CAPÍTULO 15
A empatia entre Margie e Chantal, que no início pareceu a todos um milagre, logo mostrou ser um pesadelo. Ninguém estava suportando mais o comportamento das duas que passavam o dia inteiro brincando na praia. Isso sem falar que a pantera era mais uma boca para ser alimentada. E que boca! Por animal carnívoro que consome outros animais, sendo eles terrestres, aquáticos ou aves, estava obrigando Cahya, Na-Hi e Diana se dedicarem mais à pesca do que deveria. Porém, bastaram quatro dias para que Margie aprendesse que isso não era necessário. Cansada de ter que pescar e ao mesmo tempo se dedicar à construção que tinha iniciado, Na-Hi falou:
– Olha aqui Margie. Manda essa sua gata ir caçar que nós temos mais o que fazer aqui.
– A Chantal não é gata. Ela é uma onça.
– Não fale bobagem. Onça só existe na América do Sul.
– Então é um leopardo com o mesmo problema.
Na-Hi olhou um bom tempo para o animal que, ao lado de Margie a encarava com seus olhos amarelos e depois explicou:
– Leopardo não pode ser. Os leopardos têm os pescoços mais compridos e a cauda mais longa. Pensando bem, está mais para onça mesmo.
– E como é que essa onça veio parar nessa ilha? – Perguntou Pâmela que até aquela hora escutava a discussão sem interferir.
– Sei lá. Nem sei se isso aqui é uma ilha mesmo. Vai saber. Para ter certeza, teríamos que dar uma volta completa nela. Mas isso parece que não vai rolar. Pelo menos não enquanto aquela nuvem negra estiver parada sobre a montanha.
Toda aquela conversa era muita informação para Margie que precisava alimentar sua nova companheira. Então, vendo que Na-Hi não parava de se dedicar à tarefa de construir um cômodo para que todos se abrigassem, anunciou:
– Tudo bem então. Pode deixar que eu mesma vou pescar.
– Isso. Vai lá. Afinal de contas, era você que vivia insistindo que queria fazer isso? Então vai lá?
Foi a pior ideia que já tinham tido até aquele dia. Margie pegou uma das lanças que Na-Hi e Cahya sempre usavam para pescar e logo depois a algazarra dela com Chantal, que a seguiu até o local de pesca era ouvido em todo o acampamento e acabou se tornando uma distração para todos que pararam de fazer seus trabalhos para prestarem atenção. Bastava Margie ver um peixe para começar a gritar, o que fazia com que a presa fugisse. No final, foi a pantera que conseguiu capturar um, porém, era tão pequeno que ela devorou na mesma hora.
Da alegria diante de sua primeira pescaria ao desânimo e depois revolta, não demorou muito e logo Margie estava sentada na areia chorando, Chantal, ao ver a garota triste, tentou distraí-la, mas o seu gesto de carinho, que era o de tentar lamber o rosto de Margie a deixou ainda mais irritada e ela falou com voz chorosa:
– Pare com isso já Chantal. Você não me deixa pescar e fica me rodeando pedindo comida. Você é que devia caçar para mim.
Como se aquilo fosse uma ordem, a pantera se afastou e, depois de um minuto imóvel e olhando fixamente para Margie, virou as costas e saiu correndo se embrenhando na mata, enquanto a garota corria atrás dela gritando:
– Chantal. Volte aqui. Eu não estava falando sério.
E logo a garota também sumiu entre as árvores. Diana, preocupada, perguntou para \Na-Hi se não ia atrás dela e a coreana respondeu:
– Nem pensar Diana. Eu tenho mais o que fazer.
– Mas Na-Hi. A Margie não tem nenhuma experiência em andar na mata. Ela vai se perder.
– Vai nada. Logo ela volta. O duro é que vai voltar chorando e enchendo o saco. Você vai ver só.
Na-Hi estava errada e, cerca de meia hora depois, era ela que demonstrava preocupação e chamou o Ernesto para acompanhá-la. Ela ia procurar por Margie. Diana sugeriu que ela continuasse a trabalhar que cuidaria disso e, com sua oferta aceita, logo saiu em companhia de Ernesto e Pâmela.
O grupo de busca não andou quinhentos metros e encontraram a garota sentada embaixo de uma árvore em prantos. Seu rosto era a própria imagem do desespero e, ao ver seus amigos chegando, disse entre soluços:
– A Chantal... Ela foi... Embora... Culpa da Na-Hi que... que não quer que... ela se alimente.
Talvez por ser a mais velha entre as mulheres daquele grupo, Pâmela sentiu se compadeceu da garota. Parecia que ela sentia a dor que a outra sentia e se sentou ao lado dela abraçando seu corpo miúdo enquanto falava:
– Ela não foi embora Margie. Só deve ter ido caçar. Você vai ver. Não demora e ela está de volta.
– Ela não vai... Voltar... Ela ficou... chate... chateada comigo... Só porque eu... falei para ela... Ela ir caçar.
– Não. Ela volta sim.
Enquanto falava, Pâmela fazia sinais com a mão para que o Ernesto e a Diana voltassem para o acampamento e que ela ficaria ali fazendo companhia para Margie. Eles entenderam e saíram sem falar nada.
