Me leva para casa 16

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 3503 palavras
Data: 11/12/2024 22:39:16
Assuntos: Amigo, Beijo, Gay

O feriado pareceu uma eternidade, acho que porque muita coisa aconteceu durante esses dias de carnaval, sem dúvidas foi o feriado mais louca da minha vida, voltar para rotina não parece tão ruim, quero uns dias com menos agitação, Guigo está passando por um momento complicado em sua família, hoje ele não iria para faculdade, mas fiquei de pegar todas as atenções para ele.

Foi difícil acordar no horário, mas consegui chegar no tempo certo na sala, de cara já vi que Ciço e Dan vão faltar, Dan quase nunca se atrasa e como Ciço também não está aqui significa que estão juntos, vai ser uma manhã bem longa sem eles sem meu namorado aqui para me fazer companhia, André e Mário estão me atualizando do que perdi na viagem, aparentemente não houveram mais incidentes depois fomos embora, menos mau.

Como previ as aulas se arrastaram, mas até que consegue entender muita coisa, embora tenha que estudar um pouco mais e por falar em estudar, Giovanna está toda estranha comigo, acho que ainda deve ser por conta do beijo, sabia que aquilo estragaria as coisas entre a gente, nunca dei um fora numa garota antes, aproveitava toda e qualquer oportunidade, mas desde que conheci Guigo é só com ele que quero está, ainda mais depois que começamos a transar.

Depois das aulas fico na sala para poder acompanhá-la, não estou afim de almoçar com os cara hoje, eles estão querendo falar sobre a viagem e particularmente quero esquecer que essa viagem aconteceu, até porque as melhores memórias do feriado foram lá em casa com Guigo, voltando a minha amiga, ela é inteligente, já percebeu que quero conversar com ela.

— Oi Giovanna — digo quando ficamos a sós.

— Oi Raylan, como foi a viagem?

— Foi legal, mas aconteceu uma coisa — digo — você contou para Bia que estávamos ficando?

— Não, ela deve ter entendido errado — ela não faz contato visual comigo enquanto fala.

— Giovanna, sinto muito pelo que aconteceu.

— Raylan, sério, não quero falar sobre isso — ela me interrompe — você queria ficar com outras pessoas e eu entendi errado tudo bem.

— Não é bem assim — tento falar, mas ela me interrompe de novo.

— Então o lance com aquele cara é sério mesmo? — É estranho falar com alguém sobre Guigo que não seja um inbox do Rick.

— Sim, estamos muito sérios — tentei não parecer tão apaixonado ao dizer isso, afinal ela sente algo por mim, mas não sei se consegui.

— Vai me apresentar ele qualquer dia desses — ela é uma boa amiga e sinto que posso confiar nela, e acho que quando mais me abrir com mais vai deixar claro que só a vejo como amiga.

— Você já conhece ele — digo com cuidado, vendo se mais ninguém está por perto para ouvir.

— Há um tempo atrás diria que é o Dan, mas ele e o Ciço parecem firmes.

— Dan é quase um irmão, estou falando do nosso amigo de estudo.

— Guilherme, você está pegando o Guilherme? — Giovanna ficou mais surpresa do que imaginei.

— Não, não estou pegando do Guilherme, estou namorado com ele — me senti um pouco incomodado da forma que ela falou.

— Entendi, você sabe que ele é bi né, e o pessoal fala que ele é meio galinha, tipo ele não estava ficando com a Tati até um dia desses? — Não gosto da forma como essa conversa está sendo conduzida, porém não quero ser grosseiro.

— Eles não tiveram nada sério e também tenho um passado, o importante é o que estamos construindo agora sabe, eu estou apaixonado por ele e sinto que é recíproco — não quero ser cruel e jogar minha felicidade na cara dela, mas também não posso ficar calado enquanto ela coloca meu namoro a prova sem fundamento algum.

— Bem, sendo assim fico feliz por você, agora tenho que ir, a gente se fala — ela diz ao sair sem olhar para trás.

