De Volta Para o Passado - Último Capítulo: A verdadeira paternidade

Um conto erótico de Astrogildo Kabeça
Categoria: Grupal
Contém 3225 palavras
Data: 01/12/2024 12:08:39
Última revisão: 02/12/2024 15:34:52

Relato do comerciante:

- Bem, quando você mostrou as fotos dos seus pais, logo identifiquei quem eram. Mesmo após tanto tempo, é impossível esquecer. Cresci com seu pai. Não éramos grandes amigos, longe disso. Jogávamos bola juntos e por causa de futebol, já discutimos algumas vezes. Sua mãe não era daqui. Quando ele se casou, esperávamos que ele ia se consertar. Seu pai era muito vaidoso, tinha emprego público, queria mostrar pra todo mundo que era estável, e apoiava o regime militar. Ficava se desfazendo de mim porque eu era feirante. Vim de uma família de comerciantes e desde cedo fui pra labuta. Eu era verdureiro.

O Januário não era daqui. Parou aqui pra vender livros, pois dizia que esse bairro era bem populoso, mas a verdade é que ele vendia mesmo era umas revistas pornográficas. Sei disso porque me tornei próximo dele e suspeitei que ele não era apenas vendedor de livros. Começou a vir gente de outros locais pra procurar essas revistas que ele mesmo escrevia. A revista vinha dentro dos livros. Ele fazia escavações nas páginas pra ajustar as revistas, não ficar um troço volumoso. Em compensação, ele vendia sim alguns livros perfeitos como disfarce.

Ele vendia para homens apenas, jovens universitários. Li uma revistas dele, ele era excelente ilustrador, era novo, tinha uns 20,21 anos na época. Um dia, ele me procurou preocupado. 1973 era o ano.

- Acho que cometi a maior besteira da minha vida... não sei se continuarei aqui.

- O que foi, rapaz?

- Acabei de vender um livro para uma mulher jovem, acho que ela é casada. Quando ela se deparar com aquele festival de ultrajes, vai me denunciar, com certeza!

- Você pôs a revista em um livro pra ela???

- Não, ia vender apenas o livro. Mais cedo, um homem me pediu um livro “com boas histórias”, era o código pra eu inserir a revistinha. Porém, houve aquele acidente na esquina, sabe? Aquele carro que bateu no poste. Esse homem foi ajudar o motorista e não mais retornou. Horas depois, essa moça solicitou um livro, indicou um romance e eu vendi normalmente. Ela passava olhando esses livros na companhia do marido e fitava as obras. Dessa vez retornou sozinha. Depois que fui dar conta que eu não havia depositado o livro na bancada pra retirar a revista. Estava logo aqui em cima, junto aos demais, olha minha desatenção! Ela levou o livro e quando se deparar com aquelas historinhas... é melhor eu adiantar-me. Posso ser preso a qualquer instante.

Ele deu uma sumida por uns tempos. Vi sua mãe passando várias vezes a procura dele. Ela parecia mais interessada em adquirir outro exemplar do que passar uma descompostura nele. Seu pai sempre comprava comigo, falava muitas gracinhas, mas eu tinha que vender a ele. Certa vez, foi sua mãe que veio, desacompanhada, isso não acontecia. Ela comprou verduras e perguntou se eu podia ajudá-la. Deixei meu auxiliar tomando conta das vendas e fui. Lá chegando, ela queria me servir um café. Como eu havia saído de casa muito cedo, como sempre, já estava com fome. Eram umas 9:30 da manhã, por aí. Aceitei. Daí pude observar o corpo dela. Era belíssima, estava com cabelos amarrados em um rabo de cavalo, suas curvas estavam desenhadas numa saia que ia até quase o joelho. Porém, ao vir a minha direção com a xicara, percebi que ela havia desamarrado sua blusa e deu pra ver o volume do seu busto. Que seios brilhantes! Lindos! Que belos contornos! Fiquei hipnotizado com aqueles peitos – desculpe a franqueza disso tudo, mas rememorar aqueles tempos me entusiasma. Quando ela ia arriar xicara na mesa, ela derrubou na minha bermuda, bem “no centro”. Fiquei espantado, embora não tivesse tão quente assim. Ela me pediu desculpas e sem nenhum pudor passou o pano de prato... ali... no volume que se formava. Quando ela percebeu o que estava fazendo, fez uma cara meio envergonhada, me pediu desculpas e simplesmente falou pra que eu tirasse a bermuda que ela lavaria rápido. Mais uma vez fiquei chocado. O que ela pretendia??? A partir dali, comecei a perceber que não foi um simples acidente...

