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Eu já estava novamente instalada no meu quarto na casa dos meus pais. Rose já tinha me passado tudo que ela tinha de informação sobre como entrar na Polícia Civil e eu já tinha feito algumas pesquisas. Sinceramente, eu desanimei por causa do teste psicológico. Eu tinha certeza de que seria muito difícil passar. Além do teste físico, eu tinha mais de 30 anos e passei os últimos anos destruindo meu corpo. Mas, em uma conversa com Leandra, eu animei um pouco. Ela disse que eu tinha grandes chances de passar no teste psicológico, sim. Que se ela fosse a avaliadora, me passaria. Que eu tinha total condição de voltar a ser uma policial.
Na minha ficha, não tinha nada que pudesse atrapalhar. Eu nunca fui processada criminalmente. Afastei-me da Polícia Militar por escolha própria. E, como Rose me falou, meus avaliadores não sabiam da minha vida. Para eles, era preto no branco. No papel, nem minha internação nem meu problema com o álcool existiam. Eu acabei me animando novamente e decidi tentar. Iria ter um concurso público em maio e eu iria tentar. Minha vida dali para frente foi totalmente focada neste concurso público.
Livros e mais livros de estudo. Conselhos de amigos da Polícia Civil que eu conhecia. Academia todos os dias e sessões com Leandra uma vez por semana. O curso teria duração de quase 4 meses se eu chegasse até o final dele. Além de ter que viajar para BH se eu chegasse até os testes de aptidão física. Mas eu tinha tempo para me preparar e os testes psicológicos eu já conhecia bem; pelo que meus amigos da Polícia Civil falaram, não eram muito diferentes dos que eu já tinha feito. Eu tinha feito isso tudo quando entrei na Polícia Militar, eu tinha chances de conseguir e, se eu tinha chances, eu iria tentar.
Os meses foram passando e ter um objetivo me ajudou muito. Eu tinha algo para fazer a todo momento, não fiquei com tempo ocioso e, para uma ex-alcoólatra, isso era ótimo. Meus pais não eram totalmente a favor de que eu voltasse para a polícia, mas mesmo assim me apoiaram e me ajudaram em tudo. Em troca, eu ajudava minha mãe nos serviços de casa para deixá-la mais tranquila depois do trabalho e, quando dava, eu ia ajudar meu pai na sua mercearia. Meu pai sempre quis que eu trabalhasse com ele, eu o ajudava muito quando era adolescente, mas nunca quis aquilo para mim. Minha mãe queria que eu fosse professora como ela, mas também não achei que era algo que eu teria prazer em fazer. Apesar disso, nenhum deles nunca pegou no meu pé para eu fazer o que eles queriam. Sempre me apoiaram nas minhas decisões, mesmo sendo decisões que eles não gostaram. Eu entendo eles, ser policial é algo perigoso e eles não queriam me ver correndo risco de vida.
Minha amizade com Rose seguiu firme e forte, mas, devido à sua falta de tempo, não nos víamos com tanta frequência, mas mantivemos contato direto pelo celular. Minha amizade com Diana não foi mais a mesma depois que saí da polícia; não que tivéssemos algum problema, é porque não tínhamos mais aquele contato de antes e isso esfriou um pouco a nossa amizade.
O tempo foi passando e as coisas dando certo. Meu corpo e minha mente já estavam ótimos. Eu me sentia muito bem, por sinal. Me inscrevi no concurso e fiquei ainda mais determinada a passar. Meu maior medo era o teste psicológico, mas deu tudo certo. Em agosto, eu era a mais nova investigadora da Polícia Civil. Mas, como nem tudo são flores, eu fui trabalhar em Nova Serrana, uma cidade a 45 quilômetros da minha.
Nova Serrana era uma cidade menor, com pouco mais de 100 mil habitantes, porém com um alto índice de violência e drogas. Eu preferi não me mudar, ia e voltava todos os dias que eu trabalhava. Uma das razões, foi que eu não queria parar minhas sessões com Leandra. No início, eu ia de ônibus, mas depois consegui carona com uma policial militar que ia e voltava de carro. Nossos horários eram os mesmos, então dividimos o valor da gasolina e eu ia e voltava com ela. Não encontrei muita dificuldade no trabalho e nem com meu parceiro. Ele já estava perto da aposentadoria e deixava o trabalho pesado comigo, não queria se arriscar muito no fim de carreira. Mas também não queria mais méritos. Então eu fazia o trabalho mais perigoso e ele deixava os méritos para mim. Além disso, ele era uma fonte de sabedoria. Aprendi muito com ele nos primeiros meses e a gente se deu bem trabalhando junto nos primeiros casos, resolvendo desde roubo de botijão de gás até um caso de assassinato.
