Meu nome é Patrick, sou um cara comum de 34 anos, nascido e criado no Rio de Janeiro. Aprontei à beça quando era mais novo, mas cresci, tomei juízo e posso dizer que mudei da água pro vinho. Fui molecão à moda caralha, vivia solto na comunidade, fazia o que queria e só depois de mais velho que fui entrar na linha.
Vivi um tempo fora da cidade durante a minha juventude e foi nessa época que comecei a dar mais valor aos estudos, me envolvi no ramo da construção civil e não parei de trabalhar até virar o mestre de obras que sou hoje. Meu corpo mudou nesse meio tempo, deixei de ser o menino gordo e afeminado do passado e me transformei num homem malhado, alto e barbudo que fala grosso. Meu próprio pai vive me gastando e dizendo que virei outra pessoa, mas a realidade é que a gente cresce e passa a ver muita coisa com outros olhos. Acho que todo mundo meio que vive esse processo em alguma etapa da vida, não é verdade? Isso é crescer, a forma como lidamos com a passagem do tempo e seus efeitos.
No início de abril, a empreiteira onde eu trabalho inaugurou uma filial no Rio de Janeiro e eu não perdi a oportunidade de voltar pra minha cidade natal após longos quinze anos fora. Já era hora de retornar, aliás passou do tempo. Eu precisava visitar os parentes e antigos amigos que lá deixei, senti uma nostalgia fogosa antes de pegar o avião e entrei em contato com o filho da minha tia logo assim que pisei no RJ.
- Fala, Amaro. Tudo na paz, primo?
- Sempre, meu padrinho. E tu, suave? Quanto tempo, cuzão. – ele riu.
- É, faz um tempão. Escuta, será que tem como eu passar o fim de semana no teu sofá? É que tô chegando de viagem e não programei direito, vim a trabalho.
- Pô, sofá... – primão fez uma pausa e falou aos sussurros na linha. – Quer pegar um hotelzinho não?
Meu corpo esfriou e esquentou na mesma hora. Eu não entendi se ele quis me enxotar de casa ou se tava me convidando pra ir pra outro lugar, então fiquei na dúvida e demorei pra responder.
- Não queria gastar dinheiro dormindo em hotel, primo. Mas de boa se teu sofá tá ocupado, sem problema. Deixa pra l-
- Eu pago. – Amaro respondeu.
E eu novamente custei a falar.
- Do que tu tá falando, cara? Quero um canto pra deitar, só isso.
- Hotelzinho, bora? Eu pago, pô. Deixa comigo.
- Motelzinho? Tá falando sério mesmo? – acho que ouvi errado.
- Vamo? Eu prometi, lembra? Esse cu é meu. – ele caiu na risada e eu me fiz de santinho. – Te pego aonde?
- Sossega, cuzão. Tô cansado, só quero dormir. Rola de tu me dar essa ajuda aí? Sei que tô chegando de repente, não quero incomod-
- Manda tua localização. Tudo nosso. – meu primo desligou a chamada.
Enviei a localização no WhatsApp, esperei cerca de meia hora e aproveitei pra comer alguma coisa no aeroporto enquanto Amaro não chegava. Recebi mensagem dele, me encaminhei pro portão de saída e o carro parou na minha frente, minha pele automaticamente arrepiou, o corpo paralisou e não consegui sair do lugar. A porta abriu, um macho moreno e loiro saiu do veículo, abriu o sorriso largo pra mim e, em seguida, os brações pra dar um abraço apertado.
- Amaro?! – tomei um susto, quase pulei.
- CARALHO, SANTO, TU TÁ ENORME! PUTA MERDA, MOLEQUE, QUEM DIRIA!? BAHAHAH! – ele me apertou, segurou meus ombros, encarou meu rosto de todos os ângulos possíveis e voltou a me abraçar na maior intimidade, afinal de contas passei quinze anos longe do Rio e sem a gente se ver pessoalmente.
- É Patrick, Amaro. Ninguém mais me chama de Sant-
- Foda-se, mermão! Tu é Santo, o Santinho, não importa o tamanho! Mas porra, tá maluco! Tá maior que eu, viado, como pode?! É, o tempo voa...
- Voa mesmo. Comecei a trabalhar em obra, o corpo mudou logo. E tu, como tá? – tirei ele dos pés à cabeça e acho que meu primo nunca esteve tão mais carioca do que no presente.
