Mensagens de um aplicativo de mensagens começaram a pipocar na tela do meu celular. Essas até me interessavam, afinal, eu não precisaria ficar ouvindo a voz daquela que imaginei que seria a minha esposa pelo resto da minha vida. As primeiras demonstravam surpresa com a minha atitude, mas nenhuma crítica. Depois, vieram aquelas que diziam o quanto ela me amava e que gostaria muito que eu pudesse estar curtindo aquele momento como ela estava. Por fim, vieram aquelas em que ela filosofava sobre os erros a que todo ser humano está sujeito e sobre a importância do perdão para evolução da alma, ou algo do tipo. Apesar do tom adotado, quase uma confissão tácita, em nenhuma delas ela foi expressa. Entretanto, as entrelinhas diziam por si e para mim era o que bastava.
Foi a pior noite da minha vida. Eu tinha sono, mas não conseguia dormir. Pesadelos se somavam e se sucediam uns aos outros. Despertei enfim às 6:00 da manhã e decidi sair para caminhar. Talvez um pouco de ar puro, silêncio e umas boas passadas, me ajudassem a refletir. Fiz isso até as 7:00. Na volta para casa, parei numa padaria para tomar um café e depois retornei para casa com uma decisão tomada: eu não poderia mais continuar ali. Com essa certeza, comecei a separar algumas coisas minhas em malas, roupas, artigos pessoais, de higiene, enfim, tudo que eu precisava para recomeçar longe dali. Então, comecei a relembrar os fatos que culminaram nesse dia.
(CONTINUANDO)
Fazia mais ou menos 10 meses… Celão era um tio-avô da minha esposa, mas muito próximo dos pais da Sophie. Eu nunca entendi direito o parentesco, só sabia que era poucos anos mais velho do que ela e casado com Juliana, uma bela mulher. Era veterinário e morava no interior, no mesmo município dos pais da Sophie. Certo dia, ele ligou para ela, pedindo pousada por menos de 2 meses para poder fazer um curso na sua área de atuação, mas a Sophie lhe pediu que me ligasse e tratasse diretamente comigo, afinal, eu era o homem da casa. Achei correta a atitude dela e por ele ser íntimo da família, eu não vi problema algum, mas ainda assim disse que lhe responderia após conversar com a Sophie. Num primeiro momento, ela não pareceu gostar muito do pedido, justificando que iríamos perder a nossa liberdade, mas depois ponderou que poderia ficar uma situação chata na família e aceitou recebê-lo.
Dias se passaram até a sua chegada. Como eu estava trabalhando, Sophie se incumbiu de buscá-lo no aeroporto. Eu só o encontrei no começo da noite, quando retornei do escritório. Ele já se encontrava instalado no quarto de hóspedes, mas, naquele momento, estava sentado à mesa da cozinha, papeando com a Sophie. Quando me viu chegando, se levantou com um baita sorriso nos lábios e veio me abraçar, levantando-me do chão com uma facilidade assustadora. Aliás, só ali me dei conta de quão alto e forte ele era, afinal, eu o havia visto poucas vezes:
- Acredita que esse abusado fez o mesmo comigo no aeroporto, amor! Quase me quebrou com esse abraço de urso. Melhor você mostrar para ele quem manda aqui em casa, hein!
- De agarramento com a minha mulher, Celão!? Vê se cria vergonha na cara, homem! - Brinquei assim que ele me soltou.
- Xiiii! A sobrinha aí levantei com um braço só. Tá bem magrinha inclusive… Cê não tá tratando bem da minha sobrinha, Naldinho?
- Pelo menos, não me chamou de gorda. Menos mal… - Ela retrucou, retornando sua atenção para algo que preparava ao fogão.
Naquela noite, jantamos e bebemos, relembrando momentos da infância e juventude deles. Eu, apesar de alheio as boa parte das histórias, participava e me surpreendia com as revelações mais picantes do Celão:
- Sophie!? E você pagando de recatada para mim… Então, você era uma baita de uma safadinha!? Por que escondeu isso de mim, amor? Ficou com medo de eu não ficar com você?