Minhas férias chegaram e nelas eu resolvi tentar encontrar alguém para minha vida. Saí algumas vezes para alguns barzinhos LGBT, mas, apesar de ter aparecido até um número grande de interessadas, eu não me interessei por ninguém. Por fim, no último dia que eu saí, eu vi uma garota muito bonita em um barzinho. Ela era realmente muito gata, mas fui reparando nela e notei que o interesse dela não era achar uma namorada ou um namorado. Era achar um homem ou uma mulher com dinheiro para pagar por uma noite. Ela era uma GP e aqui é bem normal ver belas garotas nesse ramo. Cidade universitária tem muito disso, belas garotas vendendo o corpo para pagar os estudos. Nesse barzinho que eu estava eu já tinha visto várias.
Eu nunca me imaginei pagando um programa, mas, olhando para aquela garota, isso passou pela minha cabeça. Eu estava há muito tempo sem ninguém. Meu coração ainda estava ocupado; eu já até achava que o que eu sentia por Naomi era fruto de alguma macumba, porque nunca passava, já são 5 anos sem vê-la e assim mesmo eu ainda a amava. Ela nunca deixou de ocupar meus pensamentos e meu coração. Eu já não chorava por ela há muito tempo; acho que eu me acostumei com a dor, mas o amor ainda estava ali, enraizado no meu peito.
De tanto eu ficar olhando para a garota, ela percebeu. Quando nossos olhares se cruzaram, ela abriu um sorriso e veio na minha direção. Chegou e perguntou meu nome, e eu disse. Ela falou o dela, provavelmente um nome de guerra, e eu nem guardei na cabeça. Ela veio com um papinho de coitadinha para meu lado; menina pobre que veio do interior para estudar, mas não conseguiu trabalho e estava passando por muitas dificuldades. Só de olhar para seu rosto e ver suas expressões eu sabia que a história era mentira. Mas não importava.
Eu perguntei se ela era estudante e ela disse que sim e perguntou o que eu fazia. Quando contei, ela desfez o sorriso na hora. Eu disse a ela que podia ficar tranquila, que eu estava de férias e que ela não tinha cometido nenhum crime. Fui direta com ela. Falei que estava interessada nos serviços dela, mas se ela tinhesse local e disponibilidade para o resto da noite. Ela deu uma relaxada e o sorriso voltou. Ela disse que tinha local e disponibilidade, mas que ia custar caro. Eu disse que, se fosse um preço justo, tudo bem. Ela pediu mil reais e eu sorri, dizendo que preferia gastar trinta minutos do meu tempo xavecando outra garota ali e conseguir o que queria de graça. Mas, como eu estava com pressa, eu pagaria 500 pela noite. Ela me olhou de cima para baixo, sorriu e disse que eu não precisaria de meia hora para conquistar uma mulher ali, sorriu e saiu puxando minha mão. Acho que foi um elogio o que ela disse.
Pegamos um táxi, pago por mim, claro, e seguimos para sua quitinete. O local estava bem arrumado e ela perguntou se eu esperava que ela tomasse um banho rapidinho. Eu disse que não tinha problemas. Ela disse que tinha bebidas na geladeira, eu agradeci e disse que não bebia. Ela foi tomar seu banho e eu fiquei ali esperando sentada na cama dela. Eu quase desisti; aquilo era meio estranho para mim. Pagar por sexo era algo que, sinceramente, eu não esperava fazer, mas meu corpo pedia aquilo há muito tempo, e daquela forma não tinha envolvimento emocional. Era só negócios para ela e um pouco de prazer para mim. Depois era pagar e cada uma seguiria sua vida.
Entre a dúvida de sair dali ou ficar, ela saiu do banho já sem uma peça de roupa. Resolvi ficar; ela era realmente muito bonita. Ela se ajoelhou na minha frente, tirou meu sapato e depois perguntou se eu curtia brinquedos ou algo diferente. Eu disse que não curtia e só precisava dela e de um sexo normal, sem nada de coisas estranhas. Ela deu um sorriso e abriu o zíper da minha calça. Eu perguntei se ela não queria o dinheiro primeiro. Ela sorriu de novo e disse que com ela sempre eram os negócios primeiro e depois o prazer, mas, no meu caso, ela iria fazer o contrário. Ela pediu para eu relaxar e curtir; depois a gente acertava tudo.