Chego a achar que tudo vai ficar bem, mas assim que chego a parada para pegar meu ônibus vejo uma mensagem no grupo de estudos dizendo que Giovanna saiu do grupo, ela ficou chateada, odeio que isso tenha acontecido dessa forma, mas não tenho muito que fazer, já me desculpei e expliquei para ela, se dei falsas esperanças foi culpa minha e me desculpei por isso, só que infelizmente não existe uma forma menos escrota de fazer isso.

— Ray, você sabe por que a Giovanna desfez nosso grupo de estudos? — Guigo me liga assim que ver que ela saiu do grupo.

Prometemos não mentir então deixo ele a par de tudo, conto até do beijo e que contei a ela que estou namorando com ele, depois de me ouvir ele fica em silêncio, estou esperando um esporro ou algo do tipo, mas sua reação é completamente contrária ao que estava esperando.

— Você contou a ela sobre a gente?

— Conte, desculpe, eu deveria ter falado com você antes — me apresso em dizer.

— Ray, eu tô feliz, você me assumiu para alguém, vou ser sincero, pensei que isso demoraria muito tempo.

— Calma, não vou sair contando para todo mundo também — digo.

— Eu sei, eu sei, mas estou muito feliz que tenha falado com ela, até porque assim ela para de ficar falando que vocês tem um lance — ele fica muito fofo com ciúmes.

— E como está a situação aí, vou poder te ver hoje?

— Eu quero muito te ver, mas acho que não vou conseguir sair hoje, minha mãe e meu pai tiveram uma pequena briga, ela disse que vai dar o divorcio, mas está pedindo coisas meio impossíveis, não sei exatamente o que ela pretende, mas pelo jeito o que está parecendo é que meu pai é o grande vilão da história.

— Ela está chateada — digo.

— Entendo, mas acontece que está conseguindo jogar os irmão do meu pai contra ele, tipo hoje o tio Paulo chamou meu pai de ingrato se liga — Guigo parece preocupado — e meu velho entrou numa bad desde que pediu o divorcio, essa situação toda não ajuda em nada as pessoas se meterem em algo que já está complicado de resolver.

— Sinto muito, se tiver algo que eu possa fazer para te ajudar — digo.

— Já faz, só em saber que estamos bem já fico aliviado, sei que pelo menos com você tenho uns minutinhos de paz, só que não quero deixar meu pai sozinho, amanhã vou fazer o possível para ir na aula.

— Te entendo, no seu lugar também não deixaria, sua mãe pelo menos já saiu de casa?

— Não, ela ainda está no meu quarto, só que ontem dormi com meu pai, sei lá se ela invade o quarto e faz algo com ele, estou verdadeiramente com medo da minha mãe, ela não está no seu juízo perfeito — ele está mesmo preocupado.

— Você acha que ela machucaria ele? — Digo perplexo.

— Não se machucaria, mas tenho medo do que ela possa falar para ele, a saúde do meu pai não é das melhores você sabe, essa agitação toda não faz bem para ele.

— Fica com ele, vamos ter muitas chances pra ficar juntos ainda.

Mesmo não podendo encontrar com Guigo passamos o resto do dia nos falando por mensagens e até assistimos um filme juntos a noite, ele na casa dele e eu na minha, mas foi uma experiência legal, fora que ele me ajuda a aliviar meu estresse enquanto ajudo com o dele, mas bem que queríamos está aliviando um ao outro de outras formas.

No outro dia pela manhã assim que entro na sala meus olhos correm a sua procura e assim que o vejo sinto meu coração palpitar, minha vontade e de beijar meu namorado, mas precisamos manter uma certa distância na frente dos nossos amigos, Giovanna é a única que sabe, mas parece está nos ignorando, isso é muito chato, mas entendo ela.

Fico de papo com a galera para não dar bandeira, mas ainda sim não resisto ao impulso de lançar olhares para o Guigo, Tati está perto dele, porém com uma certa distância, acredito que depois do fora na viagem ela se mandou finalmente — sei que furei o olhos dela, mas sou hipócrita mesmo — Tati aprendeu a se valorizar e parar de correr atrás do macho que não é dela.

Ciço e Dan também deram as caras e comprovando minha teoria de que estavam juntos pois Ciço está usando uma camisa velha do Dan, reconheço porque já vi ele usando, agora a turma está toda reunida de novo, Guigo até começa a gastar o Ciço e o Dan como se o próprio não tivesse faltando ontem também, mas vou deixar ele porque teve um bom motivo para faltar.

