No passado…
A tradição religiosa da cidade era tamanha que o antigo Convento do Sagrado Coração foi reformado como uma escola. O símbolo da religiosidade local foi abraçado como uma esperança de uma educação melhor. Era o futuro da cidade nas mãos de Deus. Edículas e galerias aos fundos estavam em ruínas e assim permaneceram. Porém, grande parte da estrutura resistiu ao tempo, sendo convertida no principal colégio da cidade. Era um projeto ousado, que previa novos blocos com arquitetura contemporânea no futuro. Professores vinham de outras cidades morar ali e trabalhar na Escola do Sagrado, nome do antigo convento.
Apesar de todo o valor simbólico e monetário investido, nem todos os alunos performavam bem.
As notas baixas de Renato fizeram seu pai, Raul, dono do Supermercado da cidade, temer por seu filho. Já era repetente e não criava boas expectativas para sair da escola. Os professores que lhe davam aula foram contratados para dar aulas de reforço ao jovem rebelde. Entre eles, estava Manuela.
A professora de geografia era conhecida como a mais bela do colégio. Tinha traços indígenas fortes com a cor da pele morena, um pouco avermelhada. Os lábios cheios desenhavam sorrisos charmosos, complementados por um nariz achatado e um belo par de olhos castanhos. As curvas do corpo impressionavam tanto quanto a beleza de seu rosto. Fazia sucesso entre os alunos não só pela beleza, mas também pela jovialidade. Tinha apenas vinte e sete anos. As alunas a tratavam como uma amiga e os garotos a olhavam com desejo. Manuela lidava com tudo isso com naturalidade, pois via aqueles meninos como um bando de crianças.
Exceto um.
— Renato, você não copiou os esquemas que escrevi no quadro. — disse Manuela, com seu tradicional e gentil tom de voz.
— Me desculpe, professora. Me distrai olhando outra coisa.
O sorriso debochado, junto ao olhar descendo para o quadril, escancararam para onde o garoto de dezoito anos prestava atenção. Manuela conhecia aquele olhar e o desejo que ele representava. Fora contratada para ajudar um aluno que não se ajudava. Um moleque que se achava homem apenas por ser abusado o bastante para flertar com sua professora. Aos olhos dela, era ridículo, mas talvez pudesse usar isso a seu favor.
— Gostou tanto da minha calça que não copiou os esquemas?
— Sim. A senhora está gata, mas poderia melhorar?
A professora franziu o cenho.
— Talvez se usasse uma calça mais justa, ia valorizar mais o corpo bonito que tem.
Manuela não esperava essa audácia. Respirou fundo, como se isso controlasse o quanto seu rosto queimava. Pagara para ver e agora não podia voltar. Ela se aproximou do assento do aluno, se debruçando sobre ele até os rostos ficarem bem próximos.
— Vamos fazer um trato. Tenho outra calça, bem apertadinha. Eu a visto para você amanhã se copiar todos os esquemas e prestar atenção na aula.
A voz aveludada de Manuela desmontou a postura debochada do rapaz, que não esperava por essa resposta. No rosto de Renato surgiu um sorriso bobo e o moleque virou um garoto. Ele anotou tudo e passou a se comportar como seus melhores alunos. O desafio funcionou e ela precisou fazer sua parte do trato. Ia para a escola vestida como sempre: elegante, bonita, mas nada que chamasse ainda mais a atenção. Na aula de reforço, trocava as roupas. Suas calças mais justas marcavam as formas de seu quadril e deixavam Renato boquiaberto. Para prender sua atenção, sustentava um novo acordo a cada aula. Além de calças, Manuela usava decotes ousados, vestidos ou saias mais curtas. Não se deu conta do prazer que sentia provocando aquele moleque, até que certo dia escolheu uma calça branca em conjunto com uma calcinha preta. Por trocar de calças antes da aula de reforço, só percebeu o que vestia ao ouvir uma pergunta de seu aluno.
— Professora, a senhora sempre usa esse tipo de calcinha?