Pezões 46 no Kenner barulhento, regata do Flamengo com os braços tatuados de fora, cabelinho loiro na máquina curta, cordão de ouro, relojão de pulso, bermuda jeans caindo, celular na cintura, boné na cabeça, aliança no dedo, barba descolorida no queixo e o mesmo jeito pidão de me olhar. Amaro se transformou num trintão gostoso pra caralho e com postura de paizão de família, por mais que eu não quisesse dar mole pra ele como aconteceu no passado. Minha intenção era visitar o RJ e voltar pro Espírito Santo sem me envolver com ninguém, então respirei fundo e me concentrei em não render pro primão quando meus olhos bateram nos dele.
- Entra aí, entra aí. – ele abriu a porta do carro e foi super educado.
- Valeu, cara. Tu vai me levar pra qual hotel, posso saber?
- Ah, é um hotel especial, diferente. Tu vai se amarrar, Santinho, podes crer. Heheheh! – Amaro riu à toa.
- É Patrick. Já falei que-
- Não fode, Santinho, deixa de marra. Tá pensando que vai falar grosso comigo só porque ficou maior que eu? Duvido, comédia, ainda te panho na porrada. Lembra de antigamente? Geheheh! – ele apontou o dedo na minha cara, entrou no lado do motorista e nós batemos um papo ao longo do trajeto.
O filho da minha tia chegou aos 34 anos sendo paizão de duas filhas adolescentes e casado com uma coroa cinquentona. Hoje Amaro trabalha como motorista particular de deputado estadual, é um morenão hiperativo, tem um estilo de vida atlético e se amarra em praticar esportes, começando pelo futevôlei de lei na Praia da Barra todo sábado de manhã. Eu fiquei mais forte que ele, mas meu primo também evoluiu, ganhou massa muscular, peitoral imponente, panturrilhas grossas, coxas firmes e braços tão duros quanto os meus, o safado não ficou pra trás em nada. E enquanto a gente conversava no carro, ele apertou meu joelho esquerdo várias vezes, brincou de dar socos na minha perna e não parou de me olhar daquele jeito que eu sabia o que significava.
- E tu? Caralho! Tu era baixinho, moleque, batia aqui em mim, ó. – o sem vergonha pôs a mão na altura da cintura e agarrou o pirocão na maior naturalidade, como se o tempo não tivesse passado pra nós e nossa intimidade fosse a mesma de quinze anos atrás.
- Pois é. Essa vida de peão me fez crescer um bocado.
- É... Porra... Nem parece aquele viado que pulava o muro pra ir dançar funk na Praça da Light com as minas da Malvina, lembra? Hehehe! De shortinho socado no cu. – ele fazia questão de tirar os olhos da pista só pra me olhar durante as falas.
- HAHAHA! Meu Deus, que vergonha! Esquece isso, primo, papo de vidas passadas. – cheguei a ficar vermelho.
- Mané esquece, comédia. Não tem como esquecer. Pode tirando o cavalinho da chuva, relembrar é viver. Lembra não daquela vez que um filho da puta te zoou e eu comprei a briga na pracinha? Disso tu lembra, né, Santinho?
- Patrick. – falei grosso.
- SANTINHO, PORRA! Tu nome é Santinho, já mandei acertar o passo! Engrossa a voz pra mim não, senão te como na porrada aqui mesmo, cuzão! – o morenão falou mais grosso ainda e me repreendeu sem tirar as mãos fortes do volante.
De repente ficou um silêncio do caralho no carro, me senti um pouco apreensivo pela reação do Amaro, mas no fundo eu sabia que essa era uma das possibilidades no nosso reencontro depois de tantos anos sem nenhum contato. Ele até me recebeu com um abraço no portão do aeroporto e bancou o educado no começo, porém foi questão de tempo até o sorrisinho virar cara fechada e o trintão mudar o tom da prosa comigo.
- Tu passa quinze anos fora, some no Espírito Santo, não dá um sinal de vida e ainda quer resmungar quando eu chamo pelo nome que te conheci?! Todas as lembranças que eu tenho contigo é do Santinho, seu moleque! Larga de ser cuzão.
- Mas isso ficou no passado, primo. Tô aqui agora pra tu conhecer quem eu sou hoje, quem eu me tornei.