- Sei lá, né! Vai que você se assustava e fugia.
- Foge nada, sobrinha! Que homem não gosta de saber que tem uma amante safada na própria esposa para poder se esbaldar em casa?
- Só sei que agora que eu conheci essa sua outra personalidade, vou mais é aproveitar. - Falei, rindo da cara invocada dela.
- Tem aproveitado muito bem ultimamente não. - Ela retrucou por sua vez, encarando-me com os olhos semicerrados.
- Vixi! Mas pode isso, Arnaldo? Cês acabaram de casar, gente. - Perguntou o Celão, rindo: - Acho que eu bebi demais. Melhor eu não meter a minha colher nessa história ainda. Vou tirar o meu time de campo e ir para o meu quarto nanar um pouquinho.
- Não, tio, melhor você ficar. Quem sabe assim você não dá uns conselhos para o seu sobrinho Arnaldo aí!? Sei lá, ensinar ele a ser mais presente... - Ela insistiu, entornando outra meia taça de vinho, só para voltar a me encarar.
Apesar do constrangimento, levamos tudo na brincadeira, pois ela cobrava sempre com um sorriso no rosto. Após lavarmos a louça, fomos dormir. Em nossa suíte, lembro de ter perguntado o porquê daquela brincadeira e a Sophie não teve papas na língua:
- Amor, não temos nem 5 anos de casados ainda, nem filhos e a nossa frequência na cama está baixa.
- O que é isso, Sofi!?
- É!? Quer ver? Você lembra a última vez que nós fizemos amor?
- Ué! Foi… Foi… é… - Gaguejei, afinal, eu até me lembrava do evento, mas realmente não da data.
- Está vendo? Você nem se lembra! Acha justo isso comigo, aliás, com a gente?
Eu não fazia por mal e ela sabia disso. Ainda assim, voltei a explicar que estava com muito trabalho no escritório, afinal, eu havia assumido diversos clientes e estava me desdobrando para conseguir uma promoção que geraria um aumento de renda e melhoria em nossa condição de vida. Ao final ainda falei:
- Lembra que a gente fez as contas e concluiu que com os nossos ganhos seria bem difícil ter um filho agora? Então, estou fazendo de tudo para melhorar a nossa situação.
- Eu sei, mas, mesmo que eu não engravide agora, treinar seria bem gostoso, não acha?
Concordei com ela, pedi desculpas e me comprometi a melhorar, começando naquele dia mesmo. Lembro que transamos bem gostoso nessa noite, mas não algo tão fora do normal, apenas um rápido oral trocado e um papai e mamãe, bem ritmado e de boa duração. Ao final, eu e ela gozamos e dormimos agarradinhos, como tinha que ser.
No dia seguinte, num momento em que estávamos apenas eu e o Celão assistindo a um jogo de futebol na televisão e a Sophie, “personal” formada, havia saído para dar treinamento a um de seus alunos, ele me perguntou se estava acontecendo algo e eu expliquei praticamente o mesmo que havia falado para ela no dia anterior. Ele foi bastante objetivo:
- Entendi. Ó só, sou tio dela, mas gosto muito de você também, então acho que tenho todo o direito de dar conselho: cuida da tua mulher! Se você não der assistência, abre espaço para a concorrência e o que mais tem no mundo é malandro esperando uma chance de traçar uma gatinha como a Sofi. Com todo o respeito, Naldo, mas ela é linda, gostosa pra caralho e certamente chama a atenção por onde passa. Se você não ocupar os espaços dela, alguém irá. Fica esperto!
- Eu sei disso, Celão. Inclusive, ontem nós conversamos sobre isso. Eu vou me policiar, mas é que o trabalho está me matando mesmo. Estou concorrendo a uma promoção e peguei serviço demais. Então, há dias que chego, tomo um banho, janto e capoto na cama, nem jornal eu consigo assistir.
