Nós continuamos cuidando do Brad, dando bastante carinho e logo procuramos um adestrador. Júlia e eu ficamos receosas por ele ser um Pitbull adulto, nós não sabíamos como tinha sido a criação dele e nós tínhamos crianças em casa. Em um momento de descuido ou em alguma situação incomum poderia ser perigoso, apesar dele sempre mostrar-se bem amoroso. Melhor prevenir do que remediar.
Todo mundo achou que a voz de comando seria minha, mas ele ignorava tudo o que eu tentava dizer, se distraía muito fácil e, se minha mulher estivesse no mesmo recinto, toda a atenção era dedicada a ela. Então, nós trocamos e, durante a semana, houve certos avanços, mas mesmo assim ele ainda se mostrava inquieto, preferindo brincar ao modo dele. Por ser grande e pesado, geralmente acaba assustando, se a pessoa não o conhecer e, principalmente, se não estiver preparada.
Pense em um povo que gosta de folga: são o pessoal da educação e da justiça, não aguentam ver um feriado que já estão emendando. Dessa vez, Juh e eu íamos folgar juntas, mas eu iria dar uma atenção à clínica, precisava resolver muitas coisas lá e aqueles dois dias me ajudariam a dar conta de tudo. Minha muié iria acompanhar o nosso cão em mais uma aulinha e, depois do almoço, ia fazer um passeio com Sabrina, ela estava com algum problema e resolveu sair para distrair. Como geralmente, meio de semana, fica impossível almoçarmos juntas, eu falei que retornaria para fazermos isso. Minha gatinha ficou toda feliz e me deu inúmeros beijos antes de me deixar entrar no carro.
Tive um dia intenso, cheio de coisas pendentes para resolver, mas eu estava feliz. Adoro a clínica, a papelada da administração é uma coisa bem chatinha, mas estava sendo mais prazeroso para mim do que minhas últimas análises. Voltei para casa satisfeita, era nítido no meu olhar, na minha leveza e no meu sorriso que ali era o meu lugar.
Almocei com meus amores e Kaique e Milena foram me contando sobre o adestramento do Brad. Eles ficaram assistindo da janela do nosso quarto.
— Hoje ele não obedeceu nadinha, mãe — disse Kaká, rindo.
— Foi, estava muuuuuuito agitado, só queria brincar — completou Mih.
— Eu não sei se isso vai dar certo, viu, amor?! Porque, às vezes, eu sinto que não tenho nenhum controle sobre ele — disse Juh, sem expectativas. Ela falou de uma forma que soou cômica, e eu ri.
— Calma, gente... Ele pelo menos aprendeu os comandos básicos. Com o tempo, ele vai se adaptando — disse-lhes.
Olhei para fora e pude ver ele rapidamente correndo de um lado para o outro. O bichinho tinha uma agilidade e energia que até então era incomum para mim, mas eu gostava disso. Ver todos interagindo com ele, a felicidade genuína que nos trazia e o Brad visivelmente melhor dos seus machucados... Não tinha como não observar que aquele cachorro trouxe altas doses de alegria para nossa casa.
Kaique e Milena foram para casa de Loren, eles tinham um trabalho do colégio para adiantar e iriam fazer suas pesquisas individuais por lá. Fiquei com Juh deitada no chão da varanda e, em algum momento, Brad se juntou a nós.
— Amor, você vai demorar na clínica agora à tarde? — me perguntou.
— Acho que não, por quê? — perguntei.
— Eu não sei o que Sabrina tem, queria dedicar um tempo para ela, mas as crianças têm trabalho aqui hoje com os colegas. Se eu ver que não dá tempo, posso te ligar para você vir? — me pediu.
— Pode, eu adiantei muita coisa pela manhã, fico com eles... Mas o que eu tenho que fazer extremamente? — perguntei.
— Nada demais, recebe. Se eles se dispersaram, você chama a atenção. Se tiverem dúvidas, vão te perguntar e, no final, serve o lanche. Já tá pronto, coberto ali na bancada — me respondeu.
