No olho do cu é colírio! - Parte 10 - Novos Ares?

Um conto erótico de Verônica (Por Mark)
Categoria: Heterossexual
Contém 3329 palavras
Data: 02/12/2024 21:06:04

Ele riu e decidiu ir embora, porque, sinceramente, depois de tantas revelações, acho que nenhum de nós tinha cabeça para mais nada. Aliás, aquela conversa havia tomado mais tempo do que eu esperava, pois só aí vi que a noite já havia caído. Quanto nos levantamos da mesa, a campainha de casa soou e fomos até a porta, onde o Leo esperava ser atendido. Apesar da surpresa, foi providencial, pois eu não queria ficar sozinha. Despedi-me do Kaká com um beijo no rosto e prometi que ele teria uma resposta minha o quanto antes. Naturalmente, Leo deve ter imaginado que se tratava da venda de minha parte na casa. Eles se cumprimentaram com um simples meneio de cabeça e Kaká entrou no seu carro, saindo. Leo me beijou, mas algo lhe disse, como dizia para mim, que a minha vida daria uma guinada em breve.

Parte 10 - Novos Ares?

Já em casa, Leo sentiu o cheiro do cafezinho e se convidou para tomar uma xícara. Naturalmente, o acompanhei, servi e falei da ideia do Kaká em comprar minha meação na casa. Ele sentiu que algo me deixava inquieta e perguntou:

- Você está tensa, tá na sua cara! Aconteceu alguma coisa? Você não quer vender a sua parte, é isso?

Errado ele não estava. Realmente vender a minha parte na casa era algo que não me deixava tranquila. Poderia ser justo, poderia até ser vantajoso, mas não me agradava em nada:

- É minha casinha, Leo, tudo nela tem minha cara. Levei um tempão para deixá-la assim.

- E por que você não compra a parte dele?

- Com o salário de professora? Cê tá de brincadeira, né!? - Ironizei, rindo de sua proposta.

- Algum familiar, alguém que possa te ajudar?

- Não, nem teria coragem de pedir isso aos meus pais e amigos. Há! Nem pensar, né! Nessas horas não sobra um.

- É, eu sei. Olha que se eu tivesse…

- Eu não iria aceitar! - O interrompi.

- Ué, mas por quê?

- Devagar com o andor, mocinho. Não consegui me descomprometer com o ex, não quero me comprometer com você.

- Ô mulher complicada! - Disse e riu alto: - Então?

- Então, não sei. - Falei, suspirei fundo e ainda mais chateada decidi abrir meu coração: - E o pior não é isso…

- Tem mais!? O que foi que aconteceu agora?

- Tem… - Servi-me de uma nova xícara de café para mim e a forma como minhas mãos tremiam já devem ter me denunciado, ainda assim falei baixinho: - Ontem, eu e o Kaká… bem… é que… aconteceu…

- Aconteceu?

- É, aconteceu.

- Transaram?

- Isso... - Balbuciei e tomei um gole do meu café, tremendo a xícara mais ainda.

Ele desviou o olhar de mim e encarou a própria xícara, ficando em silêncio, agora com um semblante triste, decepcionado e não sem razão. Eu continuei:

- Desculpa! Você não merece isso. Você é espetacular e, se não fosse você, eu não sei como teria conseguido seguir em frente. Eu que fui uma canalha. Desculpa! Mas é que… foi mais forte do que… - Suspirei sem saber como concluir.

- É… - Resmungou: - É a tal recaída, né? Amor de pica.

- Oi!?

- Quando a pica pica, na memória ela fica! - Falou, sorrindo de forma constrangida para sua xícara, sem me encarar, tentando encontrar alguma graça naquilo: - Desculpa, piadinha mais besta… Foi só uma vez?

- Sim. Ontem.

- E acabou?

- Como assim?

- Foi só uma recaída e acabou ou existe a chance de vocês recaírem novamente?

- Eu não sabia sequer que tinha chance da primeira, quem dirá de uma segunda. Na verdade, eu já não sei de mais nada, Leo.

