26 - O ÚLTIMO OBSTÁCULO

Um conto erótico de Nassau
Categoria: Heterossexual
Contém 6273 palavras
Data: 20/01/2025 17:13:02

CAPÍTULO 26

Depois de assistir a transa de Pâmela e Henrique e ter transado com Ernesto, Cahya passou a se questionar sobre como levar adiante aquele relacionamento e como devia agir diante das novas emoções que estava vivendo.

A transa com Ernesto foi maravilhosa. Tudo bem que se alguém perguntasse quem transava melhor, ela diria que era o Henrique, como fizera quando respondeu ao Nestor. Naquele dia, ela explicou ao Nestor que havia um adicional nas transas com seu marido, explicando que havia amor naquela relação, enquanto com Nestor era apenas prazer.

Agora ela se perguntava se isso era verdade, pois se fosse realmente apenas sexo, ela não deveria estar sentindo o desejo tão forte de repetir tudo novamente e esse questionamento surgiu depois de transar com Ernesto. Isso porque seu desejo parecia não ser direcionado a nenhum dos homens disponíveis naquela ilha, mas sim a todos eles. Ela se pegou sonhando várias vezes estar transando com eles e a princípio, desses sonhos um deles desempenhava o papel de personagem principal, mas logo o que fazia esse papel era substituído por outro e depois alternativa mais uma vez.

Não era como se um dia ela acordasse com vontade de foder com o Nestor e em outro com o Ernesto ou mesmo o Henrique. Ela se imaginava com um e no meio do sonho eles iam sendo substituídos. Para atenuar o sentimento de culpa que a invadia, ela tentava se convencer de que, se o sexo com o Henrique era calmo e carinhoso, com o Ernesto tinha sido um pouco mais intenso e o que mais despertou o seu tesão naquele dia foi a experiência dele, O homem não estava quase atingindo os sessenta anos por acaso e parecia saber todos os segredos do corpo de uma mulher, Onde e quando e como tocar, alternando momentos de carinhos com pegadas mais forte, mas tudo no momento exato.

Quanto ao Nestor, ela não precisava pensar muito. Com o Nestor o sexo era mais do tipo animal, com pegadas fortes e ele fodendo como se não houvesse um amanhã, muito embora com sua capacidade de manter aquele pau duro durante todo o tempo, a questão não era se o dia acabava e se haveria outro dia depois. Era como se o tempo estivesse circulando e eles estavam sempre voltando ao começo. A ordem era desejo, tesão, carinhos, foda, prazer e depois começava tudo outra vez.

Quanto ao fato do Henrique transar com a Pâmela daquele jeito, com todos assistindo, ela não sentia ciúme. Esse sentimento para ela era algo que deixara de existir a muito tempo, muito embora suas reações contra Milena tenham acontecido há menos de um mês. Depois daquele sonho que ela tivera na praia, passou a encarar o relacionamento do seu homem com as outras mulheres como algo natural, muito embora esse natural lhe despertasse desejos e o fato do Henrique ter encarado com tranquilidade o fato de ela ter transado com o Ernesto ajudou em muito nesse sentido.

Entretanto, mesmo ciente de todos esses fatos, ela não conseguia dar vazão ao seu desejo e evitava transar com o Ernesto e o Nestor, mas quando pensava nisso, se sentia incompleta. Ela sabia que precisava se entregar aos três para se tornar a mulher que estava destinada a ser.

Isso tudo veio à sua cabeça quando viu Milena chegando ao lago para se juntar a eles e trazia consigo o Nestor. Mas era um Nestor que parecia estar pouco à vontade, muito embora seu pau parecesse não se importar com isso, pois contrariando sua vontade de não obedecer a Milena seu agia como se tivesse vontade própria. Apesar de a garota segurar sua mão por todo o trajeto até chegarem ao lago, era seu pau que fazia com que ele seguisse em frente.

Cahya foi invadida por dois sentimentos opostos. Enquanto seu coração gelou com o receio de que Henrique poderia brigar por causa da presença de Heitor, seu corpo se aqueceu e sentiu o suco de sua buceta escorrendo por suas pernas. Ela, que tinha parado de chupar o pau de Henrique quando Milena e Nestor chegaram, voltou a essa atividade, só que dessa vez com muito mais empenho e, sem planejar nada, como se tivesse vida própria, seu corpo foi se movimentando para que Nestor tivesse uma visão de sua buceta, e para isso ela abaixou o tronco deixando a bunda mais empinada e toda a sua intimidade exposta.