— Tranquilo então, gatinha, vá sem pressa — falei e dei um beijinho em seu rosto, já me preparando para sair.
Geralmente, as crianças fazem esse tipo de trabalho escolar na casa dos amigos. Quando é na nossa casa, Juh que fica responsável. Até já vi algumas vezes, mas nunca me meti muito nessa parte.
O que poderia dar errado?
Deixei o carro para Juh usar e fui a pé. A clínica fica relativamente perto da nossa casa, só vou de carro porque, geralmente, me desloco para outros locais após finalizar por lá. Fui até por um caminho mais distante. A visão da orla compensa a caminhada.
Algum tempo depois, recebo uma ligação da gatinha.
— Amor, você precisa voltar aqui — falou, ofegante.
— Oxe, o que aconteceu? — perguntei, e ouvia Brad latindo do outro lado.
— O cachorro tá maluco e não me deixa sair, não consigo chegar no portão sem ele pular em mim, eu já caí e tudo... Ele acha que tá brincando, mas a força que ele co... — Juh me explicava, mas interrompeu para dar uma ordem. — Brad, fica!
— Vou pedir pra Victor ir aí, pode ser? — perguntei, rindo.
— Ele não tá em casa, vem logo, por favor!!! — pediu.
— Lorenzo? — tentei.
— Tá aí na loja — me respondeu.
— Estou indo te salvar, amor — falei, finalmente.
E só ouvi um barulho esquisito.
— Meu celular caiu — ouvi sua voz de longe e desliguei, ainda rindo.
No caminho, abri o app das câmeras e comecei a conferir o que estava acontecendo. A cena estava bem engraçada: o Brad pulava com tanta energia que acabava derrubando a gatinha toda vez que ela tentava se aproximar do portão. Ele, super animado, dava pulinhos e ficava com a língua de fora, como se estivesse se divertindo muito. Cada vez que Juh tentava se aproximar dele, ele a empurrava para longe, como se estivesse implorando para que ela permanecesse. Eu fiquei observando a cena por um tempo, até quando ela me ligou. Estava sentada em cima de um pequeno muro, enquanto Brad, lá embaixo, latia incessantemente, como se estivesse pedindo para ela descer e brincar com ele. Em um dos pulos mais altos, o celular caiu no chão. Pelo que vi na tela, ainda estava no mesmo lugar, já que Juh não teve coragem de descer para pegar o aparelho.
— Cheguei! — exclamei ao passar pelo portão. Brad pulou nas minhas pernas, mas logo voltou para Juh.
— Pega ele e leva lá para o fundo enquanto eu saio, vou te esperar no carro — disse, aliviada ao me ver.
— Sim, senhora... A senhora quem manda aqui! — falei, batendo continência, e finalmente ela se divertiu com a situação.
Fiz o que ela me pediu e retornei com ele, deixando os portões laterais abertos para que ele tivesse acesso às duas partes e gastasse bastante energia correndo durante a tarde.
— Pronto, gatinha, te salvei... Cadê minha recompensa? — perguntei brincando ao entrar no carro.
— Aceita em beijo? — perguntou, já segurando meu rosto e se aproximando sorrindo, enquanto eu afirmava com a cabeça.
Demos um rápido beijo, que foi interrompido quando sua boca pousou sobre meu pescoço e, em um sussurro quente, ela me lembrou que já estava atrasada. Minhas mãos estavam em sua cintura, e eu daria quase tudo para prolongar aquele momento.
— Valeu a recompensa, foi justa? — me perguntou sorrindo, enquanto ela apoiava a testa na minha.
— Com certeza, fiquei com vontade de quero mais... — respondi, olhando nos seus olhos, enquanto ela dava a partida.
— Huuuum, mais tarde talvez... — me disse com um sorriso sapeca.
— Não vejo a hora desse mais tarde chegar então... — falei, rindo, e pondo a mão sobre a parte interna de sua coxa.
A gente se despediu com alguns selinhos, mas ela alugou minha cabeça pelo restante da tarde. Eu amo amar e ser amada por essa muié.