- Você gosta dele, né?

- Gosto, claro! Foram anos de casamento. Se ele não tivesse me traído e eu não tivesse traído ele, estaríamos juntos até hoje.

- Você quer voltar para ele?

- Ele… Ele disse que quer que eu volte, ontem.

- Mas ele não estava com a amante e o filho?

Contei para ele então toda a saga vivida pelo meu ex. Como eu, Leo também ficou surpreso e não conseguiu esconder sua indignação:

- Porra, mas que biscate mais filha de uma puta essa, hein!?

- Pois é. Acabou com o casamento dela e com o meu numa tacada só.

Ele voltou a tomar seu café e depois de olhar para a parede da cozinha por alguns segundos que pareciam não ter fim, levando-me a procurar na parede o que ele tanto estava olhando, voltou a falar:

- Olha, Verônica, eu não sei o que você vai fazer, mas você tem que tomar uma decisão. Eu não acredito que o seu ex vá ficar com você se você continuar comigo, assim como eu não sei se aceitaria ficar com você, sabendo que você também está com ele. Eu nunca me vi nesse modelo de relacionamento.

- Relacionamento, tipo “Dona Flor e seus Dois Maridos”?

- É!

- Mas… Mas nem eu, Leo. - Falei e tomei uma golada descontrolada em minha xícara: - Eu mal dou conta de você, quem dirá dos dois. O que é isso?…

Ele riu bastante alto e se levantou, dando-me um beijo na testa e disse:

- Vou indo. Hoje, a criançada estava impossível. Estou só o pó! Vou tomar um banho e descansar. Depois a gente se fala.

- Não quer ficar aqui hoje? Como amigos! A gente pode pedir uma pizza…

- Melhor não, né? Você já teve muitas emoções ontem.

- Mas hoje eu já estou zerinha, zerinha, cheinha de amor para dar. - Falei e me recriminei em seguida: - Credo! Eu devo estar ficando louca.

Ele riu novamente e não sei se se compadeceu de mim, mas acabou aceitando a pizza. Fiz o pedido e disse que iria tomar um banho. Ele foi para a sala e tomou o controle remoto em suas mãos, passando a zapear os canais. Não sei se demorei ou não, mas não queria mais sair daquele banheiro: “o que eu não daria por uma hidro hoje!”, pensei. Ainda assim, minha visita me aguardava e tive que terminá-lo logo. Vesti uma camisolinha vermelha confortável e coloquei um robe longo de cetim por cima, ambos vermelhos. Fui até a sala e ele ainda continuava zapeando:

- Tá foda de filme hoje, viu! Só porcaria de guerra, guerra, guerra, terror, nada de romance pra você ou comédia pro palhaço aqui. - Disse e me encarou, sorrindo pela brincadeira feita, ficando sério assim que me viu e assobiando: - Fiu-fiu!

Comecei a rir de sua cara de bobo e ele voltou a zapear a televisão, mas ainda me olhando:

- Acho que vou colocar no canal pornô.

- Para, Leo! Palhaço… - Respondi e comecei a rir também.

Sentei-me ao seu lado e logo achei um canal com um filme de comédia de época do Charles Chaplin que não me lembro o nome agora, acho que “O Grande Ditador”. Passamos a assisti-lo, mas logo ele chegou mais perto de mim:

- Tá bonita…

- São seus olhos.

- Tá cheirosa…

- É o seu narigão…

- Porra, mas que mulher difícil! - Disse, riu e apertou o nariz: - Nem é tão grande assim!

- Ahammm. - Retruquei, sorrindo sem sequer encará-lo.

- Tá com uma bocona carnuda… Dá até vontade de beijar, sabia?

- Então beija de uma vez, ué!