Apenas nesse momento ela percebeu a combinação usada. O contraste de cores permitia uma mínima transparência. Era o bastante para um olhar mais atento saber a cor e seu gosto por peças menores. Estava de costas, escrevendo no quadro enquanto seu aluno tinha a visão de como aquela calcinha minúscula valorizava as suas formas.
— Sim, eu sempre uso esse tipo. Gostou? — respondeu à professora, fingindo tranquilidade enquanto seu rosto queimava.
— Eu adorei, por mim pode vir sempre assim.
Manuela continuou sua aula, sentindo-se nua. Passou todo o tempo fingindo normalidade, enquanto não parava de pensar no quanto estava sendo desejada por aquele moleque. Aquilo a excitava e cada minuto de aula parecia levar horas. Ao fim, enquanto arrumava suas coisas, sentiu a mão de Renato em sua bunda.
— Obrigado por me mostrar a calcinha, professora.
Não foi uma mera carícia. A mão deslizou pela bunda até se enfiar entre as nádegas. O toque, tão íntimo, arrancou dela um gemido baixinho, porém indesejado. A professora olhou para trás, na esperança de o aluno não ter lhe ouvido, mas o sorriso debochado dele a constrangeu. Ela não o repreendeu ali, e não o faria nas vezes seguintes.
Quinze anos depois…
Raul era dono do supermercado que era uma das referências da cidade. Todos, em algum momento, faziam compras ali. Era um excelente administrador, capaz de construir um negócio de sucesso do zero. Sua origem humilde fez dele um homem solidário. Usava parte de sua riqueza para ajudar os mais pobres e nunca esquecia dos amigos. Quando Ezequiel, pai de Daniel, faleceu, fez uma promessa ao amigo que não deixaria esposa e filhos passarem necessidade. Assim, fez um acordo com Andressa onde revenderia parte dos produtos naturais dela. O público preferia comprar coisas em outras cidades do que na “loja amaldiçoada” do número seiscentos e sessenta e seis. Costumava dizer que não adiantava ganhar uma fortuna se não pudesse dividir. O mesmo não podia ser dito de seu filho, Renato.
Ao contrário do pai, Renato assumia papéis de liderança desde cedo. Era capitão do time de futebol e líder dos garotos baderneiros da escola. Tinha a vantagem de seus atos na escola nunca terem consequência, pois a mãe, Brenda, o defendia com unhas e dentes, sempre usando a figura do pai como forma de chantagem.
Raul era um excelente empresário e um pai ausente. Sua dedicação exagerada ao trabalho fazia Brenda questionar não apenas a ausência do pai do seu filho, como também a fidelidade dele. As brigas por desconfiança eram constantes, sempre na frente do filho. Com a distância do pai, Renato cada vez mais ficava do lado da mãe. Brenda participou mais da educação do filho e do jeito fez dele um homem forte. Ensinou-o a se impor sempre, não importando se estivesse errado, pois a razão vem com o poder. Renato tinha muito poder. Era um garoto forte e a ausência do pai o deixou revoltado o bastante para aprender a se impor pela violência. Se divertia batendo em garotos mais fracos, conquistando a admiração dos demais valentões e das garotas da escola. O namoro com a “princesa” da cidade se tornou algo natural, assim como o casamento.
Com a aposentadoria de Raul, Renato assumiu as rédeas do supermercado. De início, quase faliu a empresa, obrigando o velho Raul a ajudá-lo. Foi um momento de reconexão com seu pai, ao passar a entender o quão trabalhoso era manter aquilo funcionando. Com o pai saindo de campo mais uma vez, restou a Renato se entregar totalmente ao trabalho. O tempo passou para ele, ganhando entradas e cabelos brancos. Engordou, mas ainda era um homem forte e imponente. Continuava seguindo os ensinamentos da mãe, se impondo sempre.
Exceto em casa.
O que ninguém sabia é que por trás da fachada do casamento perfeito, havia brigas constantes. Dedicando cada vez mais tempo ao trabalho, sua relação com Michele piorou. Chegando sempre em casa tarde da noite, era alvo de desconfianças constantes. Aquilo o incomodava, não apenas pela desconfiança, mas sim pela forma explosiva com a qual Michele o abordava. Sua esposa lembrava como a mãe tratava o seu pai. Ouvir os gritos da esposa era como votar no tempo, onde se trancava no quarto e tampava os ouvidos para não escutar os gritos dos pais.
