Desta vez recebi uma mensagem de Ataualpa, holístico por princípio, e, por consequência, naturista, nudista, massoterapeuta, massagista erótico e estudioso dos mistérios transcendentais de culturas milenares. Contava 35 anos, conhecera metade do mundo, notadamente aqueles lugares aos quais quase ninguém vai. Por opção, não tinha família: desde que abandonara a casa dos pais, aos dezoito anos, sempre (sobre)vivera sozinho. Também por opção, não tinha bens, senão o estritamente necessário para sobreviver. Por isso afirmou que não tinha dinheiro para o aluguel, mas me propunha uma permuta por sessões de massagem. Aceitei correndo, claro! Só me pediu que promovesse uma completa limpeza no ambiente, principalmente no chão, que para ele era fundamental, questão de sobrevivência.
Quando o recebi, sem roupa, na porta do apartamento, apareceu-me um ser bonito, com as marcas corporais de um homem de sua idade, irradiando simpatia e paz. Retirou o calçado, deixando-o à porta, fez um pequeno ritual de descarrego de energia ruim, que porventura trazia do mundo, e me abraçou efusivamente. Não era perfumado, era cheiroso. Disse-me depois que não usava perfumes, mas ervas aromáticas, que trouxera algumas para me oferecer. Meu falo naturalmente manifestou-se suavemente no contato com seu corpo, mas se manteve comportado, enquanto ele me beijava a testa, a ponta do meu nariz e meus lábios. Nossa, que repentina paz eu senti com sua chegada!
Depois de desnudo, partilhando comigo uma espécie de bolo pequeno, seco por fora e molhado por dentro, sobriamente delicioso – embora eu não conseguisse identificar qualquer sabor conhecido –, conversamos sobre assuntos místicos, sobre a natureza, sobre seu cotidiano. Era maravilhoso ouvi-lo falar. Tinha um timbre tranquilo na voz, de vez em quando sorria, ouvia atentamente o que eu dizia, sem me interromper, mas sabia introduzir sua fala com precisão e ênfase. Não era petulante, entretanto; ao contrário, demonstrava uma humildade linda, que não expunha o muito que sabia.
Porra, eu me apaixonaria inteiro por aquele homem, se ele não me prevenisse, logo nos primeiros momentos de conversa, ser imune a paixões e avesso a quaisquer tipos de relacionamentos, e se era assim era para melhor experimentar e partilhar o todo que o universo lhe proporcionava. Holisticamente.
A primeira parte do “pagamento” da hospedagem foi nessa mesma noite. Na varanda, ele tocou meus ombros e constatou meu estresse ali depositado. Resolveu que iríamos começar a tratar fisicamente aquele incômodo, com uma massagem corporal, inspirada na tailandesa mas adaptada por ele, já que a original e verdadeira é praticada apenas por mulheres. Disse, no entanto, que antes precisávamos conversar, para ele me mostrar formas de evitar a formação daqueles trombos musculares, quando ele não estivesse mais por perto.
Conversávamos sentados lado a lado no chão, a um canto da varanda, quando ele tocou suavemente meu pescoço e o puxou para si, colocando minha cabeça sobre seu colo, e acariciando meu couro cabeludo. O papo continuava e seus cafunés me proporcionavam uma tranquilidade imensa. Por estar com a cabeça praticamente sobre seu pênis, eu sentia o cheirinho gostoso que dele emanava, e me controlava para não o chupar – mas não conseguia evitar que o meu endurecesse para o alto. Ele parecia indiferente a tudo isso, e se mantinha falando e ouvindo com a maior naturalidade.