Ele veio por cima de mim e me agarrou, deitando-me no sofá. Passamos a nos beijar e o clima esquentou. Suas carícias começaram a ficar mais ousadas e o laço do meu robe foi para o espaço. Ficamos nos curtindo até que a campainha tocou e ele me encarou:

- Só falta ser o Kaká! - Zombou, fingindo estar chateado e se levantou: - Kaká isso, Kaká aquilo…

Ainda assim ele olhou pelo olho mágico da porta que dava visão para o portãozinho de acesso e respirou aliviado quando viu que estava errado:

- Ufa! Ainda bem que é só o entregador, senão eu ó! - Disse e deu dois socos com a mão fechada na palma da outra mão: - E isso! E mais isso ainda! Para ele aprender a não comer mais a mulher dos outros.

Comecei a gargalhar e ele entrou no embalo, saindo pela porta para receber a pizza. Minutos depois ele retornava com a pizza e um refrigerante nas mãos:

- Ganhei de brinde, acredita!?

- Tá vendo!? A noite não foi toda perdida.

- Espero que não, porque a pizza custou quase setenta reais!

- Porra, que mão de vaca. Nem tratar de mim, ele quer mais.

Caímos na risada enquanto íamos para a cozinha, mas convidei-o para comermos na sala, assistindo o filme. Ele voltou enquanto eu fui buscar pratos e os talheres. Quando voltei, ele já havia aberto a embalagem e já estava comendo os bacons do recheio:

- Ah, Leo! Eu também quero, caramba!

- Só comi um. - Disse e depois se corrigiu: - Uns…

Ele nos serviu a pizza e eu o refrigerante. Começamos a comer, assistindo o filme e nos divertíamos com uma cena do filme quando a campainha tocou novamente:

- Cê tá esperando alguém? - Ele me perguntou.

- Eu não! Você pagou em dinheiro ou cartão?

- Cartão. Será que deu problema?

- Não sei, ué.

Ele se levantou e abriu a porta, sem sequer olhar pelo olho mágico, parando em seguida e se virando para mim com uma cara emburrada:

- É para você.

Levantei-me curiosa, amarrando o robe e fui até a porta. De lá vi o Kaká com a mesma cara emburrada dele, esperando do lado de fora do portãozinho. “Ah, caramba! Só comigo essas coisas acontecem”, pensei enquanto me dirigia até o portãozinho para atendê-lo e ele passou a cochichar:

- O que ele tá fazendo aqui ainda?

- O que você tá fazendo aqui? - Passei a cochichar também, sem saber o porquê.

- A gente não conversou?

- Você disse que ia me dar um tempo e ainda falou para eu não terminar com ele.

- Mas eu falei pensando que você fosse fazer justamente o inverso. - Ele cochichava, gesticulando reservadamente.

- E por que não me falou do jeito certo então?

- Verônica, eu falei esperando que você entendesse. - Explicou sem ser convincente.

- Entra. Vem comer pizza com a gente.

- Ahhhhhh, não! - Falou dando um passo para trás.

- Ah, vai, sim senhor! - Falei segurando seu braço e o puxando: - Não vai fazer papelão agora não!

O Kaká entrou e o Leo o encarou como um cachorro raivoso, mordendo com vontade um pedaço de pizza. Kaká tentou se retirar novamente:

- A gente conversa outra hora, Vê.

- Não! Senta e come um pedaço de pizza. Vou pegar um prato e um copo para você.

Voltei e o servi, voltando a me sentar do lado do Leo. Kaká ficou imóvel segurando o prato e o copo com cara de bobo. Então, dei dois toques no tapete do meu outro lado para que ele viesse se sentar:

- Dá licença. - Falou para o Leo, antes de cruzar sua frente.

- Toda! - Respondeu o Leo, entendendo que fosse para ele encolher a perna, o que fez para sua passagem.

O Kaká se sentou do meu lado e passou a comer e beber, mas ninguém falava nada: ou o filme estava muito bom, e realmente estava, ou eles queriam disputar quem era o mais bobo naquela noite.

Bem nessa hora, começou a parte do filme em que Chaplin começa a dançar com um balão em formato de globo terrestre e era algo tão “sui generis” que eu embalei de verdade, ficando abismada com a cena. Comecei a sorrir para algo tão simples e ao mesmo tempo tão complexo e depois passei a rir para os detalhes cômicos, tanto que eles começaram a me encarar e a rir também:

- Gente, eu não sei como nunca assisti esse filme antes. - Falei.