Milena deu um beijo em Nestor e depois disse algo em seu ouvido, liberando seu corpo e se afastando um pouco, dando a entender que naquele momento desejava ser apenas uma expectadora. Atendendo à ordem que a loira lhe deu, o rapaz se ajoelhou atrás de Cahya e foi ajeitando seu pau grosso e duro na entrada da bucetinha dela. Sabendo qual era a intenção dele, ela ficou gelada, pois tremia que, depois de consumada a penetração, não conseguiria mais parar. Preocupada, levou a mão para trás e cobriu sua buceta abortando o gesto de Nestor, enquanto dizia:

– Não. Não querer.

O que aconteceu a seguir foi algo que Cahya jamais teria imaginado ser possível. Ela tinha parado de mamar no cacete de Henrique para poder falar que não queria, Henrique estendeu as duas mãos e segurou seu rosto com firmeza fazendo com que seus olhos se encontrassem e falou:

– Você quer sim. Todos nós sabemos que você quer ser uma putinha. Então solte a puta que existe em você e deixe o Nestor fazer aquilo que você está querendo tanto.

Dizendo isso, Henrique soltou o rosto dela. Mas Cahya não disse uma única palavra. Em vez disso, ela abaixou a cabeça para voltar a chupar Henrique e usou a mão que antes cobria sua xoxota para segurar a base de seu pau e, enquanto sua boca ia engolindo rola dele, Nestor socou o pau na buceta melada dela e, em um único movimento, empurrou até sentir chegar ao útero em uma única estocada.

Nestor, ainda não satisfeito ao sentir seu enorme pau sendo apertado pelas contrações involuntárias daquela xoxota de Cahya, afastou seu quadril até que o pau saísse quase por inteiro e socou novamente. Isso fez com que o corpo dela fosse empurrado para frente, o que fez com que ela perdesse o controle sobre seu corpo e sua boca engoliu por completo o pau de Henrique, fazendo com que ela sentisse o toque dele em sua garganta. Segurando firmemente a cintura da garota, Nestor começou a mover o corpo dela para frente e depois puxava para trás e esses movimentos, faziam com que os lábios de Cahya deslizassem por toda a extensão do pau de Henrique, quase saindo de sua boca e depois o engolindo totalmente, ao mesmo tempo em que o mesmo acontecia com o pau de Nestor em sua buceta.

Cahya sentiu que perdera não só o controle sobre seu corpo, mas também o de sua mente. Ela se sentia como se estivesse em um sonho e as feições de Henrique eram vistas por ela como se estivessem atrás de uma névoa brilhante e era a única coisa que ela conseguia enxergar, pois nem mesmo Milena, que se tocava a menos de um metro dela parecia estar ali. Do Nestor apenas a sensação deliciosa de sentir a variação de uma buceta totalmente preenchida por um enorme pau e em seguida o vazio. O rapaz movimentava seu corpo para frente e para trás em uma velocidade impressionante, porém, ela sentia como se fosse em câmara lenta, Era como se, a cada movimento diferente daqueles dois paus, ou quando eles inchavam por causa do tesão que os dois homens sentiam, estimulassem a sensibilidade de todo o seu corpo.

Não demorou para que ela atingisse seu primeiro orgasmo daquela noite. Se Cahya gritou, ela não soube, pois sua boca continuava ocupada em chupar seu marido enquanto sua buceta tremia no pau de Nestor. Ela não sabia se estava gozando ou morrendo, pois a sensação era a mesma. Também não podia dizer se o que tinha acontecido com ela fora um orgasmo ou se flutuava em nuvens macias, Mas para Milena que assistia, o tremor que sacudiu o corpo dela indicava que ela estava tendo o maior orgasmo de sua vida até aquele dia.

Também não ficou claro se o Nestor estava gozando naquela hora, pois ele continuou a fazer o mesmo movimento que antes e imediatamente e ela continuou a tremer ao ser atingida pelo segundo orgasmo, intenso como o primeiro ou talvez até mais, pois ela perdeu de vez o controle de suas pernas e só não desabou sobre as pernas de Henrique porque as mãos fortes de Nestor a sustentaram enquanto continuava a movimentar seu corpo para frente e para trás. Aí sim ficou claro que ele estava gozando o que ele confessou depois ser pela segunda vez, no exato momento em que a garota gozava pela terceira e o Henrique despejasse a sua porra diretamente na garganta dela. Os dois homens continuaram a segurar seu corpo pelo tempo necessário para que ela parasse de tremer.

Milena disse depois que aquele foi o orgasmo mais longo que ela já tinha visto.

Quando finalmente libertaram seu corpo, Cahya rolou para o lado e ficou caída sobre a areia. Deitada de lado, com porra escorrendo de sua boca e da buceta, ela mantinha os olhos fechados enquanto seu peito subia e descia com o esforço que ela fazia para poder voltar a respirar novamente. Milena a chamou, mas ela continuou do jeito que estava, agindo como se estivesse em outra dimensão.

