Pensei mil coisas, mas nem uma delas foi que o seu Pedro — meu sogro — seria tão receptivo comigo, tipo Guigo falou que o pai não tinha preconceito com ele, embora não seja o que queria para o filho, pelo menos respeita, isso já é bem mais do que tive do meu pai. Guigo está muito feliz, parece que ganhou na mega sena.
— Te falei que o coroa é gente boa.
— Sim, ele é bem legal mesmo — digo pensativo.
— O que foi? — Ele está ficando bom nesse negócio de me ler.
— É que não posso fazer isso, ter uma conversa tão franca e simples assim com minha mãe.
— Não quero que você fale com ela, só te apresentei pro meu pai por que ele fez questão de te conhecer, não ache que estou querendo forçar nada — Guigo começa a se explicar, mas sei que ele não está me forçando.
— Calma, eu sei, é só que eu queria te ver conversando com minha mãe — digo pensando no quão foda seria — mas não dá.
— Você acha que ela ainda pensa aquilo?
— Sei que sim — já é ruim lembrar das suas palavras, imagina ter que ouvir de novo — Guigo, minha mãe é homofóbica.
— Sinto muito que se sinta assim, tipo acredito que minha mãe também seja, mas tenho meu pai para aliviar essa balança, nem imagino como você deve se sentir.
— Eu quero te assumir, quero poder sair por aí dizendo que sou pau mandado seu, que nem o Ciço fala, você merece um cara melhor do que eu — ele me abraça com toda sua força.
— Nunca mais diga isso, gostei de você mesmo sabendo quem você é, não entrei nessa enganado Ray — seus olhos estão vidrados nos meus — não vou mentir é uma situação chata para caralho, mas não é nada que não possa lidar.
— Mas acontece que não precisa ser tão difícil, eu gosto de você o suficiente para aceitar se você quiser alguém menos complicado — digo com o peso no coração.
— Ray você é meu caralho e eu sou teu — suas palavras arrepiam meu corpo inteiro — te amo porra.
— Idem, por isso quero o que é melhor para você — nunca me vi tão vulnerável e assustado.
— Ray você é o meu melhor, gostei de você quando pensei que você era só um babaca homofobico, agora que te conheço melhor e sei que estava completamente enganado, estou ainda mais apaixonado.
— E se eu nunca me assumir? — Tenho medo da resposta, mas preciso saber.
— Prometo que vou esperar o tempo que for preciso — ele responde.
— Promete? — Me esforço para segurar o choro.
— Prometo — ele faz a promessa de dedinho — e agora que meu pai sabe da gente, podemos transar aqui.
— Não vou transar com você nesse quarto — me apresso em dizer.
— Porque não?
— Não quero que seu pai pense que estamos transando — digo com vergonha.
— Mas ele já pensa que estamos, porque não fazer então? — ele diz se divertindo com meu lado conservador e tímido.
— Ele no quarto da frente, não vou conseguir — digo olhando para a porta que ainda por cima está aberta.
— Então nosso próximo encontro vai ser em um motel — Guigo diz reflexivo e não aguento, começo a rir da sua cara.
— Você é muito palhaço, mas é tipo isso mesmo, temos que ir para um motel ou um lugar onde não tenha nem seus pais e nem minha mãe.
— Prometo que na próxima vamos estar sozinhos, só que agora estou lembrando de você naquela mesa e agora tenho pelo menos uns três lugares nesse quarto que quero muito transar com você.
Guigo me beija no pescoço e aos poucos vou me deixando envolver por sua lascívia, ele sabe como me deixar no clima, quando tira sua camisa não vejo outro jeito a não ser tirar a minha também, Guigo vem por cima de mim, ficando entre minhas pernas, nosso beijo é quente e cheio de desejo, meus dedos percorrem por suas costas largas, enquanto nossas línguas se envolvem em uma valsa bem safada.
Suas mãos ágeis começam a desabotoar minha bermuda, meu pau está tão duro que chega a machucar, nem consigo decidir o que quero primeiro, se quero comer ele ou quero que ele me coma, tudo nele me deixa perdido, ele me fez mudar de ideia sobre transar no quarto depois de um beijo, é um tanto louco esse poder que Guigo tem sobre mim.
