OiêÊ!! Meus amores. Vou contar um segredinho para vocês... Eu quase infarto só de lembrar dessa cena, meu desejo era de esquecer; mas, o combinado é Jonas contar a versão dele e logo depois, eu contar a minha. Então vamos lá....
Sabe aquele momento que você sente o mundo desabar em câmera lenta? Pois é, foi exatamente assim que eu me senti quando aquela mão tocou meu ombro na piscina. Eu estava relaxando, curtindo o clima, conversando com Jonas, quando de repente, uma sensação estranha tomou conta de mim. O toque foi suave, mas o arrepio percorreu toda a minha espinha. Olhei pra frente e vi Jonas congelado, com a expressão tensa, mas não era só isso. Ele estava *nervoso*, eu podia sentir.
Antes mesmo de virar, algo me dizia que o que eu ia ver ali não seria bom. E quando eu virei, quase caí para trás. **Raquel**. Ela estava bem atrás de mim, com aquele olhar provocante e sorriso malicioso que eu conhecia tão bem. *Raquel*. A mulher que tinha sido parte daquele jogo insano, daquela noite do espelho. Do que eu vi com meus próprios olhos.
E o que mais me chocou, o que fez meu coração acelerar e congelar ao mesmo tempo, foi o sorriso dela. Ela estava radiante, de biquíni, com aquele corpo perfeito e aquela presença que mexia com qualquer um. Um tipo de mulher que sabe o que faz, e sabe como mexer com a mente de qualquer homem... e de qualquer mulher também.
A primeira reação dentro de mim foi o choque. Eu sabia que Raquel não apareceria aqui sem um motivo, e meu pensamento imediato foi: **Diego deve estar por aqui também.** Meu estômago revirou. Eu não estava preparada para encarar isso. O motivo dessa viagem, esse tempo fora de tudo, era para superar o que aconteceu naquela noite da mansão, para tentar esquecer o que Diego fez... para tentar apagar da minha memória que eu me entreguei a ele de uma forma que nunca pensei que fosse fazer.
Raquel não perdeu tempo. Com a maior naturalidade do mundo, ela sorriu para mim, para Jonas, e começou a falar sobre os dias que estava passando ali no ClubMed. Ah, como ela sabia manipular o clima. Ela fez questão de entregar aquele cartão com o número do bangalô, como se fosse o convite mais casual do mundo. Ela sabia o que estava fazendo. Sabia como me fazer sentir fraca, perdida em emoções que não sabia mais controlar.
— "A gente está em um dos bangalôs aqui, vocês deviam aparecer qualquer dia desses. Vai ser um prazer..." — a voz dela foi doce, mas as palavras foram como uma lâmina afiada. *Era um convite, ou uma provocação?* Eu não sabia mais distinguir.
A tensão era tão palpável, e eu sabia que Jonas sentia tudo aquilo, cada palavra de Raquel cortando no fundo da minha alma. Mas eu não podia demonstrar fraqueza. Eu me virei e olhei para Luiza, que, sem perceber, apareceu no meio de tudo isso, quebrando o clima tenso. Ela parecia tão tranquila, tão animada com a piscina, tão longe de tudo que acontecia entre mim, Jonas e aquele passado que nunca parecia ir embora.
Antes de eu poder processar tudo, Luiza fez a pergunta que eu já sabia que viria. Ela perguntou de onde eu conhecia Raquel. Olhei para ela, tentando disfarçar o pânico, a confusão, e disse, com a voz mais calma que consegui:
— "É uma longa história, Luiza..."
E enquanto ela insistia em saber, eu sabia que não podia falar sobre aquilo agora. Não ali, não diante de tudo o que já tínhamos passado. Me afastei sem mais palavras, indo para a piscina, tentando me afogar na água, no frescor, em algo que pudesse aliviar aquela mistura de desejos, raiva, medo e frustração que borbulhavam dentro de mim.
Enquanto nadava, sentia os olhares de Jonas e Pedro, as lembranças da noite de outrora vindo de volta, me deixando ainda mais perdida. Eu não queria isso. Não queria aquele passado voltando. Não queria que Jonas visse meu corpo e meu coração ainda abalados por tudo aquilo. Mas, ao mesmo tempo, havia algo dentro de mim... um fogo, uma chama que se acendia cada vez mais forte. Não só pela Raquel, mas por todo aquele caos emocional. Eu queria me perder de novo, me entregar ao prazer e à loucura, só para sentir alguma coisa. Qualquer coisa.
