6. Casal
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O beijo caloroso termina depois de alcançar energia máxima, o limite do calor que um beijo pode ter antes de virar outra coisa; uma faiscazinha a mais e já não seria apenas beijo.
Era difícil para ambos encerrarem aquela mágica gostosa e explosiva, mas Denise sabia que se não o fizesse agora, não conseguiria conter-se depois. Ambos ofegantes, quase sem ar, Roberto segurava firmemente na cintura da mãe, trazendo seu corpo para si o suficiente para que ela percebesse seu estado de excitação. O pinto podia ser claramente percebido, pressionando as coxas da mãe. Denise percebia, além disso, seu próprio estado. Podia sentir sua calcinha encharcando. Não sentia o corpo de um homem havia bastante tempo, e agora seu filho causava nela tudo aquilo que ela nem mais se lembrava o quanto era bom. Era tanto tesão que ela se sentia vulnerável.
- Filho, melhor não irmos adiante, eu... eu... - ela hesita, ainda agarrada ao filho, envergonhada, desviando o olhar.
- Tudo bem, mãe. Eu disse que seria paciente, não disse? - ele se afasta levemente, diminuindo a pressão do abraço, envolvendo-a com ternura - Estamos juntos, certo?
- ... J... Juntos? Juntos como? - a mente de Denise era uma tempestade.
- ...Eu te pedi em namoro, e você aceitou... Certo?
- Eu... eu aceitei o beijo, foi só isso, não foi? - ela responde, completamente confusa.
- E por que aceitou meu beijo se não estamos juntos? Foi um beijo de língua, mãe.
Denise estava trêmula ainda. Apesar de excitada, estava assustada por ter beijado de língua o seu próprio filho. Era como se esquecesse temporariamente que isso era normal e comum. Mas logo ela se estabiliza:
- … Sim, sim, filho, eu só estou um pouco… emocionada, é isso - ela diz, preocupada com a decepção que uma rejeição agora poderia causar no filho -, mas é claro que estamos juntos.
Ele sorri, um sorriso tímido e feliz, e os dois se abraçam num abraço longo e hesitante, carregado de uma nova intimidade. Ao se separarem, um havia um silêncio constrangedor entre eles, um silêncio pontuado por olhares perdidos e sorrisos nervosos. A inexperiência tornando tudo tão inesperado quanto inebriante, e os deixava sem saber por onde começar. Eles ficam ali no sofá, um ao lado do outro, e Denise, em meio a um turbilhão de emoções, começa a se arrumar quase compulsivamente; ajeita o cabelo, alisa o vestido, etc., pequenos gestos que refletiam sua ansiedade e a sensação de estar em um território desconhecido. Tudo acontecia em silêncio, pela expectativa de um novo e delicado começo.
- Eu nem sei por onde começar, filho. Eu estou muito constrangida - o coração desacelerando um pouco
- É normal, mãe. Eu também estou um pouco sem graça, rs - ele segura a mão dela e ela observa esse gesto simples, nada novo, mas agora tão diferente e resignificado.
Denise se arrepia inteira, do dedão do pé à cabeça, era como se pura energia passasse das mãos do filho para as suas, tomando seu corpo inteiro.
"Você pensou bastante nisso, Denise. Várias mães namoram os filhos, você não está fazendo nada demais" - ela lembra
- Beto, você gosta mesmo de mim, né? - ela toma coragem e olha nos olhos apaixonados do filho para se certificar se havia também sinceridade ali.
- Demais, a senhora não tem ideia…
Apenas como mãe, sem qualquer outra intenção, ela começa a desfazer-lhe a gravata.
- Está calor agora, vou tirar para você
Roberto mantinha o olhar fixo na mãe, fascinado. Ela, com delicados movimentos, desfazia sua gravata, com a mesma atenção cuidadosa de sempre, o mesmo olhar preocupado com seu bem-estar. Para ele, naquele momento, ela era a mulher mais linda do mundo; não existia outra igual.
- Verdade, mãe, obrigado.