- Mas não pode, cara! Você precisa dar atenção às necessidades da sua mulher. Sei lá… Duas, três vezes por semana, mas tem que dar. E, ó, eu te contei que ela era uma safadinha, não contei? Ela negou? Não! Então, abre o olho, hein!? Depois não fala que eu não avisei.
- Eu sei. Eu sei que estou em falta com ela, mas vou consertar isso. Deixa comigo.
- Isso aí, sobrinho! Agora se não estiver dando conta e precisar de ajuda, aproveita que o titio está por aqui que eu dou uma canseira nela. Parente é para essas coisas, né? - Falou e deu uma piscada malandra, seguido de uma risada debochada.
- Mas que talarico duma figa! Mas espera aí só um pouquinho, Celão… - Peguei o meu celular e fingi que fazia uma ligação: - Deixa só eu perguntar para a Juliana se ela concorda com essa sua sugestão.
- Tá louco, Naldo!? Nem brinca com a Jú! Aquela lá me moi na pancada se souber que eu me engracei com alguma mulher. - Caiu numa gargalhada que não consegui resistir, rindo junto.
Os próximos dias passaram sem grandes novidades, pelo menos era o que eu pensava. Logo, o Celão começou a malhar com a Sophie na mesma academia em que ela acompanhava os seus alunos e com isso uma certa proximidade entre eles se estabeleceu, eu diria uma intimidade mesmo. Era aparente a forma como interagiam, com brincadeiras e piadas, algumas até bem picantes, mas, na minha presença, embora brincassem um com o outro, sempre havia respeito, certamente para não escancarar algo para mim. Eu sentia que havia mais, pois já havia flagrado eles cochichando pelos cantos, deixando-os bem constrangidos e levando a Sophie a me criticar ainda:
- Feio isso, hein, Arnaldo!? Nunca imaginei que teria que te repreender por escutar pelos cantos.
- Como é que é!?
- O que é isso? Você deveria ter vergonha! O Celão é meu tio, casado com a minha tia Juliana, a mesma que nos apresentou e você… você… está desconfiando dele?
- Pode parar! Nem começa! Quem está de tititi com ele pelos cantos, de prosinha mole, de segredinhos, é você! Só que acho que você se esqueceu que você é… a minha… esposa. - Falei pausadamente, olhando diretamente para os seus olhos: - Você é quem deveria se situar e parar com isso antes que a gente se desentenda e…
- Arnaldo!? - Ela me interrompeu, surpresa.
- É isso mesmo! Agora, se você quer ter vida de solteira, ficar de papinho com outros machos, é só me falar. Eu saio de campo e você pode se esbaldar. Eu te amo, Sofi, mas se você acha que vou aceitar ser traído, está muito enganada.
- Mas… Mas… Mas…
- Hoje, eu estou saindo daqui magoado com você. Não esperava essa atitude sua. Juro que não! Pensei que você fosse minha parceira e não cúmplice dele, mas tudo bem, a vida tem dessas coisas e nos ensina a confiar em quem realmente merece.
- Credo, amor! Para que isso?
- Eu vou… - Suspirei profundamente: - Dar uma volta. Depois a gente conversa. Se é que ainda tem alguma coisa para a gente conversar…
Sai de casa nesse dia, uma quinta-feira, sem nem olhar para trás. Essa conversa foi na hora do almoço e só retornei para casa passando das 21:00. Ambos estavam sentados da forma mais formal e comportada no sofá da sala, cada um em um canto, bem afastados e com várias almofadas entre si. Cumprimentei a ambos de forma educada, mas fria e fui para o banheiro tomar o meu banho. Logo, a Sophie apareceu, dizendo que iria esquentar o jantar para mim:
- Não precisa. Já comi na rua.
- Poxa, amor, eu não quero ficar brigada com você.
- Não briguei com você! - Falei, virando-me de costas: - Ah! Só te avisando, vou fazer uma viagem para o Rio amanhã e só volto na segunda. Então, aproveite bastante a minha ausência. Não vou mais atrapalhar vocês.