Ela me olhou com uma carinha pidona, tipo “deixa eu lavar, vai” e quis apostar alto. Tirei minha bermuda ali mesmo, com puta volume na cueca. Ela arregalou os olhos, deu uma risadinha e foi até a lavanderia. Não perdi tempo: parti pra cima dela. Ainda tentou se desvencilhar, mas era charminho. Comecei pelo pescocinho, fui passando a mão naquele corpo e ela estava vencida. Virei ela de frente e dei o maior beijo. De início ela não queria, relutou, mas com jeitinho fui dominando-a.

Logo eu mordiscava aqueles peitos deliciosos, hummmmmmmmmm... me desculpe, mas não tem mesmo como relembrar algo tão marcante sem se excitar. Mamava bastante, alternava entre os dois, ela gemia bem gostoso. Fui tirando sua roupa, já havia descido minha cueca, tava com o pau em riste. Voltamos a nos beijar e logo sentei ela na bancada e passei a chupar aquela bucetinha doce.

- Oh....oh...ai,ai... assim, vai... hummmmm... delicia, me chupa, tesudo.

Assim que ela gozou, me deu um beijão, foi descendo, pegou na minha rola e ficou olhando um tempo. Depois, começou a me punhetar, se ajoelhou olhando pra mim e começou a me mamar gostoso. Que boquinha! Certo que ela não tinha muita prática, seus dentes roçavam um pouco, mas não me incomodava, ter aquela beldade ali a meu dispor era tudo. Ela movimentava a cabeça pra frente e pra trás, eu também empurrava um pouco, ela fazia careta de quem estava sentindo algo, mas continuava. Até que ela retirou meu pau e estava todo babado, tinha uma linha de saliva grossa ligando meu pau até os lábios dela. Até que ela fez uma cara apreensiva e disse.

- Me possua! Não aguento mais!

Fui por trás, ela apoiou as mãos na mesa, inclinei seu corpo pra frente e fui penetrando. Ela arfava, parecia que meu pau era mais grosso que o marido, e olha que eu tenho, sei lá, uns 18 centímetros no máximo. Dai, fui bombando aquela bucetinha, fui abrindo caminho mesmo e comia ela com vontade.

- Aiiiiiiii, que gostoso! Vai, verdureiro, vai enfiando assim, ohhhhhhhhhhh, ah, maravilha!!!

- Uhhhhh, sua louca, uhhhhhhhhh... sua putana, ohhhhhh

Comecei a puxar os cabelos e estapear sua bunda. Prei, pois vi que podia gozar logo. Sentei e pedi pra ela montar em mim. Ela começou a subir e descer me enchendo de beijos e depois fui ajudando ela a se movimentar pra cima e pra baixo e aí ela gemia sem parar, com os olhinhos bem fechados.

- Oh, verdureiro... vai, me come!!

O barulhinho “plec, plec” soava pela cozinha, tava uma foda forte, ela suava e me abraçava, curtia demais aquilo. Levantei, bombei ela em pé um pouquinho e deitei ela naquele chão frio mesmo e comecei a foder legal.

- Toma, princesa, toma, toma... goze, é isso que você quer, goze na minha pica!!