Fazia três dias que Na-Hi trabalhava com afinco na construção da casa de um único cômodo que ela projetara. Com a ajuda de todos, menos de Margie que estava ocupada em “cuidar” de Chantal, muito embora não fosse possível dizer quem cuidava de quem ali, pois só sabiam brincar, ela tinha fixado alguns troncos no chão e depois, usando alguns troncos de eucaliptos que eles encontraram, construiu uma base e agora, sobre eles e usando troncos menores, fazia o piso que ainda não estava pela metade.
O sol já estava se escondendo atrás da nuvem negra, e Na-Hi já se preparava para encerrar suas atividades do dia quando ouviram os gritos agudos de Margie. A impressão que todos tiveram era a de que a garota pedia ajuda e a coreana e Nestor, num piscar de olhos, já seguravam suas facas e esperavam por Henrique e Ernesto que faziam a mesma coisa para correrem na direção dos gritos, porém, antes que começassem a se mover, Na-Hi falou:
– Esperem. Os gritos estão ficando mais altos. A Margie está vindo para cá.
Para confirmar as palavras da coreana, mal ela acabou de falar e a Pâmela apareceu andando no lado sul da praia, bem perto de onde a vegetação e o mar lutavam por espaço. Cinco segundos depois apareceu Margie que executava uma espécie de dança em volta de Chantal, gritando palavras em francês que ninguém conseguia entender.
Entretanto, o que chamava mesmo a atenção não era a alegria de Margie e nem o fato de Chantal ter voltado. O que todos olhavam estarrecido era o cervo que o animal prendia e suas presas que, apesar de parecer ter o mesmo peso que a pantera, era transportado com a maior facilidade.
Quando aquele estranho desfile chegou perto deles, ouviram Margie dizer à Chantal que entregasse o produto de sua caça para Cahya e houve até quem risse disso, pois a ruivinha falava com o animal como se essa a entendesse, o que era totalmente descabido.
Qual não foi a surpresa de todos quando viram Chantal se aproximar de Cahya que permaneceu imóvel, pois embora não confessasse isso, morria de medo da pantera, e depositou o cervo morto aos seus pés, enquanto Margie descontava sua frustração anterior em cima de todos:
– Viram só. Vocês viram isso? Ficam aí implicando com a Chantal e ela foi buscar comida para todo mundo.
– Não foi para todo mundo, Margie. Ela caçou para ela mesma.
– Eu acho que não. – Explicou Pâmela,
– Como assim? O que você quer dizer?
– Quero dizer que, se a Chantal fosse um leopardo, ela teria levado a caça para cima de uma árvore para evitar predadores. Mas ela é uma onça e essas comem até se fartarem e depois enterram o que sobrou o cobrem com capim para se alimentarem mais tarde.
– Onça? Leopardo? O que aconteceu com a pantera?
– O existe um animal específico chamado de pantera. Pantera é uma espécie. O leopardo é pantera, a onça das Américas é pantera e tem outros que não me lembro agora. No caso da Chantal, pelo formato do corpo, tamanho e comprimento da cauda, ela é uma onça.
– Olha só. Temos uma viciada em National Geographic aqui.
– Não sou. Mas tive uma colega na acade... Quero dizer, – corrigiu ela olhando para o Ernesto com receios nos olhos, o que causou estranheza em Na-Hi que foi a única a perceber, – Na faculdade que adorava essas coisas. Pior de tudo é que ela gostava de ficar falando sobre isso também
Cansada daquela conversa, Na-Hi interviu:
– Tudo bem. E por que você acha que ela não caçou para ela.
– Eu não disse isso. Ela caçou, se alimentou, escondeu o que restou da caça e depois caçou outro de novo para trazer para nós.
– Ah tá! Papai Noel de quatro patas! Quanta besteira! – Caçoou Diana.
– Não é besteira nenhuma. – Insistiu Pâmela e começou a explicar: – Olhem para esse animal! Vejam que ela só tem a marca da mordida que a matou, Está no pescoço. Se a Chantal estivesse com fome quando a abateu, o cervo já estaria estraçalhado e ela só traria os restos.
– Viu só, Na-Hi. Você tem que se lembrar disso quando for negar comida para Chantal. Aliás, acho que você já está devendo uns vinte peixes para ela. E dos grandes.
– Eu acho que vou te ensinar a pescar e você cuida disso. Mesmo que eu tenha que te amordaçar para você aprender a ficar quieta quando estiver pescando.
– E agora? O que fazemos? Quem vai ter coragem de pegar esse animal e começar a trabalhar nele para a gente poder comer.
– Deixe que eu faça isso. – Se ofereceu Diana.
Diana se aproximou de Cahya que até agora não falara nada, mas quando ela fez menção de pegar o animal morto aos pés dela, ouviu-se um rugido. Todos olharam para Chantal e viram seus dentes expostos em uma postura agressiva. Foi Pâmela que melhor interpretou a reação do animal e falou>
– Melhor ninguém pegar. – E depois se dirigindo para Cahya: – Tem que ser você.