- Beleza, vou conhecer. Mas pra mim tu vai ser sempre aquele Santo zoeiro que fugia de madrugada pra ir pro corujão lá na Pedreira. Aliás, fugir é contigo, né? Fugia da tua avó, pulava o muro da minha mãe, fugiu do Rio... Francamente, Santo.
- Patrick. – corrigi, bem sério.
- SANTO! SANTO, PORRA, NÃO ADIANTA! Lembra que tu passava dias e dias trancando dentro de casa comigo, Santinho?!
- Lembro, óbvio! Não sofro de amnésia!
- E lembra do que a gente fazia!? – ele apertou as mãos no volante nesse instante e mais uma vez o silêncio trouxe muitas sensações à tona ali dentro.
A tensão continuou latente até depois que chegamos no motel e subimos pro quarto, o clima só fez acirrar entre nós.
- Eu lembro de tudo. – respondi.
- Lembra mesmo, primo? – ele riu com ironia.
- Lógico, Amaro! Tu acha que eu bati a cabeça? Hoje em dia a vida é outra, cara. O tempo passa, as pessoas mudam.
Dava pra sentir os olhares ressentidos do primão em cima de mim, bem como sua aura de revolta e o semblante de quem tava pensando em muita coisa ao mesmo tempo. Amaro pagou uma suíte pra nós num motelzinho no Méier, eu cheguei cansado e doido pra tomar banho, mas ele continuou relembrando do passado antes de pedir bebida no serviço de quarto. O morenão encheu duas taças de champagne do bom, entrou no banheiro enquanto eu tomava banho e me entregou na banheira pra beber, ainda brindou comigo, nem pareceu que tava boladaço.
- Por que tu não voltou pra me ver, seu merdinha? Não deu um pingo de saudade, papo reto? Que merda, Santinho. – rosnou.
- Cai na real, Amaro. O que adianta discutir isso agora? O tempo passou, tu tá casado, nós somos primos e a vida segue. Não tem o que se lamentar.
Ele segurou meu rosto, alinhou nossos olhares na mesma reta e me maltratou sem fazer nada, só precisou me fitar e ser honesto.
- Tu que me ensinou a foder, Santo. Fiquei quase dois meses socado dentro de casa porque viciei no teu cu, não tinha buceta certa pra me fazer parar e até minha coroa pegou nós dois no flagra, lembra? Não significou porra nenhuma, viado? Sem neurose? Não aceito.
O tempo parou no banheiro luxuoso da suíte. Não importa quem eu fui, quem eu era ou quem eu sou, o que importa é que eu tava envolvo na espuma da banheira quente, Amaro não conseguia ver meu corpo nu atrás das bolhas flutuantes, mas eu estava diante de um homem que lia através de mim em qualquer lugar e com extrema facilidade, não importa onde, tampouco quantos anos se passaram entre nós.
- Tenho duas filhas, mas se viado engravidasse... A quantidade de vezes que eu joguei dentro, tá lembrado? – ele alisou meu braço na beira da banheira, segurou meu queixo e nossos olhos se encararam outra vez.
- Não esqueci de nada, primo.
- Que bom. É por isso que eu vou te chamar do nome que eu quiser, escutou?
- Tudo bem. Eu só fico te interrompendo porque gosto de implicar contigo, nada mudou. Hihihihi... – entreguei o jogo e ele cruzou os braços.
- Tu continua sendo o mesmo cuzão de antes. Hehehe!
Bebi champagne, tomei meu merecido e relaxante banho quente, saí do banheiro enrolado no roupão e voltei pro quarto com a taça na mão. Assim que abri a porta e entrei, a cena que eu vi foi do morenão sentado de pernas bem abertas na cama king size, largadão à vontade, fumando balão pelado, com a pica e a pentelhada à mostra. Meu corpo travou, pensei duas vezes, tentei resistir, mas ele não deu tempo.
- Pode começar. – mandou.
- Já falei que não vou-
- Ssssh. Acho que tu não tá ligado no papo, Santinho. Tô com saudade. Quando nós era mais novo tu prometeu que teu cu era de quem?
- Para de gr-
- Não me atropela, seu merda. Tu fica caladinho quando eu mandar.
Ele levantou da cama, deu a volta ao redor do meu corpo e soltou a fumaça em mim enquanto dizia.
