Nos contos anteriores vimos a história de Maurício, que após perder uma aposta precisou se tornar Paty.
Foi um choque no início, mas o choque inicial desencadeou uma série de sensações novas e completamente inesperadas.
Junto com sua amada Lu, Paty viveu experiências que nunca imaginou que viveria.
Surpreendentemente, tanto Paty quanto Lu acabaram amando cada aventura que viveram nestes dias tão intensos. Seu relacionamento se renovou de uma forma que nenhuma das duas imaginava.
Mas agora estava se encerrando o período em que seria Paty. Como deixar para trás tantas experiências novas? Como esquecer toda a intensidade do último mês? Como abandonar algo que agora é uma parte de você? Eram perguntas que passavam pela cabeça de Paty.
Se por um lado seria bom voltar à sua rotina normal, ir ao escritório, cerveja com os amigos, aquela resenha no final de semana, tudo isso parecia bom. Mas o fato que Paty queria mas não podia negar, é que havia amado ser mulher. Cada experiência, por mais assustadora que fosse era muito prazerosa. Paty não dava o braço a torcer, mas queria continuar sendo mulher.
Por outro lado, estava Lu, que num primeiro momento se divertia com seu marido tentando ser mulher, e depois aprendeu a amar esta nova face de seu amado, que se tornou sua amada e melhor amiga.
Lu não negava que amou tudo aquilo, mas entendia que estava chegando ao fim. Afinal, já estava encerrando o Mês.
O fato, é que nenhuma das duas queria se despedir da Paty, mas as duas tinham receio de pedir que a Paty ficasse.
Até que não teve jeito, elas precisaram tocar no assunto.
Assim, logo de manhã, Paty se levantou, fez sua higiene pessoal, preparou um café e esperou Lu para tomarem café juntas. Lu observava Paty se arrumar para o trabalho. Uma saia a altura do joelho, uma blusa com um decote discreto, que mesmo Paty não tendo seios lhe caiu muito bem; um scarpin de salto médio, um brinco de argola e um pingente delicado para dar um toque final. Enquanto se trocava fez questão de permitir que Lu pudesse ver sua lingerie - um conjunto de calcinha e sutiã rosê com uma renda, que Lu amava.
Sentaram-se então à mesa para o café. Neste momento Lu dizia o quanto Paty estava linda, que na verdade era um desperdício trabalhar de casa estando tão bem arrumada! As duas riram e Paty disse que talvez um dia trabalharia do escritório como Paty. Neste momento ela disse que estava feliz por finalmente estar próximo o dia em que ela voltaria a ser o Maurício.
Lu interrompe e pede que Lu seja sincera, se ela realmente deseja voltar a ser o Maurício.
Há um silêncio naquele momento, em que Lu continua comentando sobre aqueles dias, sobre o quanto foi divertido, mas principalmente o quanto elas se aproximaram durante este mês. Lembrou ainda, que era nítido a felicidade dela durante o mês. Toda sua desenvoltura e dedicação deixavam evidente o quanto ela estava gostando da experiência.
Depois de ouvir tudo que Lu estava dizendo, Paty reconheceu que está gostando muito da experiência, e isto gerava um turbilhão de coisas em sua cabeça. Tinha medo de estar virando gay, não sabia o que Lu estava pensando de tudo isso, etc.
Realmente Paty estava muito confusa, e após um longo desabafo, confessou que tinha vontade de continuar a ser a Paty, mas não seria possível. Não podia abrir mão de toda sua vida para se tornar mulher.
Lu por sua vez ficou feliz em ouvir o que Paty tinha a dizer, mas se viu obrigada a concordar com ela. Mas também teve uma ideia.
Ela explicou que não era necessário deixar de ser a Paty em definitivo. A Paty e o Maurício poderiam coexistir. Ela voltaria a viver socialmente como Maurício, mas sempre que pudesse, a Paty voltaria a assumir o controle.
Paty gostou da ideia e se acalmou um pouco.
Mas antes de encerrar seu ciclo como Paty, resolveram que teriam uma última aventura.
Mas isso é história para outro conto!