Deu mais ou menos o horário do trabalho das crianças e eu retornei para casa, passei na casa de Loren, conversamos um pouco, mostrei o vídeo de Juh sendo perseguida pelo dog e, depois de rir um pouco, fui para casa com meus filhotes.
— Sobre o que é esse trabalho? — perguntei.
— Feudalismo, nós temos que fazer uma peça — disse Mih.
— Ou uma paródia... — lembrou Kaká.
— Acho peça mais fácil, não sei rimar com facilidade — falou minha filha.
— Em grupo vocês decidem — falei, e eles assentiram.
Brad estava brigando com o pé de Oliveira do nosso quintal e nós ficamos um pouco com ele, jogando gravetos e bolinhas para ele pegar (mas ele não devolvia ainda), esperando o pessoal chegar.
Quando anunciaram a chegada dos coleguinhas, fechei a lateral e deixei o Brad só no quintal, que é bem grande. Embora ele nunca tivesse se mostrado agressivo, não achei certo expô-lo a novas pessoas, ainda mais sendo crianças.
— Qualquer coisa, vocês podem me chamar, ok? Estou aqui só abrindo alguns e-mails.
— Certo, tia! — responderam.
Eu só não sabia de duas coisas: eles iam me chamar muitas vezes e eles se distraem mais fácil que o Brad quando a Juh está por perto.
Depois de me chamarem inúmeras vezes, resolvi sentar mais próximo e ler as mensagens lá onde eles estavam. A paródia ganhou na votação e eles ficavam me perguntando: "O que rima com tal palavra?" E eu dizia a primeira coisa que vinha à cabeça. Sinceramente, achei que seria mais simples.
— Mamãe, ajuda a gente — pediu Mih, sentando no meu colo com um rostinho triste.
— Como você quer que eu ajude, amor? — perguntei e dei um beijinho em sua cabeça, que estava apoiada em mim.
— Não sei... A gente não sai do lugar... — me respondeu.
— Que música vocês escolheram? — perguntei.
— Evoluiu — me respondeu.
— Eu não faço ideia de que música é essa — falei, rindo, e ela riu também.
Mih pediu a Kaká que trouxesse o celular da colega que estava tocando para eles ouvirem enquanto tentavam progredir de alguma forma, mas não adiantou, eu não conhecia.
— Quem escolheu? — perguntei, enquanto a gente se dirigia para a mesa.
— Eu! — disse uma garotinha mais extrovertida, ela era a que mais conversava.
— Vamos tentar então — falei, olhando para um papel quase em branco.
Mas mais em branco que aquele papel estava o meu conhecimento sobre feudalismo, lembrava o básico do básico, não tinha conteúdo suficiente para produzir uma paródia.
Fui lendo as anotações das aulas, as pesquisas individuais que haviam feito e ouvindo a música que, apesar de se chamar Evoluiu, não estava nos inspirando a evoluir em nada.
— Com que música a senhora faria, tia? — a menina me perguntou.
Ultimamente, Papo Reto, do CBJR, não estava saindo da minha cabeça, contudo, não achei que seria prudente colocar eles para ouvirem essa. Vai que começam a cantar em casa, dizendo que aprenderam comigo.
— Céu Azul — respondi.
— Vamos tentar com essa, então! — disse, animada.
— O que Juh faria se estivesse aqui? — perguntei para meus filhos, e eles sorriram, pensando.
— Ela ia fazer com a gente! — a menina respondeu, tomando minha atenção e me entregando um lápis.
— A Lalá é boa em rimar, pena que ela não veio — disse um dos garotos.
— Por que ela não veio? — perguntei, enquanto escrevia o primeiro verso.
Eles ficaram em silêncio, olhei para Kaique e Milena e, pela expressão dos dois, também não tinham entendido.
— Ela tá doente? — perguntei, querendo entender a situação.
— É... — o menino começou a dizer, mas parece que desistiu no meio do caminho.
— Porque vocês são gays! — a menina exclamou, rindo.
— Quando o trabalho é aqui, a mãe dela não deixa vir — explicou uma outra garota.