- Lembra como eu te pegava firme e tu se amarrava, lembra? – Amaro lambeu meu pescoço, mordeu minha nuca e colou o corpo no meu. – Tu pode mudar de tamanho, falar grosso e o caralho a quatro, mas eu lembro do shortinho socado no cu e do cabelinho enrolado pra trás, esqueceu? Te conheço por dentro, viado. Pra mim, tu vai ser sempre esse viadão que tu é, não adianta negar. Sou teu macho, porra. Esse cu é de quem?
Me cercou e ainda deu um tapa na minha bunda por culpa da demora na resposta.
- P-Porra, Amaro. – minhas pernas tremeram no hálito quente do moreno.
- Isso, fala mansinho comigo. Teu macho chegou. Fala baixo, putinha. – sussurrou no pé do ouvido, mordiscou meu ombro e tirou meu roupão sem a menor pressa, muito certo e seguro de si.
- Assim tu me deixa fraco, puto.
- Se tem uma parada que tu não é, Santinho, é fraco. Antes aguentava paulada que era uma beleza, agora então...
O filho da puta abriu a mochila, tirou uma calcinha fio-dental vermelha lá de dentro e me deu pra vestir.
- Que porra é essa? – não acreditei.
- Veste. Quero ver como fica nesse rabão.
- Amar-
- Ssssh. Só veste, discute não.
Confesso que o Amaro me fez andar na corda bamba, eu hesitei demais, mas obedeci. Vesti a calcinha fio-dental cheio de fogo no cu, empinei de quatro igual cachorra na cama do motel e ele só faltou lamber os beiços quando viu meu visual de viadão submisso e arrebitado.
- Isso aí, moleque. Me mostra que nada mudou. Mostra pro primo que tu ainda lembra das paradas que a gente fez, vai? – o puto parou trás de mim, roçou a madeira no meu lombo e puxou o elástico da fio-dental pra fazer estalar na minha bunda.
- AAAHNSS! Tu é foda, Amaro, puta merda...
- Tô ligado que tu gosta. Tô ligado que teu corpo não esqueceu quantas vezes eu entrei nele. – aí alisou minhas costas, me preparou na posição de cadela e roçou a caceta na minha lomba.
Esse toque da pele na pele chegou a riscar faíscas temporais nostálgicas do nosso encontro. A rola do moreno cresceu de tamanho, se apresentou mais grossa do que já era, começou a empenar diante dos meus olhos e me deu um vislumbre nostálgico de todas as putarias escondidas que eu fazia com meu primo na época de garotão. Inclusive, diria que o tempo só fez bem a ele.
- SSSS! Tu tá casado e tem filha, cara. Quer mais o que de mim? Mmm...
- Tu tá ligado no que eu gosto, Santo. Sabe bem, tu lembra. – ele relembrou do passado, deslizou o dedo de baixo a cima na minha coluna e apelou pra minha memória. – Tamo eu e tu sozinho aqui dentro, viado, não dá pra fugir. Não adianta, não vou deixar tu meter o pé de novo. Lembra como eu fazia contigo na beira da cama?
- Ooohnsss... Não tem como esquecer, macho. Tu acabava comigo, me revirava do avesso. – eu delirei na encoxada.
- Duvido que alguém conheça teu corpo mais que eu, Santinho. Vou botar só um pouquinho pra ver como tá, já é? Né bagulho de viadagem não, é reencontro de primo. Pra matar a saudade. FFFF! – o trintão deitou o corpo imponente no meu, suspirou no meu cangote e me deixou arrepiado de nervoso, de tesão e também de tensão sexual.
Arqueei igual felino pra ele na cama do motel e senti como se o peso dos anos debruçasse nas minhas costas. Nunca foi tão delicioso rever meu primo mais velho no Rio de Janeiro.
- Hmmm... Só a cabecinha, só? Hihihihi! – pisquei na jeba e mais uma vez ele puxou o elástico da fio-dental vermelha.
- Tu lembra, né? Puta. Gosta muito. A quantidade de vezes que eu entrei nesse cu... – Amaro beijou meu ombro e seguiu rastejando no meu couro, me seduzindo e me conquistando através da década que passou. – Se bobear, joguei mais leite dentro de tu naqueles dois meses do que na minha mulher em todos esses anos. Heheheh!
- Puta merda, cara, tu é um cretino! Hmmm! E esse pau grosso? Engrossou com o tempo, né possível! – o fogo da penetração me pegou e eu pisquei demais na marreta, não resisti.
- UUURFFF! Tô te machucando? Quer que eu tire? – nada mudou.
