Meu nome é Lucas Rodrigues, tenho 24 anos e faço faculdade de engenharia civil a dois anos. Se eu tivesse que resumir minha vida, diria que ela segue o roteiro padrão de um garoto de classe média, filho único, com pais que sempre esperaram muito de mim. Eu nunca pensei muito sobre sentimentos ou sobre quem eu era além do que as pessoas projetavam. Meu foco era aproveitar a vida, sem grandes preocupações.
Minha história – se é que posso chamar assim – começou a mudar quando conheci a Brenda. Era meu último ano do ensino fundamental, e ela era a garota dos sonhos de qualquer família tradicional: educada, estudiosa e apaixonada por mim como se eu fosse um príncipe encantado. No começo, foi divertido. Ela sonhava com casamento, filhos e aquela vida perfeita que a gente só vê em filmes, mas, sinceramente, eu nunca levei tudo isso tão a sério.
Não que eu fosse um namorado exemplar. Eu tinha meus desejos, minhas dúvidas, e me sentia inquieto com a ideia de ficar com apenas uma pessoa pelo resto da vida. Apesar disso, mantínhamos o namoro, e eu ia empurrando com a barriga enquanto me dividia entre os estudos e os amigos.
As coisas mudaram de verdade quando recebi a notícia de que tinha conseguido um intercâmbio de um ano no Canadá. Era uma chance única, e eu estava determinado a aproveitar ao máximo. Quando contei para Brenda, ela ficou arrasada. Chorou, implorou, tentou me convencer de que eu poderia recusar. Mas, pela primeira vez, fui sincero com ela. Disse que um ano era muito tempo e que achava melhor terminarmos.
Ela não aceitou. Disse que me amava e que esperaria por mim. Mais do que isso, me deu um "passe livre", algo que eu não pedi, mas que ela ofereceu para me manter de alguma forma. “Faça o que quiser, mas volte para mim”, foi o que ela disse. Aceitei porque era conveniente, mas, no fundo, eu sabia que aquele relacionamento já não fazia sentido.
No Canadá, tudo parecia diferente. Eu era livre, em um lugar onde ninguém me conhecia. Ali, comecei a explorar quem eu era de verdade, sem as amarras que sempre senti em casa. Conheci gente nova, vivi experiências que nunca imaginei e comecei a enxergar o mundo de outra forma.
Meu primeiro mês no Canadá foi desafiador, mas ao mesmo tempo fascinante. Eu ia morar em Vancouver, e logo ao chegar, fiquei encantado. O aeroporto era enorme, moderno e muito organizado. Assim que saí para pegar um táxi, a primeira coisa que me chamou a atenção foi o ar gelado – diferente de tudo que já tinha sentido no Brasil. Era como respirar um frescor novo, puro, quase revigorante.
A cidade era incrível, parecia tirada de um cartão-postal. No caminho até o alojamento, fiquei olhando pela janela do táxi, tentando absorver cada detalhe. As ruas eram largas e muito limpas, com árvores perfeitamente alinhadas nas calçadas. A paisagem era um contraste impressionante: arranha-céus espelhados dividiam espaço com montanhas ao fundo, algumas delas ainda com neve no topo, mesmo sendo final de verão.
Vancouver parecia um lugar onde o moderno e o natural conviviam em perfeita harmonia. O centro da cidade era vibrante, com pessoas caminhando apressadas, ciclistas nas ciclovias, e aqueles ônibus elétricos que eu só tinha visto em filmes. Lembro de ter passado pelo Stanley Park, um dos maiores parques urbanos da América do Norte, e ficado impressionado com o tamanho e a beleza das árvores, algumas tão grandes que pareciam de outro mundo.
No alojamento, a realidade começou a se firmar. Eu ia dividir o espaço com três pessoas: Artur, um brasileiro de Curitiba que estava lá pelo mesmo programa que eu, e dois franceses, Pierre e Julien, que também estavam em intercâmbio. Apesar de o alojamento ser simples, era confortável. Meu quarto era pequeno, mas bem funcional, com uma cama, um armário e uma escrivaninha. A cozinha e a sala de estar eram compartilhadas, o que nos obrigava a interagir.
Minha afinidade maior, como esperado, foi com o Artur. Ele era um cara extrovertido, com aquele jeito descontraído de brasileiro que faz amizade com qualquer pessoa. Apesar de estarmos em um lugar tão diferente, era reconfortante ter alguém para conversar em português e compartilhar as dificuldades.
A comida, por exemplo, foi um choque. Tudo parecia muito processado, e as refeições rápidas como hambúrgueres e sanduíches dominavam. Eu sentia falta de arroz, feijão e da comida caseira da minha mãe. Artur e eu ríamos disso, e em pouco tempo, começamos a explorar os mercados da cidade em busca de ingredientes familiares.
Nas primeiras semanas, também enfrentei a barreira do idioma. Apesar de ter estudado inglês por anos, estar cercado por falantes nativos era uma experiência completamente diferente. Pierre e Julien eram amigáveis, mas falavam rápido e com sotaques fortes, o que tornava tudo mais complicado. Ainda assim, era empolgante saber que eu estava aprendendo algo novo a cada dia.