— Guigo filho a Tv — seu pai para de fala e só ai é que lembro que a porra da porta do quarto está aberta — quando falei da porta era birncadeira.
— Oi pai — Guigo se vira para falar com seu pai, isso sem sair de cima de mim.
— A TV deu aquele problema de novo — ele diz sem nos olhar diretamente, quero morrer.
— Beleza, chego já lá para ver — ele diz segurando o riso.
— Vou fechar a porta aqui só por — seu Pedro nem termina a frase, apenas sai e fecha a porta.
— Quero morrer — digo — seu pai acabou de flagrar a gente.
— Foi — Guigo diz rindo bastante.
— Por que você não fechou a porta?
— Você disse que não íamos transar, só que ficava me provocando, nem lembrei.
— Fala sério Guigo seu pai nos pegou de pau duro e se pegando, se ele demora mais um pouco tinha visto meu pau — minha cabeça doi só de pensar.
— Podia ser pior, se fosse minha mãe — ele não consegue parar de rir.
— Meu deus Guigo, seu pai pegou a gente no flagra — pior é que falar isso em voz alta me faz rir também — nunca mais vamos transar na sua casa, com que cara vou olhar para ele agora?
— Não sendo a cara safada que você estava fazendo agora a pouco acho que qualquer outra serve.
— Vou te matar, Guilherme — digo tentando ficar sério, mas não consigo, ele não para de rir e isso me desconcentra.
— Vou arrumar a TV dele, quando voltar a gente recomeça de onde parou — ele arqueou as sobrancelhas me provocando.
— Pode tirar o cavalo da chuva, só vou transar com você de novo depois de casado, depois dessa vergonha épica – digo.
— Deixa disso, vou ver a TV e já volto — ele me beija e sai do quarto.
Sozinho na cama começo a rir de mim mesmo e da situação inusitada, porra como foi que demos o vacilo de deixar a porta aberta, Guigo me relaxa de tão forma que por um momento não pensei em nada, com ele fico tão leve que nada mais parece importar — mais vou ficar real constrangido de encarar seu Pedro depois disso.
Quando Guigo volta para o quarto já estou vertido de novo, sentado no canto da cama de forma bem comportada, ele ri mais ainda ao mês ver assim — admito é engraçado sim, mas ainda estou com vergonha — ele liga a Tv e me dá o controle para escolher algo para vermos, por mais que ele esteja rindo, não é possivel que também não esteja envergonhado, nem mesmo Guigo é tão desinibido assim.
Por ele teria ficado até a hora de encontrarmos nossos amigos, mas não posso chegar junto dele, não estou preparado para contar aos nossos amigos ainda, pelo menos ganhei um tempo contando para meu pai e para a Giovanna, acredito que por isso Guigo está tão confiante de que vou falar pras pessoas, acho que Dan e Ciço são bom começo, vou tentar falar com eles hoje.
Chego em casa no tempo limite de tomar banho e me arrumar para sair de novo, mas antes que possa sair alguém aperta a campainha, quando vou até a porta fico paralizado por ver Paulo parado em frente a minha casa, por impulso procuro pelo meu pai, mas aparentemente ele veio sozinho, não sei se está com raiva ou não, sua expressão não me diz muita coisa, também não o conheço tão bem assim.
— Podemos conversar um minutinho? — Ele pede com educação.
— Entra — digo abrindo o portão para ele, não quero as fofoqueiras colocando reparo na minha vida.
— Olha Raylan, eu sei que você está zangado e tem todo direito de está, mas seu pai está sofrendo muito com o que você disse a ele — claro que ele veio aqui defender seu marido, nem estou surpreso.
— Que bom Paula, porque a intenção era essa mesmo — digo friamente.
— Não acredito em você, seu pai sempre disse que você era amoroso, que vocês eram amigos, você está magoado, mas pelo que ele fala eu sei que você se arrependeu.
— Como é que é? — Só posso ter ouvido errado — olha Paulo, você não me conhece, nem ele me conhece.
— Você tem que crescer cara, você mais do que ninguém deveria entender seu pai — aos poucos ele vai mostrando sua verdadeira face.