Ela se ofendeu com a minha insinuação e aquilo virou uma DR dos infernos. Ela começou a se fazer de injustiçada, a chorar, achando que eu a estava abandonando e passou a fazer mil e uma promessas, mas não dei muita atenção. Então, ela fez algo impensável: como eu me mantinha de costas, entrou no box com roupa e tudo para conversar comigo, olhos nos olhos. Nitidamente, ela estava chorando, mas eu não conseguia ver, afinal, estávamos embaixo da ducha. Vê-la triste, me doeu demais, porque eu amava muito aquela mulher. Acabamos selando a paz embaixo da água numa transa bastante quente. Como as portas do banheiro e da suíte estavam abertas, certamente demos um show para os ouvidos do Celão, mas, na minha casa, a minha mulher, se alguém tinha direito de comer, era eu.
Eu não menti sobre a viagem e no dia seguinte realmente tive que me ausentar já logo cedo. Pegando a ponte aérea para o Rio, onde fiquei até segunda de manhã. Nesses dias, a Sophie se fez mais presente que o normal, ligando, fazendo chamadas de vídeos, enchendo-me de mensagem, tudo para mostrar que me amava e queria o nosso casamento de volta. Claro que ela não fazia isso 24 horas por dia, então se ela quisesse me trair com o Celão ou qualquer outro, teria tempo de sobra. Preferi acreditar que não era o caso.
Pensei que ela tivesse entendido toda a situação, pois assim que retornei, passamos dez dias perfeitos, mas, infelizmente, não foi suficiente para evitar que eu flagrasse três situações bem estranhas, mas que agora fazem todo o sentido.
Na primeira, eu tive que voltar para casa mais cedo num certo dia, acho que uma terça, para buscar alguns documentos que eu havia esquecido em casa. Flagrei ambos fazendo um “treinamento físico” no meio da sala de estar. A princípio, não seria nada demais, a não ser pelas roupas que ambos vestiam, pois o Celão estava usando apenas com um short de futebol folgado e a Sophie um conjunto de short e top, ambos curtíssimos e muito justos que, a depender do movimento, poderia deixar em evidência certas intimidades que deveriam ser normalmente ocultadas dos olhos de terceiros.
Como eu entrei pela cozinha, eles não me viram ou ouviram e sequer tiveram a chance de desfazer uma posição que mais parecia a representação em 3D de uma figura do Kama Sutra, pois ambos estavam com as pernas encaixadas, esfregando as suas intimidades, enquanto a Sophie segurava uma das pernas dele para não perder apoio. Vendo a minha cara de surpresa, ela se desvencilhou dele e pude notar que ele nesse instante que ele estava com o pau duraço, estufando bastante a frente do short. Cheguei até a me perguntar se ele estava de cueca, pois a ereção era muito evidente e obscena.
Não os cumprimentei. Respirei fundo para não explodir e fui até o meu quarto pegar o documento que estava sobre o meu criado mudo. A Sophie rapidamente veio atrás de mim, mas eu não quis conversa, nem que quisesse, eu teria tempo. Ela tentou me segurar, mas o olhar que eu lhe lancei deixou claro que naquele momento se ela forçasse algo comigo, sairia perdendo feio. Somente à noite, à sós em nossa suíte, ela teve a chance de falar comigo, tentava desfazer a todo custo o “mal entendido” que estava estampado em meu rosto:
- Eu juro, amor. Era só um alongamento que eu estava fazendo para liberar o nervo ciático do tio. Ele disse que estava dolorido há tempos, desde que caiu de um cavalo.
- Não sei o porquê da sua preocupação, Sophie, eu não estou te cobrando nada.