- Oh, verdureiro, soca seu legume, vem, me faz gozar gostoso, ohhhhhhhhhhhhhhh...

Já estava bombando há um tempo e quando vi que ia gozar, aumentei a velocidade, tirei e esporrei tudo naqueles peitos gostosos, ejaculei muito. Ela também me punhetou, ficou alisando meu pau e beijou meu cacete todinho, em agradecimento. Ficamos respirando forte e depois tive a certeza que tudo aquilo tinha a ver com as histórias de Januário que tinha lido.

Fiquei dias sem vê-la, quando um primo meu veio me visitar e acabou me ajudando uns três dias. Foi então que ela reapareceu. Aquele mesmo esquema, pedindo ajuda pra levar em casa, ela pediu a meu primo que também fosse, e eu já desconfiando no que ia dar! Lá chegando, ela serviu café, mas não derrubou nada não, porém, ela começou a se engraçar com meu primo. Ele começou a cantar ela na cara dura, e eu, resolvi ajudar.

- Senhorita, meu primo tem uma boa berinjela, não estava no meu tabuleiro, gostaria de ver?

- Puxa, não trouxe esse legume! Se for mesmo de qualidade, vou levar!

Bom, isso acelerou as coisas. Sei que quando ela viu a jeba dela, enlouqueceu.

- Nossa!!! Tudo está fluindo naturalmente!!!

Tive a certeza que ao dizer isso, ela estava reprisando algo que havia lido. Meu primo era um cavalo, tinha uns 23 centímetros, por ai. Ela mamou aquele cacetão, coloquei meu pau pra fora e ela chupou nós dois juntos. Ela tava louquinha, bem puta mesmo, lambia e se deliciava com nossos cacetes, tava doidinha de tesão. Esfregou nossas rolas naqueles peitos deliciosos, meu primo chupou muito aqueles peitos depois. Ela montou no meu pau de costas pra mim, enquanto chupava ele. Queria aproveitar, pois quando meu primo metesse, ia arregaçar ela toda. Quando colocamos ela de quatro e meu primo foi meter, ela me chupava. Quando a rola entrou, ela começou a gemer com meu pau na boca e a medida que meu primo foi entrando mais, ela largou meu pau.

- AAAAAAAHHHH, CAVALO!!! VAI ACABAR COMIGO, É MUITO GRANDE!!!

- VOCÊ PEDIU ISSO, PUTINHA!!AGORA AGUENTE! SÓ PARO QUANDO DESPEJAR PORRA NESSA XOXOTINHA ALARGADA!!

Foi um festival de bombada. Ela maç conseguia me chupar, pois meu primo metia como um doido. Ela fazia cara de quem estava fazendo forças pra aguentar aquele tronco enfiado foi quando eu bati uma bronha, direcionei na boquinha dela e gozei lá dentro. O esperma descia pelos cantos, ela praticamente não engoliu. Foi quando meu primo urrou forte e gozou lá dentro.

- AHHHHHHHHHHHHHH. TOMA PORRA, PUTAAAAAAAAAAAAAAAAAAA...AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH

- Ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, TESÃAAAAAOOOOO!!!ME ENCHE DE LEITE, SEU TARADO COMEDOR!!!!

Ele gozou muito dentro dela. Os dois desabaram naquele chão, suados, recuperando forças. Me levantei, ela foi lá pra dentro, meu primo ficou lá deitado, peladão, no meio da cozinha. Foi então que vi uma “Reader’s Digest” dentro de um balaio e fui folhear. Foi então que vi que era a revista de sacanagem do Januário como título “A Casada, o Verdureiro, e o Amigo”. Fui me dar conta que a história era muito semelhante ao que tinha acabado de acontecer ali. Por isso ela falou que a coisa fluía naturalmente. Foi tudo tramado por ela, baseado na revistinha. Ela colou a revista na capa da ‘Seleções’, provavelmente pra seu pai não desconfiar de nada. Quando ela retornou e me viu com a revista na mão, ficou morta de vergonha. Tomou de minha mão e levou pra dentro. Mas agora percebo que o seu verdadeiro pai, depois daquela loucurada toda...

