O almoço foi servido na casa da avó de Cristina, uma casa térrea simples e acolhedora, cercada por um galinheiro e uma frondosa jabuticabeira na frente. A sombra da árvore oferecia algum alívio ao calor inclemente, enquanto as galinhas ciscavam preguiçosamente ao redor. O aroma da galinhada com pequi, preparada por Angélica, dominava o ambiente, misturando-se ao som das conversas animadas e risadas da família.
"Cris, finalmente arrumou um namorado! Achei que ia ficar pra titia," brincou uma das primas, arrancando risadas coletivas.
Cristina revirou os olhos, mas o sorriso entregava sua felicidade. Beto, tímido no início, logo deixou de ser apenas "o namorado de Cristina" para se tornar o centro de uma roda de conversa com tios e primos, falando sobre futebol, viagens e até receitas baianas que ele jurava serem imbatíveis.
"Cê deu sorte, hein, Cris," disse um dos tios, piscando para ela.
Orgulhosa, Cristina observava como Beto se adaptava com facilidade, conquistando cada um ali. O brilho nos olhos dela misturava carinho e algo mais profundo, um desejo crescente que se alimentava do jeito simples e charmoso dele.
Mas o calor de 43 graus cobrava seu preço, e Beto, ansioso pelo jogo do Bahia contra o Sport, pediu para voltarem à casa de Cristina antes do meio da tarde. Ela aceitou sem protestar, já imaginando como aquele calor e o isolamento poderiam favorecer momentos só deles.
Quando o jogo começou, Beto estava sentado no sofá, a camisa do Bahia colada ao corpo, as gotas de suor escorrendo pela testa. O clima abafado do cerrado parecia não dar trégua. Cristina o observava, a respiração lenta, como se cada detalhe fosse digno de ser guardado.
"Você vai derreter desse jeito," disse ela, sentando-se ao lado dele.
"É que eu sempre assisto aos jogos com a camisa do Bahia, dá sorte," respondeu, sem tirar os olhos da TV.
Cristina estreitou o olhar, decidida. "Beto, tira isso. Vai sentir menos calor."
"Não dá, Cris. É tipo um ritual," ele murmurou, relutante.
"Eu não tô pedindo. Tira," insistiu, com um tom firme que o desarmou.
Resmungando, ele cedeu, puxando a camisa molhada e jogando-a de lado. O alívio foi quase imediato, mas o calor ainda parecia abraçá-lo. Cristina sorriu, satisfeita.
Enquanto o primeiro tempo seguia empatado e tenso, com o Sport pressionando, Beto virou-se para pedir um copo d'água. Foi então que viu Cristina. Ela estava deitada no sofá, completamente nua, o corpo bronzeado pelo sol, os cabelos espalhados como uma moldura perfeita. Uma mão acariciava seu mamilo direito enrijecido e a outra esfregava seu sexo com precisão. Seus olhos, fixos nele, carregavam uma intensidade que fez o coração de Beto disparar.
"Cris..." Ele mal conseguiu pronunciar o nome dela.
"Você tá tão preocupado com o jogo... Mas será que consegue se concentrar em mim agora?" ela provocou, ofegante, sua voz baixa como um sussurro.
Ele se aproximou, engolindo a tensão como se fosse um gole de coragem, e deitou-se ao lado dela. Os lábios de Beto encontraram os dela primeiro, um beijo lento, que parecia compensar cada segundo de espera. Mas logo ele se deixou levar, explorando com delicadeza e desejo o corpo de Cristina.
Os minutos se passaram, o calor do cerrado e o fervor entre eles se misturando. Quando Cristina finalmente gemeu, alcançando o ápice do prazer, o grito de comemoração da TV preencheu o ambiente.
"Gol do Bahia!"
Ainda ofegante, Cristina riu, um brilho de satisfação no olhar. "Parece que agora você tem dois motivos pra comemorar," brincou, a voz embargada de prazer e felicidade.
Beto sorriu, inclinando-se para beijá-la mais uma vez. "Você é muito melhor que eles, Cris," respondeu ele, ainda com a boca suja do prazer da amada, antes de se perder novamente no abraço quente dela.