No passado…
O treino de handebol da escola havia acabado de terminar e Quitéria se dirigia junto às demais alunas ao vestiário. A menina de pele negra e cabelo crespo havia chegado à cidade recentemente e ainda não se enturmou com suas colegas. Havia uma timidez natural de quem se inseriu naquele meio, mas com algumas semanas isso já deveria ter passado. Nenhuma das alunas parecia muito disposta a conversar com ela, sendo ela uma pessoa quase invisível no meio das meninas.
Isso mudou quando ela conheceu Michele.
Mesmo antes de trocar as primeiras palavras com ela, Quitéria já conhecia a reputação da loira mais popular do colégio. Era linda, divertida e uma das melhores jogadoras do time. Observando-a de longe, queria ser amiga dela. De todas as garotas de quem tentou se aproximar, Michele era a mais difícil. Praticamente impossível, devido à quantidade de meninas querendo sua atenção o tempo todo.
Foi uma surpresa grande quando a loira a chamou pela primeira vez.
— Você é a garota nova, não é? Odeio esse vestiário quando fica muito cheio. Tem outro mais afastado que fica vazio a essa hora, quer ir comigo? Não gostaria de ir sozinha.
Um sorriso brotou no rosto da garota, pois finalmente teria a oportunidade de fazer uma amiga. Não qualquer uma, pois Michele era admirada por todas as garotas da escola. Quitéria finalmente se enturmaria.
Durante a caminhada, Quitéria ouvia entusiasmada os relatos de Michele sobre suas últimas viagens ao exterior. Não se importava de não ter nada a acrescentar àquele assunto, pois estava feliz em estar acompanhada. As duas chegaram a um vestiário antigo, masculino, mas Michele a tranquilizou dizendo que os meninos não treinavam naquele horário e seria tranquilo entrar.
— Os chuveiros aqui são coletivos. Você não tem vergonha de tirar a roupa, não é?
A pergunta soou como um desafio. Estando só duas garotas ali, Quitéria deu o primeiro passo, tirando a blusa e o sutiã. Seus seios volumosos despertaram os olhares curiosos de Michele, mas apenas por um curto instante. Enquanto Quitéria começava a tirar o short, a loira pegou a blusa, sutiã e mochila de Quitéria, para depois sair correndo do vestiário. Quitéria correu atrás de Michele, com as mãos cobrindo os peitos, até a porta do vestiário, onde vários alunos a aguardavam. Havia muitos ali. Meninos e meninas, todos olhando para a garota, que envergonhada pedia para devolverem suas roupas. Podia ver Michele rindo ao lado das amigas, assim como ouvir gritos de alguns alunos ao fundo. Porém, todos a olhavam, a constrangendo. Entre risos e sussurros, podia ouvir algumas coisas que deixavam bem claro que o motivo daquilo tudo toda estava no tom da sua pele.
Quinze anos depois....
Os pneus cantavam da frente da casa de Daniel, assustando quem passava por perto. Michele tinha uma expressão séria ao volante e se sentia confusa. Ela era uma esposa correta e uma mulher respeitada, e um caso como aquele mancharia muito sua imagem. Aquilo não deveria ter acontecido. Por outro lado, o beijo de Daniel a balançou e a atitude dele a surpreendeu. Não era mais aquele garoto de quem ela zombava. Jamais havia gozado, sendo tocada e beijada daquela forma. Ela tinha um “ponto fraco”, desconhecido até pelo marido, e Daniel chegara nele na primeira abordagem, fazendo-a se derreter em seus braços. Sabia ser errado o que fizera, mas a boceta ainda estava úmida, pois aquela sensação deliciosa ficou gravada em sua mente. Os sentimentos conflitantes lhe faziam se sentir culpada por trair o marido. Essa angústia a perseguiu até chegar em casa e ver o celular do marido em cima da mesa. Pegou o aparelho e mexeu nele até encontrar o que procurava.
Com passos firmes e decididos, Michele circulava pela casa atrás de Renato. Carregava um celular na mão e uma expressão de poucos amigos no rosto.
— Seu filho da puta. Quem é essa piranha?
Renato olhou assustado para a esposa, que segurava a tela do celular na sua frente.
— É a Quitéria, você não lembra dela? Treinava handball com você.
— Não se faça de bobo, Renato. O que essa foto dessa piranha de biquíni está fazendo no seu aplicativo?