No fim das contas, isso se tornou mais um motivo para passar mais tempo no trabalho e menos tempo em casa. O estresse só aumentava e só um lugar conseguia acalmá-lo.
A escola onde estudava.
Após quinze anos, a velha escola mudou. As alas antigas ainda tinham sua função, mas foram introduzidos blocos novos, para receber ainda mais alunos. O antigo Convento virou escola e depois um complexo escolar, com dois conjuntos arquitetônicos de mesma monumentalidade, mas linguagens distintas. Ir dos novos edifícios para o mais velho era como viajar no tempo. A área mais antiga ficou restrita aos alunos de supletivo, como Jéssica, que corriam atrás do tempo perdido na escola.
Naquela noite, Manuela dava aula.
A professora de geografia ainda era uma das mais belas da escola. Aos quarenta e quatro anos, ainda mantinha os cabelos longos e lisos, aos quais dedicou um tempo para fazer uma longa trança. O sorriso amável era o mesmo, apesar de alguns traços da idade aparecerem. Seu corpo já não era o mesmo, mas ainda atraia olhares dos alunos. Isso era mais comum nas aulas noturnas de supletivo. Eram alunos mais velhos, porém maduros. Os flertes eram discretos e Manuela lidava com os interesses sem perder sua doçura.
Ela dava sua aula com a porta da sala aberta, pois naquele horário não havia poluição sonora. Ainda não apresentou todo o conteúdo quando viu uma figura conhecida do lado de fora. Olhou o relógio e viu faltar ainda vinte minutos de aula, mas mesmo assim dispensou a turma. Ficou ali, arrumando suas coisas, enquanto um aluno insistia em ficar.
— Professora, não acredito que uma mulher tão bonita esteja solteira.
— Querido, você é um amor. Estou velha, caída. Ninguém me quer mais. — disse Manuela, aos risos.
— E se eu quisesse? Eu também sou velho, aliás, tenho a sua idade.
O homem falava com confiança. Os cabelos já brancos se uniam às marcas da idade e lhe conferiam um certo charme. A voz grave, porém suave, era sedutora.
— Fico lisonjeada, mas não quero relacionamentos agora.
— Sabe, desde que comecei a ter aulas com você, venho te admirando. Seu jeito de ser é adorável. Fico tão hipnotizado nas suas aulas, que tenho vontade de ouvir a sua voz o tempo todo. Penso muito em você e queria mais do que esse tempo de aula. Será que não posso jantar com você uma noite dessas?
Um sorriso amável se formou no rosto da professora. Sem jeito, ela precisou respirar fundo para responder.
— Talvez eu goste da sua companhia em um jantar. Aliás, eu tenho certeza de que você, sendo tão gentil como é, com certeza me faria uma companhia maravilhosa. Só que eu não mereço nada disso. Tive um casamento muito ruim e hoje só quero ficar sozinha.
O homem respira fundo e olha para os lados, decepcionado. Manuela acaricia seu rosto e faz o aluno lhe olhar nos olhos mais uma vez.
— Não fica assim. Fiquei feliz em te ouvir. Apenas não é para mim. Um homem com suas qualidades não ficará sozinho por muito tempo.
O aluno pegou sua pasta e andou em silêncio para a saída. Na porta, deu um último recado.
— Entendo o que diz, mas discordo totalmente. Enquanto me negar com esse sorriso, eu continuarei tentando.
O último aluno se foi, deixando a professora sorrindo sozinha com aquele momento. Não durou muito tempo e se lembrou da outra pessoa que aparecera em sua porta. Seu riso se desfez e ela pegou suas coisas, saindo da sala na direção contrária pela qual os alunos foram.