- É seu primo! Você lembra o mês que ocorreu isso???

- Rapaz, agora fica difícil lembrar depois de anos... lembro que era 73 porque foi o ano que muita gente tava sendo torturada, e soube que o Januário foi pego pelos militares e depois sumiu. Anos depois, vi que ele tinha se formado em educação física e foi técnico de futebol. Vi pela TV. Mas deve ter sido final de maio, junho, por aí.

- Caralho!! Eu nasci em fevereiro de 74! Quem seria ele??Preciso encontrá-lo!

- Só se for no cemitério. Ele faleceu tem alguns anos. Fumava feito um condenado. E olha que o filho dele é médico.

- Como era o nome dele?

- Heraldo. Heraldo Bisquet.

- Peraí???? Esse filho dele... é urologista????

- Sim... você o conhece?

- CARALHO!!! É O MÉDICO DO MEU PAI!!!

- Puta merda!! Quem mundo pequeno!!! Quantas coincidências juntas!!

- Puta merda! Olha quanta coisa descobri em poucos dias!

- Tem mais... você pode até sentir raiva de sua mãe por isso, mas veja bem... Seu pai tinha uma amante nessa época. Aquele patife mal casou e andava com uma ruiva lá no Jardim Silveira, bairro vizinho, onde a gente jogava. Tinha muitos bares lá naquela época. Essas coisas corriam na boca pequena, talvez sua mãe soubesse, não sei.

- Sim, eu tenho uma meia-irmã, filha dele com essa mulher. Essa história descobri por acaso quando estava na faculdade, ela ligou lá pra casa. Não entendi nada quando ela falou que era filha dele, imagina, ele deu o número do telefone residencial a ela! Fui tirar isso a limpo e ele falou na maior tranquilidade.

“Sim, ela é sua irmã. O homem é assim, não sabe? Não tem parada certa”

- Não acreditei que ele estava tão tranquilo com isso, mas acabei tendo até uma certa proximidade com Ritinha, essa meia-irmã, que nem é minha irmã de sangue mesmo...

- Pois é... Ribamar sempre sendo um filha da puta.

Samuel saiu dali voando. Descobrira a verdade.

- Doutor Heraldo, preciso falar com o senhor.

- Pois não.

- Descobri quem é meu pai.

- Sério??? Mas já?? Sua mãe revelou??

- Não... mas meu irmão tá aqui na minha frente!

- O que??? Tá doido, homem. Que conversa é essa???

- Heraldo Bisquet Filho. Vou te contar uma coisa...

E contou tudo. Da regressão da mãe, as revistinhas, da história do comerciante. Tudo se encaixando.

- Meu Deus... O Sebastião é primo do meu pai, realmente. Sei que eles aprontaram na juventude lá no Colina Dourada. Eu... eu... não sei nem o que dizer.

- E somos parecidos. As entradas no cabelo, os sinais de calvície, o nariz afilado... Olha, que coisa essa, viu?

- Olha... meu pai nunca foi um homem fácil. Ele traiu minha mãe várias vezes. Não me surpreende ter irmãos bastardos. Sei de outro que ele fez fora do casamento, isso tem muitos anos. Ele nunca foi exemplo pra mim. Sei que você é mais velho do que eu um pouco, ele não era casado nessa época...

- Cara, posso dizer ao mesmo do meu, que apesar de não ter me gerado, foi quem me criou. Tenho uma meia-irmã, filha dele. Ela é apenas quatro anos mais nova do que eu, ou seja, enquanto minha mãe cuidava de mim e meu irmão, ele tava com outra, muita gente da família sabia, acho que minha mãe também, mas todos disfarçavam.