- Não assistiu porque dormiu logo no começo. Eu já assisti ele duas vezes aqui em casa. - Kaká falou.

- Ah vá! - Falei, encarando-o.

- Tô te falando!

- Para mim, é a primeira vez também. - Disse Leo, chamando minha atenção: - Mas já assisti outros do Chaplin. O cara é um gênio.

- Era, né? Ele já faleceu faz tempo. - Disse Kaká, mas sem maldade alguma no tom de voz.

- Ah, eu discordo. Gênios não morrem nunca, ficam para a posteridade. Basta assistirmos um filme como esse para manter viva sua memória. É como se eles nunca tivessem ido de fato. - Respondeu o Leo da mesma forma.

- Não tinha pensado por esse lado. Você está certo. - Concordou o Kaká.

Enquanto isso, euzinha aqui olhava de soslaio para ambos os lados como se observasse uma partida de tênis e me perguntava: “gente, o que tá acontecendo aqui?”.

Assim que o filme terminou, eles me ajudaram a levar o restante da pizza, bem como os pratos e talheres para a cozinha. Depois o Leo lavou e o Kaká enxugou a louça, enquanto conversavam sobre futebol. Eu, já assustada com tudo, fui guardar a pizza sem tirar os olhos daqueles dois:

- Não tem uma cervejinha ou um vinho aí, Vê? - Kaká me perguntou.

- Tem um vinho, por que?

- Ué, para a gente fazer farofa! - Disse rindo e fazendo o Leo rir junto, antes de prosseguir: - Lógico que é pra gente beber e bater papo, né!

- Hã… Tá… - Respondi e abri a geladeira, tirando uma garrafa.

Ele pegou a garrafa das minhas mãos. Eu não a soltei e o encarei como que dizendo “o que você está aprontando?”. Ele entendeu na hora e sorriu, sem responder nada, apenas puxando novamente a garrafa. Eu continuava a segurando e entortando minha cabeça, esperando uma resposta. Ele riu e disse:

- Acho que ela não quer que eu beba, Leo. É melhor você pegar a garrafa e abrir.

O Leo veio e fez o mesmo, segurou na garrafa e eu não soltei, fazendo a mesma cara, mas ele me encarou com uma cara de bobo e ainda perguntou:

- O quê? Quer que eu abra ou não?

- Hã… Tá! - Falei, soltando a garrafa: - O abridor está na primeira gaveta.

Ele foi e a abriu, enquanto o Kaká, conhecedor da organização da casa, foi até uma cristaleira e voltou com três taças. Leo as serviu e Kaká nos entregou uma para cada. Eu me sentei à mesa, encarando-os, e eles depois de mim. Leo levantou um brinde:

- Às novas amizades.

Todos brindamos e Kaká fez o seu:

- Às novas possibilidades. - Disse me encarando e fiquei roxa.

“Não pode ser! Ele não tá pensando em sugerir isso.”, pensei e virei minha taça num gole só sob os olhares atônitos deles, aliás, dele, do Leo, porque o Kaká me encarava e sabia muito bem o que eu estava pensando. Eu própria peguei a garrafa e me servi outra taça, bebendo metade numa outra golada e fazendo a típica cara de que essa havia descido quadrado.

Passamos a beber e eles a conversar sobre assuntos variados. Logo, me incluíram na conversa e tudo parecia estar indo bem. A primeira garrafa já havia acabado e a segunda já estava na metade. Acho que eu havia bebido o mesmo que eles dois somados, mas minha tensão não me deixava ficar de fogo. Continuamos a beber e agora eu me controlei um pouco, deixando que eles assumissem a dianteira. Quase no final da garrafa, Kaká soltou a pérola:

- Sabia que essa danada me traiu com nove, não, dez caras diferentes, Leo?