Vancouver não era só uma cidade; era uma experiência. Caminhar pelas ruas e ver o sol se pôr atrás das montanhas, com as luzes da cidade começando a brilhar, me fazia sentir que eu estava vivendo algo único. Ainda estava me adaptando, mas sabia que aquele lugar tinha muito a me ensinar – sobre o mundo e sobre mim mesmo.
Sempre tive uma paixão pela música. Desde pequeno, as pessoas me diziam que eu cantava bem, mas, para ser honesto, nunca dei muita atenção a isso. Era mais algo que fazia por prazer, sem grandes pretensões. Mas toda vez que pegava um violão e começava a cantar, os olhares de admiração e os aplausos sempre vinham, e aquilo me fazia sentir algo único.
Uma noite no alojamento, durante uma pequena reunião de estudantes – talvez umas dez pessoas – um colega do Pierre trouxe um violão. Claro que todos começaram a pedir para alguém tocar, e antes que eu percebesse, o violão estava nas minhas mãos. Escolhi algumas músicas brasileiras e outras em inglês que sabia que eles conheciam. Assim que terminei, os aplausos foram imediatos, e não vou mentir, foi incrível ver as expressões de surpresa e entusiasmo.
Entre as pessoas naquela noite, estava Christina, uma americana que chamava a atenção de todos. Ela era linda, com olhos azuis brilhantes, cabelos loiros cacheados e uma semelhança impressionante com a cantora Christina Aguilera. Não era à toa que o apelido dela entre os amigos era “Aguilera”. Mas naquela noite, o interesse dela estava voltado para mim, e confesso que isso mexeu comigo.
Depois que toquei e cantei, ela se aproximou com um sorriso curioso. Começamos a conversar, e a conexão foi imediata. Entre risadas e olhares que duravam um pouco mais do que o normal, acabamos nos beijando. Foi intenso, como se algo novo e inesperado tivesse sido despertado dentro de mim.
Depois daquela noite, começamos a nos ver com frequência. Christina era vibrante, segura de si, e tinha uma energia que parecia contagiar tudo ao redor. Passávamos horas juntos – às vezes no meu quarto, às vezes no dela, outras vezes explorando os cantos da cidade. Com ela, eu descobri um lado de mim que nunca tinha explorado antes.
Uma noite, em uma conversa mais descontraída, Christina compartilhou algo que me deixou intrigado. Ela sugeriu que experimentássemos algo novo juntos. Disse que gostaria de incluir outra pessoa em um momento íntimo, e perguntou o que eu achava. No início, fiquei surpreso, mas a forma como ela falou, com tanta naturalidade, me deixou curioso.
Por conta da nossa amizade e confiança, pensei imediatamente em Artur. Ele era um amigo próximo, alguém com quem me sentia à vontade, e sabia que poderia ser uma boa escolha para aquela situação. Com certa hesitação, perguntei a ele se toparia. Para minha surpresa, ele aceitou de forma animada e até brincou sobre como a vida no Canadá estava cheia de novas experiências.,
Quando contei para Christina que Artur havia topado, ela abriu um sorriso largo e animado, dizendo que sempre achou o Artur atraente. Isso só aumentou a minha curiosidade para o que estava por vir. Marcamos o encontro em um apartamento que Christina havia conseguido emprestado de uma amiga que estava viajando. Teríamos o espaço todo só para nós.
No dia combinado, cheguei ao apartamento com o coração batendo um pouco mais rápido. Artur já estava lá, e Christina, com sua energia contagiante, parecia conduzir a situação com uma confiança natural. Sentamos no sofá, abrimos uma garrafa de vinho e começamos a conversar, tentando quebrar qualquer nervosismo inicial.
A conversa fluía leve, recheada de risadas e olhares que carregavam uma tensão crescente. Em certo momento, Christina se aproximou de Artur e o puxou para um beijo. Fiquei observando, tentando processar a cena. Era algo novo para mim, mas não conseguia tirar os olhos deles. Então, ela se virou para mim com um sorriso maroto e me puxou também, como se soubesse exatamente o que estava fazendo.
O beijo de Christina era envolvente, mas logo ela deu um passo além, nos puxando para um beijo triplo. Foi um momento quase surreal, como se o tempo desacelerasse. As mãos dela nos tocavam com delicadeza, enquanto suas palavras suaves e incentivadoras criavam um clima de conforto e cumplicidade.
Então, veio a proposta que me pegou de surpresa. Christina, com um brilho travesso no olhar, sugeriu que eu e Artur nos beijássemos. Minha reação imediata foi de hesitação. Olhei para Artur, que parecia tranquilo, e depois para Christina, cuja expressão quase implorava que eu confiasse nela. Talvez fosse o efeito do vinho ou a atmosfera despreocupada, mas acabei cedendo.