Cahya apenas balançou a cabeça negando. O pavor em seu rosto era claro.
– Por que tem que ser a Cahya? – Perguntou Henrique que, ao ver a reação de Chantal, foi se postar ao lado da esposa.
– Porque a idiotinha da Margie falou para ela entregar para a Cahya.
– Eu não sou idiotinha! – Protestou Margie.
– Então isso vai apodrecer aí. Pois a Cahya não vai se arriscar a ser atacada. – Informou Henrique.
Uma discussão teve início e o tema era sobre quem teria coragem de pegar o animal. Na-Hi se prontificou, mas foi desencorajada por Pâmela.
Enquanto todos discutiam, Margie se aproximou de Chantal e falou alguma coisa ao ouvido do animal. Como se tivesse recebido uma ordem, Chantal foi até onde deixara o cervo, prendeu o pescoço dele com suas presas e o levantou se aproximando de Cahya que nem por isso ficou mais calma. Mas Margie se dirigia a ela falando:
– Vamos Cahya. A Chantal está te dando um presente. É grosseria sua não aceitar.
Cahya estendeu a mão para pegar o cervo e o Henrique a puxou para trás. Ela olhou para ele e fez um movimento com a cabeça que todos entenderam seu um pedido dela para que ele não interferisse. Depois, estendeu lentamente as mãos e segurou firmemente as duas patas dianteira do animal morto enquanto falava:
– Obrigado Chantal.
Parecendo entender o agradecimento, a pantera avançou e lambeu com sua língua grossa a mão da garota que sequer conseguia manter o peso do animal e só não o soltara porque a traseira do mesmo estava apoiada no chão. Vendo a dificuldade de sua mulher, o Henrique se aproximou para ajudar, porém, antes quando se abaixou para segurar as patas traseiras, olhou para Chantal e perguntou:
– Eu posso?
A reação de Chantal foi surpreendente. Ela se deitou com a barriga no chão e as patas dianteiras estendidas para frente e pousou sua cabeça nas mesmas ficando a encarar Henrique. Margie, de onde estava, falou para ele:
– Isso é um sim Henrique. Pode pegar.
Sem fazer nenhum movimento brusco, ele segurou as patas do cervo e ajudou Cahya a transportá-lo para perto de onde Na-Hi tinha armado a fogueira. Aquele dia foi um marco no relacionamento de todos com Chantal que passou a permitir que qualquer um deles lhe fizesse afagos em sua pelagem negra. A única reação adversa que ela tinha era quando alguém se encostava em Margie.
Com a ajuda de Na-Hi e Nestor eles conseguiram esquartejar o animal ainda naquele dia. Quer dizer, o resto do dia e parte da noite. Demorou mais porque a coreana insistiu em que a pele deveria ser retirada por inteiro, dizendo a todos que eles iam precisar dela para fazer roupas.
Um jantar de costela de cervo assado na brasa foi o ponto alto da alimentação deles até aquele dia. Não que isso sairia barato, pois partir de então, todos tinham que aguentar, e sem reclamar, a algazarra das brincadeiras constantes de Margie e Chantal. Não que deixassem de descontar a irritação que isso causava, como no dia em que o Nestor comentou com Henrique:
– Dizem que o cérebro forte domina o cérebro fraco. Quem você acha que está dominando naquela relação ali?
Entendendo a brincadeira, Henrique respondeu:
– Eu aposto todas minhas economias na Chantal.
– Então não vai ter aposta. Porque eu também.
– Eu estou ouvindo isso, seus idiotas. – Gritou Margie que estava perto o suficiente e falou sem olhar para os dois.
No dia seguinte, logo de manhã, Na-Hi anunciou a todos que deveriam desossar o animal, salgar a carne e estendê-la para evitar que se deteriorasse. Todos os que estavam presentes, menos Margie que, naquele momento brincava com Chantal no mar e Ernesto e Milena que não estavam presentes, se puseram a trabalhar sob a orientação de Nestor que demonstrou ter prática aquela tarefa.
– Onde se enfiara o Ernesto e a Milena?
– A Milena acordou o Ernesto e o desafiou a caminharem pela praia do outro lado das pedras.
– Mas lá tem tubarões! – Alertou Na-Hi.
– Não se preocupe. Eles não vão entrar no mar. A ideia era apenas caminhar.
A serenidade de Pâmela contagiou a todos e ninguém mais se preocupou com isso. Porém, apenas parte do que ela informara era verdade, pois ela sabia muito bem que Milena e seu pai não chegariam perto daquela praia. Pelo menos não naquele dia.
Milena acordara o pai e o chamara para tomar banho no lago e como nos últimos dois dias a filha não fizera nenhuma tentativa de assediá-lo, aceitou com entusiasmos. Ele acreditava que precisava mesmo conviver mais com Milena. Eles foram até o lago e ela o deixou ainda mais tranquilo quando não tirou a roupa e entrou na água com a saia e sutiã improvisado com as pernas da calça jeans de Diana. Entraram na água e ficaram conversando quando ela o desafiou a ir até a cachoeira:
– Melhor não Milena. É perigoso.
