Capítulo 8 No Bosque dos Amantes
A noite estava quente e abafada. O ar pesado no interior do carro fazia Rafa suar, mas ele sabia que não era só por causa do clima. O Bosque dos Amantes, no Parque da Cidade, era conhecido por encontros discretos, mas ainda assim o risco de ser pego fazia o coração dele bater mais rápido do que deveria.
Keila estava no banco do motorista, completamente à vontade. Seus olhos brilhavam sob a luz fraca do poste mais próximo, um sorriso brincando em seus lábios enquanto olhava para Rafa. O motor do carro estava desligado, deixando apenas o som distante de grilos e o ocasional farfalhar das árvores.
— Então, Rafa, tá confortável? — perguntou ela, sua voz carregada de provocação.
Ele tentou responder, mas as palavras ficaram presas em sua garganta. O clima parecia denso, como se cada movimento fosse amplificado pela tensão entre eles. Keila se inclinou para ele, a mão tocando sua coxa com firmeza.
— Relaxa, Rafa. Ninguém vem aqui a essa hora pra fiscalizar. E mesmo que venham... quem vai querer sair de um carro pra ver o que tá acontecendo? — disse ela, rindo baixo.
A mão dela deslizou pela perna de Rafa, subindo até o zíper da calça. Ele respirou fundo, os músculos se retesando sob o toque dela.
— Keila, e se... e se alguém vir? — murmurou ele, a voz quase sumindo.
Keila apenas ergueu uma sobrancelha, os lábios curvados em um sorriso desafiador.
— Se alguém vir? Eles vão assistir. Talvez aprendam alguma coisa. Agora, Rafa... tira essa calça.
Hesitante, ele obedeceu, o coração disparando com o som do cinto sendo solto e o zíper descendo. Keila o observava, cada movimento seu capturado pelo olhar dela como se fosse uma coreografia ensaiada. Quando ele finalmente estava apenas com a calcinha que ela havia escolhido para ele — a que usara durante o dia todo —, Keila se inclinou para mais perto, os dedos puxando delicadamente a borda do tecido.
— Você sabe por que eu faço isso, né? — perguntou ela, o tom agora mais baixo, quase um sussurro.
Rafa balançou a cabeça, mas não tinha certeza se queria ou conseguia responder. Keila riu novamente, aproximando-se ainda mais até que seu hálito quente roçasse o pescoço dele.
— Porque você é meu. Corpo, mente, vontade. Tudo seu me pertence, Rafa. E hoje, vou te mostrar o que isso significa.
Antes que ele pudesse protestar, Keila deslizou para o banco de trás, puxando-o junto com ela. O espaço era apertado, mas isso apenas aumentava a intensidade do momento. Ela abriu as pernas, deixando a saia subir até os quadris, e olhou para ele com uma expressão que misturava desejo e comando.
— Chupa minha buceta, Rafa. Agora.
O tom dela não deixava margem para discussão, mas Rafa hesitou por um breve momento, seus olhos indo até as janelas do carro. Qualquer um que passasse ali poderia ver, ou pelo menos suspeitar. Mas, como sempre, o poder que Keila exercia sobre ele era irresistível. Ele se inclinou, o rosto ficando entre as pernas dela, enquanto suas mãos subiam pelos quadris dela.
O cheiro dela era inconfundível, intenso, e o gosto enchia sua boca quando ele começou a lambê-la. Keila gemeu baixo, suas mãos segurando a cabeça de Rafa com firmeza enquanto ele explorava cada centímetro com a língua. Os sons abafados de prazer dela preenchiam o espaço apertado do carro, fazendo o coração de Rafa bater ainda mais rápido.
— Isso... assim mesmo, Rafa. Faz direitinho. — Ela suspirou, os dedos cravando-se nos cabelos dele. — Porque eu sei que você adora.
A mistura de medo e excitação que dominava Rafa tornava tudo ainda mais intenso. A qualquer momento, alguém poderia aparecer. Mas, estranhamente, esse mesmo risco fazia sua cabeça girar, tornando impossível pensar em outra coisa além do que estava acontecendo ali.
Quando Keila finalmente alcançou o clímax, ela puxou a cabeça de Rafa para trás, olhando nos olhos dele enquanto recuperava o fôlego. Mas ela não terminou ali.
— Agora, é minha vez. — disse ela, enquanto trocava de posição com ele, empurrando-o para se deitar no banco.
Ela deslizou o dedo pelo cós da calcinha que ele ainda usava, puxando-a lentamente. Rafa sentiu seu corpo inteiro se retesar de nervosismo, mas também de uma antecipação que ele não queria admitir.