Quando nossos lábios se tocaram pela primeira vez, foi um misto de estranheza e curiosidade. Não era algo que eu havia imaginado antes, mas, conforme o beijo continuava, uma nova sensação surgiu. Era diferente, mas não de um jeito ruim. Havia algo naquele toque, na maneira como Artur me olhava, que despertava uma parte de mim que até então estava adormecida.
Christina, sempre presente, sussurrava palavras de incentivo, tornando tudo mais natural. Ela parecia se divertir vendo aquela descoberta acontecer diante dela. As mãos de Artur, firmes e seguras, deslizaram pelo meu corpo, e aquilo, somado ao momento, tornou tudo mais intenso e inesperadamente gostoso, meu pau já estava trincado de duro. Então a Christina se ajoelhou, tirou meu pau e do Artur pra fora, e começou a chupar, e revezava as chupadas e a gente ora olhava para ela, ora a gente se beijava. Acabou que a gente transou, eu comi a Cristina, depois o Artur, teve uma hora que o Artur comeu o cú dela, eu a sua bucetinha que já era acostumado com o meu pau, porém o ponto alto da noite, foi a Christina ter pedido pra eu meter no Artur, ela disse que tinha tesão em ver dois homens fudendo, o Artur não viu problema, e eu como estava com muito tesão, também não vi, resolvi então seguir os meus instintos, coloquei uma camisinha, e meti no Artur, era a primeira vez que eu comia um cú de um macho, então logo eu não tinha jeito nem as manhãs, depois o Artur foi me ensinando como eu devia proceder, mas ali naquele instante eu não conseguia pensar em nada a não ser em meter, enquanto eu metia no Artur ele chupava o buceta de Christina, e ela falava muita putaria o que me deixava louco de tesão.
A noite se estendeu e transamos de várias formas, o Artur tentou meter em mim, mas eu disse que não estava afim, que não tinha vontade, e ele respeitou, chupei o seu pau junto com a Christina, e depois ele e a Christina me chuparam, foi uma noite deliciosa eu diria, de novas descobertas e novas formas de sentir prazer.
Após aquela noite, duas coisas marcaram profundamente minha vida. A primeira foi a conexão que se formou entre mim e Artur. O que começou como uma experiência única acabou se tornando uma espécie de rotina secreta entre nós. Pelo menos uma vez por semana, quando os outros rapazes estavam fora e um de nós sentia vontade, buscávamos um ao outro. Artur, com sua experiência e confiança, tornou-se uma espécie de guia nesse universo novo para mim.
Ele me contou que sempre foi bissexual e que sua naturalidade em curtir tanto com homens quanto com mulheres vinha de uma longa jornada de autoconhecimento. Com ele, aprendi mais do que apenas novos toques e sensações — ele me ajudou a quebrar preconceitos internos que eu nem sabia que tinha. Nosso vínculo era discreto, mas havia algo reconfortante em saber que eu tinha alguém com quem explorar essa nova faceta da minha vida sem julgamentos.
Já com Christina, a mudança foi de outro tipo. Ela me apresentou a um mundo que eu nem sabia que existia: o universo das festas de swing e troca de casais. A ideia me parecia surreal no início, mas Christina tinha uma forma persuasiva de falar sobre isso, como se fosse apenas mais uma maneira de experimentar a vida em sua plenitude.
Começamos a frequentar essas festas uma vez por mês. As casas eram discretas, com ambientes cuidadosamente decorados e iluminados, projetados para criar uma atmosfera de mistério e liberdade. Havia uma variedade de pessoas — jovens, casais experientes, alguns tímidos, outros extrovertidos demais. Tudo era novo e intrigante para mim, e confesso que, no início, sentia-me deslocado.
Christina, porém, era minha bússola nesse mundo. Sempre ao meu lado, ela fazia questão de me apresentar às pessoas e me explicar como tudo funcionava. Aos poucos, fui me sentindo mais confortável e comecei a enxergar aquelas experiências como uma extensão da liberdade que eu estava vivendo no Canadá. Era um contraste gigantesco com a vida que eu tinha com Brenda, onde tudo parecia tão meticulosamente planejado e contido.
Durante essas festas, havia sempre uma dinâmica curiosa. Alguns maridos tentavam se aproximar mais de mim, insinuando toques ou olhares, mas eu sempre evitava. Apesar de estar experimentando um novo mundo, havia algo em mim que buscava uma certa segurança, um espaço familiar. Com Artur, era diferente. Ele acabou se tornando uma espécie de parceiro fixo, alguém com quem eu me sentia à vontade. Nós três — eu, Artur e Christina — criamos um tipo de equilíbrio, aproveitando ao máximo as experiências sem ultrapassar os limites que cada um colocava.
Mas não vou me aprofundar em cada detalhe do que vivi no Canadá. Foram muitas histórias, e, sinceramente, eu falo demais. Então, vamos a outro ponto importante.