– Não é não papai. Eu já fui lá. É gostoso.
– Mas a Na-Hi falou que...
– Esquece a Na-Hi seu Ernesto. Ela nunca chegou nem perto da cachoeira. Como é que pode dizer que tem perigo.
Ernesto, vendo a ansiedade da filha, resolveu aceitar e eles foram caminhando perto da margem em um local onde a água atingia a altura dos peitos de Milena e o quadril de Ernesto, bem mais alto. Enquanto andava orientava o pai com relação à corrente da água, orientando que ele não devia lutar para vir à tona e sim deixar se afundar e depois nadasse em direção ao outro lado da queda d’água. Ernesto entendeu e agiu exatamente como fora orientado, subindo à tona atrás da cachoeira e próximo às pedras que davam acesso para a caverna. Quando Milena emergiu ao lado dele, ele olhava admirado para a caverna, admirando o brilho que vinha de dentro dela.
– Não é lindo papai.
– Um espetáculo filha. Se você já veio aqui, porque não falou para os outros sobre essa caverna?
– Eu sei que vou ter que contar, pai. Mas antes de fazer isso, eu queria curtir um pouco mais essa sensação de saber algo que ninguém mais sabe. – E depois, pegando a mão dele, puxou para a pedra que dava acesso à caverna enquanto falava: – Vem papai. Você vai ver que lá dentro o efeito é muito mais bonito.
Sem desconfiar de nada, Ernesto seguiu docilmente sua filha e escalou a pequena altura usando as pedras que estavam dispostas de forma tal que mais pareciam uma escada. Quando chegaram lá, Milena o animou a entrar até onde havia a camada fina de areia e ficou fora da visão dele que olhava para a parede como se estivesse diante de um lindo espetáculo. Quando se lembrou de olhar para trás, viu o corpo de sua filha refletindo aquela infinidade de cores e não pode evitar um suspiro. Ele que ainda não se habituara à beleza que a filha exibia com seu corpo brilhando ao sol da ilha, agora estava diante de um espetáculo que era infinitamente mais belo que aquele, pois além do brilho, havia as cores. Os diminutos raios coloridos se deslocavam pela pele de Milena criando um efeito ainda mais devastador.
E foi nesse instante que aconteceu o que ele tanto temia. Diante da filha, não conseguiu evitar uma ereção instantânea que marcava sua calça molhada. Buscando força no fundo do seu ser, ele conseguiu se virar e ficou de costas para ela.
Durante um minuto, nada aconteceu e ele começou a se tranquilizar. Mas seu coração ainda batia forte e acelerou de vez quando ele sentiu Milena o abraçar por trás e o contato dos seios durinhos dela pressionado em suas costas e seu pau só não ficou mais duro do que estava porque isso era impossível. Com o rosto encostado na altura das omoplatas, ela começou a deslizar a mão para baixo até chegar ao botão de sua calça e, sem abri-lo ela enfiou a mão por dentro e continuou abaixando sua mão até encontrar o que estava procurando. Não foi um contato direto, pois ainda havia o tecido da cueca dele entre aquela mão macia e o pau vibrante de Ernesto e, quando ele se lembrou de que sua cueca era do tipo samba canção, ficou apavorado, porém, já era tarde, pois enfiando a mãozinha por dentro da abertura da cueca, ela arrastou as unhas por toda a extensão do cacete dele enquanto falava com uma voz carregada de tesão:
– Nossa papai! Você nem imagina o quanto já sonhei com esse momento.
Ernesto pensou em protestar, mas quando abriu a boca, o único som que se ouviu foi o de seu gemido rouco. Milena ficou então nas pontas dos pés e começou a beijar a nuca do pai. Totalmente vencido, o homem se virou de frente para a filha e viu que ela não se livrara apenas do sutiã. Milena estava completamente nua, mas ele sequer teve tempo de admirar a beleza daquele corpo maravilhoso, pois ela, dando cruzou os dois braços atrás do pescoço dele e, dando um impulso, se enganchou nele se mantendo no ar ao abraçar seu quadril com suas pernas roliças. Ele também não teve forças para lutar contra o desejo de colar sua boca naqueles lábios que cada vez se aproximavam mais e se rendeu de vez ao desejo aceitando o beijo.
O beijo, desde o seu início, foi violento, ultrapassando o limite do profano. Milena não esperou um segundo para forçar a passagem de sua língua entre os lábios de Ernesto que aceitou a invasão com prazer e começo a chupar a língua dela fazendo uma forte sucção. Ele levou as duas mãos para baixo e segurou suas nádegas ajudando-a a se manter enroscada nele.
A sensação era indescritível e Ernesto mais tarde a descreveu como se estivesse com a filha em três situações diferentes, quando na verdade acontecia tudo ao mesmo tempo. O sabor da saliva e a maciez da língua explorando sua boca, os seios durinhos espremidos de encontro ao seu peito, e a umidade da bucetinha dela que vazava seu suco em sua barriga, na altura de seu umbigo.
Aquele beijo durou um tempo que ele mesmo não soube dizer quanto foi. Para ele pareceu ser horas, mas ao mesmo tempo, pareceu ser muito rápido porque, na verdade, ele queria que durasse para sempre.
