O silêncio da noite sufoca como um saco plástico na cabeça. A vila dorme. Ou fingia dormir. Portas trancadas, janelas fechadas. Covardes!
Meu coração bate feito um tambor. Deitada na cama, vestido fino colado no corpo suado, apesar do frio. Medo e tesão se misturam nas minhas veias. Sou um coquetel prestes a explodir.
Ninguém viu o monstro e viveu pra contar. Besta-fera? Chupra-cabra? Lobisomem? Que se foda. Só sei que deixa corpos secos pelas ruas.
Minutos se arrastaram. Horas? O tempo perdia o sentido na vigília do terror.
Penso na mãe. No pai. Nas rezas desesperadas. "Por que eu?", tinha gritado. Silêncio foi a resposta. Covardes!
O sino da igreja badalou meia-noite. Medo e excitação se misturavam.
A brisa fria da janela fez a cortina dançar. Um galho estalou na escuridão. Um sinal. Coração disparado. A porra dos meus mamilos ficam duros contra a vontade. A sombra aparece, imóvel. Observando. Esperando. Posso sentir o cheiro da morte. Ou será o cheiro da minha própria buceta molhada?
"Entre", as palavras escapam dos meus lábios como uma prece. Ele salta pela janela. Um movimento. Rápido demais para os olhos captarem. Num piscar de olhos, está aos pés da cama. Olhos negros me devoram. Entre minhas pernas, uma umidade traidora. Que porra acontece comigo?
"Olá, querida", uma voz como veludo sobre aço.
Rosto anguloso, cabelo escuro. Alto, magro, forte. Quase humano. Quase. Ele se aproximou. Senti o cheiro dele. Terra úmida. Sangue velho. Luxúria antiga.
Quis gritar. Quis fugir. Quis... o quê?
Seus olhos percorrem meu corpo. Mamilos duros sob o tecido fino. Garganta exposta, uma oferenda. É possível ver minha buceta molhada? Dedos frios tocam minha clavícula. Estremeço.
"Por que você está me esperando?”
"Eles disseram que você ia querer uma virgem", tento falar, sentindo o calor subir pelo meu corpo. Ele ri, um som que é metade prazer, metade fome. " Uma oferenda de virgens a vampiros. Covardes!
Dedos frios tocaram meu rosto. Desceram pelo pescoço. Pararam sobre meu peito.
"Seu coração bate tão rápido", ele murmurou. "Está com medo?"
"Sim", a palavra escapa como um gemido.
"A vila inteira... eles querem que você me leve. Pra poupar todos os outros. V-você vai me matar?",
Aquele filha da puta só riu. Dentes afiados brilhando no luar. "Isso depende de você, minha querida." Um som que me arrepiou a espinha e me fez querer arrancar os mamilos.
"Fascinante", ele disse. Ele sabia tudo que me acontecia! Aquele sacana lia minha mente? Lábios frios roçaram minha orelha. "Você nunca sentiu isso antes, não é?"
Balancei a cabeça. Incapaz de falar. Incapaz de pensar.
"Quer sentir mais?"
Um segundo de hesitação. Um século de dúvida. E então...
"Sim. Por favor."
Ele rosna de satisfação, seus lábios encontrando meu pescoço. "Não tenha medo. Você não vai morrer esta noite.
Suas presas roçam minha pele. Minha buceta pulsa de antecipação. Alto, magro, forte. Quase humano. Quase.
"Vai doer?", pergunto, a voz embargada de tesão.
"Um pouco. Mas você vai gostar", ele promete, sua língua traçando minha jugular.
Seus beijos sobem pelo meu pescoço. Sua coxa se infiltra entre minhas pernas. Sinto seu pau duro contra minha coxa. Alto, magro, forte. Quase humano.
“Posso?” Ele perguntou, sem querer mesmo ouvir uma resposta.
Dentes afiados penetraram minha carne. Dor aguda. Prazer. Prazer? E então... êxtase. Arqueio as costas. Ele geme, um som gutural de puro êxtase. Tudo que nunca havia sentido inundou meu corpo.
Sinto meu sangue sendo sugado. Cada gole me deixa mais leve. Mais entregue. Gentil. Insistente. Quase humano. Minhas mãos agarram seus cabelos, puxando com força. Cada gole me levando mais perto do abismo.
Minha visão escurece. Sinto seu corpo quente contra o meu. Sua mão acaricia meu rosto.
E então... parou.
"Descanse, faz bem ao sangue", ele murmura, sua voz carregada de desejo.
Fecho os olhos. Não sei se é o sangue perdido ou o tesão, mas me sinto flutuar.
"Vou voltar", ele promete enquanto não sinto seu peso ao meu lado.
Sorrio, já meio inconsciente. Enquanto a vila acordava, aliviada por sua sobrevivência, a escuridão me envolve, mas não tenho medo. Sei que ele voltará. Quase humana. Eu espero.