Parte 15 – O jogo que deu errado
No meu refúgio que morava com Patrícia e Cauã montamos um quadro na parede, com linhas vermelhas feitas de barbantes que ligavam tudo e todos, Pedro era o centro daquela investigação. Mas algo me dizia que Pedro não era o cabeça disso, eu o achava sádico, mas não inteligente.
Havia também algumas perguntas sem respostas, porque o Jonas? Porque eu? Porque entregar o assassino da Rose? Quem eram os outros 12, seriam de fato 12 ?
Esperava com o tempo que algumas dessas perguntas tivessem respostas, até aquele momento parecia impossível saber essas respostas.
Enquanto comíamos eu e Patrícia o telefone toca, era Pedro.
- E aí rapaz ? Pronto para a próxima ?
- Pode dizer, qual o próximo serviço?
- Me encontra no endereço que vou te mandar – desligou
Viajei até o local indicado e era uma boate luxuosa, tinha dois seguranças na porta, que já me esperava liberando a entrada, lá dentro haviam mais homens armados que me guiaram a uma sala atrás da boate.
Estavam sentados na mesa Pedro e uma mulher, devia ter uns 50 anos, muito bonita e tinha um charme irresistível, loira magra, salto alto, roupa preta e um casaco lindo.
- Sente-se - falou Pedro indicando o local para me sentar.
- Essa é Maria, uma dos doze, o serviço hoje é dela, você ficou famoso entre nós.
- Muito prazer Maria – falei beijando uma de suas mãos
- Olha, além de gato é educado, arranjou um dos bons dessa vez Pedrinho.
Eu quase ri da forma amistosa como ela o tratava, claramente eles já se conheciam durante anos.
- Vou deixar vocês a sós – disse Pedro claramente incomodado com aquela situação.
- Então, como posso te ajudar
- Calma querido, vamos com calma, deixa eu te conhecer melhor antes, gosto de saber com quem vou trabalhar
Ela segurou a gravata que eu usava me puxando para um beijo que eu não correspondi.
- Um homem casado? Comprometido ? Você cheira a mulher e criança, gosto dos responsáveis.
Ela pegou nas minhas mãos, cheirou meu pescoço, deu a volta por mim e apertou minha bunda me fazendo dar uma leve levantada.
- Não fuma, não tem cheiro de bebida alcoólica, não te. masculinidade frágil, é... Acho que dessa vez o Pedrinho me trouxe um belo exemplar
- Passei no teste? – Percebi que assim como Pedro, Maria também me testou, do jeito dela.
- Claro – Ela apertou meu pau e mordeu os lábios.
Eu me sentei enquanto ela buscava uma mochila velha, e colocou na mesa. Abriu e estava cheia de dinheiro.
- É seu, pode pegar
- Meu acordo não inclui pagamento
- Mas eu estou te dando, fica com ele
- Eu não posso aceitar e de qualquer forma eu não poderia usar mesmo
Ela riu, e fechou a mochila e eu não entendia nada.
- Puta que pariu, como o Pedrinho te convenceu a fazer essa porra ? Ameaçou sua família ?
Eu fiz silêncio e ficou claro do que se tratava.
- Aquela sádico filho da puta, mão se mexe com a família de ninguém. Ele não conseguiu te corromper com mulher e dinheiro, está te chantageando.
- Na verdade não, ele sequestrou minha filha e ameaçou minha família, então fiz um acordo, 10 serviços e minha vida ao final deles, em troca ele não mexe com minha família e os protege.
- Caralho, Pedrinho passou dos limites, a gente tem honra nessa porra. Bandido sem honra não dura, não nessa vida. Honra, fidelidade e boca fechada.
- Vamos então para o que você vai fazer por mim, acompanha a história. Edmundo e Carla ...
- Espera, o prefeito e a esposa ?
- Eles mesmo, não preciso apresentar então... Edmundo sempre teve suas escapadas, mas o idiota se apaixonou por uma puta. – Ela deu uma gargalhada alta.
- Começou a tratar a amante como esposa, levando em lugares chiques, pagando aluguel em hotel de luxo para ela morar. E sempre tendo que inventar um desculpa para a esposa.
- Aí o gênio – Ela deu outra gargalhada
- O gênio resolveu ir em um jogo de futebol com a amante, e quem as câmeras da Globo flagrou? O casal! Ele mentiu dizendo que ela era assistente e teve que sumir com ela. E claro que a puta não aceitou e tá infernizando a vida dele. Só que se ela sumir todo mundo vai cair em cima do prefeito.
- Então ele te pediu para sumir com ela ?
- Não, Carla me pediu, ele caindo ela vai também, mas você não pode matar ela, se não o primeiro a ser investigado será ele
- Então o que eu faço ?
- Sei lá porra! Seduz ela, faz ela se apaixonar por você, ameaça, tá teu jeito.
Cocei a cabeça pensativo, para mim matar é o jeito mais fácil, matou e pronto. Voltei para casa e Patrícia me esperava com uma bela refeição.
Durante o jantar contei tudo a ela, que ria muito de tudo.
- E então ? Alguma ideia ?
- Tenho, mas antes você vai ter que me explicar direitinho essa história dela agarrar seu pau
- Ciúmes ?
- Não – falou ela emburrada
- Olha ela, com ciúmes
Levantei ela da cadeira e começamos a dançar sem música, parecia que na nossa cabeça alga música tocava, mas éramos só nós dois ali, embalados por algo que crescia dia a dia.