- Estou vendo na sua cara que você não gostou do que viu…
- É óbvio que eu não gostei e tenho todo o direito de não ter gostado! Chego na minha casa e pego a minha esposa em trajes sumaríssimos, com as pernas encaixadas nas pernas de outro homem, praticamente esfregando a buceta no pau dele e…
- Não estava esfregando nada não! Eu estava forçando um alongamento para soltar o nervo ciático dele! Já te expliquei…
- É!? E que história é aquela de arrancar a casca da banana se continuassem mais um tempo que ele disse? Ou acha que não ouvi?
Lembro que ela ficou vermelha e demorou a dar uma resposta, mas, pelo menos, foi honesta:
- Ele endureceu comigo, isso eu não posso negar nem que quisesse. Você deve ter visto a barraca dele armada... Mas foi involuntário e você conhece o tio, sabe o quanto ele é brincalhão!
- Aham! Um pândego… - Resmunguei.
- Ô amor… O que posso fazer se a sua esposa é gostosa?
- Podia ter feito o que toda esposa, mulher casada de respeito faria: parado tudo o que estava fazendo e dado uma dura nele!
- Tá. Desculpa, amor, você está certo. Vou manter um pouco mais de distância dele e se algo do tipo voltar a acontecer, coloco ele no lugar. Prometo!
Ficamos alguns dias meio atravessados, mas logo ficamos de bem. Interessante que a partir deste dia, ela passou a me procurar com mais frequência e não nego, as lembranças deles se esfregando, chegaram até a me deixar excitado.
Uma coisa que não mencionei é que eu nunca fui um cara provinciano, de mente fechado ou carola de igreja. Inclusive, certa vez convidei a Sophie para explorarmos juntos possibilidades mais liberais em nosso relacionamento. Eu nem pretendia dividi-la com outros ou pegar outras, eu só queria conhecer pessoas mais liberais, despejadas, vê-las interagindo e se acontecesse de surgir um interesse por parte dela ou meu, decidiremos como continuar. Ela simplesmente me espinafrou sem dó, nem piedade. Me chamou de tarado, desocupado, mulherengo e outras designações impróprias que não enriqueceriam o vocabulário de ninguém. Enfim, disse que nunca toparia nada daquilo e que se fosse essa a minha intenção, que eu me divorciasse dela e fosse muito feliz.
Talvez por isso, tê-la visto naquelas condições com o Celão, tivesse me deixado tão impactado com a sua negativa e, ao mesmo tempo, excitado nos dias seguintes, aliás, a mim e a ela também, que estava insaciável. Entretanto eu, sabendo da mentalidade conservadora dela, nem toquei no assunto.
Teve um dia, esse eu não vou esquecer, que ela me procurou com fogo no olhar e não refuguei, mas quando fomos transar, notei que ela estava estranhamente mais molhada do que o normal e o pior, a sua buceta parecia estar bem “aberta”. A penetração foi de uma facilidade assustadora, tanto que eu comentei com ela que me disse ter se masturbado mais cedo com um consolo naquele dia, mas que ainda assim estava louca por uma “pirocada” minha:
- Que história de consolo é essa!? - Perguntei, pois desconhecia o brinquedo.
Ela deu uma gostosa risada e se levantou, indo pegar um baita consolo, preto, quase do tamanho de uma régua escolar. Para piorar, jogou aquele trambolho em cima de mim e eu, aturdido, não sabia se segurava ou jogava de volta. Ela gargalhou alto enquanto observava eu me debater com aquele troço. Sentou-se ao meu lado e pegou o brinquedo, olhando-me com uma cara de pura malícia:
- Que porra é essa, mulher!? - Insisti, agora rindo da sua própria cara.
- Meu novo amigo! Para as minhas horas de solidão…
- Onde você comprou isso? - Perguntei, agora novamente pegando e analisando aquele pedaço inanimado de borracha.
- Não comprei. Foi um presente do tio.
- Como é que é!? - Meu sorriso murchou de imediato enquanto eu a encarava.