— Deixa de ser arrogante seu palhaço, fala direito comigo que não sou moleque e nem sou nada seu, presta atenção numa coisa Paulo, você foi a vagabunda que deu para um homem casado — Paulo fica estático, acho que ele não esperava que fosse responder a altura — se ele estava confuso deveria ter se divorciado e não traído a mulher dele e a separação não justifica ele ter me abandonado.
— Raylan — ele começa, mas nem deixo que termine.
— Ele perdeu o direito de ser pai quando saiu pela aquela porta e não deu mais notícias, o tempo em que precisei dele já passou, agora vocês estão livres para levar a vidinha de vocês, se quiser adotar um gato, ou até uma criança, tanto faz, agora não vou ser o filhinho de vocês e só para você saber eu me afastei das pessoas que podiam se machucar quando percebi que queria algo mais sério com Guigo, por que eu respeito ele.
— Você diz que seu pai foi embora e que te abandonou, mais isso não é verdade Raylan, beleza o que fizemos foi errado, eu fui amante do seu pai, mas ele não te abandonou Raylan.
— Tá certo, ele ficou pensando em mim, me observando de longe, nosso pai do ano, tudo isso por vergonha? — logo quando resolvi deixar isso pra lá, mais uma vez isso volta para me assombrar, estou cansado disso.
— Sua mãe mandou ele sumir — ele vai mentir para proteger meu pai, que ridículo — você não acredita, tá certo — ele puxa o celular do bolso e começa a procurar algo.
— Minha mãe, ela que passou uma cota sofrendo, você é tão iludida que tenho certeza que foi ele quem te contou essa mentira.
— Raylan, seu pai não quis te contar, mas não aguento mais ver ele sofrendo, então está aqui — ele me entrega o celular.
— O que é isso? — Digo um pouco apreensivo.
— Sua mãe fez um boletim de ocorrência e pediu uma medida protetiva contra seu pai, depois de uns meses ela entrou na justiça para ficar totalmente com sua guarda, ela mesmo fez questão de não receber pensão em troca do seu pai nunca mais se aproximar de você.
— Isso não é verdade — digo, eu lembraria se tivesse ido no fórum.
— Não foi para julgamento, ela fez seu pai aceitar um acordo, ele foi flagrado por você traindo ela, nenhum juiz daria sua guarda para ele, na época ele achou que era o certo, mas depois se arrependeu e acredite ele tentou se aproximar, mas ela não deixou.
Não quero acreditar, mas os documentos que estou lendo dizem exatamente o que ele está falando, isso pode até seu falso sei lá, mas não acho que Paulo iria tão longe, ou iria não sei mais no que pensar agora, minha mãe não faria isso, ela não faria — ela faria.
— Sai daqui — digo devolvendo o celular.
— Ele não podia te contar foi uma das condições dela para que ele se aproximasse de você de novo.
— Sai daqui — digo de novo sem olhar para ele.
Ela estava estranha, insistindo para que eu aceitasse ele de novo, ela não queria que eu fosse o elo de retorno deles, na verdade ela só queria era reparar seu erro, deve ter se arrependido depois desse tempo todo, ou sei lá, não consigo acreditar que minha mãe foi tão longe assim, pensando bem seu patrão na época era advogado, um desses cheios de dinheiro, estou tão tonto que não consigo nem ficar de pé.
Preciso saber se isso é verdade ou não, abro meu computador com minha mãe tremendo, abro o site do Jusbrasil — um site para verificar processos — como sou quem resolve tudo para minha mãe tenho todos os dados dela de cabeça, faço uma pesquisa, mas não consigo entrar nada, uma ponta de esperança de que ela não faria isso se acende em mim, mas e se ela tiver, não posso ficar com essa dúvida, começo a procura na minha lista de contatos um amigo que estudou comigo e que eu sei que faz direito, ele foi para outra faculdade por isso perdemos o contato.
Mando mensagem para ele, sei que isso pode parecer inapropriado, mas não consigo pensar em mais nada, meu sangue está fervendo, não consigo pensar direito, estou ouvindo meu coração bater forte no peito, ela não me tira dessa forma, ela não pode ter feito isso e agora por um peso na consciência quer corrigir seu erro, não posso acreditar nisso.
“Quanto tempo Raylan é a cara do que precisa?”
