No outro dia, acordei cedo e levei Naomi à faculdade. Nos despedimos, e eu pedi que ela me avisasse caso fosse liberada mais cedo. Ela me deu um beijo e saiu para a aula, visivelmente feliz; dava para perceber pelo seu semblante. Saí dali e fui direto para a padaria onde ela trabalhava. Conversei com o patrão dela, expliquei toda a situação e ele entendeu bem, mas lamentou perder sua melhor atendente. Ele disse que iria dar baixa na cadeira da Naomi e, assim que fosse a um contador, mandaria o dinheiro que ela tinha direito pelo tempo de trabalho. Durante nossa conversa, ele me deu uma grande ideia. Agradeci a ele por me mostrar o vídeo e disse que ele foi de grande ajuda. Ele comentou que a violência estava cada vez maior e que câmeras de segurança eram uma boa forma de se proteger.
Saí dali pensando no que ele disse e realmente estava preocupada com minha segurança e a de Naomi. Algo me dizia que essa Rayssa era perigosa; para alguém inventar uma história daquelas, não poderia ser uma boa pessoa. Outro ponto que me chamou a atenção foi o fato de ela supostamente ter ficado em uma clínica psiquiátrica. Se isso fosse verdade, ela poderia ser uma pessoa instável; eu não queria correr riscos.
Fui ao centro e visitei algumas lojas especializadas em segurança até encontrar uma que me oferecesse o que eu queria. Por sorte, o técnico estava disponível e foi comigo instalar quatro câmeras de segurança: uma na garagem, duas na sala e uma na cozinha. Meus alvos eram a entrada da garagem, a sala completa e a entrada da cozinha. A câmera da garagem era um pouco maior, mas ficou bem escondida na madeira da cobertura. As duas da sala e a da cozinha eram minúsculas e foram bem camufladas. Uma na estante da sala captava uma visão geral do cômodo, a outra no lustre do corredor pegava a porta da sala, e uma no enfeite da geladeira monitorava a porta e a entrada da cozinha. Todas tinham sensor de movimento e transmissão ao vivo para meu celular e notebook. As imagens seriam salvas na nuvem e eu poderia acessá-las no meu computador. A instalação foi demorada e eu precisei sair para buscar Naomi antes de terminar.
Quando cheguei à porta da faculdade, vi Rose saindo e a chamei. Mesmo um pouco ressabiada, ela veio até o carro. Expliquei que precisava muito conversar com ela sobre Rayssa; eram só algumas perguntas e prometi que ela não seria envolvida em nada. Enquanto conversávamos, Naomi apareceu. O clima entre as duas não estava bom, mas Naomi fez questão de se desculpar e ofereceu uma carona para Rose. Ela acabou aceitando e, durante o caminho, Naomi explicou rapidamente o que estava acontecendo. Quando chegamos, Rose disse que só iria à casa dela trocar de roupa e falar com a mãe, e logo voltaria para conversar com Naomi.
Naomi ficou curiosa com o homem de macacão que estava na nossa sala. Expliquei a ela o que eu estava fazendo e ela gostou da ideia. Quando mencionei o valor dos equipamentos e do serviço, ela ficou chateada, se culpou por eu estar gastando tanto dinheiro por causa dela. Eu disse que não era só por causa dela e que era um investimento muito bem feito.
Rose chegou um tempo depois e Naomi a chamou para seu quarto. Eu não pude ir porque o técnico estava terminando as instalações e me mostrou como tudo funcionava. Depois de quase uma hora de explicação, o técnico arrumou suas coisas e se foi. Fui até o quarto da Naomi e as duas pareciam emocionadas. Rose limpava o rosto e Naomi com certeza tinha chorado. Perguntei se estava tudo bem e Naomi disse que sim, que elas só estavam se desculpando e se acertando de vez. Fiquei muito feliz por elas. Eu achava muito legal a amizade das duas; mesmo com Rose não me dando abertura, eu via que se davam muito bem e que Rose ajudava Naomi.