Confesso que não esperava.
— Mas nossas mães não são gays, são bissexuais, que é quando a pessoa gosta de meninos e meninas — explicou Mih. — Minha mãe casou com meu pai, mas aí eles deixaram de se amar e separaram. A mamãe apareceu e minha mãe casou com ela porque se amavam muito, e nós construímos uma nova família. Agora eu tenho três vovôs! — respondeu, animada.
Às vezes, Milena se empolga um pouquinho demais, mas tudo bem 🤣
— Isso mesmo, mandou bem na explicação — falei, e ela sorriu.
— Gay é o tio Léo, porque ele é menino e gosta de meninos — disse Kaká.
— Exatamente — confirmei e dei um soquinho na mão dele, que estava suspensa esperando por isso.
— Minha mãe disse que esse pensamento da mãe da Lalá é idiota — disse o garoto.
Eu concordava, mas me mantive em silêncio. Só então percebi que eles me envolveram no assunto e eu nem estava mais tentando escrever nada.
— É... Vamos voltar para a atividade de vocês? Porque a gente está aqui conversando e o tempo tá voando — falei para chamar a atenção deles, como a gatinha tinha sugerido.
— Eu também tenho um tio gay! — disse a menina. — Ele casou com um homem grandão na praia.
— O tio Léo não é casado... — disse Mih, pensativa. — Mãe, como o tio Léo sabe que é gay? — me perguntou.
— Olha, se vocês não me ajudarem, eu vou deixar vocês sozinhos nessa — falei, apontando para o papel.
E começamos a reouvir a música para fazer alguma coisa.
Estávamos no meio da canção quando Juh me ligou, e eu entrei para conversarmos.
— Amor, eu achei que essa missão seria mais simples — desabafei, e ela riu.
— Oh, amor... Quer que eu volte? Posso dizer à Sabrina que eles estão precisando de mim, ela super vai entender — me sugeriu.
— Não... — respondi, pensativa, observando-os através da janela. — Estou terminando a paródia já, dê a atenção que ela precisa.
— Você? Você tá terminando? — Juh me perguntou.
— Sim, eles conversam sobre tudo, menos sobre a atividade — disse-lhe.
— Ai... Era pra eles estarem fazendo, amor... — me disse.
— Mas não estavam conseguindo — respondi.
— Te enganaram, logo você, tão espertinha, caiu no papo dos seus filhos e colegas deles — me zoou, rindo.
— Nunca mais caio nessa laranjada — concluí, rindo, e a gente se despediu.
Retornei para a mesa com eles e fingi estar brava, mas eles sabiam que eu estava brincando.
— Vocês me enganaram! A mamãe disse que era para vocês estarem queimando os miolos nisso aqui — e ergui o papel.
Eles riram muito de mim, porém, fizeram uma carinha muito fofa para que eu ajudasse na finalização, e eu continuei auxiliando, só que dessa vez, deixando-os mais à frente da composição.
Quando terminamos, eles lancharam, e Mih pediu para a gente levar os coleguinhas até o Brad. Fiquei do outro lado do portão com ele, enquanto as crianças conversavam, fazendo vozes fofinhas para um pitbull enorme, que estava completamente derretido por eles, tentando se aparecer ao se jogar na grama.
Aos poucos, os pais foram chegando, e fui levando um por um até os respectivos carros.
Deitei no sofá e meus filhos, no tapete da sala, bem abaixo de mim, estavam brincando com legos e resolvi conversar sobre o acontecimento daquela tarde.
— Alguma vez já comentaram de forma negativa sobre meu relacionamento com a mamãe para atingir vocês? — perguntei.
— Não, nem sabia que a Lalá tinha preconceito — Mih respondeu.
— A gente sempre fala das nossas mamães com muito amor, tem que ser maluco pra tentar ofender a gente com isso, mãe — disse Kaká, com um sorriso doce nos lábios.
— Se algum dia acontecer, vocês por favor, contem para a gente, que vamos procurar a melhor maneira de resolver, tá? — pedi, e eles balançaram a cabeça afirmando.