Giovanna é quem mais se incomoda com a animação da turma, mas tenho um palpite de que é muito mais o Guigo do que a turma em si, ela chegou a olhar para ele com uma visão fulminante algumas vezes durante a aula, só que ele ou não viu, ou só não deu importância mesmo, de qualquer forma melhor deixar isso quieto, não quero mexer nesse vespeiro, depois vou conversar com ele só para ter certeza se está tudo bem mesmo.

As aulas se passam numa chatice só, pelo menos nossa turma parece que ficou mais unida depois da viagem, até o Dan aceitou almoçar com a gente sem fazer sua cara de bunda habitual, acredito que o Ciço está tornando ele uma pessoa mais sociável.

— Gente vamos fazer algo hoje? — Mari é quem dá a ideia.

— Não sei, tenho que falar com Caio antes — Bia é a primeira a responder.

— Podemos ir naquele karaokê que vocês estavam falando — Guigo é quem dá a ideia.

— Boa sorte para vocês — Dan diz, voltando à normalidade.

— Não, você tem que ir também Dan — diz Bia toda animada.

— Nem você sabe se vai poder ir amiga.

— Tá vamos fazer assim, se você for eu vou, Ciço ajuda aqui — Bia e Dan ficaram bem próximos mesmo nessa viagem.

— Desculpa pessoal, mas sou pau mandado, sem autorização não posso ir a lugar nenhum.

— Para com isso seu besta, olha não vou ficar até muito tarde não ok — Dan finalmente cede.

— Então pronto, o bar abre umas sete e meia, a gente pode marcar lá umas oito, já que lota rápido é melhor chegar cedo para pegar um bom lugar — por fim a sugestão de Mari é aceita por todos.

Depois de comer o pessoal se despedem e vão indo embora, restando apenas Guigo e eu, ele parece está bem, porém consigo ver o cansaço nos seus olhos, ele está mexendo em algo no celular enquanto seguimos para fora da faculdade, por fim ele largo o celular e me encara como se quisesse dizer algo, mas está com receio.

— Fala — digo.

— Meu pai quer te conhecer — ele diz com um pouco de receio.

— É o que? — Dessa vez ele me pegou mesmo de surpresa.

— Falei com ele que estou namorando e ele quer te conhecer — ele diz novamente, ainda sim não estou acreditando.

— Ele sabe que não sou uma garota né? — Digo.

— Ray o pai sabe que sou bi desde sempre ele foi a primeira pessoa a saber na verdade, tipo ninguém lá em casa comentava sobre isso porque minha mãe não aceita — sinto se pesar na voz — e também porque nunca namorei um cara tão sério assim.

— Mais e sua mãe?

— Ela que se foda, o coroa quer te conhecer, olha eu sei que você não se sente confortável e entendo, então se você disser não agora, eu encerro o assunto e me resolvo com ele, mas se puder me ouvir pelo menos antes de tomar uma decisão — ele parece implorar, então faço que sim com a cabeça.

— Meu pai é um cara legal e ele vai gostar de ti, e ele não é a pessoa mais querida no momento lá na vila, vou ter que passar mais tempo em casa, e tipo vocês se conhecendo você vai poder ir lá casa mais vezes e quem sabe até dormir — ele parece ter ensaiado sua fala, mas tenho que admitir Guigo é um fofo quando fica manhoso assim.

— Olha normalmente não aceitaria isso, mas acho que você já fez muitas concessões por minha causa, é minha vez de ceder um pouco também, então eu vou — estou em pânico por dentro, porém quero fazer isso por ele.

— Eu te amo sabia — ele diz todo animado, até quase avançou para cima de mim para me beijar, mas lembrou onde estamos na metade da invertida.

— Ele é mesmo de boas com isso? — Digo meio inseguro.

— Claro que meu pai preferia que eu fosse hetero, ele já me disse isso uma vez, mas no fim ele sabe que deve respeitar que eu sou então, com os anos ele simplesmente aceitou, só que como falei minha mãe gerou um bloqueio entre mim e eles.