Entretanto, foi Milena que desfez o beijo. Ela queria mostrar ao Ernesto que conhecia outras magias e estava disposto a usar todo o seu arsenal de artimanhas sexuais naquele dia. Ela já sabia que tudo se repetiria no futuro, mas ela queria uma primeira vez especial. Uma primeira vez que ele, se vivesse cem anos, ainda recordaria daquele dia.
Desgrudando-se do pai, Milena ficou na ponta dos pés e começou a beijar, lamber e dar leves mordidas em seu pescoço. Depois desceu até seu peito e passou a chupar e lamber seus mamilos. A garota fazia tudo no tempo certo. Ela parecia não ter pressa de nada, mas também sabia o exato momento que devia ir em frente.
Depois dos peitos, ela foi descendo pela barriga, se dedicando a lamber o umbigo e, enquanto fazia isso, suas mãozinhas abriam sem pressa a botão e o zíper da calça de Ernesto, puxando-a para baixo quando conseguiu. Depois repetiu o mesmo com sua cueca e foi baixando até que a roupa dele caísse em seus pés. Nesse momento, o pau duro dele vibrava a centímetros de seu rosto. Ela aproveitou para, enquanto livrava a roupa do pai que a auxiliou levantando os pés, deu uma lambida na cabeça do pau. Quando finalmente tinha ele todo nu e sabia que, naquele momento ele era seu, apenas seu, ela segurou o pau dele com, mas duas mãos sobrepostas, fazendo com que a metade dele ficasse livre, Então, olhando para cima, se fixou nos olhos dele que se sentiu enfeitiçado com o verde brilhante e que mudava de cor a todo instante por causa do efeito emitido pelas paredes da gruta, Sem perder o contato visual, ela abriu sua boquinha e cobriu com seus lábios sensuais a cabeça do pau dele, começando a fazer uma leve sucção que logo foi se intensificando.
De repente, como se tivesse recebido instruções do além, Milena pareceu enlouquecer e, tirando as mãos do pau de Ernesto que foram pousar na parte posterior das coxas, dando a entender que não permitiria que ele fugisse dali, começou a movimentar sua cabeça lentamente. Ela avançava até que o pau duro dele tocasse em sua garganta e depois recuava. Tudo feito em câmera lenta e sem perder o contato visual. Isso durou até que ele, sem poder mais resistir e totalmente entregue, falou com voz cheia de desejo:
– Vai filhinha. Chupa o pau do papai. Nunca ninguém me chupou tão gostoso assim.
Ao ouvir aquilo, a garota enlouqueceu. Aumentando a velocidade dos movimentos que fazia com a cabeça, ela abocanhava o máximo que podia e controlava a ânsia que sentia quando aquele pau que nunca pareceu tão grande invadia sua garganta e depois voltava até ter somente a cabeça em sua boca e sugava novamente com força. Ernesto gemia e ela ia repetindo os movimentos até que sentiu uma vibração diferente naquele pau que a enlouquecia e resolveu acabar de vez com qualquer receio que seu pai tinha com relação a fazer sexo com ela. Tirando o pau da boca e olhando para ele, ela falou:
– Agora papai. Vem. Goza na boca de sua filhinha. Dá leitinho para ela, dá; Alimenta a fome que ela sempre teve por você. Vai pai. Goza na minha boquinha.
O primeiro jato expelido pelo pau de um homem totalmente fora de si atingiu o rosto da garota ao lado do seu nariz, mas ela foi rápida o bastante para não deixar que o segundo fosse desperdiçado e esse atingiu sua língua que estava para fora, Os que se seguira, que nenhum dos dois conseguiu contar, foi em sua boca fechada sobre a cabeça do pau dele e todos eles atingiram em cheio sua garganta. Milena manteve a cabeça imóvel para que o pau do pai não se aprofundasse em sua boquinha e ela tivesse espaço para deixar seu leite depositado na boca, pois ela, antes de engolir, queria sentir o máximo o sabor dele.
Sem dar descanso ao pai, ela continuou chupando seu pau, mesmo depois de ter engolido toda a porra despejada em sua boquinha e depois o deixou limpinho. Em seu coração vibrante, o júbilo sentido ao notar que o pau de Ernesto, mesmo depois de ter despejado todo o líquido de seu prazer na boquinha ávida de Milena, continuava com a mesma rigidez.
Sabendo que Ernesto não ia precisar de tempo para recuperar, Milena se deixou cair de costas na areia, abriu as pernas e deixou sua linda buceta exposta aos olhos de gula que seu pai dirigia a ela. Então falou:
– Vem papai. Me fode agora. Come minha bucetinha que está querendo seu pau dentro dela há tanto tempo.
– Eu vou fuder sim, minha filha. Mas antes eu quero beber esse mel que está escorrendo dela.
– Depois você chupa papai. Agora só me come.
– Não. Primeiro eu vou te chupar.
– Por quê? Você tem nojinho?
– Não. E vou provar isso te chupando depois. Eu só quero sentir o sabor que sempre imaginei.