Mesmo com toda essa liberdade, eu ainda mantinha contato com Brenda. Não era constante. Eu evitava falar com ela todos os dias, usando a desculpa de que estava estudando muito. A verdade era que temia que ela me perguntasse algo que eu não soubesse como responder. No fundo, eu sabia que estava aproveitando minha liberdade, e acho que ela também sabia. Brenda nunca confrontava isso, talvez porque preferisse ignorar.
Nossos finais de semana eram praticamente intocáveis. Eu sumia, me dedicando a Christina, Artur, ou às festas que frequentávamos. Porém, numa dessas conversas, algo inesperado aconteceu. Brenda mencionou um novo amigo que havia feito, um rapaz chamado Rafael. Claro, o ciúme bateu de imediato. Perguntei se ele era namorado ou alguém por quem ela estivesse interessada. Ela riu e respondeu que ele era gay, uma espécie de chefe dela no trabalho.
Ela chegou a me mandar o Instagram dele, e foi ali que, pela primeira vez, me deparei com uma sensação que nunca havia experimentado. Rafael era bonito. Na verdade, ele era muito bonito. Olhei as fotos em seu instagram: uma imagem dele na fazenda, outra de sunga na praia, e algumas outras que mostravam um sorriso confiante e um olhar cativante. Era impossível negar — ele era atraente.
Aquele momento me deixou inquieto. Não por Rafael em si, mas pelo que aquilo significava. Será que eu estava me tornando gay? A ideia me assustava. Não era como se eu estivesse apaixonado por ele, mas o fato de achar um cara bonito me fez questionar muito sobre mim mesmo.
Artur foi quem ouviu minhas neuras. Ele era o único com quem eu me sentia à vontade para falar sobre isso. Quando confessei que achava Rafael bonito, ele apenas riu. Disse para eu relaxar, que era normal achar outras pessoas atraentes, independentemente de gênero, e que isso não definia quem eu era. Suas palavras me acalmaram um pouco, mas, ainda assim, Rafael permaneceu como uma memória incômoda, um eco do que eu estava tentando entender sobre mim mesmo.
Minha passagem pelo Canadá chegou ao fim de uma forma que eu jamais imaginei. Christina decidiu que ficaria por lá de vez, enquanto Artur ainda tinha mais alguns meses antes de voltar ao Brasil. Na minha última semana, aproveitamos cada momento ao máximo, explorando tudo o que ainda não havíamos vivido. Foi uma despedida cheia de intensidade e descobertas. Até mesmo algo que eu sempre neguei — ser passivo com Artur — aconteceu. Admito que foi bom, surpreendentemente bom.
No dia da minha partida, no aeroporto, nossa despedida foi intensa. Christina, com seu jeito confiante e olhar marcante, desejou-me sorte, enquanto Artur me abraçou como se não quisesse deixar eu ir. Eu sabia que sentiria falta de tudo aquilo, especialmente da nossa parceria. Ele não era apenas um amigo, mas alguém que tinha transformado a forma como eu via o mundo e, de certa forma, a mim mesmo.
Porém, a vida me chamava de volta à realidade. Meu mundo estava no Brasil, com minha família, Brenda, e todas as incertezas que aguardavam meu retorno. Enquanto o avião decolava, uma mistura de saudade e alívio tomou conta de mim. Não sabia se um dia os reencontraria, mas uma coisa era certa: Artur e Christina seriam memórias especiais, guardadas com carinho.
Ao chegar ao Brasil, fui recebido de braços abertos pelos meus pais. Matamos a saudade como só uma família que sente falta um do outro sabe fazer. Com Brenda, não foi diferente. Passamos uma semana nos reconectando, com conversas, risadas e momentos de intimidade. Ela era o meu porto seguro, mesmo que, dentro de mim, algo estivesse mudado.
Quanto a Artur e Christina, preferi me distanciar. Mantive pouco contato, quase nenhum, na verdade. Achei melhor assim. Não era algo que poderia continuar — não naquele momento e, provavelmente, nem no futuro. Eles passaram a ser uma memória agradável na minha mente, um capítulo inesquecível, mas que precisava ser deixado no passado.
Afinal, não estava nos meus planos largar tudo e recomeçar uma nova vida longe de todos. Minha experiência no Canadá foi transformadora, mas também me mostrou que aquele não era o meu destino final. Era apenas uma pausa, uma história para lembrar com um sorriso e um suspiro nostálgico, mas a minha vida seguia aqui, com todas as suas complexidades e desafios.
Voltar ao Brasil era como encarar uma página em branco, pronta para ser preenchida com novas histórias. E, apesar de toda a incerteza, algo em mim sabia que o futuro ainda guardava muitas surpresas.
Algumas semanas após meu retorno ao Brasil, Brenda me convidou para conhecer Rafael, seu amigo de quem ela sempre falava com tanto entusiasmo. Íamos a um açaí, e confesso que estava ansioso para conhecê-lo. Desde que vi seu perfil no Instagram, achei-o atraente, mas era mais do que isso: parecia que ele tinha uma energia especial, algo que despertava curiosidade e empolgação em mim.