“Desculpa Yuri, mas estou com uma grande dúvida, você tem como ver se tem um processo no nome da minha mãe?”
“Da sua mãe, ela processou alguém?”
“Meu pai” — quando nos conhecemos foi no ensino médio, ele já sabe que meu pai saiu de casa e sumiu no mundo.
“Na hora velho, me manda os dados que vou verificar pra ti”
Ele não é formado ainda, mas diz que tem uma pessoa de confiança que consegue verificar para mim, assim só me resta esperar pela resposta, se esse processor for real não sei o que vai ser de mim, não faço ideia do que eu vou fazer, talvez ela seja mesmo tão homofóbica que quis afastar meu pai de mim, mas então ela mentiu quando falou que já sabia do caso dele? Tipo se ela já sabia do caso porque ficou tão mal no divorcio, derrepente suas palavras perdem o sentido totalmente, assim como as palavras do meu pai, os dois mentiram para mim esse tempo todo?
Minha vontade é de revirar seu quarto atrás de provas, mas se estiver errado e isso for mentira do Paulo, não vou conseguir explicar para minha mãe o motivo de revirar seu quarto, o melhor é esperar pela resposta do Yuri e torcer para o Paulo ser um filha da puta mentiroso, Preciso sair dessa casa, se eu ficar aqui não vou sossegar, então pego minhas coisas e saio para encontrar meus amigos, quero está com o Raylan quando Yuri me mandar uma resposta.
No caminho para o bar recebo uma mensagem, olho com presa mais ainda não é a resposta que estou esperando e sim uma mensagem da Giovanna dizendo que precisa muito conversar comigo, não estou bem para lidar com isso agora, mas por outro lado ela sempre foi uma boa ouvinte e é uma merda que tenha se distanciado, gosto da sua amizade, pensando nisso acabo respondendo.
Ela está no shopping perto do bar que marquei com o pessoal, então não vai ser tão contramão assim ir vê-la, posso falar com ela e depois encontrar com o pessoal, mas pro via das dúvidas mandei mensagem para o Guigo avisando que estou indo falar com ela antes de ir para o bar — sem segredos esse é o acordo.
Ainda bem que avisei a ele, porque ele me respondeu só um “tá” bem seco, ou seja ele não curtiu a ideia, às vezes esqueço que ele é ciumento que nem eu, pior é que quero muito falar com ele sobre esse lance da minha mãe, mas não posso fazer isso por mensagem, prefiro que seja pessoalmente, assim ele pode me abraçar, mesmo ansioso torço para que a resposta só venha quando estiver do lado dele.
Giovanna está na praça de alimentação me esperando, ela está usando umas roupas provocantes e que não combinam muito com seu estilo mais recatado, ela não está feia, mas não é o estilo dela, dá para ver que está desconfortável mostrando tanta pele assim, mas não posso julgar, afinal as pessoas têm direito de mudar, até um tempo atrás nunca namoraria um cara.
— Oi — digo
— Oi — de cara percebo que ela bebeu.
— Não sabia que você bebia — me sento na cadeira de frente para ela, é bom ter uma mesa entre nós por segurança, não quero outro beijo surpresa.
— Sou uma idiota tentando algo novo, mas não sou dessas mesmo — ela diz.
— Você não precisa mudar, já é uma garota incrível do jeito que é.
— Sou tão incrível que me apaixonei por um cara que prefere outro cara do que eu — vou relevar, pois ela está altinha.
— Giovanna, minha escolha não tem nada a ver com você, a gente não manda no coração.
— Não manda mesmo, se eu mandasse não teria me apaixonado por você, mas Raylan, eu não sei se consigo te esquecer, tipo você pega todo mundo, porque justo na minha vez você vai bancar o fiel.
— Estou tendo um dia de cão e não quero mesmo passar por isso agora Giovanna, na moral, olha o que rolou entre mim e o Guigo.
— Guigo — ela repete seu nome me irritando — já estão até se chamando de apelidinho.
— Entendo que esteja frustrada, eu entendo muito bem desse sentimento, pode acreditar, só que você tem que aceitar, quero ser seu amigo.
— Não quero ser só sua amiga Ray.
— Raylan, meu nome é Raylan, não gosto que me chamem por apelido — a repreendo quase que de forma involuntária.