Os passos eram marcados pelo eco do bater do salto alto com os pisos de pedra. Naquele pedaço do antigo convento, não havia mais telhado e boa parte das paredes já havia caído. Não havia luz, restando à lua a tarefa de tornar o caminho de Manuela visível. A professora estava elegante, com sua saia até os joelhos e uma blusa de cor azul-claro. Se dirigia até uma parede em ruínas, mas ainda firme. Encostado a ela, iluminado pela lua, estava Renato.
— Eu já te falei para não aparecer na porta da sala. O que deu em você? Não posso ficar terminando aula mais cedo assim. Se me pegam, sou demitida. — disse Manuela, com uma voz doce, mas carregada de aflição.
— Me desculpe. Eu precisava muito te ver.
A angústia estava escrita nos olhos de Renato. Aquele homem imponente, cuja voz trovejante comandava dezenas de funcionários, tinha a fala embargada. Manuela deu mais alguns passos em direção a ele e o abraçou.
— É ela de novo?
— Não tenho paz, Manu. É todo o dia agora.
Os olhos de Manuela lacrimejam. Ela afaga o ex-aluno enquanto chora.
— Meu Deus. Como você está se sentindo?
— Horrível. Me sinto aquela criança de novo. Quando ela grita, ouço a voz da mãe gritando com o meu pai.
Lágrimas escorrem dos rostos de ambos. Manuela segura o rosto de Renato e delicadamente lhe beija na boca.
— Você se tornou um homem tão bom. Não merece passar por isso. Você pensou no que falei, sobre o divórcio?
— Eu não posso me separar dela.
— Eu dizia o mesmo sobre meu ex-marido. Foi você que me ajudou a me separar dele. Eu nem tinha como pagar advogado e você me salvou. Por que não pode fazer isso por você mesmo?
— Com você era diferente. Ele te batia. Não podia deixar aquilo continuar. Eu e Michele somos diferentes. Me sinto responsável por ela. Não posso deixá-la sozinha.
Manuela acaricia o rosto de Renato mais uma vez.
— Então a gente tem que parar de se ver.
— Isso não!
— Você sabe que o que a gente faz é errado. A Michele não faz ideia do quanto ela tem razão quando briga com você.
— Sei, mas não posso ficar sem você. O único momento da minha vida em que tenho um pouco de satisfação é quando estamos juntos. Ainda mais agora que aquele merda daquele Daniel voltou para a cidade. Lembrar dele traz tudo de volta.
— Renato — Manuela lhe dá mais um beijo, mais lascivo. — esquece o Daniel. Ele não tem culpa de nada.
— Eu sei, mas…
— Você quer relaxar, não é?
Pela primeira vez naquela conversa, Renato abre um sorriso.
— É tudo o que quero.
Manuela alisa o peito de Renato e abre lentamente os botões de sua camisa. O beija e leva a mão ao pau por cima da calça. Sente o par de mãos lhe possuir a bunda e abre o cinto dele com destreza. Sem interromper o beijo, masturba o homem, sentindo a rola engrossar na sua mão.
— Saudade do seu pau. — sussurrou Manuela ao ouvido do amante antes de se ajoelhar. Engoliu a piroca, fazendo questão de chupar sem segurar o membro, pois as mãos desabotoavam sua blusa. Sem o sutiã, massageava os seios enquanto continuava a mamar a rola de Renato.
Tirou o pau da boca. Sorriu sapeca para ele, acomodando a rola babada entre os seios. Sentiu aquele membro deslizar entre seus peitos macios num ritmo lento, assim como os gemidos dele.
— Você gosta dos peitos da sua puta? — disse Manuela, segurando os seios para espremer o pau entre eles.
Se havia algo em Manuela que excitava Renato, eram as falas chulas e desavergonhadas, vindo numa voz extremamente doce. Renato se sentia pervertendo um anjo.
— Adoro seus peitos, minha puta safada. — Disse.
— Essa putaria toda me dá tanto tesão.
— Gosta de dar ao ar livre, não é?
— Sim. Só de vir para cá, minha boceta fica molhada.
— Vamos ver se ela está molhada mesmo.
Renato levantou Manuela e a colocou contra a parede de pedras. Abriu a saia que caiu no chão. Com um puxão, lhe rasgou a calcinha.