Quando o dia chegou, eu e Brenda já estávamos no açaí, conversando enquanto esperávamos Rafael. Assim que ele entrou no lugar, nossos olhares se cruzaram, e algo dentro de mim mudou. Era como se o tempo tivesse desacelerado por um instante, e naquele olhar eu soube que, de alguma forma, ele seria importante para mim. Não sei se era o sorriso dele, os olhos que pareciam ler minha alma ou apenas uma energia que não conseguia explicar. Parecia cena de novela, algo clichê, mas era exatamente o que eu sentia naquele momento.
Quando Brenda nos apresentou, tentei quebrar o gelo com uma brincadeira:
— Ah, então você é o famoso Rafael?
Ele riu, e aquele sorriso foi suficiente para me desmontar por dentro. Era um sorriso aberto, acolhedor, com uma leveza que me deixava à vontade, mas ao mesmo tempo fazia meu coração disparar.
A tarde foi agradável, muito mais do que eu esperava. Conversamos sobre tantas coisas que, em certos momentos, parecia que nos conhecíamos há anos. Descobrimos gostos em comum, como música, séries e até algumas opiniões sobre a vida. Rafael tinha um jeito de falar que prendia minha atenção, e sua naturalidade me encantava.
Depois desse primeiro encontro, mantivemos contato. Adicionei Rafael no Instagram, e às vezes respondia aos seus stories, o que logo virou uma troca frequente. Ele sempre respondia de forma animada e, sem perceber, estávamos criando uma rotina. Começamos a treinar juntos na academia, o que nos aproximou ainda mais. Entre os treinos e conversas casuais, surgiram saídas para tomar um café ou passear pela orla. Era tudo muito natural, sem pressa, mas ao mesmo tempo carregado de algo especial.
Brenda notou essa conexão e parecia feliz por estarmos nos tornando amigos. Eu, por outro lado, mal conseguia esconder o quanto pensava em Rafael. Algo nele me fazia querer estar por perto, ouvir suas histórias e compartilhar as minhas. Era como se ele trouxesse uma leveza para os meus dias, uma nova perspectiva que eu ainda estava aprendendo a entender.
Sem perceber, Rafael estava ocupando um espaço no meu coração que eu nem sabia estar disponível.
Durante esse período com Rafael, três momentos marcaram profundamente nossa relação. O primeiro foi no Carnaval, quando ele nos convidou para passar o feriado na fazenda do tio. Alguns amigos dele também foram, além de mim e Brenda. Foi a primeira vez que andei a cavalo, e Rafael, com toda paciência, me ajudou, guiando o animal enquanto eu me acostumava. A sensação de liberdade e conexão com a natureza naquele momento é algo que permanece gravado na minha mente até hoje.
No entanto, o feriado não foi completamente tranquilo. Brenda estava insuportável, cheia de ciúmes, principalmente quando eu interagia mais com Rafael e seus amigos, ou quando nas festas na rua eu dava meus sumiços rápidos e beijava outras meninas. Em um desses momentos, Rafael, sua irmã Sofia e eu decidimos cavalgar até uma cachoeira próxima. Foi um lugar incrível, com águas cristalinas e uma tranquilidade única. Enquanto estávamos lá, algo inesperado aconteceu: acabei beijando Sofia.
A semelhança entre ela e Rafael era inegável, e, por mais errado que pareça, enquanto a beijava, minha mente estava nele. Rafael, por sua vez, desviou o olhar, e não consegui interpretar exatamente o que ele sentiu. Durante aquele instante, lembrei-me de Christina e Artur, e o pensamento de chamar Rafael para um beijo cruzou minha mente, mas o medo me impediu. Não sabia qual seria sua reação — ou até mesmo a minha.
Mais tarde, de volta à fazenda, Brenda continuava com suas crises de ciúmes, e, em um ato de puro impulso, acabei transando com Sofia. Ela era intensa, cheia de atitude, e me deixou completamente fora de mim. Mas, mesmo naquele momento, enquanto olhava para ela enquanto metia, era Rafael quem dominava meus pensamentos. Foi ali que percebi, sem sombra de dúvida, que estava apaixonado por ele. No entanto, sabia que não seria fácil lidar com esses sentimentos, muito menos confessá-los.
Meu desejo por Rafael era algo que guardava só para mim, algo que eu sequer sabia como expressar. Tudo era muito novo, confuso e, em certa medida, assustador. Às vezes, conversava com Artur sobre o que sentia. Apesar de ter dito para mim mesmo que ia me afastar do Artur, acabei não conseguindo e mantivemos contato. Ele sempre me encorajava a explorar, a tentar conhecer outras pessoas, até sugeriu usar aplicativos como grindr, mas eu não tinha coragem. Havia um medo constante de me rotular ou de enfrentar uma realidade que eu ainda estava tentando entender.
Na verdade, não me via como gay, muito menos como bi. Eu sentia algo único por apenas dois homens: Artur, que tinha sido meu parceiro e guia, e agora Rafael, que, sem saber, começava a ocupar um espaço enorme no meu coração.
