Ressaca

Da série Amizade do peito
Um conto erótico de Alberto Sousa
Categoria: Heterossexual
Contém 699 palavras
Data: 19/12/2024 19:44:25

Luís acordou com a cabeça pesada, vítima de uma ressaca que parecia tão emocional quanto física. Ele lembrava da noite anterior, do banheiro, do instante em que Júlia o deixara ver e tocar os seios dela. Mas, por mais que se esforçasse, os detalhes lhe escapavam. Era como se sua memória tivesse sido apagada pelo excesso de álcool. Não conseguia lembrar da forma, da textura, nem mesmo da sensação que tanto desejara experimentar.

Ele estava indignado consigo mesmo. De que adiantara a coragem de pedir, se agora aquele momento tão esperado parecia um sonho desfocado? Além disso, pedir novamente estava fora de questão. Júlia estava ficando com Maurício, um amigo próximo de ambos. E por mais que ele soubesse que não havia nada sério entre eles, sentia-se incapaz de interferir.

Na festa seguinte, Luís estava diferente. Júlia percebeu de imediato. Ele evitava seus olhares, parecia mais calado, quase ausente. Ela o conhecia bem demais para não notar que algo estava errado. Depois de uma hora de tentativas sutis para entender o que se passava, decidiu confrontá-lo diretamente.

— Lu, o que tá acontecendo? Você tá estranho. Desde a última festa. Fala comigo.

Ele tentou escapar da conversa com um sorriso evasivo, mas ela insistiu:

— Não adianta fugir. Eu te conheço. Me fala o que tá te incomodando.

Ele suspirou, olhando para o chão, e finalmente admitiu:

— Eu não lembro, Ju.

— Não lembra do quê?

— Daquele momento. Lá no banheiro. Eu tava bêbado demais e agora... não lembro de como foi. Não lembro dos detalhes, nem da sensação. É como se não tivesse acontecido.

Júlia ficou em silêncio por alguns segundos, processando o que ele dizia. Depois, perguntou, com a voz baixa:

— E isso tá te incomodando tanto assim?

Ele assentiu, envergonhado.

— Tá. Porque eu queria lembrar. Queria... queria mais do que isso. Eu ainda penso naquilo, Ju. E é como se eu precisasse sentir de novo.

Ela respirou fundo, um misto de surpresa e ternura invadindo seus pensamentos.

— Lu, eu te amo. Você sabe disso, né? Eu nunca imaginei que fosse assim, mas se isso tá te deixando tão mal... eu faço o que você pedir.

Ele ergueu os olhos, surpreso.

— Você faria isso por mim? Mesmo... mesmo com o Maurício?

— Maurício é importante, mas ele não é você. E, sinceramente, acho que ele vai entender. Não tem nada tão sério entre a gente.

Luís hesitou por um instante, mas, quando ela segurou sua mão, não conseguiu resistir. Júlia o levou para um canto mais isolado da festa, perto de uma área tranquila da praia. A lua iluminava a areia com uma luz pálida e suave. Ela tirou a blusa devagar, revelando o biquíni. Sem dizer nada, desamarrou a parte de cima e deixou que os seios ficassem à mostra, confiando plenamente nele.

Luís olhou, quase em reverência. Desta vez, sem a névoa do álcool, tudo era claro e vivo: a curva perfeita, os mamilos que ele tanto desejara ver novamente, a pele que parecia convidá-lo. Ele se aproximou devagar, como se temesse quebrar o encanto. Primeiro, tocou com cuidado, sentindo a firmeza e a suavidade que tanto o intrigavam. Depois, apertou gentilmente, explorando cada sensação com as mãos.

Júlia observava em silêncio, um sorriso suave nos lábios. Quando ele levantou os olhos para ela, buscando permissão, ela apenas inclinou a cabeça, encorajando-o. Luís se aproximou mais e beijou os seios, alternando entre a delicadeza e a intensidade do desejo reprimido. O calor do momento aumentou quando ele começou a chupá-los, lentamente, com uma devoção quase desesperada.

Ela suspirou, fechando os olhos, enquanto ele a explorava com a mesma admiração de quem finalmente tocava algo sagrado. Cada movimento dele era guiado pela vontade de gravar na memória tudo o que havia perdido antes.

— Melhor agora? — ela sussurrou, um pouco ofegante, mas satisfeita por vê-lo tão entregue.

— Muito melhor — ele respondeu, a voz baixa e carregada de emoção.

Quando finalmente se afastaram, ambos estavam sorrindo, um entendimento silencioso pairando entre eles. Luís sabia que, independentemente do que acontecesse a seguir, aquele momento seria eterno em sua mente. E Júlia, por sua vez, sentia que tinha dado a ele mais do que o pedido: uma parte de si que sempre seria dele.

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