Capítulo 3 – Dia novo, vida nova
Rafa abriu os olhos com dificuldade. A luz do dia invadia o quarto através da fresta da cortina, e ele imediatamente sentiu o peso do cansaço. Tinha dormido mal, agitado por sonhos confusos que misturavam vergonha, excitação e o rosto de Keila. Ele rolou na cama, tentando convencer a si mesmo de que tudo não passara de um delírio, um reflexo do excesso de pizza, cerveja e energético. Mas algo dentro dele sabia que não era tão simples assim.
Depois de alguns minutos encarando o teto, Rafa se levantou, os músculos ainda tensos. O cheiro que vinha da cozinha o atingiu imediatamente: algo fresco, delicioso. Ele deu alguns passos para fora do quarto, tentando ignorar o desconforto em seu estômago, e foi nesse momento que a viu. Keila estava sentada à mesa, vestindo um short curto e uma camiseta folgada, o cabelo preso de maneira despretensiosa. Ela parecia completamente diferente da mulher dominadora da noite passada, como se nada tivesse acontecido.
— Vem, Rafa, o café tá esfriando! — chamou ela, com um sorriso caloroso, a voz leve e convidativa.
Rafa ficou parado por um momento, o coração acelerado. Ele piscou, confuso, tentando processar a cena. A mesa estava impecável: omelete dourado, uma jarra de suco fresco, café fumegante, leite, e uma tigela de cereais que parecia saída de um comercial. Era surreal, quase cômico. Ele queria acreditar que aquilo significava que tudo não passava de um sonho.
— Bom dia... — disse ele, a voz rouca, quase inaudível, enquanto se aproximava lentamente.
Keila manteve o sorriso, gesticulando para que ele se sentasse. Ela parecia descontraída, como se fosse apenas mais uma manhã comum.
— Dormiu bem? — perguntou ela, com um tom casual, enquanto pegava um pedaço de omelete e o colocava no prato dela.
Rafa engoliu seco, sentando-se na cadeira oposta à dela. Ele evitou olhar diretamente para Keila, a memória da noite passada ainda fresca em sua mente. O que ele deveria dizer? Ele poderia fingir que nada aconteceu?
— Não... não muito bem — admitiu ele, finalmente, depois de um silêncio desconfortável.
— É, eu imagino que a noite foi... intensa pra você. — Keila respondeu, com um sorriso que tinha um toque de malícia, mas que não deixava transparecer nada além de leveza.
Rafa abaixou a cabeça, sentindo o rosto esquentar. Ele se forçou a pegar uma fatia de pão e passar manteiga, tentando manter as mãos ocupadas.
— Keila, eu... — começou ele, mas foi interrompido pelo olhar que ela lhe lançou.
— Relaxa, Rafa. Come. A gente conversa depois. Não precisa ficar tenso logo de manhã. — A voz dela era suave, quase tranquilizadora, mas ele sabia que havia algo mais ali. Algo que ele ainda não conseguia decifrar.
Eles comeram em silêncio por alguns minutos. Rafa tentava manter a calma, mas cada gesto dela — a maneira como ela sorria, o som leve da colher na tigela de cereais — o deixava mais consciente de sua presença e do que havia acontecido. Ele sabia que a conversa inevitável estava por vir.
Rafa terminou de comer, ainda em silêncio, enquanto Keila o observava com um sorriso calmo, quase casual. Ele estava tentando juntar as peças da noite anterior e da manhã aparentemente normal à sua frente. Era difícil acreditar que a mulher alegre à sua frente era a mesma que, horas antes, o humilhara de maneiras que ele jamais imaginara.
— Então, Rafa... — disse ela, apoiando o cotovelo na mesa e olhando para ele com um olhar travesso. — Vamos conversar sobre sua performance de ontem.
Ele engasgou com o resto de café que acabara de pôr na boca, surpreso com a mudança repentina de tom.
— Minha... minha o quê? — perguntou, a voz saindo trêmula.
— Ah, Rafa, vamos lá. Não precisa fingir que não sabe. — Ela sorriu, balançando a cabeça. — Estou falando do que você fez ontem à noite. Ou melhor, do que tentou fazer.
Ela deu uma risadinha, recostando-se na cadeira, como se estivesse prestes a dar um parecer profissional.
— Se eu tivesse que dar uma nota... Hm... Acho que um seis e meio está bom. — Ela fez uma pausa, observando a expressão confusa e mortificada de Rafa. — Foi esforçado, mas, sinceramente, dá pra melhorar muito. Você foi hesitante, nervoso, e parecia que estava lambendo um sorvete derretido em vez de realmente se dedicar ao que estava fazendo. Mas não se preocupe, eu vou te ensinar.
Rafa sentiu o rosto queimar. Ele não sabia o que dizer. A ideia de ter sido avaliado dessa maneira era humilhante, mas a confiança dela em falar sobre aquilo tão casualmente o deixava atordoado.
— Keila, isso... isso é muito... — começou ele, mas ela levantou uma mão, interrompendo-o.
— Ah, relaxa, Rafa. Eu já fiz isso antes. Maciel, por exemplo, adorava quando eu tomava o controle. — Ela deu uma risada ao ver a expressão chocada dele. — Surpreso? Achou que éramos um casal convencional, não é? Pois bem, a verdade é que eu era o lado dominador. Até fazia inversão de papéis com ele de vez em quando. E ele adorava.