Com a confissão de Ernesto que já era desejada por ele, Milena concordou e falou:
– Está bem meu amor. Vem cá vem. Pode chupar do jeito que você quiser.
Ernesto, que já estava de joelho diante dela, deixou seu corpo cair sobre ela e beijou sua boca. Foi uma repetição do beijo que deram antes, só que agora, ele parecia ter pressa e logo liberou a boca dela para atacar os seios duros e apetitosos. Gatou minutos a saborear cada um deles, lambendo e chupando e, quando finalmente aplicou nos mamilos uma leve mordida, sentiu o corpo de Milena tremer enquanto ela gemia alto e erguia o quadril para cima. A garota gozava e, na insanidade de seu gozo, parecia que sua buceta ganhara vida própria e se movimentava em busca de algo que a penetrasse e aumentasse o enorme prazer que já sentia. Um prazer que, por mais vibrante e intenso que fosse, nunca chegava ao seu limite. Ela sabia que precisava mais. Ela queria mais, sempre ansiou por isso e não ia deixar escapar a oportunidade.
Ernesto, vendo o suco que escorria da buceta gordinha de Milena, se posicionou no meio das pernas dela e ficou admirando a beleza que aquela xoxota exibia. Era uma bucetinha toda fechada, apenas com o grelinho se sobressaindo. Os pelos macios e castanhos, do mesmo tom dourado de sua pele, já crescido pelo tempo que estavam naquela ilha e não se depilava, também brilhavam e ia alterando as cores ao menor movimento que a garota fazia. A buceta de sua filha era de uma beleza tal que ele gostaria de ficar por horas ali admirando, porém, ele sabia que aquele não era o momento, Ele teria muito tempo ainda para contemplar aquela obra prima. Então baixou o rosto e deu uma lambida que começou pertinho das preguinhas do cuzinho dela e foi subindo até atingir o grelinho.
O chiado provocado pelo ar abandonado os pulmões de Milena ecoaram nas pedras brilhantes da caverna e foi ampliando antes de atingir os ouvidos de Ernesto potencializando seu desejo. Um desejo insano de possuir e de ter o prazer de dar prazer àquela mulher linda. Não só linda, mas tão empenhada em retribuir todo o prazer que recebia, o que fazia de uma garota mimada e pirracenta a mulher maravilhosa que seu pai via naquele momento. Ernesto passou então a agir e a chupar a buceta que tanto desejara nos últimos dias, mas que evitava por entender ser proibida para ele.
O cheiro que exalava daquela fenda fechada, o sabor do mel que não parava de escorrer de dentro dela, a textura da pele que cobria os grandes lábios e a deles próprios quando ele, usando as duas mãos, abriu aquela bucetinha e até mesmo a maciez dos pelos castanhos que, quando passava o rosto por eles, mais pareciam plumas a acariciar seu rosto e por fim, a consistência dura e ao mesmo tempo macia do grelinho inchado que se amoldava à sua boca quando sugava, fazia com que Ernesto se esquecesse completamente de quem era e aonde estava. Não existia para ele naquele momento nenhuma relação de tempo e espaço, pois sua sensação era a de que se deslocava à velocidade da luz, porém, não em um deslocamento louco, mas como se estivesse flutuando enquanto o universo todo aplaudia seu prazer e o invejava.
Milena voltou a gozar ruidosamente e mais uma vez forçou o quadril para cima, mas dessa vez, sua buceta sedenta não encontrou o vazio, pois a boca de seu pai estava lá para explorar todo o seu ser e ampliar seu orgasmo que se repetia sem parar.
Mais uma vez não teve intervalo para descanso, pois qualquer um dos dois envolvidos naquela foda classificaria isso como uma perda de tempo. Quando o corpo de Milena finalmente parou de tremer e ela voltou a apoiar sua bundinha na areia, Ernesto ficou de joelhos entre a perna dela e sabia o que tinha que ser feito. Aquela buceta sedosa era um buraco negro e ele tinha se deixado levar até a ‘zona de evento’, local que, quando alcançado por qualquer corpo celeste, não consegue mais escapar da atração do buraco negro.
No caso de Ernesto, seu pau era atraído por um buraquinho de tom rosa e não negro, mas isso não queria dizer que a força gravitacional que o atraía para ele fosse menor. Ele não conseguia acreditar que, depois de ter gozado e ter feito a filha gozar por duas vezes, ainda sentisse a necessidade de possuí-la por completo. Não houve espaço para carinho ou cuidados. Como um desesperado, ele se deitou sobre a filha que, parecendo já estar esperando pela reação dele, já estava com suas mãozinhas preparadas para segurar o pau duro dele e posicionar na entrada de sua bucetinha. Foi insana a posse, pois em um segundo Ernesto estava de joelhos no meio das pernas de Milena e no segundo seguinte sentia seu pau tocar no útero dela tal a força que socava seu pau, Milena virava os olhos, balançava a cabeça para os lados e o homem seu viu obrigado a segurar seus cabelos usando as duas mãos. Sem contemplação, ele puxou com força fazendo com que o rosto dela ficasse imóvel e só assim pode atacar a boquinha entreaberta, enfiando a sua língua como se dentro daquela boca estivesse o único alimento que ele necessitava para continuar vivendo. A dor da penetração, a dor por ter seus cabelos puxados e o beijo violento acabaram com qualquer resquício de sanidade de Milena que gozou aos gritos, em um milagre de conseguir emitir algum som tendo sua boca ocupada pela língua devassa de seu pai.