- Tá ardendo, mas tá gostoso! Tira não, deixa acostumar. Mmmm! Continua dentro, primão. – apertei as mãos dele e nossos dedos se entrelaçaram.
A cruza não tinha nem começado e eu já suei quando senti o contato do sacão escuro do Amaro atrás dos meus ovos no momento do encaixe. As coxas dele escoraram nas minhas, meus elásticos anais relaxaram pra permitir a entrada do safado e ele investiu nessa ideia de sussurrar as mais quentes baixarias no pé do meu ouvido, tudo em prol de desfazer minhas defesas. Deu certo.
- Quem é puta do primão, Santinho? OOORSSS! – o morenão sarrou a cabeça da pica na porta do meu cuzinho e eu rebolei.
- Mmmm! Meu nome é Patr-
- Quem é a eterna vagabunda do primo mais velho, Santo? Quem dava chazinho de cu quando não tinha pepeca pra eu empurrar? SSSS! – outra roçada, o maridão infiel arrastou a barba na minha nuca e eu não respondi por mim.
- Sou tua putinha, primo. AAHNFF! – meus olhos reviraram.
- Na rua tu fala grosso e paga de machão, mas aqui dentro vira minha ninfeta. E não importa quanto tempo passe-
- Meu cuzinho continua sendo teu. Me faço de forte, mas é porque não quero perder pra tu, macho... – abri o jogo pra ele.
- Pode perder, perde. Me amarrava quando tu perdia tudo na minha pica, pô. Ghmmm... – Amaro passou o elástico da fio-dental pro lado, mirou o ângulo ideal pra escavar meu furico e deu a primeira botada que fez meu buraco arder. – AAARFFF! Tá preparado pra lembrar dos velhos tempos na Malvina, cuzão? Geheheh!
- Nada mudou, Amaro. Sou todo teu. – me entreguei ao meu primo de novo, de novo e de novo.
O foda da passagem do tempo é que a gente fica curioso pra saber o que acontece no futuro, imagina um milhão de coisas sobre tudo, mas ainda assim os fatos sempre acabam impressionando. Comigo não foi diferente. O tabuleiro girou, meu primo se preparou pra me penetrar, vasculhou minha carne e adivinha o que aconteceu? A campainha do quarto do motel tocou.
- Serviço de quarto. – o funcionário avisou.
- Aff, logo agora? – Amaro saiu de trás de mim, se jogou na cama e bufou de raiva.
- Deve ser a bebida que tu pediu. Relaxa, deixa comigo. – levantei, vesti o roupão e fui atender a porta.
O rapaz tava com um carrinho de frios e bebidas, mostrou o balde de cerva gelada e eu agradeci pela educação.
- Também trouxe toalhas pra vocês.
- Valeu, irmão. Tamo junto, brigadão. – fui educado.
- Nada. – o filho da puta percebeu que eu tava de fio-dental por baixo do roupão de veludo, olhou através da fenda na minha coxa e soltou um assobio que me deixou acanhado, pois não entendi se foi elogio, cantada ou susto da parte dele.
Era um homem da pele parda, antebraços peludos, sobrancelhas grossas, rosto meio sisudo, cavanhaque cheio no queixo e aparência de uns 30 e poucos anos. Seu corpo massudo e definido recheava o uniforme de trabalho, deu pra ver que usava dreads grossos sob o chapéu de camareiro, também reparei em várias tatuagens nas mãos do cafuçu e ele arregalou os olhos pra mim.
- Brigado, cara. – repeti o agradecimento pra ver se ele reagia, mas não.
O cara não respondeu e continuou me encarando de olhos bem abertos, focado em mim, vidrado no meu rosto. Aí abriu a boca, seu queixo caiu e só nesse momento eu entendi que alguma coisa anormal tava acontecendo ali na porta do quarto.
- Tudo bem, meu amigo? Tu tá meio pálido. – falei.
- SANTINHO? – ele indagou.
O tempo parou de novo e o mundo não girou mais. Acho que a sensação de eternidade é uma mistura desses tempos, né? Sei lá, tipo passado, presente e futuro se encontrando no mesmo quarto de motel à beira da estrada no Méier. Tudo de muito louco acontece dia e noite no Rio de Janeiro, do começo ao fim. E o fim, olha... É tenso. Aquele ali na minha frente era o primeiro e único. O mais maludo de todos, aquele caralhudo cuja mala gritava em todas as bermudas, shorts, cuecas e sungas que vestia quando éramos mais jovens. Manjei tanto esse macho na minha adolescência que agora não tinha como não reconhecer.