Na tela do celular havia duas fotos conjuntas. Uma mulher negra com os cabelos pretos, cacheados e soltos, compridos até um pouco abaixo dos ombros. Tinha olhos levemente puxados e um sorriso discreto enquanto fazia uma pose em que suas mãos se tocavam no topo da cabeça pelas pontas dos dedos. As duas pequenas peças que a cobria, toda em amarelo, ressaltavam as curvas generosas do largo quadril. Os seios, volumosos, se espremiam na parte de cima. Na foto seguinte, a mesma mulher posava de lado, com o bumbum levemente empinado enquanto desfazia o laço do biquíni.
— Amor, ela tem uma loja de roupas e tira fotos para divulgar os produtos. Acho que ela mesma desenha as peças.
— Acha que sou otária? A mulher põe foto de biquíni e você quer me convencer de que ela está vendendo a roupa?
— Olha a descrição. Tem os preços e tudo.
Michele olha a foto e lê a descrição pela primeira vez.
— Renato, você é ridículo! Tu ias comprar esse biquíni para quem?
— Ué, para você.
— Olha bem para essa piranha e vê se pareço com ela.
Michele mostrou o celular de novo e Renato teve a impressão de sua esposa estar incomodada com o tamanho dos seios da modelo serem maiores do que os dela.
— Amor, eu ia comprar do seu tamanho.
— Vai comprar porra nenhuma! Essa vaca malha na mesma academia do que eu. Terei uma conversinha com ela e, se eu souber que está aprontando com ela, você está fodido!
Renato levou as mãos à cabeça.
— Amor, não faz isso.
— Não faz por quê? Está com medo de quê?
— Não tenho nada para te esconder. Só estou dizendo que isso é ridículo.
— Ridículo é você casar comigo e ficar pulando certa. Deixa eu saber só de uma para ver o que faço com você.
— Eu nunca fiz nada. Você sempre briga comigo, mas nunca teve uma prova concreta de nada.
— Seu pai fazia isso. Você deve ser igual a ele.
Renato balançou a cabeça e desistiu de discutir. Ele deu as costas para a esposa e foi embora.
— Para onde você vai?
— Para o supermercado. Ver se os vigias estão trabalhando direito.
— Sempre com essa desculpa. Olha, se eu souber que sai à noite para comer alguma putinha por aí, você vai ver só.
— Não enche, Michele!
— “Não enche”. Seu pai devia dizer o mesmo para a sua mãe!
Renato bate à porta. Respira fundo e foi até seu carro. O veículo o levou até o supermercado, onde ele teve uma rápida conversa com os vigias. De lá, seguiu para o Colégio Sagrado Coração.
Já Michele se manteve em silêncio quando o marido voltou para casa. Aparentava até uma certa tranquilidade, mas não deixava de pensar naquela mulher de biquíni. No dia seguinte, passou a manhã olhando as redes sociais dela enquanto trabalhava. Olhava as fotos tiradas da academia, a mesma em que estava matriculada, para tentar saber em que horário ela a frequentava. Assim, alterou toda a sua rotina para estar naquele lugar no mesmo momento.
Foi para a academia vestindo um conjunto de calça legging e top pretos, cabelo preso. Em qualquer lugar, Michele era o centro das atenções e ali não era diferente. Naturalmente atraía olhares de todos e sabia bem disso, mas naquele dia, ela fez questão de atrair mais. Assim, chegou na academia sorridente, falando com todos para deixar bem claro para a mulher que supostamente flertava com seu marido, que ela estava lá. Por azar, a tal mulher não chegara.
Um pouco frustrada, Michele começou seus exercícios. O sentimento de frustração passou quando os olhares discretos ao seu corpo perfeito massagearam o seu ego. Quase tinha se esquecido do seu verdadeiro objetivo quando percebeu Quitéria se exercitando.
A mulher com short e top rosas, contrastadas com o tom de pele retinta, chegou silenciosa de tal forma que Michele não percebeu quando ela entrou. Após isso, não tirou os olhos dela. Gradualmente, foi parando de fazer mais esforço, apenas olhando as formas daquela mulher. O short curto parecia dar mais volume ao bumbum musculoso enquanto deixava as grossas coxas expostas. O top espremia os seios volumosos que quase saltavam do decote. Michele acompanhava aquelas curvas em cada movimento e, com o tempo, foi percebendo que outros alunos também o faziam. Ela já não era mais o centro das atenções.
Quando aquela mulher terminou, Michele parou de fingir que se exercitava e seguiu até o vestiário. Seguiu-a pelos armários, indo até a área dos chuveiros. Alcançou-a e a segurou pelo ombro.
— Escuta aqui. O que você tem com o meu marido?