Ela tirou cada peça das minhas roupas com muita calma. Depois, levou sua boca aos meus seios e começou a chupá-los. Ela revezava sua boca entre eles e já levou uma das mãos na minha menina e começou a fazer carinho. Fazia tempo que alguém não me tocava e eu fiquei com muito tesão. Ela ficou fazendo aquilo por um tempo e eu já gemia de prazer. Ela desceu beijando minha barriga, abocanhou minha menina e começou a me chupar muito gostoso. Eu apoiei minhas mãos para trás, fechei os olhos e me concentrei nos seus carinhos.
Ela sabia usar muito bem sua boca e língua e eu estava quase explodindo de tanto tesão. Eu me masturbava até com certa frequência, mas não é a mesma coisa que ter uma boca chupando a gente com mestria. O toque, o calor e as sensações sentidas são diferentes e muito mais prazerosas. Eu não demorei muito a gozar na sua boca; ela continuou me lambendo e vi que ela iria se levantar, mas eu queria mais e pedi para ela continuar. Ela abriu um sorriso e voltou a me chupar; ela usava sua língua no meu clitóris e senti quando ela me penetrou com um dedo, brincou com ele dentro de mim e depois penetrou outro. Ela me fodia gostoso com seus dedos e chupava ainda mais gostoso meu clitóris.
Eu voltei a gemer descontroladamente e ela penetrou mais um dedo. Sua boca sugava meu clitóris com vontade e eu tinha espasmos com ele preso nos seus lábios por estar sensível. Mesmo tendo gozado há alguns minutos atrás, eu não aguentei muito tempo e gozei de novo na sua boca. Dessa vez, foi mais intenso e eu precisei de um tempo para poder respirar direito novamente.
Nossa noite só estava começando e ela sabia o que fazer. Eu tive uma noite incrível sexualmente falando. De manhã, eu paguei a ela e fui embora. Ela me deu o número dela para eu ligar quando quisesse repetir, mas eu só fingi que salvei no celular, mas não salvei. Não teria uma próxima vez, não com ela. Mas, sinceramente, eu achei bem prático fazer aquilo. Com o passar do tempo, aquilo acabou virando uma rotina; pelo menos uma vez por mês eu voltava naquele barzinho. Bebia meu suco de laranja e saía para o apartamento de alguma GP. Eu nunca repetia a mesma e variedade no local era o que não faltava.
Com o fim das minhas férias, eu voltei ao trabalho; seria o último ano do meu parceiro no trabalho, depois disso ele se aposentaria. Uma das coisas que ele me ensinou foi o que usei quando a GP veio me contar a história triste: saber observar as reações das pessoas quando estão mentindo. Quando começamos a trabalhar juntos, ele me falou isso. Disse que viu uma reportagem de um agente do FBI que explicou sobre essa técnica e ele começou a estudá-la. Eu achei muito interessante e comecei a fazer o mesmo. Eu assistia a vários vídeos e li alguns livros sobre o assunto também. Estudar a expressão facial virou um hobby para mim.
Eu tinha visto Rose no início da virada do ano e ela estava de partida para Portugal; iria fazer mais uma pós-graduação lá. Eu não entendia por que ela gostava tanto de estudar; eu, sinceramente, não daria conta. Ela disse para mim que só aproveitou a oportunidade que apareceu; era mais conhecimento e a chance de morar na Europa por dois anos. Eu estava feliz por ela, porém triste porque iria perder de novo uma melhor amiga.
Em abril, graças a um roubo de bicicleta, eu e meu parceiro descobrimos um novo traficante na cidade. O homem estava espalhando drogas sintéticas na cidade e começamos a ficar de olho nele. A investigação não demorou muito e reunimos provas suficientes para um mandado de busca. Deu tudo certo e fizemos uma grande apreensão de drogas. O caso saiu até na TV local e eu até dei entrevista. Esse caso foi assunto na mídia por uns meses.
Recebi muitos elogios dos meus superiores, já que meu parceiro deu os créditos da prisão todos para mim. Eu não achava justo porque ele me ajudou muito, mas ele disse que ia se aposentar e eu estava no início de carreira, que para ele ganhar créditos por casos resolvidos não iria ajudar em nada. Mas a mim poderia ajudar. Eu aproveitei que estava com moral e pedi uma transferência para minha cidade. Eu tive sucesso no pedido, porém isso só seria possível no final do ano. Não era o que eu queria, mas era melhor do que nada. Mais um ano e eu voltaria a trabalhar na minha cidade.
Aquele caso das drogas me ajudou muito. Além de ganhar elogios e respeito dos meus superiores e amigos da polícia, ainda me deu a chance de conseguir a transferência. Mas ele depois me expôs na mídia; eu apareci em jornais e na TV. E uma pessoa em especial viu que eu estava feliz novamente e isso chamou sua atenção.
Continua...
Criação: Forrest_gump
Revisão: Whisper