E ela estava. Naquele momento, sua mente vagava entre as ondas do mar. Ela se via sendo rebocada pela Ruta enquanto as luzes que pipocaram ao seu lado flutuavam junto com ela, Essas luzes foram tomando forma e adquiriram a imagem das duas mulheres que apareceram em seu sonho. A que representava Milena, linda como na outra aparecia e a que era a sua imagem não era escura e não tinha a aparência de uma mulher velha e resplandecia em meio a uma luz branca e brilhante. O rosto tinha adquirido a beleza da juventude enquanto dedicava à Cahya um sorriso de pura felicidade.

Quando Cahya voltou a si, abriu os olhos e viu ao seu lado a Milena cavalgando na pica de Nestor que estava deitado de costas enquanto Henrique, ajoelhado atrás dela, começava a enfiar o pau em seu cuzinho.

O resto da noite foi de pura selvageria. Depois de ser duplamente penetrada e gozar muito, Milena cedeu o lugar à Cahya que, para surpresa de Henrique, exigiu que fosse o Nestor a foder o seu cu enquanto ele se deliciava com a buceta.

Foderam até o raiar de um novo dia. Milena se retirou antes, pois tinha que ordenhar as vacas. Henrique, que a ajudava nessa tarefa diária, fez menção de segui-la, mais foi impedida pela loira que disse:

– Você não precisa ir. Fique aqui e dê atenção à Cahya.

– Mais atenção do que ela já teve? – Disse ele em tom de brincadeira.

– Não seja convencido. Vocês homens não são páreos para nós. Pode acreditar que a Cahya quer mais. – E dirigindo-se para Cahya: – Não é verdade, Cahya?

– O que ser verdade? Não entendi. – Perguntou Cahya parando de chupar o pau de Nestor.

– Estou falando para o Henrique ficar aqui que você quer mais.

– Eu sempre querer mais. Obrigada. Ficar aqui Henrique. Eu cuidar bem de você.

– Nossa Cahya. Você está muito safada. Está parecendo uma vadia.

– Eu querer ser vadia. Vadia tempo todo. Vadia de três homens que existir aqui.

– Você é uma putinha mentirosa Cahya. Não são só os homens que estão aqui que você quer.

– O que você dizer? O que eu quer mais?

– Você não dispensa uma boa transa, mesmo que seja com as mulheres.

– Eu gostar sim. Gostar de todas. Mulheres carinhosas fazer Cahya gozar muito. Mas Cahya nunca dispensa um pau. Pau de homem ser melhor. Gozar mais gostoso.

– Meu Deus! Acho que ajudei a criar um monstro. – Falou Milena antes de gargalhar de seu próprio comentário.

Milena se afastou e, dois minutos depois, Cahya serviu de recheio para um delicioso sanduíche. Dessa vez, porém, ela ficou atenta e, quando sentiu que seus dois machos estavam prestes a gozar, pediu:

– Vocês gozar na boquinha. Eu querer leitinho na boquinha.

Nestor usou sua força para tirá-la de cima dele e a colocou de joelhos na areia, se levantando com sua habitual rapidez enquanto Henrique, que estava ajoelhado, ficou de pé. Cahya segurou o pau dos dois e começou a bater uma punheta para eles enquanto revezava as chupadas nos dois ao mesmo tempo em que falava sacanagem:

– Goza. Goza na Cahya, goza. Cahya trabalhou noite toda e estar com fome. Precisar de leitinho.

Não demorou para os dois gozassem ao mesmo tempo. Ela abriu a boca, esticou a língua para fora e colheu toda a porra. Depois de engolir tudo, ainda usou sua boquinha para aproveitar o restinho de porra que escorria do pau de cada um dos homens.

Naquele dia, Cahya trabalhou o dia todo sem reclamar de cansaço. Ela passara a noite toda transando, porém, parece que todos os orgasmos que teve e a quantidade de porra que recebeu em sua buceta, cuzinho e boca, serviam para que ela encontrasse disposição e energia, em vez de cansaço.

A transformação por que passou Cahya ficou evidente quando a Diana, caçoando dela, perguntou:

– E ai, sua vadia. Satisfeita? Fodeu o suficiente. Matou a curiosidade?

– Satisfeita eu? Nem um pouco. Eu querer mais. Muito mais.

O riso cristalino de Cahya ao dizer isso encheu a enseada de um novo tipo de alegria. Uma alegria contagiante a ponto de Diana começar a rir junto com ela.

A entrega de Cahya ao prazer de foder com dois homens, sendo um deles Henrique, levou o relacionamento dos sobreviventes a um novo patamar. As noites passaram a ser aguardadas com ansiedade e eles se juntavam sem que houvesse nenhuma combinação prévia. Havia dias em que cada um dos homens ficava com duas mulheres em sua cama que dificilmente eram as mesmas, como também acontecia de uma mulher ficar com dois homens, o que ficava de fora se esbaldava com duas, e as garotas que sobravam se divertiam entre si. Ocorria com menos frequência, mas uma vez ou outra uma delas cismava em transar com os três homens ao mesmo tempo e as outras cinco não perdiam tempo e organizavam uma orgia entre elas.