- Fica calmo e deixa eu explicar. - Falou, pousando uma mão sobre a minha, justamente a que segurava aquele trambolho e continuou: - Há uns dias, nem me lembro bem como a gente chegou nesse assunto, acabei contando que a nossa rotina na cama não lá aquelas coisas. Daí, ele me contou que chegou a conversar com você e que te aconselhou…
- Foi! - Reconheci, interrompendo-a.
- Pois é! Ele me perguntou se ainda não tínhamos nos acertado e eu falei que já tinha melhorado, mas que podia melhorar muito mais. Ah, também falei que eu entendia a sua apatia, afinal, eu sei o tanto que você está trabalhando, né?
- Tá! E como foi que chegaram nesse negócio aqui? - Perguntei, agora balançando o consolo no alto.
- Ué! Ele me perguntou se eu sentia muita falta de sexo. Eu respondi que sim, afinal, sou jovem, gosto de sexo e aprendi a gostar muito mais com você. Daí, ele me contou que até fez uma piadinha com você de se oferecer para me ajudar e você não gostou.
- Lógico, né!
- Então… Ele falou que iria me ajudar você gostando ou não…
- Oi!? - A interrompi novamente, fechando a cara.
- Não! Não é isso, seu bobo! No dia seguinte ele chegou com esse negócio aqui, dizendo que era uma lembrança dele para mim. Fez até uma carinha nele, ó… - Ela riu e me indicou a cabeça do consolo, onde notei dois olhinhos e uma boquinha com a língua para fora desenhados com tinta branca, depois explicou: - Ele deu até um nome para ele: Celão Jr!
Olhei para ela e resmunguei enquanto media o meu palmo naquele negócio:
- Nossa! Que lembrancinha… marcante, não é?
- Ele também disse que é do mesmo tamanho que o dele…
- Porra, Sofi!
- Foi ele que disse! Eu não sei de nada…
Encarei a Sophie em silêncio, mas não tão surpreso com o tamanho da intimidade que havia entre os dois, porque disso eu já desconfiava. Depois olhei para o consolo, bem maior e mais grosso que o meu pau e naturalmente acabei não gostando da situação. Isso deve ter ficado estampado na minha cara e ela certamente notou, mas não se deu por vencida:
- Eu não sei se é verdade e isso não me interessa, mas não vi problema em aceitar o presente, afinal, você mesmo já havia cogitado a possibilidade de nos comprar umas coisinhas, lembra? E além disso, eu uso sozinha, ou com você, se você quiser brincar conosco.
- Eu só não comprei antes porque você não quis.
- Foi bobeira minha! Se você quiser comprar mais, eu vou adorar brincar com você.
- Se for só comigo…
- Aí vai depender de você! Pois, você mesmo já me convidou para irmos numa casa de swing, lembra? E lá, pelo que eu sei, as brincadeiras podem rolar só entre o casal, ou com outro, ou outros…
- É, eu convidei… Claro que me lembro! Assim como também me lembro que você negou e ainda me xingou pra cacete!
- Eu sei. Desculpa, amor. Bobeira minha novamente. Acho que não soube te ouvir direito, entender o que você queria, mas se você ainda quiser ir, nós podemos tentar.
Vendo que eu ainda olhava o tal consolo, ela o pegou da minha mão e propôs:
- Quer brincar? Eu ainda não fiz uma coisa, mas estou morrendo de vontade.
- Desde que não seja em mim…
- É claro que não, né, seu bobo! Eu queria experimentar uma DP. - Cochichou baixinho a última parte.
Arregalei meus olhos e comecei a rir de maneira nervosa. Ela ficou meio invocada, mas vendo que eu já sorria mais maliciosamente, se animou, partindo para cima de mim. Ela passou a me chupar de uma forma ensandecida, engolindo todo o meu pau enquanto fingia masturbar o consolo. Depois, passava a chupar o consolo enquanto masturbava o meu pau, tudo sem tirar os olhos dos meus. Após isso, veio oferecer a sua buceta para eu chupar enquanto ela seguia chupando as duas picas. Nesse momento, vi que ela havia literalmente arregaçado a sua própria buceta, pois ela estava bem vermelha, inchada e aberta, escorrendo alguns líquidos esbranquiçados do seu interior. Naquele momento, eu fui sincero:
- Amor, acho que você tá com corrimento…
- Sério!?