- Infelizmente. Nossas mães devem ser da mesma geração, tenho 44 anos, homens criados nos anos 30, 40, 50, sempre tinham mulheres na rua, até passeavam de mãos dadas com elas. Muitos tiveram filhos por aí...

Aquela descoberta era pra ser bem aflitiva, afinal, elas vem acompanhadas de dramas e até distúrbios psicológicos. Mas ali eram dois homens feitos, bem-casados, que tiveram mães fortes, que trabalhavam fora e ainda cuidavam dos filhos, enquanto os maridos estavam nos bares da vida, nos puteiros, sempre atrás de um rabo de saia e gerando herdeiros, pra depois ou assumir ou cair no mundo. Não seria ali naquele momento que os dois iam entrar em depressão, ainda mais envolvendo um homem que vivia enrabichado por aí e não era bem um tipo que espelhasse algum ensinamento positivo.

Samuel contou a Milena tudo isso. Como boa esposa que era, ela esteve a seu lado nesse momento de francas revelações. Com o tempo, até brincavam.

- Agora eu sei que esse tal Heraldo foi apenas um doador de esperma, mas uma coisa você puxou a ele: esse negoção no meio das pernas,hihihihi... Eu bem que sei o que tive de aguentar esse tamanhão durante todo esse tempo, ahahahahahah... Quando me deparei com ele pela primeira vez, lembra o susto que levei??? Na hora quase chorei por achar que não aguentaria esse trabuco, ahahahahahaha...

- Lembro de meu pai brincar comigo “que porra é essa, a quem você puxou, danado? Você parece que é raciado com jegue”.

E os dois riam. Não tinha outra saída.

12 dias após o acidente, Lourdes recuperou a memória totalmente. Acordou num dia, perguntando sobre o tempo que sua mente presente ficou apagada, perguntando o que havia acontecido essas semanas. Todos falaram que não foi nada demais, que efeito do trauma do acidente, que ela ficava calada, tudo pra ela se acalmar e não ficar aturdida. Samuel preferiu não tirar nada a limpo com ela. Ele bem sabia o quanto sua mãe suportou um casamento ruim, onde ele bebia muito, saia com outras mulheres, fez uma filha fora – pelo menos a que se sabia, sabe-se lá se não tinha outras. Enquanto isso, ela trabalhava num banco, depois cuidava dele e do irmão. Ela quem pagava a escola deles, acompanhava no médico, fez eles virarem cidadãos. Cobrar dela aquela aventura baseada numa revista de sacanagem não valia a pena. Foi um episódio de 50 anos atrás. Ela levou 35 anos sendo aquela esposa que todo mundo aplaude, tentando ser companheira de um homem meio rude, que ostenta com glória o machismo nosso de cada dia. Ninguém sabe da dificuldade que essas mulheres passam ou passaram, não vem ao caso ficar chamando-as de vagabundas, que traíram o marido, fez filho com outro e tudo mais. Tudo o que o marido a moda antiga delas fizeram, passa. Todo mundo normaliza.

Tempos depois, Samuel casou a filha. Foi a última vez que Lourdes e Ribamar se encontraram e até conversaram. Ribamar faleceu meses depois devido ao câncer de próstata.

Após o sepultamento, tinha mais revelações. Ritinha, conversando com Samuel, fez mais uma revelação bombástica:

- Samuca, tenho algo pra lhe contar, agora que nosso pai faleceu. Bom, ele e minha mãe conheceram uma outra mulher, que se tornou amiga dela... Bem, ele se entrosou com essa amiga também, minha mãe entrou no meio e os três... “brincavam” juntos, eles passaram a se relacionar, sexo a três sabe? Eu era bem pequena nessa época. Bem, minha mãe brigou com essa amiga, elas moravam juntas, e minha mãe colocou ela pra fora depois de uma discussão. Bom, descobri através de minha avó que essa mulher engravidou de seu pai, não quis tirar o filho e... levou até a porta da casa de seus pais... e deixou lá... com um bilhete... sua mãe descobriu tudo, quase o casamento acaba, mas ela não tinha condições de criar você sozinha... Daí, ela acabou criando essa criança... como se fosse filho dela com seu pai.