Quitéria franziu o cenho e demorou a reconhecer Michele. A loira não se deu por satisfeita e mostrou a foto que teria sido curtida pelo esposo. Depois mostrou o perfil dele. Quitéria tranquilamente abriu seu celular e seu aplicativo, e, em sequência, a tal postagem. Confirmou a curtida de Renato e fez questão de mostrar a caixa de mensagem, recheada de mensagens de homens diversos.
— Olha aqui. Tem um monte de homens me assediando. Algumas coisas dão nojo de ler. Nenhuma delas é do seu marido, se quer saber.
Michele olhou as mensagens recebidas por Quitéria e reconheceu alguns perfis que mandavam mensagens semelhantes àquelas. Como uma mulher popular na internet, se identificou com ela.
— Esses caras são nojentos mesmo. Não podem ver uma mulher bonita. — disse Michele, ignorando completamente a acusação que acabara de fazer.
— Não se lembra de mim? — perguntou Quitéria, também ignorando a acusação que acabara de receber.
— Não me é estranha, você era da escola?
— Sim, era da sua turma e treinava handball com você também.
— Me desculpe, eu realmente não lembro. Naquela época, eu treinava Handball, vôlei, basquete. Tinha aulas de inglês. Fazia tanta coisa que não lembro de quase ninguém daquela época.
— Lembro que você era muito popular e todo mundo queria ser sua amiga. Inclusive eu.
O afago fez um sorriso brotar no rosto de Michele, que já ignorava o motivo de estar ali.
— Aproveitando que você está aqui. — disse Quitéria enquanto tentava tirar o top. — Me ajuda com isso?
Michele prontamente a ajuda. Com os braços de Quitéria levantados, Michele puxa o top para cima com dificuldade, desnudando os fartos seios.
— Obrigada. Às vezes acho que meu peito é grande demais. — Disse Quitéria, massageando os seios. — Esse top me aperta muito.
Michele não tirava os olhos das formas generosas nas mamas de Quitéria.
— São… naturais? — perguntou Michele.
— São sim. Quer ver só?
Sem esperar a loira responder, a preta lhe segurou as mãos, levando-as aos seios. Michele arregalou os olhos com a rigidez daquelas tetas. As mãos de Quitéria continuavam por cima das de Michele, induzindo-a a continuar apertando.
— Nossa… são naturais… firmes e tão lindos. Às vezes penso em ir num cirurgião, em Nova York, para aumentar os meus.
— Não faça isso, querida. Peito grande só dá trabalho. Tenho certeza de que os seus são lindo. Me deixa ver.
O elogio fez brotar um sorriso no rosto de Michele. Sem pedir, Quitéria tirou o top da loira, expondo seus seios de auréolas rosadas em formato mediano.
— Olha que peito lindo que você tem. — disse Quitéria ao virar Michele de frente para o espelho e a abraçá-la por trás.
A loira podia sentir os peitos corpulentos pressionados nas suas costas. As mãos tocavam seus seios suavemente.
— Seus seios são perfeitos. Não são pequenos, nem grandes demais. São gostosos de apertar e ficam ótimos num topo que não deve te apertar. Seu marido deve adorá-los.
— Sim, ele gosta. — disse Michele, com um sorriso largo no rosto.
Quitéria massageava os seios e brincava com os bicos dos mamilos. Michele não continha mais seus gemidos mais tímidos.
— Sabe o que acho lindo em você e queria ter igual? A sua bunda.
Michele se contorceu para olhar para trás, empinou a bunda e tentou enxergar a mão que lhe apalpava. De repente, os dedos deslizaram para dentro de sua cintura. Ao olhar de volta para o espelho, viu Quitéria morder os lábios.
— Deixa eu olhar?
Os afagos no ego deixavam Michele à vontade.
— Pode olhar sim.
Quando sua calça foi puxada para baixo, Michele balançou o quadril suavemente para facilitar ser despida. As mãos de Quitéria percorriam as coxas, o bumbum, a cintura e as costas. Michele sorria e gemia baixinho aos toques delicados no seu corpo. Assim, Quitéria fica, mas à vontade e lhe aperta a bunda.
— Você é maravilhosa. Olha essa bunda? É grande, durinha, tudo na medida certa. Como consegue deixar a bunda assim?
— Tenho uma série de exercícios só para os glúteos. Se quiser, te dou o contato do meu personal. Tem a dieta também, que posso te passar. Se bem que tem coisa que só a genética consegue.
— Entendo, você é perfeita.