- É. Você desinfetou esse negócio? É que estou vendo um negócio meio esbranquiçado aqui.
Ela se calou por um instante e logo falou:
- Ah não… Deve ser o lubrificante que eu usei. Pega ali na gaveta do criado para mim, amor.
Estiquei e peguei um frasco. Curioso, apertei e vi um gel esbranquiçado sair, realmente bastante parecido com sêmen. Como já estávamos a meio caminho do paraíso e já tínhamos aquele invasor no nosso leito, decidi ousar e o pedi para ela. Ela ainda estava com o meu pau na boca, quando introduzi aquele troço na sua buceta e ela o agasalhou, quase até o fim. Agora eu entendia o porquê da sensação que eu tive na primeira penetração, afinal, aquele consolo devia tê-la arrombado antes de mim. Eu segui masturbando a Sophie e passei a chupá-la também por um tempo, mesmo me lambuzando naquele lubrificante até ela estremecer todo o seu corpo sobre o meu, gozando enquanto gemia:
- Aaaaaasssssiimmmmm, Celão! Ah, delíciaaaaahhhh…
Depois a deitei na cama e passei a comê-la num papai e mamãe gostoso, mas logo a coloquei de quatro e passei a estocá-la sem dó. Quando eu estava me aproximando do orgasmo, ela, por já me conhecer, pediu novamente a DP:
- Mas como?
- Vou deitar de bruços e enfiar o Celão na minha buceta…
- Tem mesmo que chamá-lo de Celão?
- É só um brinquedo, amor, relaxa.
A situação só piorava e a minha irresignação só alimentava um monstro que já havia criado ninho entre nós. Ela se penetrou como havia explicado e pediu:
- Vem! Come o meu cuzinho agora, mas vem devagar…
Não entendi o porquê do seu pedido, afinal, ela, pela primeira vez em nossa vida comum, agasalhou o meu pau no seu rabo sem reclamar! Ela estava simplesmente no auge da excitação e aceitou a penetração maravilhosamente bem. Os seus gemidos eram de puro prazer, mesmo os “ai’s” tinham mais malícia do que dor. Passei a penetrá-la com cadência e profundidade, e logo ela avisou que iria gozar e teve o orgasmo mais forte que já vi, tremendo toda. Não aguentei muito mais e gozei também, deitando-me ao seu lado.
Enquanto eu a olhava respirar de olhos fechados, literalmente apagada, comecei a pensar se ela já não havia usado o tal consolo no próprio rabo, porque ela nunca se entregou para mim daquela forma. Culpei-me por não ter observado com mais cuidado o seu cu enquanto a chupava, mas agora já era tarde. Pior foi quando a minha consciência sugeriu uma outra hipótese: e se os seus buracos tivessem sido penetrados pelo original e não pela prótese? Esse medo me seguiu noite adentro e só sumiu quando apaguei, mas ressurgiria dias depois.
Podia ser coisa da minha cabeça, mas eu juro que notava olhares entre os dois. Além disso, continuava ouvindo rápidas conversinhas paralelas pelos cantos, mas não conseguia flagrá-los. Outra coisa que também notei e isso cheguei a reclamar várias vezes com a Sophie era sobre as suas roupas que, antes pudicas com a chegada da visita, agora já eram mais intimistas e insinuantes. Num dia em que a flagrei usando um simples, mas curtíssimo e justíssimo baby doll de cetim vermelho, tivemos uma discussão:
- Você está sendo paranoico, Arnaldo!
- E você não está se dando o valor! Olha a roupa que você está usando dentro de casa?
- Exatamente! Estou… usando… dentro de casa! Que mal tem?
- Sophie! Tem um homem estranho dentro de casa.