- Perai... você está querendo dizer que o Danilo...

- É filho de nosso pai com essa amiga.

Pronto. Mais uma revelação. Danilo, seu irmão caçula, nunca teve um bom relacionamento com Ribamar. No fim da adolescência, Danilo se assumiu homossexual e saiu de casa. Lurdinha ficou muito mal por isso, mas isso acabou sendo bom pra ele. Danilo mora nos Estados Unidos e está casado.

- Caramba... Meu Deus, nosso pai era um canalha.

- Pois é... Ele sempre destratou Danilo. E nosso irmão ainda é casado com um negro jamaicano. E meu pai era meio racista, você sabe.

- Porra, ele ano passado disse que se fosse mais novo estaria em Brasília no 8 de janeiro, segundo ele, pra “quebrar tudo pela decência do nosso país”. Ele se declarava “cidadão de bem”. Cara, que nojo.

Terminou que nem ele, nem o irmão eram filhos legítimos do casal.Mais um motivo pra Samuel não ficar triste pela sua verdadeira paternidade. Lurdinha, sua mãe, foi mãe e pai ao mesmo tempo. Ela era uma mulher guerreira que aprontou durante dois dias na vida e só foi ser feliz décadas depois após o divórcio. Quanto a ele, ficou feliz após descobrir isso tudo agora que estava bem. Se soubesse antes, o que seria de sua vida? Sairia de casa que nem Danilo? Trabalharia com outra coisa ao invés da faculdade que fez? Em outras circunstâncias, conheceria Milena? Se casaria e teria a filha maravilhosa que tiveram? Nada disso se sabe, é uma incógnita. Não existe realidade alternativa, só existe uma só. E é essa que vale. Bola pra frente.

Lourdes continuou sua vida fazendo cursos e voltando a excursionar com amigas. E vida que segue.

FIM

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Comentários

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Parabéns Astrogildo, seu conto é muito bom. Você delicadamente consegue imprimir uma carga erótica ao explorar as brechas de uma sociedade estruturalmente machista. A mãe do seu protagonista foi criada para ser uma mulher submissa ao marido, provavelmente antes de casar a mãe lhe deu conselhos sobre como deveria relevar as inevitáveis escapadinhas do futuro marido, afinal faz parte da natureza do macho, o que importa é ele voltar para casa e ser um bom provedor para ela e os filhos...

Dito e feito. Sua vida seguia o curso do previsto pela mãe, o que ninguém imaginava era a revista erótica dentro do livro.

Uma brecha!

Quando ela vislumbra outras possibilidades tudo muda, sua aventura é mais que uma traição, mais que sexo é um vislumbre de uma vida diferente.

Os conservadores odeiam toda e qualquer forma de arte exatamente por isso, ela pode corromper o status quo, pode colocar minhocas na cabeça de quem, na visão desses falsos moralistas, deveria aceitar o mundo como sempre foi.

Mas para a infelicidade desses canalhas o mundo mudou e continua mudando. Por mais que eles preguem o ódio ao novo, se apeguem em valores do velho testamento e se organizem em partidos fascistas, "o novo sempre vem".

Resta orarem para pneus na frente de quartéis ou pedirem para ETs restabelecerem o mundo em que mulheres eram objetos de cama e mesa.

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Muito bom gostei conto interessante parabéns

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Muito bom!!!

Surpreendente pelo enredo,mas maravilhoso!

Parabéns!!

3 estrelas

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Valeu,Manfi! Obrigado.

E seu conto? Parou por que?

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Tô passando por um problema de saúde que afetou meu trabalho! Acabei caindo numa depressão difícil de lidar!!

Mas eu voltar a escrever!!! Espero seus comentários e palpites lá TB!!!

Valeu....essa semana retornarei..

Abraço

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