De olhos arregalados, encarei o Kaká, mas, antes que eu dissesse alguma coisa, Leo assumiu a dianteira, entretanto sua defesa não foi o que eu chamaria de bem sucedida:

- Eu sabia. Ela me contou da relação de vocês. - Disse e bebeu um gole de sua taça: - Mas eu pensei que fossem nove, não dez.

- Você é o décimo, cara! - Disse e riu.

- Aí não, né!? Quando nós começamos vocês já haviam terminado. Então, tecnicamente, ela não te traiu comigo. - Retrucou, rindo.

- É! Vendo por esse lado…

- Na verdade quem tomou o chifre fui eu. Ela me contou que vocês ficaram juntos ontem. - Inverteu Leo brilhantemente para me deixar ainda mais sem jeito.

- Há! Passei de chifrudo para comedor!? Olha que evolução aí, Verônica. - Kaká disse enquanto eu já procurava um lugar para me esconder daquela conversa.

- Gente, vamos parar? Esse papo não tá legal. Aliás, acho que está na hora de vocês irem embora, os dois. - Disse e encarei cada um dos dois para entenderem que eu falava sério: - Já! Agora!

- Mas ainda tem um restinho de vinho, Vê. - Disse o Leo, apontando a garrafa.

Peguei a garrafa, servi os dois, coloquei o resto para mim e virei minha taça, olhando para os dois e esperando que fizessem o mesmo. Fizeram, cada qual a seu tempo, em silêncio, sorrindo e me encarando, e, às vezes, até a eles próprios com o canto dos olhos. Quando terminaram, pela primeira vez na minha vida, expulsei alguém da minha casa, literalmente, empurrando-os porta afora. Aliás, no caminho até a porta da sala, o Kaká ainda insistiu:

- Sabe o que é pior, Leo? Eu ainda pedi para ela me contar como foram as escapadas dela e ela não quer? Acho que ficou tímida.

- Ó! Essas histórias aí até eu gostaria de ouvir, com os mínimos detalhes. Não esquece de mim, viu, Vê? - Ele retrucou.

Tratei de empurrá-los mais rápido ainda e lá, já fora do portãozinho, o Leo me deu um selinho caprichado. Pior foi quando o Kaká se aproximou e fez o mesmo, na frente dele e sem que ele esboçasse reação alguma, e como nada é ruim que não possa piorar, a dona Jandira, minha vizinha de frente, de setenta e tantos anos, presenciou a cena e deu um sorriso dos mais maliciosos possíveis antes de fechar a janela de sua própria casa. Os dois, então, passaram a se despedir com um aperto de mão, seguido de planos de se encontrarem novamente. Depois de um tempo, ficaram em silêncio, mas o Kaká começou:

- Já pode ir, Leo, está sem carro?

- Estou, mas eu moro aqui perto, e você?

- Ah, eu não moro muito perto, mas meu carro tá logo ali.

- Ué, então já pode ir, Carlos.

- Ah não, primeiro você, faço questão.

- Não, imagina, eu vou te acompanhar até seu carro. Vamos lá.

- Gente, pelo amor de Deus, vão embora, ou estão esperando que eu arrume a cama do quarto de hóspedes para vocês ficarem. - Falei.

- Mas… A cama do quarto de hóspedes não é de solteiro? - Perguntou o Kaká.

- É. E daí? - Perguntei.

- Não vai caber nós dois. Acho que teríamos que tirar no par ou ímpar para decidir quem ficaria com você na de casal.

- Olha, que ideia ousada! - Brincou Leo, claramente de pileque, rindo da proposta.

- Sem problemas! Arrumo a cama de solteiro para mim e coloco vocês dois para dormirem na de casal. Que tal? - Falei.

- Ah, mas aí também não dá! - Disse o Leo agora, continuando: - Porque aí ou eu vou roçar na bunda dele, ou ele vai roçar a minha, ou pior, nossos paus vão se roçar um no outro, e todas as hipóteses são fora de cogitação.

- Eu, eu, eu… Tenho uma ideia, “fessora”! - Falou Kaká imitando as crianças quando querem falar: - Por que a gente não dorme os três na cama de casal, com você no meio para apartar a briga de galos?