— Seu puto! Adoro quando rasga a minha calcinha.
— Quem manda me dar tesão? É o seu tratamento, puta.
— Isso. Fode a sua puta!
Renato a segurou pelos cabelos, dando uma volta com a mão nas suas tranças.
— Bate na minha bunda, Renato.
Renato acerta um tapa, que explode nas nádegas fartas de Manuela.
— Isso, Renato, me bate! Sua mulher não gosta, não é?
Renato acerta outro tapa.
— Ela é mulher direita. Não é puta como você.
— Então me bate mais, Renato. Sou puta, mereço apanhar.
Acertou-lhe um tapa na bunda e enfiou a piroca de uma única vez.
— Que rola gostosa do caralho! — gritou Manuela, sem se preocupar em ser ouvida ao ar livre.
Naquele horário, todos os alunos e boa parte dos funcionários já havia deixado a escola. Só restavam os vigias que tomavam conta dos acessos. Ninguém iria para os fundos, sobretudo na área das ruínas. Apesar de estarem ao ar livre, Manuela podia se soltar, gritar como o ex-marido dela não admitia. Podia assumir o seu lado lascivo sem julgamentos da sociedade e saciar o seu desejo de ser comida como uma puta por Renato.
— Isso, Renato! Fode a boceta da sua cachorra!
Os gemidos e gritos da professora competiam com o som do choque dos quadris de Renato contra o seu corpo. O ex-aluno fodia Manuela como se estivesse batendo em todas as suas frustrações. O jeito despudorado que a professora mostrava apenas a ele o excitava e tirava de dentro dele uma besta irracional. Renato não só metia, mas batia na bunda de Manuela, que sorria com gosto ao apanhar do seu amante.
Após um entra e sai violento em sua boceta, Manuela ajeita o corpo. Ela se apoia na parede com o rosto e um dos ombros. Empina ainda mais o quadril e com as mãos segurou as nádegas, as abrindo.
— Bota no meu cu, Renato!
Renato interrompeu seus movimentos, segurando o bumbum de Manuela com carinho.
— Tem certeza de que quer isso?
— É a sua puta que está pedindo, Renato. Enfia esse caralho no meu cu!
Quando o membro abriu caminho em suas pregas, Manuela gritou. A dor era real, mas o tesão era maior. Se entregar daquela forma a excitava, principalmente quando tirava de Renato seu lado mais bruto.
— Me come, Renato. Com força. Meu cuzinho aguenta tudo!
Renato acelera os movimentos.
— Não é para isso que você vem? Para me fazer de puta? Para me mostrar que sou piranha? Vem, seu puto! Me fode, me arregaça toda!
O ânus de Manuela já não oferecia mais resistência e Renato meteu com toda a força. A pele sensível do rosto e dos seios da professora era pressionada contra a pedra fria e áspera daquele muro arruinado. Seus gritos despudorados deixaram Renato louco e, em pouco tempo, ele gozou, empurrando o pau inteiro. Abraçou-a por trás, pressionando o corpo dela ainda mais contra a alvenaria de pedras. Manuela sentiu os jatos dentro de si, o peso daquele homem corpulento, seu cheiro. Ouviu seus gemidos descontrolados e sentiu seu abraço carinhoso no final.
Os dois se beijaram apaixonados. Renato não tinha mais aquele semblante aflito, como se tivesse exorcizado seus próprios demônios. Manuela voltou a exibir seu doce sorriso. O ex-aluno se vestiu e, a pedido dela, saiu na frente. Manuela continuou nua, sentando-se no chão. Num momento consigo mesma, olhou para a lua que a iluminava e depois a calcinha rasgada no chão. Mordeu os lábios num sorriso lascivo e suspirou. Olhou depois para as paredes em ruínas e pensou que aquele canto da escola tinha parado no tempo. Reparando melhor, percebeu que aquilo não era uma volta no tempo, e sim, o tempo se definhando. As estruturas em ruínas do velho convento eram reflexos de sua própria vida arruinada.
A professora pôs as mãos na cabeça e começou a chorar.