Voltei para o quarto e perguntei a Naomi se ela tinha contado tudo a Rose, e ela confirmou que sim. Rose me pediu desculpas por não ter agido melhor na situação. Eu disse que estava tudo bem, que no fim ela me ajudou da última vez que conversamos e talvez pudesse me ajudar novamente. Rose disse que Naomi já tinha adiantado o assunto e, infelizmente, ela não poderia ajudar muito. Ela comentou que estudou no mesmo colégio que Rayssa, mas nunca se falaram e que não sabia muito da vida dela além do que já tinha me contado. Ela disse que Rayssa era dois anos mais velha, estudava em salas diferentes e sem amigos em comum. Além do que já havia mencionado, a única coisa que sabia era que a mãe de Rayssa foi várias vezes à escola para falar com a direção. Rayssa fazia muitas coisas erradas e a mãe sempre era chamada. Rose lembrou de uma vez em especial, quando viu Rayssa xingar a própria mãe de nomes feios, enquanto a mãe chorava. Foi uma grande confusão, pois os professores tiveram que intervir e Rayssa acabou agredindo uma professora. Rose disse que Rayssa acabou desaparecendo da escola depois disso. Dias depois, ela soube que ela tinha sido expulsa.
Rose disse que a professora agredida por Rayssa parou de dar aulas na escola; o comentário era que ela pediu transferência porque o namorado de Rayssa a ameaçou. Rose não sabia se era verdade, mas não duvidava, pois o namorado dela era perigoso; todo mundo tinha medo dele no bairro. Essa era as informações que ela tinha sobre eles. No final do ano, Rose e a família se mudaram do bairro onde moravam e Rose não soube mais nada de Rayssa, até vê-la com Naomi na porta da faculdade. Ela comentou que só viu notícias do namorado de Rayssa quando ele foi preso e não soube mais nada dele também.
Perguntei a Rose qual era o bairro onde ela morava e qual colégio estudava. Ela me disse e o bairro não era muito longe do nosso; cerca de cinco minutos de carro em um dia sem trânsito. Mas, pelo jeito, Rayssa não morava mais lá, o que confirmei com Naomi. Ela me explicou onde era o barraco onde Rayssa estava morando, que ficava no bairro ao lado do nosso. Parecia ser verdade que ela saiu da casa da mãe ou foi expulsa, como na história. Porém, a mãe dela não parecia ser uma pessoa ruim, ao contrário da mãe que Rayssa descreveu. Se ela estivesse viva, talvez pudesse me ajudar a entender mais sobre a filha e suas motivações para querer me prejudicar.
Agradeci a Rose pelas informações, dizendo que poderiam ser muito úteis e que ela poderia ficar tranquila, pois nada sairia daquele quarto. Ela respondeu que estava tudo bem, que deveria ter ajudado antes e, infelizmente, não o fez, mas que dessa vez faria tudo o que pudesse para nos ajudar. Fui dar um abraço nela, mas dei um passo em sua direção e hesitei. Lembrei do que ela me contou e achei melhor não fazer aquilo. Mas ela sorriu, veio até mim e me abraçou. Disse que poder me abraçar era sinal de que o tratamento dela estava dando certo e que, na verdade, aquele abraço era quase uma terapia de choque para ela. Eu sorri e a apertei nos meus braços.
Rose logo se despediu, dizendo que estava morrendo de fome e foi almoçar. Eu também fui preparar um almoço para mim e Naomi. À tarde, Rose retornou para ajudar Naomi a estudar e eu fui pensar nos meus próximos passos. Eu iria tentar encontrar a mãe de Rayssa e ir à clínica. Queria saber se Rayssa realmente foi internada; algo me dizia que sim, que ela ficou algum tempo lá. Planejava fazer isso no dia seguinte, se Artur autorizasse; na clínica, talvez eu encontrasse o antigo endereço ou o nome da mãe de Rayssa.
Algo que achei estranho foi que Rayssa não procurou por Naomi. As duas tinham o número uma da outra; Naomi disse que desde o dia em que ela foi presa, não recebeu mais nada da Rayssa. Provavelmente, o namorado dela contou o que fez e Rayssa deve imaginar que Naomi tenha contado tudo para mim. Mas era só uma suspeita.