Ernesto gozou no fundo da buceta da filha, mas nem seu pau deu sinais de cansaço e nem ele queria parar e continuou movimentando o pau dentro dela. Imediatamente, Milena voltou a gozar e depois gozou mais uma vez e mais uma quando ele se sentiu o senhor dos prazeres ao gozar pela segunda vez sem nenhum intervalo. E teria continuado se Milena não pedisse:
– Ai papai! Isso é tão bom e eu ia querer ficar assim para sempre com você. Mas você tem que parar agora porque eu quero você gozando de novo, mas dessa vez no fundo do meu cuzinho.
Sem entender como podia o seu tesão ficar maior do que já era, Ernesto sentiu seu coração acelerar ainda mais em seu peito. Imediatamente, ele tirou seu pau da bucetinha dela e tentou enfiar no cuzinho dela, mas Milena fechou as pernas enquanto falava\;
– Não assim papai. Hoje eu quero ser sua cadelinha. Hoje eu quero que você me foda por trás. – Dizendo isso já foi ficando de quatro e quando deixou seu bumbum levantado, deu o golpe de misericórdia. – Eu não se esqueça papai. Pegue nos meus cabelos e puxe. Faça como se estivesse montando uma égua e precisasse segurar suas clinas para não cair.
O máximo de controle que Ernesto conseguiu manter, foi o que usou para lubrificar o rabinho de Milena com sua língua. Ele desceu com a língua até a bucetinha dela e manipulou para poder trazer parte de seu mel até o cuzinho dela e depois tentou enfiar um pouco dentro usando apenas a língua e fazendo a garota gritar de prazer ao mesmo tempo em que arrebitava ainda mais sua bunda perfeita. Depois, sem se preocupar se a lubrificação era suficiente ou não, colocou o pau nas preguinhas dela e forçou. A cabeça entrou na primeira tentativa, Milena gritou em um misto de prazer e dor e ele parou. Não devia ter feito isso, pois o desespero da garota em ter seu rabinho invadido era tanto que ela forçou sua bunda para trás e foi engolindo com seu cuzinho apertado todo o cacete do pai que soube que tinha chegado ao fundo dela ao sentir seu saco ficar melado ao encostar na bucetinha dela que já pingava o líquido viscoso e transparente de seu prazer. Ernesto segurou com as duas mãos a cintura dela que falou quase gritando:
– Ai não papai. Os cabelos. Segura meus cabelos e fode a sua égua putinha.
Ernesto nunca foi um homem violento. Ele podia sim dar uns tapinhas na bunda de alguma mulher que estivesse fodendo e pedisse por isso. Mas agora ele não se conhecia e agiu de acordo com os desejos de sua filha. Segurou os cabelos loiros e compridos de Milena, fez um movimento com o pulso para que os mesmos ficassem enrolados em seu pulso e puxou com força. Tanta força que Milena bufou e curvou o corpo para trás ao ponto de arriscar-se a uma fratura na coluna. Depois ele puxou para o lado obrigando que ela virasse o rosto para ele e, com a mão livre, desfechou um tapa em sua carinha de puta.
O grito de Milena era indefinido. Não dava para dizer se era de dor ou prazer e encheu a caverna que ampliou o som e emitiu ecos que foram morrer ao se chocarem com a água da cachoeira. Imediatamente ela começou a falar com voz chorosa|:
– Isso Ernesto. Faça isso com sua fêmea meu cavalo gostoso. Fode sua égua e me bate mais. Mostra pra mim que você é meu dono. Me ensina a ser puta, mulher. Eu quero ser sua. Hoje e sempre. Fode meu cu seu safado. Pai safado. Me bate de novo macho. Bate na minha cara que eu preciso disso para aprender que sou sua.
O segundo tapa foi dado. O rosto de Milena, agora vermelho pelos dois tapas que recebeu começou a refletir o brilho que recebia das pedras em tons mais escuros. Ela, fazendo um movimento de contorcionismo, conseguiu colocar seu braço direito atrás do pescoço do pai e puxou o rosto dele para perto do seu e beijou sua boca. Agora era ela que invadida a boca dele com sua língua elétrica o deixando louco. Gozaram ao mesmo tempo. Um gozo tão intenso que não foi possível continuarem com suas bocas grudadas e ambos gritaram. Os gritos, em tons diferentes e harmoniosos como se executassem a mais sublime das músicas encheu a caverna e dessa vez ficou se repetindo em ecos maravilhosos que continuaram, mesmo depois que os dois corpos suados estavam deitados na areia em uma posição de conchinha e Milena ainda sentia o pau de seu pai vibrar dentro do seu cuzinho.
A vontade de ambos era continuar, mas foi Milena que usou um pouco de bom senso e falou depois que eles descansaram:
– Que pena papai. Eu queria ficar aqui o resto da vida. Mas temos que ir embora.