O segundo ponto marcante da minha história com Rafael foi o término com Brenda. Quando ela decidiu acabar o relacionamento, meu mundo simplesmente desabou. Não estava preparado para aquilo. Foi um choque imenso, e o velho ditado de que só damos valor ao que temos quando perdemos fez todo o sentido. Chorei, fiquei mal, e demorei a aceitar que tudo havia acabado.
Brenda tinha encontrado outra pessoa, e eu me senti trocado. Foi uma sensação horrível, mas, ao mesmo tempo, egoísta. Afinal, eu sabia que não tinha sido fiel. Traí Brenda diversas vezes, e, mesmo assim, ela sempre esteve lá, sendo meu porto seguro, minha companheira por quase 10 anos. Tínhamos tantos planos juntos, e vê-los desmoronar por causa das minhas escolhas foi devastador.
Apesar disso, Rafael foi um pilar essencial nesse momento. Ele se mostrou um grande amigo, oferecendo o apoio que eu precisava para enxergar a situação de outra forma. Rafael me ajudou a aceitar o término, a refletir sobre os erros cometidos e a seguir em frente. Claro, não foi um processo simples — houve brigas, confusões e recaídas emocionais. Mas, no final, consegui superar, em grande parte graças a ele.
O terceiro ponto que marcou minha relação com Rafael foram nossas conversas. Passávamos horas falando sobre tudo e qualquer coisa. Às vezes, ele estacionava o carro na frente do meu prédio, ou eu na frente do dele, e ficávamos até de madrugada, simplesmente conversando. Começávamos perto da meia-noite e, sem perceber, já era manhã. O papo fluía de uma forma mágica, como se cada assunto nos levasse naturalmente a outro.
No entanto, havia uma questão que eu não sabia como lidar: Rafael namorava Bernardo, que era seu primo. Quando descobri, confesso que achei estranho. Mas, ao ouvir Rafael contar sua história, entendi o quanto aquilo era complexo e íntimo. Era uma trama digna de novela. Além de Bernardo, Rafael também tinha um envolvimento com JP, um amigo da sala dele. Isso mexia comigo de uma forma inesperada. Eu morria de ciúmes, e, às vezes, soltava piadas ou alfinetadas disfarçadas, tentando esconder o que realmente sentia.
Apesar de tudo, eu sabia que, se um dia chegasse a namorar Rafael — sim, já me pegava pensando nisso —, não aceitaria um relacionamento aberto. Esse pensamento me assustava, porque mostrava o quanto as coisas estavam mudando dentro de mim. Gostava de Rafael? Queria algo mais com ele? Essas perguntas ficavam rondando minha mente, e, a cada dia, pareciam ganhar mais força.
Durante o período que se seguiu até o Ano Novo de 2017, meus sentimentos por Rafael eram silenciosos, algo que eu guardava só para mim. Nossa amizade crescia cada vez mais, e às vezes eu percebia que Rafael sentia o mesmo por mim. Poderia ser coisa da minha cabeça, mas eu sabia que, se eu desse brecha, talvez ele ficasse comigo. No entanto, esse não era um passo que eu poderia dar de qualquer forma. Havia uma série de fatores que não podia simplesmente ignorar, e um deles eram meus pais. Eles jamais iriam admitir que seu único filho tivesse um relacionamento com outro homem, e isso me afetava. Durante toda a minha vida, fui um filho exemplar, apesar das notas baixas e das aprontações, sempre fui um orgulho para eles. Meus pais eram extremamente conservadores, e eu sabia que isso seria algo muito delicado para lidar. Esse era o principal impasse para tentar algo com Rafael.
O final do ano chegou e eu fui para Recife passar com a família da minha mãe. Quando cheguei lá, tive uma surpresa: Artur também estaria lá para passar o Ano Novo. Marcamos de nos reencontrar. O reencontro foi marcante e intenso. Conversamos muito em um restaurante, onde comíamos e bebíamos vinho. Já havíamos tomado três garrafas e estávamos bem animados. Então, fomos para o hotel onde ele estava. Quando chegamos lá, ele me puxou para um beijo e disse que estava com saudades, que pensou muito em mim durante esse tempo. Eu disse o mesmo, que sempre lembrava dele e das coisas que fazíamos. Então, ele me puxou novamente para outro beijo e sussurrou:
– E a sua paixãozinha pelo Rafael já passou?
– Não, ainda não. Penso nele de vez em quando, mas agora ele está na fazenda curtindo com o namorado.
– E você queria ele aqui agora, não é?
– Sim, queria beijar ele dessa maneira.
Foi aí que beijei Artur com uma intensidade maior do que qualquer outro beijo que já havíamos trocado. Minhas mãos exploravam seu corpo de forma mais intensa, e o beijo era diferente de todos os outros que já tinha dado nele. Afinal, aquele beijo que eu estava trocando com Artur era o beijo que eu guardei para dar em Rafael algum dia.
Após o beijo intenso que acabamos de compartilhar, fiquei sem palavras. Artur, no entanto, não parecia tão silencioso. Ele me olhou com aquele sorriso no rosto, os olhos brilhando com um brilho travesso.