E não era apenas no que se refere ao sexo que a relação melhorou. Eles passam a ser mais cooperativos uns com os outros e, se antes já se preocupavam e cuidavam uns dos outros, depois daquela noite esse cuidado passou a ficar presente em todas as atividades que eles exerciam. Bastava uma delas sentir dificuldade em exercer qualquer tarefa que logo aparecia uma ou mais oferecendo ajuda.

Lógico que algum estresse sempre surgia. Mas até isso era administrado e qualquer discussão era logo resolvida sem problemas. Melhor dizendo. Não todas, pois havia algumas que, em vez de provocar estresse, eram motivo de diversão por causa das reações entre os envolvidos.

Isso acontecia principalmente quando Cahya e Margie se desentendiam e o motivo desses desentendimentos era sempre o mesmo e tinha até nome. Tratava-se do filhote albino. O Neve vivia cercando Cahya por causa dos restos de comida que ela lhe dava sem que Margie soubesse. O que era estranho é que, apesar de estar sempre agradando o filhote quando ninguém estava por perto, Cahya adorava implicar com ele na presença dos outros e essa implicância era sempre direcionada à Margie, e não a ele. Neve tinha o costume de ficar se movimentando ao lado de Cahya fazendo com que seu corpo se esfregasse nas pernas dela. Quando não tinha ninguém perto, ela se abaixava e fazia cafuné na cabeça dele antes de lhe presentear com um pedaço de peixe ou de carne, pois ele era o único entre os filhotes que já aceitava alimentos sólidos. Entretanto, se estava na presença de Margie, ela implicava com ele e falava:

– Sai daí Neve. Vai se coçar na sua mãe.

– Coitado dele, Cahya. Ele só faz isso porque gosta muito de você. – Dizia Margie.

– Não. Ele fazer porque ser fingido. Muito fingido. Ele só querer comida que eu faço. Neve ser safado. Muito safado.

– Isso é mentira. Ele ainda não come comida, só bebe leite.

Cahya mudava de assunto na mesma hora. Ela tinha receio que Margie descobrisse que ela estava alimentando o filhote e brigasse com ela. Mas isso não fazia com que ela desistisse e usava o argumento que mais irritava Margie:

– Só beber leite, mas querer outras coisas. Já falei. Esse gato seu ser safado.

– E eu já falei. Ele não é um gato, é uma onça. – Dizia Margie sem conseguir esconder sua irritação.

– Pois eu achar que Margie deve achar gato. Gatos ser mais fáceis. E inteligentes também.

– Você está chamando meu filho de burro, Cahya?

– Não burro. Burros na Indonésia trabalham, carregam cargas e gente. Neve não fazer nada, só comer. Um inútil.

Normalmente Margie, ao ouvir isso, abria a boca, mas por não encontrar palavras para devolver a ofensa, acabava falando para o filhote:

– Vamos embora daqui Neve. A Cahya está te ofendendo. Vem com a mamãe.

Margie pegava então Neve no colo. O filhote não ia demorar muito para atingir os mesmos quarenta quilos que ela pesava, mas mesmo assim ela o carregava no colo enquanto falava com ele:

– Não fique triste, meu bebê. Isso tudo é inveja da Cahya. Ela sabe que você é muito lindo. – E saia de perto de Cahya levando o filhote que, parecendo entender tudo, ronronava no colo de Margie.

E foi o Neve, sempre folgado, que fez com que todos os filhotes fossem apresentados para alimentos sólidos. Sólidos, porém vivos, pois o albino provocou uma situação que tirou Cahya do sério.

Era uma tarde nublada e Cahya voltava do mar indo em direção à cozinha que era nada mais que um cômodo feito com três paredes onde fora construído um fogão a lenha, uma mesa e dois bancos compridos. Quando ela deu volta na parede que ficava de frente para o mar para atingir o lado que era aberto, ouviu o barulho de algo caindo e se espatifando no chão. Ela correu para lá e quase tropeça em Neve que tentava fugir do local, mas quando a viu, recuou para o fundo do cômodo.

A garota ficou olhando para o estrago que o filhote fez. Ele tinha derrubado uma vasilha de barro cheia de peixes que ela tinha deixado temperado para assar quando fossem jantar. No chão, cacos de cerâmica e pedaços de peixe para todos os lados. Cahya perdeu de vez as estribeiras, se aproximou de Neve e agarrou uma de suas orelhas arrastando-o em direção ao mar. Margie, ao ver a cena, veio correndo:

– Solta o Neve, Cahya. O que você pensa que está fazendo?

