Alice estava sentada em sua cama, olhando para o teto e pensando em como havia chegado àquele ponto. Namorava Alberto havia alguns meses, mas a verdade era que o relacionamento parecia confortável demais, quase morno. Ele havia sido o primeiro a pedir para namorá-la, e na euforia do momento, ela dissera sim. Agora, entendia que seu "sim" não tinha sido pelo sentimento, mas pela surpresa do pedido.
Quando pensava em algo mais profundo, uma relação que fosse além de beijos e toques, sua mente sempre voltava para Marcos. Ele era diferente de todos os outros com quem havia se envolvido. Com ele, o sexo era incrível, mas não era só isso. Marcos era seu refúgio. Ele a ouvia com atenção, debatendo política e literatura como se as conversas entre eles fossem o centro do mundo. Ambos compartilhavam uma paixão por Jorge Amado e passavam horas discutindo personagens e cenários dos livros. Recentemente, ele havia lhe apresentado Los Hermanos, e ela estava se encantando pela poesia das letras.
O que a incomodava era a pergunta que latejava em sua mente: por que ele nunca a pedira em namoro? Será que não a queria de verdade? Ou será que ele apenas achava que não precisava? A dúvida cresceu a ponto de ela não conseguir mais ignorá-la.
Naquela tarde, decidiu procurá-lo. Marcos a recebeu com um sorriso, surpreso, mas feliz em vê-la. Ela entrou e, sem rodeios, disparou:
— Por que você nunca me pediu em namoro, Marcos?
Ele franziu o cenho, claramente pego de surpresa.
— Achei que... não precisasse. Achei que fosse acontecer naturalmente.
A resposta a irritou. Alice revirou os olhos, mas antes que pudesse começar um discurso, aproximou-se dele e segurou seu rosto.
— Você é tão idiota — sussurrou, antes de beijá-lo com intensidade.
O beijo foi o ponto de partida. Alice o empurrou suavemente para o sofá, enquanto suas mãos exploravam o corpo dele. Marcos ficou paralisado por um momento, tentando entender o que estava acontecendo, mas logo se entregou. Ela o fitou, com um sorriso que misturava desejo e desafio, e se ajoelhou à sua frente.
O momento que se seguiu foi de completa intimidade. Alice demonstrava o quanto o desejava, enquanto Marcos era tomado por uma mistura de prazer e surpresa. Quando ele finalmente se entregou por completo, ela o fitou com um sorriso satisfeito, limpando lentamente os lábios, que ele havia sujado com o seu prazer.
Marcos, ainda ofegante, ficou sem palavras enquanto Alice se levantava com a mesma segurança de sempre. Ela riu baixinho, puxando-o para perto e deitando a cabeça em seu peito.
— Então, Marcos, vai me pedir em namoro agora ou ainda tá esperando isso acontecer naturalmente?
Ele riu, beijando sua testa.
— Alice, você quer namorar comigo?
Ela ergueu o rosto, os olhos brilhando.
— Quero, mas só se prometer não me deixar entediada.
— Eu prometo — respondeu ele, sorrindo.
Naquele momento, Alice soube que finalmente havia encontrado o que procurava. E, ao lado de Marcos, sentiu que começava algo que poderia realmente durar.