— Ele te chama de Ray — ela diz com os olhos chorosos.
— Ele pode, olha Giovanna, não posso fazer isso agora.
— Desculpa, só não sei como agir, não consigo te esquecer — suas lágrimas começam a descer.
— Não gosto de você desse jeito Giovanna, desculpa, só posso te dar minha amizade e gostria muito de poder voltar a ser seu amigo.
Ela fica em silêncio, nesse momento outra mensagem chega no meu celular, mas ainda não é quem quero, Dan quer saber por que não cheguei ainda, mando uma mensagem
dizendo que estou no shopping e que já estou indo, ela me encara trocar mensagem com Dan, acho que pensa que estou falando com Guigo.
— Tudo bem, seu namorado está te esperando.
— Na verdade ele está sim, vamos nos encontrar no bar aqui perto, mas vai a turma toda se quiser.
— Não — ela recusou de imediato — vou para casa.
Levo ela até a saída e fico esperando o carro de aplicativo que ela pediu, talvez tenha sido uma má ideia vir aqui, mas não posso fazer muito a respeito disso agora, quando seu carro chega ela me encara por um tempo, seus olhos parecem que vão derramar mais lágrimas a qualquer momento, mas ela está tentando ser forte.
— Eu vou superar, mas até lá não consigo ser sua amiga.
— Tudo bem, leve o tempo que precisar — digo.
— Posso te dar uma abraço? — Penso em dizer não, mas seria muito vacilo meu então lhe dou um abraço, dessa vez ela não tenta nada só me abraça mesmo e depois vai embora.
Acho que depois de hoje ela vai finalmente ficar na dela e tentar superar, espero que ela consiga virar minha amiga quando esse sentimento passar, agora que já resolvi isso vou para o bar, preciso encontrar com Guigo, queria que nossos amigos não estivesse no bar também, vou precisar encontrar uma brecha para conversar com ele, isso é tão chato que quase me faz querer contar a todos sobre a gente, porém já tenho problemas demais no momento.
O bar não é grande, vejo meus amigos assim que entro, Tati está do lado do Guigo, preciso respirar fundo antes de me aproximar deles, tem uma cadeira vazia ao lado do Dan então aproveito para sentar, meu namorado me lança um olhar e retribuo com um meio sorriso e depois disfarçou para que ninguém se ligue na nossa troca de olhares.
Todos estão conversando, mas não consigo me concentrar no assunto, estou só no meu canto confirmando quando falam comigo, só consigo pensar na mensagem que vou receber e no quanto queria estar segurando a mão do Guigo agora, ser um covarde é uma merda, Ciço e Dan vão cantar juntos e eu não consigo nem sentar perto do meu namroado, isso é uma droga.
— O que você estava fazendo? — Dan pergunta.
— Estava conversando com Giovanna — digo perto do seu ouvido para que ninguém escute por conta do som alto também.
— Muito bem, já ia lhe dizer que você precisava conversar com ela mesmo.
— Pois é, fui babaca com ela, mas acho que ela me perdoou — estou sendo otimista.
— Vocês voltaram? — Ele é um dos que acha que tinha algo entre Giovanna e eu.
— Não cara, a gente nem teve nada, foi só um fica, mas ela se apegou, foi meio foda, mas pelo menos falei com ela — não vou desmentir ela agora, já foi muito ter dado um fora nela da forma que foi.
— Com o tempo ela vai entender.
— Espero que sim, não queria perder a amizade dela, mas acho que ela não vai mais falar comigo — digo sendo um pouco menos otimista agora.
— Pois é, mais dê tempo ao tempo, cara — estou tão perdido com esse lance da minha mãe e ver Dan se preocupando assim me faz lembrar do Rick e do quanto sinto falta do meu irmão, lhe abraço e agradeço por ele ser meu amigo.
— Obrigado cara.
— Que isso, somos amigos — ele me sorriu e acho que depois disse selamos de vez a paz entre a gente.
— Certo, mas por favor, não comece a falar o que você quer falar — digo porque sei que ele quer saber do Guigo e não estou pronto.
— Tá, mas promete que vai conversar com ele pelo menos?
— Vou tentar — digo.