— Relaxa, Rafa. — disse ela, com um sorriso predatório. — Hoje, você vai aprender a ser meu por completo.
Keila não era do tipo que esperava permissão, e Rafa sabia disso. Ainda ofegante do orgasmo que ele havia proporcionado, ela o empurrou de volta para o banco com um sorriso de quem estava apenas começando.
— Agora, é minha vez. — disse ela, a voz firme, mas com aquele tom de malícia que o fazia esquecer de tudo ao redor.
Keila deslizou para a frente, posicionando-se entre as pernas dele, os olhos fixos no rosto de Rafa. Ele estava tenso, os dedos agarrando o estofado do banco enquanto o olhar dela o prendia como uma cobra hipnotizando sua presa.
Ela puxou a calcinha para baixo com uma lentidão calculada, expondo-o à brisa morna da noite. Quando finalmente segurou o membro de Rafa com a mão, ele estremeceu, o calor do toque dela contrastando com o ar fresco que entrava pelas frestas da janela.
— Relaxa, Rafa. Ninguém vai nos incomodar. E mesmo que incomodem, você sabe que vale o risco. — Ela piscou, os lábios curvando-se em um sorriso antes de envolvê-lo com a boca.
O primeiro contato foi quase delicado, mas rapidamente ela assumiu o controle, movendo-se com uma mistura de habilidade e domínio. A língua de Keila trabalhava como se conhecesse cada ponto sensível, e Rafa não conseguiu segurar o gemido que escapou. Ele olhou para o teto do carro, tentando manter a compostura, mas cada movimento dela fazia isso parecer impossível.
— K-Keila... — ele tentou dizer algo, mas as palavras desapareceram quando ela intensificou o ritmo, a boca descendo com mais força.
Ela ergueu os olhos para ele, sem parar o movimento, e o olhar que lançou fez Rafa sentir um frio na espinha. Era um olhar que dizia: Você é meu. Ele não conseguia desviar, totalmente submisso àquele momento.
Quando ela finalmente parou, Rafa estava à beira do clímax, mas Keila não o deixou chegar lá. Ela o soltou com um estalo suave e deu uma risadinha ao ver a expressão confusa e desesperada dele.
— Não tão rápido, Rafa. Hoje, a diversão é minha.
Keila se moveu para trás, abrindo a mochila que havia trazido com ela. Rafa assistiu com uma mistura de curiosidade e nervosismo enquanto ela tirava algo que ele não esperava: um cinto com um consolo acoplado. Seu coração disparou.
— O quê... Keila, eu não sei... — começou ele, mas a mão dela no peito o silenciou.
— Promessa é promessa, Rafa. E você disse que queria me agradar, não disse? — Ela sorriu, ajustando o cinto em torno da cintura. — Agora vira.
Ele hesitou por um momento, o medo e a excitação lutando dentro de si. O risco de serem pegos ainda estava em sua mente, mas a presença de Keila, sua autoridade, tornava impossível dizer não. Lentamente, Rafa virou-se, apoiando-se nos joelhos e cotovelos no banco de trás.
Keila não perdeu tempo. Ela puxou um pequeno frasco de lubrificante da mochila e aplicou generosamente no consolo e no corpo de Rafa. O frio do gel o fez estremecer, mas a mão firme de Keila em suas costas o manteve no lugar.
— Relaxa, Rafa. Vai ser melhor assim. — disse ela, inclinando-se para frente e lambendo suavemente a base de sua coluna, enviando um arrepio por todo o corpo dele.
Com movimentos lentos e cuidadosos, Keila começou a pressionar o consolo contra ele. Rafa se enrijeceu no início, o corpo instintivamente resistindo, mas a voz dela logo o trouxe de volta.
— Respira, minha putinha. Você vai adorar. — sussurrou ela, e havia algo naquele tom, uma mistura de comando e carinho, que o fez relaxar.
Quando o consolo finalmente entrou, Rafa gemeu, a sensação invadindo todos os seus sentidos. Era desconfortável, mas ao mesmo tempo, havia algo profundamente excitante em se entregar completamente a Keila. Ela começou a se mover lentamente, os quadris dela empurrando com firmeza, mas sem pressa.
— Isso, Rafa. Assim mesmo. — Keila sussurrava, as mãos firmes nas laterais dele enquanto aumentava gradualmente o ritmo. — Sente o que é ser meu. Porque é isso que você é, Rafa. Meu. Pra sempre.