- CARLOS HENRIQUE!? - Perguntei, já nervosa com a situação.

- Vixi… Agora ela ficou brava. - Kaká retrucou e sorriu para mim: - Fiz nada, fiz?

- Eu gostei! - Falou Leo.

- Parô, parô, PARÔÔÔÔ! - Falei alto com os dois: - O que é que está acontecendo aqui? Cês tão achando que é festa?

Eles começaram a rir e ambos se deram as costas, seguindo cada qual o seu caminho e gargalhando alto até se afastarem bastante de mim. O Kaká entrou em seu carro e saiu, enquanto o Leo continuou andando rumo a sua casa. Entrei na minha, tranquei o portãozinho, a porta, e fui direto para minha cama. Custei a dormir e quando consegui tive um sonho estranho em que eles me comiam, revezando entre si e depois juntos. Acordei de sobressalto, suada e ensopada de cima a baixo, eu diria que até mais na parte de baixo. “Nunca mais bebo com eles!”, decidi naquela mesma hora.

OS NOMES UTILIZADOS NESTE CONTO E OS FATOS MENCIONADOS SÃO TOTALMENTE FICTÍCIOS E EVENTUAIS SEMELHANÇAS COM A VIDA REAL É MERA COINCIDÊNCIA.

FICA PROIBIDA A CÓPIA, REPRODUÇÃO E/OU EXIBIÇÃO FORA DO “CASA DOS CONTOS” SEM A EXPRESSA PERMISSÃO DO AUTOR, SOB AS PENAS DA LEI.

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Este conto recebeu 42 estrelas.
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Foto de perfil de Mark da NandaMark da NandaContos: 269Seguidores: 632Seguindo: 24Mensagem Apenas alguém fascinado pela arte literária e apaixonado pela vida, suas possibilidades e surpresas. Liberal ou não, seja bem vindo. Comentários? Tragam! Mas o respeito deverá pautar sempre a conduta de todos, leitores, autores, comentaristas e visitantes. Forte abraço.

Comentários

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Muito boa essa continuação. Tive que reler toda a história novamente pra me situar. Essa mulher é meio sem noção... depois de soltar a bomba para o namorado (secreto, mas namorado) que dormiu com o ex marido, sabendo que o último encontro deles quase deu.merda, ela insiste.para o ex entrar... porra, tinha que ter despachado o cara... depois fica toda cheia de pudores e medonhos na frente dos dois... kkkkk. É a famosa "santa puta".

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Enquanto eu relia essa história para lembrar de todos os fatos decidi torcer para que o casal principal volte a ficar juntos mas não sei se isso vai acontecer.

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Oxi? Existe esse conto é?

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Sim, amigo.

Dá uma olhada na resposta que dei para o Mbbsilva. Lá tem informações sobre os capítulos anteriores. Vale a pena dar uma lida.

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Sensacional kkkkkkk, o tipo de diálogo Hilário dessa forma só você mesmo Mark, um clima que tinha tudo para ser tenso se transformou nisso. Muito bom.

3 estrelas.

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Aonde tá o restante anterior do conto... ao localizei...em qual perfil esta

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Amigo, você terá que buscar na lista de contos que eu publiquei. Os outros foram publicados entre abril/2023 a maio/2023.

Ou você pode fazer uma pesquisa no Google, inserindo "conto erótico no olho do cu é colírio" e eles irão aparecer. Daí é só ir alterando "Parte 1", "Parte 2", etc., para lê-los, ok?

Forte abraço,

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Eita eita eita!!! Achei que fosse dar briga quando o Kaká e o Léo se encontraram!!!

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Gostei da retomada do conto Mark parabéns nota mil

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gostava muito desse conto, e a veronica tem que dar uma chance para o Kaka, tem mais quimica, e pelo ultimo tem tudo a ver, só acho

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Eita que demora de quando recebe a notificação para que o conto apareça no site! Agora puxar pela memória a história!

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