– Uau… Esse beijo, Lucas, foi algo realmente inesperado – ele disse, ainda com o gosto dos nossos lábios misturado na voz. – Você me surpreendeu.
Eu estava tentando processar o que acabara de acontecer, mas ao mesmo tempo, sentia algo muito forte dentro de mim. Artur se aproximou mais, seus dedos tocando de leve o meu peito, enquanto ele me encarava como se estivesse prestes a dizer algo importante.
– Sabe o que eu estava pensando? – ele perguntou, e eu apenas balancei a cabeça, sem conseguir encontrar palavras. – Eu sei o quanto você se importa com o Rafael, e sempre ouvi você falar dele com tanto... desejo. Mas agora, depois desse beijo, tenho uma ideia. Que tal você fazer comigo tudo o que você queria fazer com ele?
Fiquei em silêncio, surpreso pela proposta de Artur. Ele parecia ter pensado naquilo há algum tempo, como se tivesse visualizado tudo em sua mente antes de falar. O que ele sugeria era... diferente. Algo que eu não sabia se estava pronto para fazer. No entanto, a curiosidade e a necessidade de entender o que ele queria me tomaram por completo.
Artur sorriu mais uma vez, como se soubesse exatamente o que estava fazendo.
– Vamos lá, Lucas. Quero ver você fazer tudo o que faria com ele. Me beije como se eu fosse o Rafael, me coma como se eu fosse o Rafael, mostra pra mim tudo o que você queria fazer com ele... Vamos fazer essa fantasia parecer real.
Senti meu corpo gelar por um instante, uma mistura de excitação e confusão. Eu sabia que estava indo contra algo que eu ainda não entendia totalmente, mas não conseguia resistir ao pedido dele. Meu coração estava batendo mais rápido, e uma parte de mim queria ceder.
– Artur, você sabe que isso... – tentei argumentar, mas ele me interrompeu.
– Shh... – ele sussurrou enquanto aproximava seu rosto do meu, seus lábios tocando levemente minha orelha. – Só me chama de Rafael. Vai ficar mais real assim, não vai?
Aquelas palavras me fizeram parar por um momento. Era como se, ao chamar Artur de Rafael, ele se transformasse naquele cara que eu tanto desejava. Tudo se misturava de uma forma que me fazia perder o controle.
Sem saber ao certo o que fazer, apenas cedi. – Rafael... – murmurei.
A expressão de Artur se intensificou, como se fosse exatamente isso o que ele queria ouvir. Seus olhos brilharam e ele me puxou para mais um beijo, mais profundo, mais quente. E ali, sob o peso da sua fantasia e do meu próprio desejo, tudo parecia perder a lógica.
Não era mais Artur, nem Rafael. Era algo que eu não sabia como descrever, uma sensação confusa e cheia de intensidade. O que eu queria com Rafael agora estava sendo vivido com Artur, e aquela mistura de sentimentos estava começando a ficar fora do meu controle.
Meu pau estava duro como nunca havia ficado, já havia batido punheta várias vezes pensando no Rafael e viver aquela “fantasia” com o Artur tornou tudo ainda mais divertido, puxei o Artur pela cabeça, e esfreguei a cara dele no meu pau, e ordenei que ele me chupasse, ele abaixou minha cueca, e tirou suas roupas, e começou a chupar meu pau com muita intensidade:
– Isso Rafael, chupa o pau do teu macho, você sempre quis isso não foi?
– Sim, sempre tive desejo pelo namorado da minha melhor amiga. – o Artur falou enquanto lambia meu pau.
– Safado. – Dei um tapa na sua cara.
O Artur continuou me chupando, não havia transado com mais nenhum homem desde o Artur, então eu estava com muita fome e desejo, e eu não queria perder tempo, virei o Artur de costas, e passei a chupar seu cú passando minha língua em volta do seu anel, e ele gemia, e falava
– Mete logo, quero sentir esse pauzão dentro de mim pela primeira vez, faz tanto tempo que anseio por isso.
– Tem camisinha aqui Rafa?
– Mete sem, aposto que o Rafa iria adorar sentir você gozando dentro dele.
Eu e o Artur sempre transamos com camisinha, mas confesso que a ideia de trazer sem capa, e ainda mais de transar sem capa com o Rafael, me deixou ainda mais excitado que o normal, então deu um cuspida no meu pau, e outra no cú do Artur e comecei a meter como se fosse a minha ultima transa, eu fechava os olhos e lembrava das imagens do Rafael, da bunda, dele de sunga, e pensando em transar perdidamente com ele. Não demorou e eu gozei como nunca havia gozado, e empurrei todo o leite pra dentro do Artur, esse sem dúvidas foi um dos melhores sexo que eu já havia feito, o Artur me olhou com um olha satisfeito e um sorriso de satisfação pelo o que tinha acabado de fazer. Trocamos um beijo, e então chupei seu pau, como também nunca havia chupado antes, e ele gozou na minha boca, e pela primeira vez engoli porra de outro macho. Enquanto o Artur estava no banheiro tomando um banho, eu estava em êxtase, e um pouco bêbado das garrafas de vinho, acabei mandando uma mensagem para o Rafael:
"Carffsaaa eu to cnnn saudddse de vce, tooo mtuu bebaaado, achhho que fz bestaaraaaaa."