Quitéria explora o bumbum de sua nova amiga sem constrangimento. Michele sorria, se deliciando com aquelas carícias enquanto se sentia admirada. Quando uma daquelas mãos deslizou por dentro de suas nádegas, ela arregalou os olhos e arfou. Seu corpo se contorceu todos.
— O que foi? Te machuquei?
— Não, só sou sensível aí.
— Aqui? — perguntou Quitéria, deslizando a ponta dos dedos nas pregas da loira.
Era um toque quase sem contato. A pontinha do dedo deslizava pelas pregas com tal suavidade que Michele se arrepiava. Gemeu alto, manhosa e passou a empinar mais a bunda.
— Que delícia! Carinho aqui é bom mesmo.
Michele se entregou. Abriu as pernas tanto quanto a calça em seus tornozelos permitia. Seu quadril começava a rebolar. Gemia baixinho sem parar, fechando os olhos.
Até que os abriu de repente.
— Ai, minha bunda! — Gritou Michele quando o tapa explodiu em suas carnes.
— Me desculpa! É que sua bunda é ótima para isso — disse Quitéria, levando o dedo de volta ao cu da loira antes que ela protestasse.
Se havia uma coisa que Michele desgostava no sexo, era brutalidade. Puxões de cabelo, tapas na bunda, xingamentos… nada disso era tolerável, pois odiava ser subjugada no sexo. Renato, seu marido, teve que se reeducar sexualmente para os dois terem relações “normais”. Michele normalmente reagiria furiosa ao ser tocada daquele jeito, mas a carícia em suas pregas imediatamente a acalmou. Michele voltou a gemer manhosa com a pontinha dos dedos fazendo círculos em volta do seu buraquinho. Um novo tapa explodiu na sua bunda.
— Ai, porra! Você bate forte!
— Desculpa. É essa mania minha de malhar os braços demais!
— Isso dói!
— Fala sério! Seu marido deve bater mais forte do que eu.
— Ele não bate. Só faz amorzinho!
Quitéria acerta mais um tapa.
— Ai! Está ardendo!
— Não acredito. Sua bunda é perfeita para bater.
Quitéria acerta mais um tapa. O estalo ecoa pelo vestiário.
— Ai, caralho!
— Vai me dizer que não gosta de um tapinha.
— Gosto… na verdade, não… é que você bate muito forte!
Quitéria brincava fazendo uma deliciosa tortura em Michele. Sua mão pesada acertava um tapa firme, como a bunda da loira explodisse. Instintivamente, Michele gritava, recuando o quadril para frente, em reflexo da ardência na sua pele, mas a preta logo encaixava o dedo na entrada do seu cu e a loira empinava o quadril de novo, enquanto gemia manhosa. Michele não sabia em que posição ficar.
— Ter uma bunda desse tamanho e não gostar de apanhar é um desperdício. — brincou Quitéria.
— Não fale desse jeito! Parece que sou uma puta.
— É exatamente isso que você é, meu bem. — sussurrou Quitéria antes de segurar Michele pelo cabelo e a debruçar completamente na mesa.
Cinco tapas foram dados com toda a força. Michele gritou em casa um deles. A preta levou dois dedos ao clitóris da loira e empurrou o polegar no cu. Brincou com o grelo dela, fazendo movimentos sutis, lentos até Michele gritar descontrolada. Enquanto a loira gozava, a preta lhe distribuía mais tapas na bunda.
Quando percebeu já estar solta, Michele ficou de pé e vestiu sua calça. Quitéria lhe deu o top, auxiliando-a a se vestir. A preta a abraçou por trás, mordiscando-lhe a orelha, fazendo um sorriso sapeca brotar no rosto da loira.
— Acho melhor esconder esse bumbum do marido hoje. Te deixei bem vermelha. — Disse Quitéria. Michele sorriu e com esse sorriso ela andou na direção da saída. Quitéria foi para o chuveiro tomar seu banho, mas chamou Michele para dar um último recado.
— Quando quiser apanhar de novo, vai na minha loja!
As duas trocaram sorrisos. Quitéria tomou o seu banho, sentindo-se vitoriosa. Michele exibia um sorriso largo no rosto até sair do vestiário. A academia ainda estava cheia e todos olhavam para ela. Era o centro das atenções, como gostava de ser, mas havia algo de estranho. Não eram os olhares de admiração aos quais estava acostumada. Era de estranheza. Michele então se deu conta de que seus gritos, gemidos, além dos tapas que levara, ecoaram para além do vestiário. Pela primeira vez em sua vida, descobriu o que era constrangimento e abaixou a cabeça, passando correndo no meio das pessoas, querendo não ser reconhecida.