Eu estava super feliz com meu novo empreendimento nudista-imobiliário, que sempre terminava sendo sexual também, porque o ambiente sem roupa, o clima frio e chuvoso, as circunstâncias lúbricas e a movimentação sensual que rolava na intimidade do ap terminavam favorecendo o encontro de corpos, a altas fodas rolavam. Comercialmente era uma excelente ideia também, pois o investimento era praticamente zero, e por isso não precisava exagerar no valor do aluguel, o que facilitava o acesso das mais diversas classes sociais. Por isso, era imprescindível uma conversa virtual antes, para eu selecionar bem os inquilinos, separar o joio do trigo, eliminar quem não estava no espírito da coisa. Afinal era minha casa, que eu abria a estranhos, e avesso como sou a pessoas, e ciumento como sou em relação ao meu espaço, precisavam ser muito bem escolhidos. Até que eu dissesse “sim”, muitos “nãos” rolavam, na média de oito por um.
Foram nove hospedagens, gente dos mais variados matizes, mas cada um e cada uma, ao seu modo, me enriqueceram psicologicamente, e – tenho certeza disso – também saíram enriquecidos e enriquecidas com as experiências vividas neste apartamento. Principalmente porque não havia qualquer coisa premeditada (pelo menos de minha parte), a não ser o fato de ficarem todos nus o tempo todo. Saíam prometendo voltar o mais breve possível. Embora essas promessas sejam mais ditadas pelo calor do momento, sei bem que a rotina do cotidiano e as sempre novas experiências vão arquivando “ad infinitum” aquela promessa. Raramente voltamos a algum lugar que fomos e que dissemos que voltaríamos.
Mas a vida é feita de ciclos, de oportunidades. E assim como o apartamento nudista foi uma boa ideia, no momento certo, era de se esperar que outras ideias fossem surgindo, ao longo da caminhada. E surgiu, de fato, um convite para um excelente trabalho fora do país, nada a ver com essa atividade nudista, mas ganhando bem e fazendo o que gosto. Isso me obrigaria a encerrar o projeto de nudismo e devolver o apartamento. Porque, sim, o ap era alugado e, ao final, o que eu fazia caracterizava-se como sublocação, prática proibida em contrato.
Antes de encerrar as atividades, porém, eu queria um inquilino marcante. Por isso fui bem mais criterioso na escolha, desta vez. Foram cerca de uma dúzia de nãos, até conhecer a figura exótica de vinte e poucos anos denominada Astrogildo. Cara em tudo “sui generis”, a partir do nome. Alguém assim normalmente perferiria ser chamado de Gildo; não ele, optou por Astro. Esta era só uma das muitas esquisitices desse personagem marcante. Conversamos bem mais tempo do que conversei com os outros hóspedes: papo super cabeça, inteligente, inusitado, ideias completamente diferentes, anticonvencionais – meio “non sense” algumas, mas tudo bem! Aceitei, marcamos.
O horário de chegada sugerido por Astro: onze e meia da noite da sexta-feira. Depois entendi por quê, mas explico já agora: Astro evitava contato cotidiano diurno com as pessoas, porque ele ODIAVA andar vestido, e à noite, os gatos pardos sempre deixam lições de maior liberalidade. Não obstante, já tivera vários problemas antes, em relação a isso. Já fora preso algumas vezes, por atentado ao pudor, coisas assim. Ficara mais cuidadoso, mas sem transigir um milímetro que fosse de seus princípios, apenas adaptando-os à “pequenez mental do vulgo populacho”, como ele definia a atrofia mental das pessoas comuns.
Nessa noite de sexta-feira, por exemplo, ao tomar o uber, envolto em uma estranha capa preta, que tinha aparência de batina, por ir até os pés, após o deslocamento do ponto de partida, falou ao motorista que não se incomodasse, mas ele precisava tirar a capa, pois estava se sentindo sufocado. Diante da concordância do condutor, retirou (e, claro, nada tinha por baixo da capa, senão seu corpo), procurando se colocar numa posição, no banco, fora do raio do retrovisor. Bobagem, porque o motorista logo percebeu a movimentação e ao flagrar-lhe a nudez obscurecida pela semiescuridão do automóvel, mas revelada espaçadamente pela luz dos postes e outros carros, preparou-se para falar. Astro, no entanto, foi mais rápido, falando de sua fobia por roupa, dos inconvenientes que isso já lhe trouxera, e seu discurso foi tão comovente, que o “uber” acabou concordando com tudo, permitindo completar a viagem naqueles “trajes” naturais.
Desceu em frente ao meu condomínio, atravessou a calçada completamente nu, quase fazendo saltar as órbitas de um bêbado que passava na hora, e que decerto achou que deveria dar um tempo na bebida, porque já não conseguia mais ver as roupas das pessoas (Astro se contorcia de rir, ao me contar esse detalhe). Tocou na campainha, atendi ao interfone, liberei-o e ele veio completamente sem roupa até meu apartamento. Só ao abrir a porta, e dar com ele já em plena nudez, me dei conta do risco que corri, com aquele inquilino exótico, logo na sua chegada: tive uma taquicardia atrasada (imagino minha angústia se eu o visse atravessando o condomínio sem roupa).