Depois, ela enrola a gravata certinho e deixa ao lado de si, no sofá. Então ela fala mais seriamente:
- Eu não gosto de relacionamento por entretenimento, filho
- Não é isso o que quero, mãe, eu juro.
- Eu acredito em você, não tenho um filho mentiroso. Meu… meu coração tá pulando rs
- O meu também rsrs
- Tá, mas… e agora? O que faremos? Eu estou totalmente perdida - ela diz, realmente sem saber o que fazer e o que falar. Era muito estranho estar tão deslocada assim na presença do filho.
- Não precisa dizer nada, mãe. Você deve estar cansada - ele beija a testa dela novamente - Vá lá tomar seu banho, a gente tem muita coisa pra conversar ainda.
- Filho, eu quero que saiba que foi tudo perfeito, você foi um cavalheiro, estou muito orgulhosa de você. E… vamos dar um passo de cada vez, ok?
"Ela está se referindo ao sexo?" - ele se pergunta
- Claro, mãe.
Depois de mais um abraço demorado que selava aquele momento único, Denise se levanta para tomar banho. Roberto fica no sofá e fecha os olhos, inspirando e expirando profundamente, sentindo a tensão do corpo se dissipar aos poucos. Ele permanece assim por alguns minutos, entregue àquela sensação de prazer e felicidade. Mas, temendo que acabasse com sono, pegou o celular, buscando algo para manter a mente alerta.
No WhatsApp:
"Pai…"
"Fala, filho"
"Ela aceitou!"
"Caralho, sério!? Parabéns, moleque! Kkk"
"Valeu, pai, rs"
“Está feliz?”
“Sim, demais, rs. Só não sei como te devolver a grana, haha”
“Se você falhasse na missão eu ia te cobrar mesmo, garoto, kkk. Mas você conseguiu, então, não me deve nada!”
“Valeu, pai”
"Mas e aí, conseguiu dar uns beijos na sua mãe?"
"Uhum, rs"
"Que foda! Mano, estou muito feliz por você, filhão! Você sabe que, precisando, é só falar comigo, né?"
"Certo, valeu"
"E usa camisinha, filho da puta!"
"Eu vou usar, relaxa, haha"
"Mas pelo que conheço sua mãe… Olha, filho, não é querendo jogar água fria, não, mas…”
“O quê? Pode falar”
“Cara, sua mãe é daquele tipo que deixa o cara de molho um tempão antes de ceder, rs"
"Sério? Kkk"
"Bom, ela é sua namorada agora, então não vou ficar falando dessas coisas rs. Só basta saber que, digamos… ela faz muito 'cu doce', é isso. Com todo o respeito, filho, mas é a verdade”
“Nossa, rs. Mas pelo menos tivemos um grande avanço hoje"
"Ah, com certeza. Talvez ela tenha mudado, afinal, não é mais uma adolescente"
"Sim, pode ser, tomara, rs. Não vou pressionar ela”
“Isso, não vale a pena”
“Valeu, pai, depois nos falamos"
"Ok, filho, e de novo, parabéns!"
Roberto ria sozinho no sofá, um riso silencioso e contido, mas repleto de alegria. Estava namorando a mãe, uma mulher tão linda que ainda lhe parecia inacreditável. E não era apenas a beleza; era a mulher que o criara, que o protegera em todos os momentos, e que em breve lhe daria até as coisas mais íntimas.
Minutos depois, Denise sai do banheiro, envolvida numa pequena e momentânea nuvem de vapor. Embora não fosse a primeira vez que a via de toalha, a experiência era radicalmente diferente agora. A familiaridade do cotidiano se transformava em algo carregado de uma nova e intensa carga emocional.
Seus olhares se encontram instantaneamente. Ele sorri, achando-a absurdamente bela. Denise, por sua vez, desviou o olhar, sentindo o peso da nova relação entre eles. O olhar do filho, agora impregnado de desejo a fazia corar.
- Tá olhando o que, bobo? Nunca me viu assim?