Rafa balançou a cabeça, incrédulo. Ele sempre viu Maciel como um homem confiante e seguro, o tipo de cara que jamais imaginaria sendo submisso.
— Mas vocês sempre pareciam tão... normais. — Ele finalmente conseguiu dizer.
Keila deu de ombros, sorrindo.
— Eu sei ser discreta, Rafa. Sei separar as coisas. E é exatamente isso que quero de você. Lá fora, na universidade, na frente dos outros, você será o Rafa de sempre. Mas aqui dentro, nas quatro paredes desta casa, você será a minha putinha limpa-cu. E algo mais, dependendo do meu humor.
Ele ficou sem palavras, engolindo em seco enquanto tentava processar o que ela estava dizendo. O sorriso de Keila agora era cheio de autoridade, e ele sabia que não havia espaço para discussão.
Depois que ambos terminaram de comer, Keila se levantou, recolhendo a louça com uma calma quase irritante. Ela se virou para ele, encostando-se no balcão da cozinha, com os braços cruzados.
— Agora que você já está alimentado, vamos falar sobre o dia de hoje. Temos algumas coisas pra resolver, não é?
O tom dela mudou ligeiramente, a doçura agora entrelaçada com aquela autoridade que ele conhecia tão bem. Rafa sentiu um arrepio, o nervosismo crescendo novamente.
— Coisas? — ele perguntou, tentando manter a voz estável.
Keila sorriu, inclinando a cabeça.
— Ah, sim. Hoje é o dia em que você começa a me mostrar o quanto está comprometido. Vamos à academia mais tarde. E, claro, tem outra coisa... lembra-se da regra número um?
Rafa congelou. Ele sabia exatamente do que ela estava falando. Ela sorriu ao perceber a expressão dele.
— Eu já usei o banheiro esta manhã, Rafa. Você tem um serviço pra fazer.
Ela o encarou, o sorriso tranquilo nunca deixando o rosto, enquanto Rafa sentia o peso das palavras dela se instalar no ambiente. Ele sabia que não havia como escapar.
Keila levou Rafa até o banheiro com passos firmes, deixando claro que ela estava no comando. Ela abriu a porta e entrou, apontando para o vaso sanitário.
Rafa parou na entrada, o estômago revirando. Ele sabia o que ela queria, mas ainda tentava negar para si mesmo. Keila suspirou, impaciente, e começou a abaixar o short e a calcinha, revelando o cuzinho úmido e ligeiramente avermelhado.
— Rafa, se eu tiver que explicar, vou me irritar. Anda logo. Não quero que isso vire um hábito demorado.
Ele deu um passo hesitante, engolindo em seco. A proximidade dela tornava o cheiro ainda mais intenso, uma mistura pungente de suor e fezes úmidas. Keila se inclinou levemente para frente, segurando as coxas com as mãos e expondo completamente o cuzinho.
— Sem papel. Você vai usar a língua hoje. Quero ver você caprichar.
Rafa fechou os olhos, mas o tom implacável dela o fez abrir novamente. Ele caiu de joelhos, o coração batendo forte, o rosto quente de vergonha. Aproximou-se devagar, sentindo o cheiro amargo e encorpado que parecia grudar nas narinas. Quando sua língua tocou o cuzinho dela pela primeira vez, ele quase engasgou.
A textura era ao mesmo tempo lisa e granulada, com pequenos resquícios que se misturavam ao gosto forte e almiscarado das fezes. Era um sabor que ele nunca imaginou experimentar: amargo, denso, e absolutamente inescapável. Cada movimento de sua língua parecia reforçar sua humilhação, enquanto Keila o segurava firme, guiando-o.
— Mais fundo, Rafa. Quero sentir que você tá limpando de verdade. — A voz dela era firme, mas com um tom de diversão evidente.
Ele obedeceu, forçando a língua mais profundamente, sentindo a pressão da carne contra sua boca. O gosto parecia se intensificar a cada segundo, invadindo todos os seus sentidos. Rafa se sentia como um lixo, um completo inútil que não servia para nada além de aquilo. Ele não conseguia evitar as lágrimas que começaram a escorrer pelo rosto, mas continuou, lambeu até sentir que o cuzinho estava limpo.
Keila olhou para trás, avaliando o trabalho com um sorriso de aprovação.
— Muito melhor. Tá vendo, Rafa? Você até que tem jeito pra coisa. — Ela se virou, puxando o short e a calcinha de volta com calma. — Agora, vamos terminar de conversar na mesa.
De volta à mesa, Keila se sentou enquanto Rafa permanecia de pé, ainda tentando processar o que havia acontecido. O gosto amargo e penetrante ainda estava em sua boca, quase como um lembrete cruel.
— Não lave a boca ainda. Quero que você sinta o gostinho por um tempo. Vai ser bom pra você se acostumar. — Ela deu uma risadinha antes de continuar. — E lembre-se: quando os outros moradores estiverem aqui, eu só vou até o seu quarto e fecho a porta. Você faz o resto. Sem barulho, sem drama. Entendido?
Rafa apenas assentiu, incapaz de olhar diretamente para ela.