Minha cabeça estava a mil e, no fundo, aquela adrenalina de tentar descobrir as coisas me deixava animada. O único problema era que Naomi estava no meio disso tudo; se não, eu poderia até dizer que estava gostando da situação. Fiquei o resto do dia planejando o que fazer e como fazer. Estava bem ansiosa para o dia seguinte chegar logo e poder pôr tudo em prática.
No início da noite, fui tomar um banho; Rose e Naomi ainda estavam concentradas nos livros. Peguei minha toalha e fui para o banheiro; aproveitei a água, que estava uma delícia, e acabei me distraindo durante o banho. Estava terminando de enxaguar meu cabelo quando senti alguém se aproximar. Abri os olhos e vi Naomi nua na minha frente, com um sorriso sapeca no rosto. Sorri e abri os braços. Ela se encaixou no meu abraço e me deu um beijo bem gostoso. Logo senti suas mãos apertando meu bumbum. Eu fiz o mesmo e comecei a apertar suas nádegas.
Nosso beijo já era quase desesperador; eu sentia suas mordidas nos meus lábios, às vezes doía. Logo, ela desceu a boca direto para meus seios e começou a chupar com vontade. Ela parecia estar faminta. Mas não ficou muito tempo ali; já se ajoelhou na minha frente e começou a lamber minha menina. Ela devorava minha menina com sua boca e lambia ela com força. Eu a olhava direto nos olhos; era lindo ver seus lábios e língua sumindo dentro de mim. Aquilo me excitava muito. Ela continuou me dando prazer até eu gozar e melar sua boca toda.
Depois de me encher de beijos, dei um banho nela e, em seguida, um banho de lingua bem gostoso na sua menina. Ela estava com muito tesão, seus gemidos estavam altos e não demorou a gozar na minha boca. Assim que se recuperou um pouco, já colocou as duas mãos na parede do banheiro e pediu para eu penetrá-la com meus dedos. Fiz o que ela queria e, dessa vez, fui eu quem puxou seu cabelo com força. Deixei sua bunda vermelha de tanto tapa que ela levou. Mas Naomi não reclamou de nada; pelo contrário, ela amou e pediu mais enquanto gemia gostoso com meus três dedos dentro dela, fazendo um entra e sai frenético. Acho que nunca vi ela ter um orgasmo tão forte. Ela só não caiu porque eu a segurei; acho que aquela loirinha com cara de anjo gostava mesmo de uma pegada mais forte.
Depois de terminar nosso banho, fomos preparar nosso jantar; revezamos nas panelas naquela noite e até que saiu um jantar gostoso. Naomi era só sorrisos e elogios para mim. Ela parecia um poço de felicidade e eu estava amando aquilo. Depois do jantar, fomos ver um filme no meu quarto. Assistimos a uma comédia romântica: "Imagina eu e você". Naomi chorou no final do filme; ele é muito legal, mas ver ela chorar me fez perceber o quanto ela era sensível. Ficamos conversando e trocando carinhos depois. Ela estava bem mais carinhosa que o normal. Dormimos abraçadas para fechar nossa noite.
Acordei no dia seguinte para ir trabalhar. Naomi decidiu não ir à faculdade, dizendo que seria mais produtivo estudar em casa do que ir à aula na sexta-feira. Concordei com ela e, depois de um belo café da manhã que ela preparou, saí para trabalhar. Diana já me esperava do lado de fora da garagem. Quando saí, olhei para o céu e vi que estava todo nublado. Parecia que seria um dia feio, já que o sol provavelmente não iria aparecer. Quando cumprimentei Diana e fui entrar no carro, senti um aperto enorme no peito. Não sabia o porquê, mas me deu uma tristeza; uma vontade de voltar para casa e passar o dia todo com Naomi. Não sei por que tive aquela sensação ruim, mas pedi para Diana esperar um minuto. Corri de volta para dentro e vi Naomi parada no corredor. Fui até ela, dei um abraço apertado, olhei nos seus olhos e disse que a amava muito. Ela respondeu que também me amava muito.
Virei as costas e saí para trabalhar, ainda sentindo aquele aperto no peito, aquela sensação ruim. Mas não dei muita importância e saí. O que eu não sabia naquele momento, é que aquele dia se transformaria no pior dia da minha vida.
Continua…
Criação: Forrest_gump
Revisão: Whisper