Marcos não conseguia tirar Alice da cabeça desde aquela tarde. A lembrança do toque dela, do calor de seus corpos e do sorriso satisfeito que ela deu depois do prazer compartilhado o consumia. Nunca havia sentido algo assim antes. Ela havia despertado algo novo, intenso e avassalador.
Nos dias seguintes, ele buscou se aproximar mais. Alice era simpática, receptiva e, ao que parecia, gostava da companhia dele. Não resistiu quando Marcos começou a procurá-la com mais frequência, insistindo para levá-la em casa ou convidando-a para tomar um café depois das aulas. Em pouco tempo, estavam repetindo os encontros íntimos, sempre no apartamento dela, onde a privacidade permitia que explorassem tudo o que seus corpos desejavam.
Alice era uma tempestade. Cada vez que o puxava pela camisa ou mordia seus lábios, Marcos sentia que o mundo parava. Ela sabia o que queria e não tinha medo de pedir. Ele, por outro lado, entregava-se completamente.
Ainda assim, algo o incomodava. Enquanto para ele era tudo sobre Alice, para ela, parecia haver mais. Era comum ouvi-la rindo de forma sedutora com outros colegas nos corredores, às vezes trocando olhares demorados com pessoas que não eram ele. Embora nunca tivesse coragem de perguntar diretamente, ele sabia. Alice não era dele.
Apesar disso, não conseguia se afastar. Quando estavam juntos, ela era tudo o que ele queria. Em um desses encontros, enquanto ela montava sobre ele na cama, com os cabelos soltos caindo sobre os ombros e a respiração acelerada, ele chegou a sussurrar: "Quero você só pra mim." Alice sorriu, beijando-o no pescoço, mas não respondeu.
No segundo semestre, Marcos começou a notar mudanças. Alice continuava animada e cheia de vida, mas estava mais distante dele. Passou a recusar convites com mais frequência e parecia mais reservada em relação aos encontros. Ele tentou ignorar, mas o golpe veio numa manhã qualquer.
Alice chegou na faculdade de mãos dadas com outro rapaz. Ele era alto, elegante, claramente confiante. A notícia de que estavam namorando espalhou-se rapidamente, deixando Marcos atordoado.
Ainda assim, ele não conseguia esquecer o que haviam vivido. A lembrança dela, nua em seus braços, o fazia desejar mais, mesmo sabendo que ela agora pertencia a outro. Ele precisava decidir: afastar-se de Alice ou continuar preso na teia de desejos e sentimentos que ela havia criado?