– Estar fazendo a obrigação sua. Já que você não educa seus gatos, eu vou educar.

– JÁ TE FALEI QUE ELES NÃO SÃO GATOS. E SOLTA LOGO ELE SENÃO... – Margie parou de falar quando percebeu qual era a intenção de Cahya e, que arrastava Neve para o mar, pediu: – Por favor, Cahya. Não faça isso. Ele ficou traumatizado depois do castigo que dei nele e tem pavor do mar.

– Pois hoje ele vai receber outro castigo.

– Se você deixar meu filho estressado eu vou ter que brigar com você. Solte ele agora.

Mas Cahya já não ouvia Margie. Ela entrou no tipo de transe que sempre ficava quando queria se comunicar com a Ruta. Para isso, ela se abaixou e passou sua mão livre em torno do pescoço do animal enquanto a outra segurava firmemente sua orelha.

A cena ficou paralisada. Margie ficou olhando já imaginando que Cahya estava pedindo para que os golfinhos levassem Neve para o fundo, mas não se moveu. Ela sabia que brigar com a outra causaria um problema sério e começou a pensar em uma forma de livrar o Neve do castigo.

Não foi o que aconteceu. Cinco minutos se passaram e agora eles tinham como plateia todos os outros moradores que assistiam a tudo sem demonstrar que pretendiam intervir naquela discussão que estavam achando muito divertida.

Alguns minutos depois as ondas mansas começaram a se agitarem. Os golfinhos tinham cercado um cardume de peixes pequenos, parecidos com sardinhas, cujo instinto faziam com que saltassem fora da água quando se viram em um local muito raso. Ao ver isso, Cahya se levantou e puxou Neve para dentro do mar enquanto falava:

– Você não querer peixe? Aí está guloso. Pode pegar. Ser todos seus.

Quando estava com água na altura dos joelhos, Cahya se abaixou e, capturando um peixe com a mão livre o esfregou no focinho de Neve, falando:

– Pega esfomeado.

Depois disso, jogou o peixe para cima que ficou se contorcendo no ar. Neve, com sua agilidade felina, saltou e o prendeu com suas mandíbulas correndo para a areia onde, em poucos segundos, devorou sua presa. Vendo isso, Cahya pegou outro e ficou segurando pela calda enquanto falava.

– Volta aqui. Ter mais.

Neve olhou para Cahya lambendo os beiços e depois para Margie que não disse nada. Vendo que a única pessoa que o controlava não estava brigando com ele, correu para dentro da água e, em três saltos, arrancou o peixe da mão que o segurava sem tocar nela. Dessa vez ele não se deu ao trabalho de sair da água e ali mesmo devorou o peixe e depois ficou olhando para Cahya que lhe disse:

– Não ser folgado. Querer peixe? Você pegar. Peixes todos para você.

Neve conseguiu pegar um peixe que saltou na água e foi abocanhando no ar e o engoliu depois de mastigar com suas mandíbulas fortes, O quarto ele capturou vencendo o seu trauma de água e afundando a cabeça nela. Depois mais um e depois, satisfeito, transformou aquilo em uma brincadeira, onde ele capturava um peixe e depois o soltava para voltar a capturá-lo, só engolindo algum de vez em quando.

Quando Cahya olhou para a praia, viu os outros cinco filhotes na areia. Eles tentavam chegar até onde estava Neve, mas todas as vezes que a onda avançava para eles, fugiam para a areia seca. Ela foi até Apolo com um peixe na mão e ofereceu para ele que o devorou imediatamente, Vendo que tinha sido bem sucedida, puxou a onça para dentro da água e repetiu o que tinha feito com Neve e depois deixou que ele começasse a capturar os peixes por conta própria. Nessa altura, Margie já tinha se aproximado e fazia o mesmo com Afrodite.

Não demorou e os seis filhotes, depois de se fartarem de peixes, faziam o mesmo que Neve e o local se transformou em um campo de treinamento, onde seis filhotes de onça davam os primeiros passos no sentido de caçarem seus próprios alimentos. Quando Chantal se aproximou, curiosa com o que estava acontecendo, foi se juntar aos seus filhotes e passou a agir como uma zelosa mãe, ensinando suas crias a caçarem.

Depois desse dia, a produção de leite teve que ser controlada. Milena fazia um rodízio das vacas a serem ordenhadas, a não ser nos dias em que Cahya lhe pedia uma quantidade maior para fazer queijos.

Com a horta começando a produzir, além de milho e cana-de-açúcar que também foram encontrados e usados para iniciarem uma plantação, os tipos de alimentos foram se diversificando. Isso se falar que alguns condimentos foram encontrados e logo ela poderia contar com alho, cebola e um tipo diferente de pimenta, Mas Cahya ansiava pela colheita da cana, pois ela pretendia produzir rapadura e com isso fazer doce de leite ou compotas com algumas frutas que abundavam.