- JADSON!? – meu peito explodiu.
- S-SANTINHO?!
- SOU EU! – me exaltei e o primo Amaro notou minha empolgação.
- CARALHO, SANTO! TOMAR NO CU, FILHO DA PUTA! SE NÓS TIVESSE MARCADO NÃO TERIA SE ENCONTRADO, VIADO! QUE ISSO, NÃO ACREDITO! UEHUEH! MANEIRO TE VER, MANO! – ele saiu do protocolo de funcionário, ignorou o carrinho de bebidas entre nós e me abraçou apertado.
- MANO... SÉRIO... MEU DEUS! QUANTO TEMPO! – eu pulei.
- QUINZE ANOS, CUZÃO?! DEZESSEIS!? QUE MERDA! – os olhos dele nem piscavam.
- CARACA... – perdi as palavras.
Como esquecer o molecote raçudo que tinha o corpo mais desenvolvido entre os garotões do Morro da Pedreira nos meus tempos de juventude? Jamais, nunca, impossível. E por falar no corpo dele, Jadson agora era um putão de alto calibre, mais faixa preta do que nunca e dono de um físico que colocaria qualquer outro macho no chinelo. Quando eu digo qualquer outro, é qualquer outro mesmo, incluindo...
- Ô, ô, ô, ô. Que merda é essa aí, posso saber? – Amaro surgiu atrás de mim, se enfiou entre nós e peitou Jadson. – Tamo no meio de uma situação aqui, meu parceiro, será que tem como dar licença?
Pronto, o tabuleiro se abriu diante dos meus olhos, e olha que prometi que não ia me envolver com ninguém nessa viagem de trabalho ao Rio de Janeiro. De repente havia dois morenões marrentos cara a cara no corredor do motel, cada um criado num lugar diferente da Zona Norte da cidade e eles não se conheciam, nunca nem tinham se visto por aí. Jadson deu um passo à frente, deixou o ombro bater no ombro do Amaro e nem precisou olhar pra ele pra rosnar o que rosnou.
- Mermão, com todo respeito? Tá atrapalhando o papo aqui, pô.
- Papo? Teu com o Santinho? Hehehe! Vai arranjar um quarto pra limpar, comédia. Tu é funcionário e eu sou cliente, tá maluco?
- E aí? Conheço Santinho desde mó tempão, porra. Tu é segurança dele?
- E se eu for? Vai fazer o quê, cuzão?
Eles se encararam, eu vi o corredor ficar pequeno e tive que me enfiar no meio pra impedir a porradaria de acontecer. Como pode, né? Esses caras perdem a linha por pouca coisa... Hihihi!
- Olha só, os dois são meus conhecidos. E adivinha? Não gosto de briga. Sosseguem a porra do facho e aprendam a conversar, beleza? – mandei.
- Eu tô de boa. Teu guarda-costas que tá pagando de otário aí. – Jadson não deixou barato.
- QUEM TU TÁ CHAMANDO DE OTÁRIO, SEU CORNO!? – meu primo reagiu.
- FALA BAIXO, MOLEQUE! TU É MOLEQUE, SEU MERDA! – meu amigo perdeu o lado profissional e partiu pro pessoal.
- Ô, Ô! VOU TER QUE ENGROSSAR A VOZ TAMBÉM!? – eu insisti.
Falei mais alto que eles e os dois pararam quietos, um na minha frente e o outro atrás de mim. Silêncio na porta do quarto, o hálito quente de dois pitbulls cercando meu corpo e eu sendo o único empecilho que os separava na arena. Do nada mó climão tenso.
- Mano, vocês cheiraram pó? Sério, não é possível. É ciúme? Tem Patrick pros dois, precisa disso não. – debochei.
Eles não responderam, apenas se fitaram através do meu ombro e continuaram bufando um pro outro. De um lado, o filho da minha tia professora, também conhecido como meu primo Amaro. Alguém com quem compartilhei parte da juventude na favela da Malvina, um garotão que comeu meu cu à beça na nossa adolescência e que agora virou um paizão gostoso que não esqueceu de mim.
- Vão se comportar ou vou ter que continuar separando? – fui o mais precavido possível, mas nem assim eles se alinharam.