- Estranho!? Ele é meu tio, seu amigo, uma pessoa próxima que já faz parte até da nossa rotina, Arnaldo!
Quando aquilo parecia descambar para uma DR das mais sérias, Celão, que estava na sala fingindo assistir televisão, se viu no direito de participar:
- Gente, o que é isso? Seu eu estiver incomodando, posso procurar um outro lugar para ficar.
- É claro que não, tio! É só esse… esse… ciumento do meu marido que não me deixar mais ficar à vontade dentro da minha própria casa.
- A culpa não é sua, Celão! Eu só falei que não acho correto ela ficar se exibindo em trajes sumários tendo um homem de fora por aqui.
- Mas eu não sou de fora, Naldinho. - Vendo que eu o encarava agora, injetado pela raiva do desentendimento com a minha esposa, ele se corrigiu: - Tá! Eu sou de fora, mas sou da família. Não precisa ter esse tipo de receio comigo. Eu sou tio dela e amigo de vocês. Eu nunca faria nada para prejudicar o casamento de vocês. Disso você pode ter certeza.
- Não estou falando que você faria ou não faria, estou dizendo que eu não concordo com a postura dela. Isso é uma falta de respeito com você e comigo.
- Calma, homem, calma!
- Ah, quer saber? Esse papo já me cansou! - Disse a Sophie, pisando alto rumo a nossa suíte e batendo a porta no final.
Olhei invocado naquela direção, inclinando o meu corpo como se quisesse segui-la instintivamente para resolvermos aquilo, quando o Celão falou:
- Arnaldo, para! Não precisa de nada disso. Por que você não vê essa oportunidade como se fosse um limão.
- Limão, Celão… Do que você está falando, homem?
- Ué! Se a vida te der um limão, esprema e faça uma caipirinha. Ou é limonada, não me lembro direito agora… - Ele próprio resmungou, após continuando: - Bom, enfim… Faça a bebida que gostar mais.
Levantei os meus ombros porque seguia sem entender o que ele queria dizer com aquilo:
- Homem, se ela quer se mostrar insinuante, seja para você ou para mim, aproveite! Pega ela e dá um corretivo dos bons, mas na sua cama, caralho! Mostra quem é que manda lá e deixa ela achar que manda aqui, entendeu?
A proposta era tão absurda, mas ao mesmo tempo tão factível que comecei a rir da forma como ele tentava apresentar seu conselho:
- E, ó, presta atenção… Tudo o que estou fazendo na rotina do casamento de vocês é na intenção de melhorar a sua relação. Pode ter certeza de que eu não forçaria nada com a Sofi. Cara, eu conheço ela desde mocinha. Eu nunca magoaria a sua esposa. Pode ter certeza…
Por mais que ele parecesse falar buscando um entendimento, eu notava nas entrelinhas que ele parecia obter permissão da minha parte, algo que eu não estava disposto em ceder. Acabamos nos sentando na sala, mas um silêncio reinou absoluto, enquanto eu tentava absorver suas palavras e entender tudo o que vinha acontecendo. Logo, ouvimos a porta da minha suíte se abrir e a Sophie surgiu andando apressadamente em direção à cozinha, agora vestindo uma camisola preta, mais comprida que o baby doll, mas em compensação, com vários recortes e transparências que deixam uma minúscula calcinha fio dental transparente à mostra. Aliás, quem a olhasse com um pouco mais de cuidado, certamente veria os pentelhos pelas transparências do tecido. Olhei inconformado na direção do Celão que apenas fez um movimento de mão para mim, como se dissesse “fica calmo, fica calmo…”.
Na verdade, naquele momento, eu já tinha a quase certeza de estar sendo traído, mas me faltavam provas. E eu faria questão de obtê-las em breve.
OS NOMES UTILIZADOS NESTE CONTO E OS FATOS MENCIONADOS SÃO TOTALMENTE FICTÍCIOS E EVENTUAIS SEMELHANÇAS COM A VIDA REAL É MERA COINCIDÊNCIA.
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