Ainda faltavam alguns meses para que essa produção pudesse se tornar uma realidade. Milena já tinha providenciado o desmame dos bezerros mais velhos e encaminhou os machos para um pasto mais afastado. Ali eles atingiriam a maturidade e seriam usados como gado de corte. Cahya fez o mesmo com as galinhas e logo haveria frangos com peso suficiente para serem abatidos, enquanto as fêmeas se tornariam poedeiras, produzindo ovos suficientes para a reprodução e também para o consumo.

Era questão de meses e eles poderiam contar com uma alimentação bem diversificada e depois não precisariam se preocupar com mais nada.

Entretanto, a história daquele grupo ainda não estava totalmente escrita. Eles estavam se esquecendo de um problema que no futuro iria lhes causar grandes problemas. O principal deles residia na figura de um enorme lobo negro. Sétan, depois de ter sido derrotado duas vezes pelos humanos, ruminava seu ódio enquanto colocava em prática seus planos de se vingar. Ele sabia que precisava formar outra alcateia, já que a sua tinha sido exterminada e sabia como conseguir isso. Sorrateiro, vigiava outras alcateias na esperança de encontrar uma cujo líder não fosse forte o bastante para vencê-lo. Sua intenção era conquistar a liderança em vários grupos de lobos até ter um número de elementos grande o suficiente para fazer um novo ataque. Mas isso ainda ia levar tempo e o erro dos humanos foi o de não manter o lobo sob vigilância.

Antes desse ataque, outro acontecimento exigiria um esforço maior de todos, muito embora ninguém pudesse afirmar que isso era uma coisa ruim.

Tudo começou com uma ideia de Milena. A garota começou a imaginar como seria uma orgia em que participassem todos os nove habitantes da ilha. A primeira a ser consultada sobre essa pretensão foi a Pâmela que alegou ser algo muito difícil de acontecer, pois o desejo que habitava cada um estava sempre se alterando.

Pâmela sustentava seu argumento no fato das mulheres, que passaram a decidir com quem queriam transar, estavam sempre variando os parceiros. Pensando nisso ela falou:

– Acho muito difícil, Milena. Não sei se vai rolar.

– Por que você pensa assim? – Perguntou Milena dando a entender que não estava disposta a desistir logo no primeiro impasse.

– Porque sempre vai ter alguém que vai achar que está recebendo menos atenção do que os outros, isso vai provocar uma discussão que vai acabar com o clima e o que era para ser nossa grande noite vai se transformar em um grande desastre.

Milena sugeriu que consultassem as outras mulheres e só depois de chegarem a um consenso falariam com os homens. Isso só serviu para que ela descobrisse que Pâmela estava certa, pois se só de falar no assunto algumas discussões surgiram, imaginem quando acontecesse para valer.

Diana, Pâmela e Na-Hi, justamente as mais velhas demonstraram gostar da ideia. Margie disse que com relação a ela não havia problemas e só não queria ouvir reclamação depois se alguma delas achasse que ela foi a que mais transou. Cahya, no início, foi contra, mas depois de argumentos das mulheres mais velhas, principalmente de Na-Hi, mudou o status para indecisa e Milena, justamente a autora da proposta percebeu que não estava segura de que aquela tinha sido uma boa ideia. Porém, como foi ela que começou tudo, sabia que não podia recuar e ficou quieta.

E foi essa insegurança que acabou fazendo com que ela pensasse em algo que poderia deixar o ato mais interessante, só que ela sabia que não podia falar disso na frente das outras e, depois da reunião onde nada ficou decidido, ela procurou Pâmela e sugeriu:

– Escuta Pam. Tive uma ideia. O que você acha da ideia de irmos todos para a caverna atrás da cachoeira.

– Uai Você que sempre fez questão de manter a existência daquele lugar em segredo! Mudou de ideia?

– Pois é. Eu queria que aquela caverna fosse um local apenas nosso. Seu, do Ernesto e meu. Mas isso era quando eu achava que meu todo o meu amor era dedicado ao meu pai e a você. Agora as coisas são diferentes. Você sabe que algo mudou.

– Como assim? Seu amor pelo Ernesto já acabou?

– Não. Isso nunca. Você vai achar esquisito isso que eu vou te falar, mas de repente eu passei a sentir pelo Henrique a mesma coisa que sentia pelo Ernesto. O pior de tudo isso é que quando abri os olhos já estava envolvida da mesma forma com o Nestor.

– Como é isso? Explique melhor que eu não estou entendendo nada.