— E agora ele quer recuperar o tempo perdido — completa o que ele vai dizer, pois sei exatamente o que é isso.

— Sim, só que eu quero também, eu amo meu pai e quero dar essa força para ele agora, o término está sendo muito difícil para ele também.

— Ele não lhe abandonou, já é mais do que o que o meu fez por mim — digo pensativo.

— Desculpa, não queria comparar — Guigo começar a falar.

— Tranquilo não é culpa sua ter um pai e admiro você está do lado dele, quando meus pais se separaram comprei a briga da minha mãe completamente, por isso me sinto meio traído também quando ela o perdoa tão facilmente.

— Ray.

— Não se preocupe, já marquei a psicólogo do plano, quinta-feira vamos retomar as sessões — digo.

— Isso é ótimo, acho que também estou precisando.

— É importante cuidar da cabeça — digo feliz por ele me apoiar nisso, tive um pouco de receio dele achar estranho ou algo do tipo.

Durante todo o caminho vou pensando no que dizer quando estiver de frente com meu sogro, por um lado já estou arrependido de ter topado isso assim de bate pronto, ainda tem a mãe dele que não é a pessoa mais simpática do mundo, não sei se esse é o melhor momento, já que os pais dele está se separando, em fim mil e uma coisas se passam pela minha cabeça até chegarmos em frente a vila em que ele mora.

— Pronto? — ele pergunta abrindo portão.

— Não sei, mas já estou aqui, né — digo.

Enquanto estamos entrando vejo o carro do meu pai saindo, ele está no banco do passageiro. Ele me encara, mas viro o rosto, fiquei tão concentrado no meu sogro que esqueci que ele mora aqui também, mas não faz diferença, depois do que falei para ele me sinto leve e sua presença não me causa mais tanta aflição, Guigo vendo a situação faz algo inimaginável, ele segura minha mão e me guia até sua casa, nunca pensei que andaria de mãos dadas com alguém, ainda mais sendo um cara, com ele cada dia que passa estou mais inclinado a fazer coisas que nunca pensei em fazer antes.

— Minha mãe não está em casa, ela e meu pai tiveram outra briga hoje pela manhã e ela parece que vai finalmente sair de casa, meu pai disse que ela pegou umas roupas e saiu — admito que ouvir isso me deixa muito mais seguro para entrar na casa como seu namorado.

— E para onde ela foi? — Pergunto.

— Não sei, desde ontem que ela vem ignorando — Guigo diz.

— Sinto muito — coloco a mão em seu ombro.

— Liga não, cada dia que ela não fala comigo é um dia de paz que tenho.

Vou seguindo ele ainda com o coração agitado, mais ainda agora que entramos na casa dele, não tenho mais como voltar a atrás, dessa vez a porta do quarto do seu pai está aberta, assim como a janela que dá para a garagem, ele está deitado numa rede vendo Tv, olhando para ele até que não parece alguém doente e fora que Guigo é uma cópia do pai — puta merda eles são idênticos, só o que difere são os cabeços brancos e a as marcas da idade.

— Pai, esse é o Ray meu namorado — fico com um pouco de vergonha por ele me apresentar assim logo de cara — Ray esse é meu pai seu Pedro.

— Boa tarde senhor Pedro — acho que nunca fiquei tão travado como estou agora.

— Pode me chamar só de Pedro, Ray — normalmente odeio apelidos e Guigo é a única pessoa que não me incomoda quando me chamam de Ray, porém ouvir meu sogro me chamar assim é bom, acho que vou abrir mais essa exceção — senta tô vendo o jornal.

— Pai já comeu? — Guigo pergunta.

— Comi filho, sua tia trouxe comida para mim, esse remédio me deixou menos enjoado que o outro, acho que logo vou poder voltar a cozinhar em casa e parar de perturbar sua tia.

— Meu pai cozinha muito bem, mas estava tomando um remédio que deixava ele tão enjoado que o cheiro da comida já lhe fazia mal, aí parado de fazer comida em casa e minha tia ficou trazendo o prato dele — Guigo me explica.

— Sempre achei isso um exagero da sua mãe, mas agora já falei com a médica e vou poder voltar a fazer minha própria comida — ele diz animado — você já teve aqui antes não já?