Rafa agarrou o estofado com força, os sons abafados de prazer escapando de seus lábios enquanto ela o tomava. A mistura de medo — do local público, do risco de serem vistos — e o prazer avassalador que ela proporcionava o deixavam em um estado de torpor, onde nada mais parecia importar.
Keila continuou com movimentos ritmados, alternando entre lentos e intensos, cada investida marcada pela pressão firme do consolo entrando e saindo. Rafa segurava o estofado do banco com força, os nós dos dedos brancos, enquanto seu corpo respondia de maneiras que ele nunca imaginou serem possíveis. Cada movimento parecia desfazer um nó em sua mente, quebrando preconceitos que ele mal percebia carregar.
Ele sentia o consolo invadir cada centímetro, o desconforto inicial dando lugar a uma sensação estranha e avassaladora, como se algo dentro dele finalmente estivesse se abrindo — não apenas fisicamente, mas emocionalmente. Rafa gemia baixinho, os sons abafados pelo braço que pressionava contra a boca para conter qualquer ruído que pudesse chamar atenção para o carro estacionado no bosque.
— É isso, Rafa... relaxa. Você tá indo muito bem. — disse Keila, sua voz suave, mas carregada de poder.
Keila se inclinou para frente, uma das mãos acariciando suavemente as costas de Rafa, enquanto a outra mantinha o ritmo do cinto. Cada palavra dela parecia dissolver mais um pouco da resistência de Rafa, como ondas quebrando lentamente uma barreira.
— Olha pra você... tão entregue, tão meu. — sussurrou ela, a voz como um convite irresistível. — É disso que eu gosto, Rafa. De ver você finalmente se libertar de tudo que te segurava.
Rafa não conseguia mais pensar. Tudo o que sentia era a presença dela, o calor de seu corpo e o ritmo constante que parecia sincronizado com seu próprio coração. O prazer se acumulava de forma quase esmagadora, um redemoinho de sensações que o fazia esquecer onde estava, quem poderia ver, ou mesmo quem ele era antes de Keila entrar em sua vida.
Keila percebeu a mudança nele, o jeito como o corpo de Rafa respondia mais livremente. O sorriso em seu rosto era de triunfo, mas também de satisfação genuína.
— Tá sentindo, Rafa? Tá entendendo o que é se entregar de verdade? — perguntou ela, enquanto aumentava ligeiramente o ritmo, as investidas se tornando mais intensas.
Ele não conseguia responder. Cada fibra do seu ser estava focada naquele momento, no prazer que o dominava por completo. Rafa gemeu alto, esquecendo-se de conter os sons, e sentiu o clímax crescer dentro dele como uma onda prestes a quebrar.
Keila, sentindo o momento, se inclinou mais uma vez, segurando os quadris de Rafa com firmeza enquanto o levava ao limite.
— Isso, Rafa... vai, deixa acontecer. — sussurrou ela.
E então aconteceu. O corpo de Rafa se arqueou, e ele gritou alto, o prazer tomando conta enquanto ele chegava ao orgasmo, um tremor percorrendo cada músculo. Quase ao mesmo tempo, Keila também se entregou ao próprio prazer, um gemido abafado, entre os dentes, escapando de seus lábios enquanto seu corpo pulsava em sincronia com o dele.
Por um momento, tudo ficou em silêncio, exceto pelo som de suas respirações ofegantes. Keila sorriu satisfeita, mas logo percebeu a bagunça que Rafa havia feito no banco traseiro do carro. Com um movimento rápido, ela pegou um lenço da mochila, limpando o estofado antes que a mancha pudesse se espalhar.
— Acho que você vai precisar de uma boa desculpa se alguém perguntar por que o banco tá assim. — brincou ela, rindo enquanto terminava de limpar.
Rafa, ainda ofegante e com o rosto corado, olhou para ela com uma mistura de vergonha e gratidão. Ele sabia que algo havia mudado dentro dele naquela noite. Algo importante.
Keila passou a mão pelo rosto dele, afastando uma mecha de cabelo suado.
— Você foi incrível, Rafa. — disse ela, com um sorriso que, pela primeira vez, parecia menos malicioso e mais sincero. — Eu sabia que você tava pronto.
Ele não disse nada, apenas assentiu, ainda perdido no turbilhão de emoções. E, enquanto ela se ajeitava no banco da frente, ligando o carro para voltarem para casa, Rafa percebeu que, por mais que a noite tivesse sido intensa, ele finalmente sentia que estava exatamente onde deveria estar.
— Agora, relaxa um pouco. Você foi ótimo. E não se preocupe... ninguém vai saber disso. — Ela riu, acariciando os cabelos dele. — A menos que eu queira, é claro.