,
Larguei meu celular e me juntei ao banho com o Artur onde trocamos mais uns beijos, e fomos dormir juntos, o sol da manhã entrava pela janela do quarto onde estávamos, e a luz suave refletia nos lençóis. Eu estava deitado ao lado de Artur pelado, ainda sentindo os vestígios da noite anterior em meu corpo. O clima entre nós estava tranquilo, mas uma conversa parecia estar se formando no ar.
Artur quebrou o silêncio com um sorriso discreto, mas intenso, e me olhou com aqueles olhos que pareciam entender tudo sem que eu precisasse dizer uma palavra.
– Confesso que ontem foi um dos melhores sexo que já tivemos. Você realmente parece gostar do Rafael, não é? – ele perguntou, a voz baixa, mas cheia de um tom curioso.
Eu me senti desnudo diante da pergunta, mas resolvi ser honesto, não só com ele, mas comigo mesmo.
– Cara, sim, eu gosto. Na real, eu não sei se é amor ou atração, mas é algo muito forte. Como se fosse uma faísca, que de repente vira um fogo incontrolável – respondi, tentando ordenar os sentimentos dentro de mim.
Artur me olhou com compreensão, como se estivesse esperando por aquela resposta, mas em seguida ele me fez uma pergunta que ecoou na minha mente.
– E por que você não tenta algo com ele? – perguntou, com uma leveza no tom, mas com o peso de uma grande verdade nas palavras.
Respirei fundo, me virando para ele, e pela primeira vez, senti que precisava colocar para fora tudo o que estava me sufocando.
– É complicado, Artur. Eu não sei como ele reagiria, nem eu mesmo sei o que estou sentindo, sabe? Eu morro de ciúmes dele com o Bernardo. Eu gosto de passar horas conversando com ele, mas é tudo tão confuso. Ele tem uma vida que eu não sei se conseguiria adaptar à minha. Eu não sei se vou saber lidar com isso... – a sensação de estar perdido tomava conta de mim.
Artur permaneceu em silêncio por um momento, observando-me com os olhos calmos e serenos, como se ele já soubesse o que eu estava passando. Ele se virou, colocando uma das mãos sobre a minha, e começou a falar com uma firmeza que me pegou de surpresa.
– Lucas, se você não tentar, você nunca vai saber. Você não pode guardar tudo isso só para você, nem se for só para desabafar comigo. Vai ver o Rafael está passando pela mesma coisa, com o mesmo medo, e se você não tomar coragem, isso vai te sufocar. – ele disse, sua voz cheia de um conselho sincero, mas também cheio de uma verdade que eu sabia ser difícil de enfrentar.
Eu sabia que ele estava certo. Mas havia tantas dúvidas e medos me consumindo que eu não conseguia ver uma saída clara.
– Eu sei, Artur. Mas é complicado. Ele ama o namorado, eu sou ex da amiga dele, tem os meus pais... E sinceramente, eu não sei se é isso que eu quero. Eu sou confuso, eu não sou gay. Eu só transei e transo com você. – minha voz tremia um pouco, não sabia mais o que dizer.
Artur me olhou por um momento, o sorriso dele agora mais suave, mas ao mesmo tempo com uma percepção que me fazia sentir exposto. Ele parecia ver além das minhas palavras, enxergando a pessoa que eu ainda não conseguia entender totalmente.
– Então acho que você deveria se descobrir primeiro, Lucas. Por que não tenta sair com outros caras e ver se é isso que você realmente quer? – ele sugeriu, com um tom que era ao mesmo tempo descomplicado e profundo. – O que posso dizer é que o sexo com você é incrível, e ontem foi surreal. Mesmo com todas as nossas aventuras com a Christina, ontem foi algo especial. Mas eu acho que você devia se permitir, tentar outras experiências, para entender se é isso que você quer. E se a resposta for sim... aí você se joga. Esquece seus pais, esquece o Bernardo, esquece tudo. A vida não é fácil, Lucas. A nossa vida não segue um roteiro que a gente escolhe. Estamos sempre em ação, virando páginas, escrevendo capítulos novos. Talvez esse seja um novo capítulo na sua vida, que você só vai descobrir quando cair de cara. Não vai ser fácil. Haverá obstáculos. Mas depende de você se permitir.
As palavras de Artur ficaram ecoando dentro de mim, e eu sabia que ele estava certo. Eu estava em um momento crucial da minha vida, onde precisava decidir se iria me permitir viver o que eu sentia, ou continuar vivendo na prisão dos meus próprios medos e inseguranças. Eu não sabia ainda como isso tudo iria se desenrolar, mas a conversa com Artur havia plantado uma semente. Uma semente de coragem.