Do outro lado, Jadson, minha primeira paixonite dos tempos de novinho. O molecão que me conheceu no Morro da Pedreira, na época que eu fugia do barraco da minha avó pra frequentar corujão na lan house no pé da favela com o Yuri, Digão, Bruninho e Waguinho.
- Isso, show de bola. Agora que vocês respiraram, por que tu não entra aí pra gente bater um papo, Jadson? – convidei.
- Agora não dá, tô na correria. Mas saio daqui a pouco, Santo. Se quiser tomar umas, eu-
- E quem disse que ele vai? – Amaro respondeu afiado.
- Irmão, com todo respeito. Não sei se tu é amigo, namorado desse viado, esposo, sei lá que porra que tu é-
- Sou primo mais velho. E tu, é quem?
- Primo mais velho, é? – Jadson ajeitou a gola do uniforme, entrou no quarto do motel e falou meio raivoso. – Eu fui o primeiro desse cuzão aí. Só nós dois tamo ligado no que vivemo, se ligou? Né não, Santinho? Fala tu.
Não acreditei que tava presenciando um embate tão escroto feito esse.
- Tu comeu meu primo? – primão quis saber.
- Comi não, mas dei muito leite na garganta dele. Teve uma noite que eu dormi na casa desse moleque e ele me fez gozar quatro vezes seguidas, saí de lá seco de manhã. Tem noção? Nem as mina que eu comia faziam isso comigo, pô, bagulho fora do normal. – o garotão Jadson macetou.
- Ah, beleza. Mas tu deu leitada no cu dele? Porque eu dei pra caralho, Santo foi meu depósito de porra na adolescência, comédia. Quem é tu? – Amaro não deixou fácil.
- Quando ele te deu o cu, já tinha treinado muita mamada comigo. Hehehehe! Tu comeu meu resto, seu merda.
- Ficaram só na mamada? Bagulho de adolescente. O que aumenta a família é comer cu, boquete dá em nada. Tu quer conhecer meu primo mais que eu, seu fodido?!
- Tu que veio cheio de marra, paizão! Não fode, porra, se orienta!
- Cara, na boa, não vou falar de novo. – tive que interceder e empurrei os dois em direções opostas, um pra fora do quarto e o outro pra dentro.
- Tá maluco, Santo?! Tira a mão de mim, porra! – meu primo emputeceu.
- Qual foi, Santinho!? Te mete não, pô! – meu amigo também ficou bolado.
Eles se olharam e pela primeira vez concordaram em alguma coisa: me dominar. Eu que paguei o pato pela briga fútil dos dois, acredita? Jadson voltou correndo pra dentro do quarto, fechou a porta, me segurou pela nuca e berrou com o Amaro enquanto controlava meu corpo.
- Por acaso tu fez isso aqui com teu priminho, seu merda?! – meu moreno me pôs de joelhos, abaixou a calça do uniforme de camareiro, botou o rolão mole e grosso pra fora e deu várias vezes com ele na minha língua até endurecer.
Sem paciência, o Jadson escorou a mãozorra atrás da minha cabeça, socou piroca escura e cabeçuda no fundo da minha garganta e eu lacrimejei de emoção por finalmente reencontrar o meu lugar após mais de uma década de distância. Eu tinha que estar ali, com o nariz preso no púbis pentelhudo do cafução, as narinas quentes de tanto inalar seu suor do dia de trabalho no motel, o sacão cabeludo batendo no meu queixo e ele gemendo, tudo isso durante a competição inesperada com meu primo.
- UUURFFF! Tu jogava na goela dele com facilidade assim, otário?! Hein!?
- GHHHMMM! – e eu engasgando com disciplina, valentia e disposição.
- Que mané garganta, cuzão! Já dei o papo que essa parada é bagulho de adolescente, porra! Eu e Santo partia logo pro tudo ou nada, eu já chegava galudão pra montar na minha puta. Assim, ó. – Amaro aproveitou minha posição de joelhos pra me colocar de quatro no chão do quarto, passou o dedo no elástico da fio-dental e roçou a barba no meu cuzinho antes de dar a primeira linguada profunda e quente dentro.
- MMMMM! UUUHNFFF! – eu estremeci de prazer, pisquei pra caralho de tesão e o melhor de tudo foi sentir as latejadas da caceta do Jadson vasculhando minha garganta enquanto o outro macho chupava meu cu cheio de fome.
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