A rola em pleno estado de ereção, abriu os braços e o sorriso, dando-me um abraço apertado e demorado, no meio do corredor, nossas rolas imprensando-se entre nossos corpos. Depois do abraço, pegou-me no rosto com as duas mãos e me beijou intensamente na boca. Eu não sabia se correspondia ou se o puxava para dentro, minha cabeça a mil, implorando ao universo que não permitisse que algum vizinho aparecesse no corredor – decerto presenciaria uma cena como jamais veria novamente em mil anos luz: dois homens nus, se beijando de rolas duras, no meio do corredor. Entramos finalmente.
Sua pica não quis descanso. Grossa e horizontal, vibrava a cada passo de seu dono. Elétrico como todo hiperativo, ele logo vasculhou o apartamento, foi até meu quarto, conheceu a varanda, voltou à sala, foi à cozinha, entrou no seu quarto, jogou um rápido olhar ao banheiro. Diante da minha posição de observador maravilhado com aquela energia toda, minha rola em riste, esperando ele parar um pouco, para conversarmos, Astro escancarou um sorriso pleno, jogou-se novamente em meus braços, num renovado abraço, bem apertado – nossas rolas duras entre nós. Aí eu que tomei seu rosto entre minhas mãos e tasquei o maior beijo, despejando todo o tesão que sua exótica figura me despertara.
Ele, claro, correspondeu febrilmente, e suas mãos percorriam meu corpo com suavidade e intensidade, desceu ao meu cu, enfiou um e mais dedos, saiu, colheu minha rola e a punhetou um pouco, largou minha boca e se agachou velozmente, tomando meu pau e o chupando com voracidade. Caímos no sofá e ele já arranjou um jeito de colocar sua rola ao alcance da minha boca. Suguei-a com sofreguidão e senti a babinha salgada do pré-gozo. Ele retirou ligeiramente e voou para cima de mim, abrindo meu cu com os dedos, substituindo-os pela língua, e finalmente entrando com rola e tudo. Recebi-o com muito prazer, até senti-lo espirrar seu leite quente em minha entranhas, aos gemidos. Logo em seguida, tomou minha rola rocha e a pôs na entrada de sua porteira. Empurrei só um pouquinho e ela se perdeu lá dentro. Senti a rugosidade de suas paredes a pressionar meu falo e isso foi aumentando meu prazer até ao ponto irreversível de gozar. Explodi em seu cu, aos solavancos e ganidos.
Manteve-se agarrado ao meu corpo, enquanto respirávamos forte e ruidosamente, pelo cansaço do recém gozo; aproveitei os segundos de serenidade para falar um pouco sobre sua permanência ali. Ele olhava para mim, com seus olhos castanhos penetrantes, parecendo escutar atentamente o que eu dizia. Em pouquíssimo tempo percebi sua rola novamente crescendo, e ele tomando conta da minha boca com avidez e novamente movendo o corpo para me enrabar outra vez, até gozar em seguida.
Fomos tomar banho, quando então pude apreciar visualmente aquele corpo que já me fodera duas vezes nos minutos que chegara a minha casa. Era belo, de fato. Bunda bem redonda e durinha, como alguém de sua idade merece ter. Lavamo-nos mutuamente, e saímos; peguei o vinho de boas vindas, e, enquanto nos deliciávamos com o precioso líquido, ele me falava de sua vida, de suas aventuras, de tudo que contei resumidamente até aqui. Falou que achava que morreria cedo, e essa talvez fosse a explicação de tanta urgência em fazer as coisas que lhe davam prazer. Já casara, tivera dois filhos, se separara, mas de vez em quando, quando ia visitar os herdeiros, acabava metendo a rola na buceta da ex-mulher, a quem adorava e que o amava também. Mas sentia imprescindível necessidade de correr o mundo, de correr a vida, que, se não lhe fosse curta como ele julgava, tanto melhor, ao final teria vivido inúmeras vidas em uma só.
Eu não podia deixar de admirar aquele ponto de vista, naquele misto de furacão e ternura, e feliz por ter escolhido tão bem o personagem final do meu empreendimento. Ele parecia um Príapo insaciável, e naquele fim de semana me fodeu inúmeras vezes – eu não tinha energia nem potência para acompanhar seu ritmo e o fodi bem menos. Quando foi embora, altas horas da madrugada do domingo, nu como havia chegado, fiquei com saudade imediata e rebolei na cama várias vezes, bebendo seu cheiro gostoso que ali ficara e só consegui adormecer após uma punheta-homenagem ao meu derradeiro inquilino nudista.