— Sim senhor, quer dizer sim Pedro, mas você estava meio doente por isso não comprei — digo me justificando.

— Tudo bem, Guigo disse que você estuda com ele — me sinto estranho sendo interrogado por ele, na verdade é um pouco divertido, tipo ele vai me perguntar qual minhas intenções com seu filho.

— Sim, ele é da minha turma e é muito inteligente — Guigo respondeu.

— Você já deve saber que aqui em casa as coisas andam meio agitadas, mas olha Ray quero que saiba que você é muito bem vindo nessa casa quando quiser, já fazia tempo que o Guigo não trazia ninguém para casa.

— Deixa disso coroa, para de me entregar — Guigo diz rindo — vou pegar seu remédio, já está na hora ele diz saindo do quarto.

— Ele é um cara muito bom, não é por que é meu filho não, mas Guigo é assim desde criança, esforçado, cuidadoso, espero que vocês possam ser felizes — ele diz aproveitando que estamos sozinhos.

— Valeu seu Pedro, eu gosto muito do seu filho, só não deixa ele saber disso — nós dois rimos e isso ajuda a aliviar minha tensão — o senhor não se incomoda por eu ser um cara?

— Guigo é um filho ótimo que nunca me deu trabalho, não me meto na vida dele sabe, se você o faz feliz, então eu fico feliz, como pai só posso desejar que meu filho tenha a vida que ele quiser ter, claro não sendo nada de errado — ele diz rindo do próprio comentário.

— O senhor é um bom pai — digo — desculpa você é um bom pai.

— Sou um bom sogro também, prometo, só não quero netos agora ouviu senhor Guigo — ele diz mais alto para que o filho escute.

— Tarde demais, já estamos providenciando nosso primeiro herdeiro — ele diz ao entrar no quarto.

— Como assim primeiro, quantos filhos você quer ter? — Pergunto.

— Três — ele responde sem pensar.

— Termine a faculdade primeiro pelo menos, filho dá trabalho — é estranho ao mesmo tempo que é reconfortante ver a liberdade que eles têm para tirar sarro um com o outro.

— Certo, vem Guigo, vamos para o meu quarto — ele diz depois de dar o remédio ao pai.

— Com a porta aberta — ele diz arrancando mais uma risada do Guigo e minha também.

— Sem ela aqui o clima é estranhamente melhor — Guigo diz ao entrarmos no quarto — até ele fica mais leve e brincalhão.

— Você está bem mesmo com isso? — Pergunto.

— Estou, o divorcio deles era necessário não só para eles, para nossa família inteira, era tudo tão sufocante, tipo agora meu pai está feliz e rindo coisa que ele não fazia a anos, eu sei que ela não está muito bem, mas aos poucos as coisas vão normalizando.

— Ela vai mudar mesmo será?

— Não, sei, mas meu pai já disse que vai ajudar com o que ela precisar.

— Ele está tentando fazer isso numa boa pelo jeito — não o conheço bem, mas pela breve conversa ele me pareceu gente boa mesmo.

— Sim, acho que ela vai perceber que é melhor assim, eles não se amavam mais já faz maior cota, estavam juntos por conveniência, mas isso finalmente acabou, é como se tivesse vivido em um presídio durante anos e agora tivesse recebido uma liberdade condicional.

— Vai dar conta de cuidar do seu velho? — Estou verdadeiramente preocupado com ele ainda, pois sei que essa história o estressou bastante, mesmo que ele não queira demonstrar

— Muita coisa ele consegue fazer sozinho, minha mãe é quem sempre colocava mil e uma restrições, ela o deixou pior na verdade.

— Pelo jeito as coisas vão mudar — digo rindo.

— Pior é que vão mesmo, ele mesmo quer retomar as tarefas de casa para me ajudar e até está falando sobre arrumar um trabalho, mas já o convenci a seguir um dia depois do outro.

— Ele tem razão, você é um ótimo filho mesmo.

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Comentários

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Olha só como o Ray mudou ao longo da série! Incrível! Adorando hehehe

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Que bom existir pai que ama seu filho lgbt em vez de expulsa-lo.

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