- Só estou olhando pra minha namorada, ué
- rs Tá… Eu… vou me vestir, ok? Já volto
- Tá bom
Dirigindo-se ao quarto, Denise retorna alguns minutos depois trajando um pijaminha de algodão branco e azul-bebê, nada transparente. A camiseta folgada não era exatamente sensual, mas o shortinho, embora largo, era curto o suficiente para ser atraente. Embora Beto já tivesse presenciado inúmeras vezes Denise em pijamas, a situação agora era completamente diferente. Os olhares se cruzam novamente, e cada um reconhecia a intenção do outro. Denise sabia que Roberto a olhava com desejo; Roberto sabia que ela havia se vestido para ser desejada. Era uma troca inequívoca, um jogo sutil e silencioso de atração.
Mãe e filho, sentados lado a lado, embarcam em uma longa conversa sobre o futuro. As mãos se entrelaçam e surgem algumas carícias, mas a falta de intimidade ainda imperava, o que era natural depois de tantos anos de uma relação em que eram apenas mãe e filho. O afeto cresce gradualmente até que Denise repousa a cabeça no ombro do filho. O carinho se aprofunda num cafuné, com Denise deitada e a cabeça aconchegada no colo do seu recém-namorado. Apaixonada e radiante, ela sentia-se novamente viva.
- Eu te amo, mãe - alisando-lhe os cabelos suavemente e olhando em seu rosto.
- Eu também te amo, filho - sentindo os dedos leves do filho em seu couro cabeludo, o que a fazia sentir-se bem e segura.
- Você está com medo, não é mãe?
- Sim. Não sei como as pessoas vão reagir a isso.
- As pessoas? Como assim?
Notando o cansaço da mãe após um dia agitado, Roberto, com a delicadeza típica de um apaixonado, pergunta:
- Mãe, a senhora está com sono?
- Estou, mas não quero que esse dia acabe. Está tão bom, meu filho - ela sussurra, fechando os olhos e se aconchegando nele -, tão perfeito!
- Eu sei, mãe.
- Ah, quase esqueci! Sua avó quer que a gente vá visitá-los amanhã. O que acha?
- Seria ótimo, faz tempo que não os vejo - responde Roberto, ansioso para contar aos avós sobre o namoro com a filha deles.
- Tudo bem, então vamos. Mas não vamos contar que estamos juntos, combinado? Ainda não me sinto preparada.
- Ah, mãe, não pode ser assim. Se a senhora estivesse namorando outra pessoa, duvido que faria esse pedido. Eu sou seu namorado, isso tem que ser real, não uma brincadeira.
A mãe sente firmeza no filho, que se pôs como homem.
- Você está certo. Não preciso ter receio. Aliás, eles torceram por nós, rs
- Sério? Torceram por nós?
- Sim, principalmente sua avó, ela me convenceu a te dar uma chance hahaha
- hahaha
Eles se beijam na boca docemente, e em seguida Denise vai dormir. Então Roberto tira a roupa social, exausto, mas feliz. Toma um banho, louco de vontade de bater uma punheta, mas pensa:
"Chega de punheta. Tenho uma namorada agora".
No quarto, enquanto Roberto revivia os momentos mágicos do dia, Denise, em seu próprio quarto, ria baixinho para o travesseiro, sentindo a alegria e a excitação de qualquer garota apaixonada: se sentia amada, desejada, enfim, livre da solidão. Ela ria como uma adolescente enquanto se abraçava ao travesseiro. Sem conseguir conter a felicidade, abriu o WhatsApp...
"Filho?"
"Oi, mãe, ainda acordada?"
"Pensando em você, rs."
"Eu também, em você. Acho que estou apaixonado."
"Acha? Ou tem certeza?"
"Tenho certeza."
"Que bom que tem certeza! rs."
"E a senhora? Também está apaixonada?"
"Claro que sim! Óbvio! rs."
"Que ótimo, mãe."
"Agora vamos dormir, temos que acordar cedo amanhã. Beijo!"
"Beijo!"