— Eu concordo que é um pensamento idiota, o da mãe da Lalá — disse Mih, enquanto me mostrava o castelo que tinha montado.
— Também, não tem nada de errado. Errado é pensar assim — falou meu filho.
— Vocês são muito, muito, muito inteligentes... Fico orgulhosa de perceber que estão se desenvolvendo dessa maneira... Posso ganhar um abraço? — pedi, e eles se jogaram em cima de mim.
— Só não sabem fazer paródia, o resto vocês tiram de letra — falei, rindo, e eles me acompanharam.
Juh chegou e viu exatamente aquela cena.
— Aaaaah, eu amo vocês, sabia? — perguntou, se aproximando e se juntando ao abraço.
— A gente estava morrendo de saudade, gatinha, principalmente eu, que fiquei refém desses pestinhas — disse, e eles riram descaradamente.
— Vocês abusaram da mamãe — ela disse, me dando um beijinho.
— Muito, mereço beijo dos três — falei, erguendo o rosto, e fui sufocada de tanto amor.
— Já tá bom? — perguntou Kaká.
— Não, a tarde foi longa! — respondi, rindo, e ele continuou.
— Agora é a senhora que está abusando da gente — disse Mih, gargalhando, e eu fiz cócegas nela.
Após todo aquele carinho, assistimos Como Treinar o seu Dragão três na companhia de Brad, e depois nossos filhos foram tomar banho, e Juh subiu para fazer o mesmo. A acompanhei e fui contando sobre o que ocorreu na conversa com os coleguinhas. Ela disse que percebia um olhar estranho da mãe da Lalá, mas nunca imaginou que ela externaria dessa forma. No caso, a mãe deve ter falado para a filha, e a filha, consequentemente, para os coleguinhas. Nosso alívio é somente a cabeça que nossos filhos já tinham naquela idade. Nós sempre conversamos, explicamos e aconselhamos, porém acredito firmemente que o amor que nos envolve é o maior exemplo que fez eles sempre entenderem a nossa realidade.
No finalzinho do banho, a gente já estava se beijando e o clima esquentando.
— Eu quero uma recompensa maior, sabe? Porque o fardo foi pesado... — disse, em seu ouvido.
Ela sorriu e respondeu:
— Vai ser bem recompensada! — e saiu para o quarto.
Foi só o tempo de tirar a espuma do corpo e envolver meu cabelo em uma toalha para tirar o excesso de água. Me dirigi à nossa cama e dei de cara com a minha gatinha dormindo.
Putz!
Tirei uma foto dela e mandei no WhatsApp com a legenda: "Quando sua muié te promete céus e terras e vai dormir 😭"
Coloquei um short e deitei ao seu lado, e foi impossível não depositar um beijinho na sua face. Júlia é exatamente linda e dorme feito um anjinho.
Com isso, ela despertou, dei outro beijinho, só que em sua boca dessa vez.
— Peguei no sono... — ela lamentou.
— Foi, amor... — concordei, fazendo carinho em seu rosto, ela me puxou suavemente, tentando reiniciar o que começamos no banheiro.
— Vamos dormir, você tá cansadinha, não tem problema... — falei, enquanto passava o meu nariz no seu pescoço, sentindo o agradável e viciante cheiro da sua pele.
— Desculpa... — disse, meio chateada, e eu dei vários beijinhos nela.
— Já falei que não tem problema, vem pra cá — a chamei para se encaixar nos meus braços, e ela veio.
— Eu te amo! — falou, me abraçando forte.
— Eu também te amo muito! — disse-lhe, iniciando um carinho nos seus cachinhos. — Não quer vestir nada antes? — perguntei, e ela negou, balançando a cabeça.
Puxei o lençol sobre o seu corpo, e em poucos minutos ela já havia apagado novamente. Fiquei um tempinho observando-a e logo dormi também.
Pela manhã, eu fui recompensada de todas as maneiras possíveis, acho que deveria ter dedicado mais dias ajudando as crianças nas atividades em grupo 👍🏽🤣