– Não saberia te explicar. Eu mesmo não entendo. Você se lembra que logo depois de conseguir transar com meu pai eu só queria saber de ficar com ele? Mas isso mudou e passei a transar com o Nestor também. Quando isso aconteceu, achei que fazia isso para agradar ao Ernesto. Assim como ele gostava de ver você transando com outro homem, pensei que gostaria de me ver também e estava certa. Ele adorou. Dava para ver o tesão que ele sentia e adorei isso.

– Bom. Isso não é novidade. Seu pai sempre foi liberal e consegue separar o amor do prazer. Mas, continue. Quer dizer que de tanto ser fodida pelo Nestor você se apaixonou por ele?

– Não a princípio. Em vez disso, eu fiquei fissurada no Henrique. No começo pensei que era pelo fato dele fazer o papel de homem proibido. Ele só queria saber das duas japinhas.

– Deixa a Na-Hi e a Cahya ouvirem você chamar elas de japas.

– Deus me livre. Eu que não sou boba de falar isso na frente delas.

– Tá. Mas continue.

– Então. Eu sentia um desejo enorme de transar com o Henrique mesmo não tendo a necessidade disso. Eu já tinha o Ernesto sempre carinhoso e cuidando de mim e, quando ele não estava com muita disposição, convidava a ele para irmos até a caverna e a magia que existe lá se encarregava do resto. Por outro lado, tinha o Nestor com o seu incansável pau e o seu jeito mais bruto. Pensava que isso era tudo o que eu precisava, pois tinha o sexo com amor e carinho e tinha o sexo mais pegado. Eu me sentia bem em ser a companheira de meu pai e a puta de Nestor.

– Isso eu posso entender. Também me sentia assim.

– Pois é. Estava tudo indo a mil maravilhas. Só que, de repente, comecei a sentir um desejo incontrolável pelo Henrique.

– Você e todas nós mulheres. Acho até que isso faz parte das coisas estranhas que acontecem nessa ilha.

– Também penso assim. Talvez tenha sido isso que me motivou a conquistá-lo. Isso e o desafio que ele representava. Sabia que conseguiria e foi esse o motivo que aceitei acompanhar a ele e a Diana quando saíram para procurar pelo gado. Confesso que já saí daqui com segundas intenções.

– E como você esperava, aconteceu.

– Aconteceu sim. Mas aconteceram muitas outras coisas. Minha conexão com os cavalos, o ataque dos lobos e, a mais chocante, sentir que meu desejo por ele não era apenas com relação ao sexo. Depois que transamos eu queria ser a companheira inseparável, a amante, a puta e tudo o mais que uma mulher deseja ser quando ama a um homem.

– E como ficaram os outros?

– Meu sentimento por eles também mudou. Quando eu acordei depois do coma, pois acho que foi isso que aconteceu, fiz uma análise dos meus sentimentos e fiquei confusa ao descobrir que meus sentimentos por Nestor e Ernesto eram idênticos ao que eu dedicava ao Henrique.

– Você não parece confusa agora.

– Não. Essa confusão acabou quando me lembrei de um sonho, ou talvez tenha sido uma visão, que eu tive enquanto estava desacordada.

– E que visão foi essa? Posso saber?

Milena passou então a relatar o sonho que na verdade não era dela, mas sim de Cahya. Contou todos os detalhes e quando acabou, Pâmela comentou:

– Pelo que entendi, você está levando ao pé da letra a frase da tal imagem que disse que todos nós temos que nos manter unidos em uma única corrente de amor.

– Isso mesmo. Esse pensamento não me abandona nunca.

– E você acha que isso é possível?

– Não só acho que é possível como acho que já está acontecendo. Só falta mesmo que as pessoas assumam isso. Do jeito que está, o efeito está sendo o contrário. Muitas de nós estamos confusas com esses sentimentos.

Pâmela permaneceu calada por um longo tempo e Milena, já conhecendo como a mente da mulher funcionava e que era ela que costumava encontrar as respostas quando o assunto era sobre relacionamentos, aguardou calada.

Esse, na verdade, era o poder de Pâmela. Assim como o Henrique tinha a resposta para tudo o que era palpável e científico, ela tinha quando se referia ao comportamento das pessoas. Não só das pessoas, mas até mesmo dos animais, pois embora evitasse interferir no relacionamento de Margie com as onças, de Cahya com os golfinhos e de Milena com os cavalos, sempre sabia o que estava acontecendo. A única relação que ela nunca teve nenhuma opinião era o de Diana com Áquila, mas isso se explicava porque aquela parecia ser uma relação perfeita que nunca deixou transparecer nenhum estresse. Ela acreditava que isso se devia ao fato de que a águia, ao contrário dos outros animais, nunca se aproximava de nenhum outro ser humano. Até mesmo os seus contatos com Diana eram à distância. Quando ela pareceu ter acordado do transe que estava, falou:

– Sabe o que estou achando?