Peguei ela no colo e levei para o quarto, despi ela toda e comecei a chupar sua buceta, e ela me guiava as vezes falando, as vezes puxando o cabelo, mas logo teve um orgasmo
Me puxou pela camisa e tirou minhas calças, me fazendo um boquete que eu não precisei dizer nada, ela sabia muito bem o que fazer.
Subiu em cima de mim cavalgou enquanto apertava meu peito, gozamos a primeira da noite, depois de ficar abraçados na cama, de lado mesmo eu comi ela, enquanto segurava um de seus peitos, ela anunciou um novo gozo e mordeu minha mão com força deixando marca.
Eu acelerei as estocadas e gozei pela segunda vez, tomamos banho e dormimos juntos, já era possível sentir o cheiro dela em mim, tamanha era nossa conexão.
Pela manhã Patrícia me serviu café e me beijou sentando no meu colo para comermos juntos.
- Você precisa dar a ela algo maior do que o que ela quer. Ela não vai parar, está se sentindo traída e pelo medo ela vai abrir a boca.
Saí de casa pensando no que seria maior, um novo amante ? Dinheiro ? Se fosse isso ela já teria pedido a ele, me resta é conversar com ela para tentar entender o que tava rolando
Fui ao endereço que me deram dela, e bati a porta, uma mulher abriu e não era ela.
- Por favor a Fernanda está ?
- Não mora nenhuma Fernanda aqui
- Eu sei que ela tá aí, diz que é a mando do Edmundo
- Entra – Disse Fernanda aparecendo atrás da mulher
Ela me ofereceu café que eu recusei e estava visivelmente abatida.
- Então, o que ele quer comigo ?
- Que você pare
- Ele não vai me usar e descartar dessa forma, ele precisa pagar pelo o que fez.
- Eu te entendo, ele é um arrombado, mas não vai te levar a lugar nenhum isso, me diz o que você quer e eu dou um jeito de conseguir, dinheiro ? Sumir ? Só me fala
- Eu não quero dinheiro, eu quero que ele sinta o que eu senti, que ele se foda
- Caralho Fernanda, você tá arrumando jeito de morrer, o cara é poderoso
- Que se foda, quero ver ele explicar como a amante sumiu, já deixei tudo pronto caso aconteça, fotos e vídeos que vão jogar ele no lixo.
- Me dá uns dias que eu vou tentar te ajudar, só não faz nada
- Como?
- Vou trazer ele de volta pra você, tá claro que está apaixonada e ele também, aí você virá primeira dama, pode ser ?
- Uma semana, só uma semana e eu explano ele
Fui até Maria e pedi para ela marcar um encontro com o Edmundo. Não demorou 15 minutos e ele estava na boate, desesperado, pedi para ele se acalmar e contei toda a história.
- Não tem como eu voltar pra ela. Isso vai me destruir politicamente
- Eu sei, e também sei como resolver, quando a merda estourar e ela vai estourar, você precisa ler esse posicionamento – Entreguei o papel pra ele.
Sem muita escolha eu enganei Fernanda e sem que ela se desse conta eu já estava com ela no morro no velho barraco, amarrada e amordaçada, não sem muita luta, fiquei cheio de arranhões e mordidas
- Me escuta porra, se acalma que não vou fazer nada contigo. A esse hora sua família está recebendo uma mensagem que você está morta. E eles vão vazar a história e os vídeos. Mas o prefeito também está pronto para isso.
Liguei a TV na coletiva de imprensa marcada por ele.
- Fernanda era minha ex-namorada que conheci antes de Carla, ela tem fotos e vídeos íntimos nossa e começou a me chantagear, eu cedi a essa chantagem por medo de perder meu casamento e a mulher que eu amo. Fernanda passou a me seguir e ameaçar, eu procurei a polícia que nesse momento deve estar atrás dela. Eu peço perdão a todos desde já casou alguma coisa seja exposta, mas Carla minha esposa sabe que não houve traição porque nos amamos muito. E espero que a justiça seja feita. – desliguei a TV
- Agora você tem duas escolhas, antes era só uma, sumir ou morrer, ligar para a sua família dizendo que por vergonha vai desaparecer – desamarrei a mordaça dela
- Me dá o telefone – Disse ela chorando
Fernanda se despediu de todo mundo e mandou apagar tudo que tinha antes da polícia chegar, afinal o material virou prova contra ela
- Pega, (joguei a mochila pra ela) tem uma boa grana aí, vai poder recomeçar, era para eu te matar aqui mesmo, então vai embora e não volta, muda aparência, e de nome, não deixa ele saber que está viva, certo?
Ela balançou a cabeça afirmativamente soltei ela e mandei sair, mas fui seguindo e ela foi diretamente pra onde eu planejei, mas esperava que ela não fosse.
Ela foi fazer escândalo na porta da prefeitura onde Edmundo estava, e foi baleada pelas seguranças, dentro da bolsa eu tinha colocado duas armas. No final a história é que ela tentou matar o prefeito e foi morta.
Fiz questão de anônimamente pagar o enterro e o velório da Patrícia, ela não merecia morrer, e eu dei chance pra ela fugir. Todo caso foi abafado.
Alguns dias depois voltei a boate e Maria me recebeu dizendo que o prefeito me elogiou muito.
- Ele tá te chamando de mestre do crime – E foi assim que fiquei conhecido no meio deles. Mestre.
- Vamos até o banheiro, vem – Ela saiu me puxando
Lá dentro começou a gemer mas sem fazermos nada e me entregou um envelope, saímos como se tivéssemos transado muito. E nós despedimos.
Em casa no envelope estava escrito “Nem todos são como o Pedro” dentro tinha um valor bom em cheque e uma foto.
A foto era reveladora e um passo muito grande na minha investigação.
Continua ...
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