– Por quê? Ainda temos tempo. Ainda vai demorar muito até a hora do nosso lanche da tarde.
Milena riu do pai e perguntou:
– Demorar? Que horas você pensa que é? O horário do lanche já passou faz tempo.
– Não acredito. Não faz nem duas horas que estamos aqui.
– Meu querido papai. Meu amante gostoso. Eu não posso dizer quanto tempo estamos aqui, mas posso te garantir que foi muito mais que duas horas. Se não foi o dobro disso, é porque foi mais.
– Não pode ser. Como o tempo pode ter passado tão depressa?
– A mágica papai. Não foi você que disse que essa ilha é mágica. Pois se é verdade que a ilha é mágica, o centro dessa magia deve estar nessa caverna. Você não percebeu como a gente se sente especial quando estamos aqui?
– É verdade. Nunca me senti assim. Mas não acho que tudo o que senti seja por estar na caverna. Acho que sentiria o mesmo estando com você em qualquer lugar. Você é que é especial.
– Cuidado papai. Você falando desse jeito vou acabar acreditando que você vai me querer sempre e em qualquer lugar.
– Isso é uma coisa que você pode acreditar. Você não me escapa mais. Eu vou te querer o tempo todo.
Milena deu um beijo na boca do pai e depois falou:
– Nossa papai! Que lindo isso! Hoje eu me sinto a mulher mais feliz do mundo. Mas agora temos que ir.
Dizendo isso ela puxou ofereceu a mão para ajudar o pai a se levantar. Ambos se vestiram enquanto Milena instruía o pai como proceder para vencerem a corrente que envolvia a cachoeira, explicando que para sair era mais fácil, bastando ficar submerso e do lado esquerdo que a correnteza os jogariam para o meio do lago. Ele entendeu o que ela disse e quando se preparavam para mergulhar na água, ela provoco:
– E então papai. O que você achou. Eu fui canalha o suficiente para você?
Ernesto olhou assustado para ela que não conseguiu evitar uma gargalhada ao ver a expressão dele. Ao ver que se tratava de zombaria dela, ele falou:
– Sua putinha. Eu vou te pegar e bater muito no seu bumbum.
Até que ele tentou, mas quando se atirou para onde Milena estava, encontrou o vazio. Ela já tinha mergulhado e ele, com um sorriso nos lábios, se atirou na água no ponto exato em que ela estava.
Quando saíram no lago, a primeira coisa que Ernesto fez foi olhar para o sol e notou que ele estava no quadrante oeste da ilha, indicando que já passara, e muito, do meio dia. Quando ia comentar alguma coisa sobre isso, ouviu a voz de Pâmela:
– Puta que pariu. Pensei que os dois tinham morrido lá dentro.
Ele olhou assustada para ela que tinha na mão algumas mangas. Então falou:
– Eu sabia que você estava de cúmplice nessa história. Você não se envergonha?
– Não Ernesto. Não me envergonho. E nem você deve se envergonhar. Somos todos adultos aqui e fazemos o que queremos. A única proibição que deve vigorar no que se refere a relacionamentos é que ninguém deve ser obrigado a fazer nada que não queira. Tirando isso, vale tudo.
– Mas você...
– Cale a boca Ernesto. Se tivesse um espelho aqui ia mostrar a sua cara de felicidade. E por favor, quando sentir tesão na sua filha, resolva isso com ela. Comigo você só vai trepar se estiver a fim de mim. Chega de ser o descarrego de suas frustrações.
Quando acabou de falar, Pâmela viu que Ernesto já estava ao seu lado. Então ele fez algo que nunca tinha feito na frente de outra pessoa, pois depois de beijar a boca de sua esposa, falou para que, tanto ela como Milena escutasse:
– Você nunca foi e nunca vai ser descarrego. Nem para mim nem para ninguém, pois qualquer homem te deseja e eu vou te desejar pra sempre. Eu te amo. Você e minha filha são as pessoas mais importantes do mundo.
– É? E a Marguerithe? E a Diana? Você ama a elas também?
– Não se esqueça da Na-Hi e da Cahya Pam. – Falou Milena que a tudo ouvia: – Se ele tiver uma chance, vai amar a elas também.
– Lógico que eu amo. São todas mulheres maravilhosas.
– SEU SAFADO! – Gritaram ao mesmo tempo Pâmela e Milena e os três se juntaram em uma gargalhada.
Depois disso, Pâmela entregou para eles algumas mangas e bananas e pediu para que voltassem para o acampamento, explicando que todos estavam à procura deles, pedindo para que eles mantivessem as marcas que as frutas, principalmente as mangas, deixariam em seus rostos e entregassem as sementes para Na-Hi, dizendo que era o disfarce que ela conseguiu imaginar.
Embora todos aceitassem as desculpas de Ernesto e Milena que alegaram terem entrado na mata que tem atrás da praia dos tubarões, ninguém acreditou neles. As expressões de felicidade no rosto do pai e da filha os entregavam e ninguém tinha dúvida que tipo de frutas ambos tinha chupado.