– Não sei. Só sei que você vai me falar agora. – Disse Milena caçoando dela.

– Sua idiota. A conversa aqui é séria.

– Desembucha logo, Pam.

– Estava pensando que essa sua história tinha alguma ponta solta. Mas agora tenho certeza que não tem. Tudo o que você me contou me deixou acreditando que aquela caverna não é sua. Ela não está lá para atender aos seus desejos.

– Com isso você quer dizer que ela serve para alguma coisa. Para de enrolar e fala logo.

– Então. Aquela caverna tem ligação direta com o que você ouviu em seu sonho. O verdadeiro propósito dela existir é para que todos nós nos encontremos em seu interior. Nós duas sabemos que lá dentro as inibições desaparecem, assim como qualquer sentimento egoísta.

– Isso quer dizer que você mudou de ideia quanto a irmos todos para lá?

– Exatamente isso.

– Então vamos logo. O que estamos esperando?

– Calma lá mocinha. Você sabe que o tempo que passamos lá dentro não tem relação com o de fora. Imagino que quando estivermos lá, o tempo aqui fora vai passar normalmente. Isso significa que horas se passarão antes de voltarmos. Talvez até dias, já que estaremos todos juntos.

– E o que isso significa? Não estou entendendo.

– Significa que, antes de irmos para lá, temos que deixar as coisas arrumadas aqui. Alimentos para os filhotes de Chantal, sal para o gado e não seria nada ruim pedir para a Diana convocar o Áquila para fazer a vigilância.

– Você está certa. Vou começar a cuidar disso agora mesmo. – Falou Milena decidida e já se afastando para começar a providenciar o que era necessário para poderem se ausentar.

Ninguém entendeu nada quando Milena começou a exigir que todos trabalhassem com afinco. O gado era o mais fácil e Tornado, Raio e Ventania se encarregaram de manter o gado dentro dos limites do pasto e Áquila cuidaria da vigilância para o caso de algum predador se aproximar e Chantal cuidaria de espantar os visitantes indesejados. Para a Ruta ficou a tarefa de localizar cardumes e fazer com que os peixes fossem para a parte rasa do mar, o que bastaria para manter Chantal e seus filhotes alimentandos.

A parte mais difícil foi fazer Chantal entender que quando Áquila viesse até ela, não era para tentar atacar a águia, mas sim segui-la para espantar, ou mesmo matar algum predador. É que a pantera, depois que seus filhotes pararam de mamar, se despiu de vez de qualquer sentimento maternal e voltou a ser a criatura brincalhona de antes.

O retorno de Chantal ao seu estilo antigo chegou a causar alguns problemas, pois ela não tinha a menor paciência com os filhotes que, sem entenderem o que acontecia, se aproximavam dela na hora imprópria que era quando ela estava se alimentando ou na companhia de Margie. Demonstrando ser muito ciumenta, ela rosnava para eles e até chegou a atacar o Neve que era o mais teimoso. Temendo que, em sua ausência, acontecesse alguma tragédia, Margie lhe deu um aviso:

– Você vai ter que cuidar dos filhotes também. Não os machuque.

Chantal respondeu com um rosnado.

– Sem essa. Serão apenas algumas horas. Não sei ainda.

E Margie gritou para Milena que estava junto com Cahya para deixarem as provisões fora do alcance dos filhotes:

– Milena, aonde nós vamos e quanto tempo vamos demorar?

– É segredo Margie. Controle sua curiosidade.

– Não estou sendo curiosa. Só precisa deixar Chantal a par disso.

– Diga para ela que vai ser um dia inteiro.

Milena falou isso acreditando que antes de vinte e quatro horas estariam de volta e, se eles tinham deixado sal para o gado e comida para as galinhas em quantidade suficiente para dois dias ou mais. Ela achava melhor prevenir do que lidar com os problemas que surgiram caso os animais sentissem fome.

Ao entardecer do terceiro dia depois que Milena e Pâmela tiveram aquela conversa, tudo estava pronto e Milena convocou a todos para irem até o lago. Confusos, todos a seguiram, pois até aquele dia todas as expedições tinham sido na direção sul. Eles poucos se aventuravam a irem para o Norte. Tirando às vezes em que foram até a praia dos tubarões, o que foram poucas, a outra foi quando foram recuperar o gado no vale que ficava entre as duas montanhas.

Mesmo assim, ninguém fez nenhuma pergunta e seguiram Milena que ia a frente os liderando.

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Comentários

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Agora a coisa vai ficar realmente boa...

Parabéns, Nassau. Essa história está me deixando com síndrome de abstinência.

Ah! Quando chegar a hora, talvez apareça um carneirinho gritando: "É o lobo, é o lobo..." . 😃😃😃

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