Quando a lua vestiu-se de prata – ou desvestiu-se da pompa cheia com que chegara, como ele dizia –, me convidou para a sessão de massagem. Forrou minha cama com um lençol que trouxera e me pediu para que deitasse de bruços. Tive certa dificuldade em acumular a rola dura sob mim, mas a pus para trás e me acomodei. Senti a ponta do seu dedo deslizando, a partir de minha nuca, e deixando um rastro frio e oleoso. Chegando às espátulas, ele espalmou a mão e passou a massagear suavemente, o óleo cheiroso se espalhando em profusão pelas costas. Eu tentrava entender como o apenas rastro úmido poderia se transformar em tanto, mas apenas fechei os olhos para sentir toda a intensidade daquela carícia massageadora.
O desfile do dedo continuou bem devagar, passando por cada vértebra, até a última. Eu sentia meu cu latejando, esperando ansiosamente pela chegada do massageador em sua auréola. Mas tive que esperar ele espalhar o óleo sobre minhas costas, minhas costelas, subindo para meus ombros, descendo pelas axilas, novamente espátulas e retornando às costelas. Somente então seu dedo retomou a caminhada e foi descendo, passando do coccix, descendo primeiro por uma nádega, depois pela outra, até se aprofundar no meio e circular meu buraquinho. Senti a baba chegando à cabeça do meu pau, enquanto Ataualpa, metodicamente acariciava-me os glúteos e a região do períneo.
Em seguida, com o auxílio de mais um dedo, foi descendo simultaneamente pelas duas coxas, pernas e pés, no mesmo processo: o filete oleoso que se espalhava multiplicando-se sob suas mãos mágicas. Envolveu meus pés, demorando-se aí um pouco mais, explorando no solado os pontos correspondentes às diversas partes do corpo. Foi então subindo e espalhando mais o óleo que agora cobria todo o meu corpo, emanando um cheiro bom de natureza.
À medida que subia as mãos pelas minhas pernas, coxas e nádegas, meu corpo mais relaxava e ao mesmo tempo se retesava, em contrações de prazer. As mãos subiram pelas costas e ao chegarem na minha nuca, seu corpo estava completamente deitado sobre o meu, eu experimentando a conexão de cada ponto dele. Foi então que senti a dureza de seu pau entre minhas pernas, roçando levemente para cima e para baixo, e, ao descer, tocava na cabeça melada de meu próprio falo, voltado para trás.
Ele começou então a deslizar seu corpo sobre o meu; eu sentia sua rola rígida massageando minhas nádegas, descendo entre elas, passando pela porta do meu cu e tocando na minha rola. Infinitas vezes. Até que senti sua respiração no meu ouvido, e sua voz sussurrando: “Posso entrar?” Meu coração disparou fortemente, enquanto eu meneava afirmativamente com a cabeça. Então o deslizar do seu corpo em minhas costas foi se tornando mais sinuoso e a cabeça de sua pica já não passou direto, mas deteve-se na porta de entrada. A uma leve pressão, senti-o me penetrando delicadamente, enquanto a massagem continuava no restante do corpo. Ao chegar no fundo de mim, parou e senti o pulsar de seu pau; passou a movimentar, subir e descer, e eu fui entrando em estado de nirvana. Seu dedo mágico tocava sensivelmente na cabeça da minha rola, voltada para trás e toda molhadinha.
Até que senti seu pau engrossar mais e jatos de seu líquido inundar-me as entranhas – ele gemia discretamente, enquanto movimentos involuntários do seu corpo, provocados pelo orgasmo, pareciam complementar a massagem. Sua discreta pressão sobre o meu pau fê-lo também explodir, jorrando longe o meu prazer. Ele então deitou-se sobre minhas costas e ficou parado um bom tempo, com a rola atolada no meu cu, e deixando seu líquido descer para fora, enquanto ela voltava à complacência natural.
Em seguida, retirou-se de cima de mim, com bastante cuidado, juntou as pontas de seu lençol, me envolvendo completamente, e sugerindo, com um beijo na minha nuca, que eu fechasse os olhos e dormisse. Acordei apenas no dia seguinte, com o barulhinho dele preparando seu desjejum, na cozinha. Meu corpo completamente relaxado, cada fibra vibrando de liberdade, meu cu fresco com a brisa da manhã.