o apartamento 604.
Dispensei o carro e me preparei pra entrar. Quando o pessoal do prédio percebeu que eu tinha conseguido, começaram a aplaudir e ovacionar. Peguei um buquê de rosas no carro e entrei no prédio. Eu estava apreensivo, mas com um pouco de esperança, pois ainda era possível.
Cheguei no andar e toquei a campainha, sendo recebido por ela, que estava com uma roupa básica de ficar em casa. Bermuda folgadinha, camisa e chinelos.
Como eu estava com saudades de vê-la!!! Era tanta emoção, que eu quase chorei, mas me segurei, entregando as rosas a ela, que as recebeu com carinho, pois ela adorava ganhar flores. Ela dizia que as flores não só embelezam o ambiente, mas traziam paz, conforto e harmonia.
Ela deu uma cheirada nelas e em seguida me olhou de forma bem séria e eu sabia que a minha luta seria difícil, mas eu não sou de desistir fácil.
Minha luta estava apenas começando ...
Continua ...