Uma História de Amor - Parte 2 --- Duda e a virgindade da melhor amiga.

Um conto erótico de Manfi
Categoria: Heterossexual
Contém 2126 palavras
Data: 21/01/2025 07:58:37
Última revisão: 21/01/2025 08:00:28

Uma História de Amor - Parte 2

(Duda)

Primeiro dia de aula. Março 2004.

Ainda estava completamente escuro, por volta das três horas da manhã, quando fui acordado às pressas pelo meu pai.

— Eduardo, acorda. Precisamos sair logo, senão não conseguiremos deixar suas coisas na sua nova casa antes do início das aulas.

Acordei meio desnorteado, mas em segundos já sabia onde estava. Levantei devagar e fui direto ao banheiro para tomar um banho. O destino? Campinas.

Apesar da pressa, a irritação e a mágoa continuavam frescas em mim. Era como se tudo o que aconteceu nos últimos dias estivesse me esmagando...

….

Antes de continuar, acho que devo me apresentar.

Meu nome é Eduardo, mas sempre chamado de Duda pelos mais próximos. Tenho 18 anos recém-completados e me considero um cara mediano, tanto no físico quanto na vida. Tenho 1,78m, um corpo “ok”, nem gordo, nem magro. Nunca me achei tímido ou inseguro, muito pelo contrário. Tenho um grupo de RPG no condomínio onde moro e também sou sempre um dos primeiros a ser escolhido no futebol com o pessoal do condomínio e o clube que frequentamos.

Nos estudos, sempre fui bom. Não perfeito, mas com notas sólidas. Passei no vestibular sem maiores dificuldades, mas aqui entra o problema. Meu pai insistiu que eu colocasse a medicina de Ribeirão Preto como primeira opção na Fuvest. Ele dizia que seria menos concorrido do que a USP aqui em Pinheiros, bem perto de casa, em São Paulo. Segui o conselho dele — e me ferrei.

Agora, ao invés de estudar perto de casa, vou cursar medicina na principal faculdade de Campinas. É uma ótima universidade, claro, mas fica a 2 ou 3 horas de viagem daqui. Isso já me incomodava, mas não tanto quanto o próximo detalhe.

Por conta da demora para me matricular — estava esperando o resultado da outra universidade em São Paulo (a Federal)— perdi o prazo para concorrer às moradias oferecidas pela faculdade aos calouros. Meu pai, também médico, precisou pedir ajuda para um colega. Resultado: vou dividir uma república com veteranos. Nenhum amigo, nenhum familiar. Apenas o filho de um amigo do meu pai, um veterano do terceiro ano, que aceitou me receber em sua “república”.

Eu não sou exatamente antisocial, mas dividir minha vida com pessoas que não conheço? É um pesadelo. E sendo o único calouro da casa, sei que vou sofrer.

Mas, para ser sincero, não é isso que realmente está me deixando mal. Nem a mudança de cidade, nem os veteranos, nem a distância de casa. Não é nada disso que está me destruindo por dentro.

É o que aconteceu…

Eu sempre tive um bom grupo de amigos. No colégio e no condomínio, eu era parte de um círculo sólido. Éramos dois casais – Bruno e Manuela, Thomas e Aline – e dois solteiros: eu e Ana Júlia. Ela era meu ponto fraco, o centro de um desejo que carregava há anos. Já tentei me aproximar dela várias vezes, mas nunca passou disso. Estava preso no purgatório cruel da "friend zone".

Recentemente, havia começado a sair com outra garota, Kátia. Era uma relação leve, mas eu tinha planos para o Carnaval – uma viagem à praia na casa da namorada do meu pai, onde esperava, enfim, ter minha primeira experiência sexual. Tudo parecia encaminhado até Ana Júlia aparecer em casa numa noite qualquer, sem aviso prévio.

— Duda, posso conversar com você? — perguntou, hesitante, mas decidida.

Eu achei estranho. Já passava das oito e não era comum ela surgir assim, sem combinar nada. Mesmo surpreso, abri a porta e, sem dar muitas explicações, ela segurou minha mão e me puxou para o quarto.

— O que aconteceu? — perguntei, confuso.

Ela começou a andar de um lado para o outro, visivelmente nervosa. Depois de alguns minutos, parou diante de mim e pediu que eu me sentasse. Quando finalmente começou a falar, era como se as palavras lutassem para sair.

— As meninas e eu… — começou, hesitante. — Bom, a Manu, a Aline e eu decidimos que… antes da faculdade, sabe… queremos perder a virgindade.

Eu não consegui disfarçar a surpresa. Ela percebeu, ficou ainda mais inquieta e sentou-se ao meu lado, segurando minha mão como se pedisse permissão para continuar.

— Nós vamos acampar no sítio do Bruno. Três barracas, um casal em cada uma… e eu queria que você fosse comigo, Duda. Por favor, me faz companhia?

Aquelas palavras me pegaram desprevenido. Senti meu coração acelerar. Não sabia o que responder. Para mim, tudo estava implícito: se ela me escolheu, era porque finalmente me via de outro jeito. Talvez ela quisesse o mesmo que eu.

Aceitei, claro. Abandonei os planos com Kátia, que, indignada, cortou todo contato comigo. Foi um baque desistir da viagem para a casa da namorada do meu pai, mas meu coração não me deixou outra escolha.

Nos dias seguintes, os preparativos para o acampamento foram acompanhados por conversas que giravam, inevitavelmente, em torno de sexo. As garotas discutiam abertamente suas expectativas e planos, e cada vez que o assunto vinha à tona, minha ansiedade aumentava.

Aquele lugar tinha um charme próprio, quase mágico para quem gostava de um pouco de isolamento. Estávamos em um canto mais afastado do sítio do Bruno, que, segundo ele, pertencia à sua família há décadas. A trilha para chegar até lá era cercada de árvores altas e cipós que pendiam como se quisessem espiar nossa pequena aventura. No final da trilha, o espaço se abria em um terreno plano, onde montamos nossas barracas. O lago que ficava ao lado era pequeno, mas tinha uma água tão cristalina que quase dava para ver o fundo. Quando o sol batia, formava reflexos dourados que pareciam saídos de um quadro.

Tínhamos três barracas: uma para o Bruno e a Manu, outra para o Thomas e a Aline, e a última para mim e a Ana. Montamos tudo no primeiro dia, e logo começamos a explorar o local. Passávamos o dia entre mergulhos no lago, conversas e brincadeiras descontraídas, mas a verdade era que cada casal estava muito mais interessado em aproveitar sua própria companhia.

Logo no primeiro dia, já deu para sentir como as coisas seriam. Bruno e Thomas não escondiam o entrosamento com suas respectivas namoradas. Era risada pra cá, beijos pra lá, e umas mãos mais ousadas sempre à mostra.

A Manu, por exemplo, era cheia de atitude. No segundo dia, em pleno meio-dia, enquanto todos estavam dentro do lago, ela resolveu tirar o biquíni sem nenhum aviso.

— Ai, gente, tá calor demais pra isso! — disse, jogando a peça para a borda do lago.

Aline hesitou, mas não quis ficar para trás e logo seguiu o exemplo. Os dois casais riam e se divertiam como se fossem os donos do mundo, enquanto eu e Ana ficávamos um pouco mais afastados, apenas observando. Ela me olhou de canto de olho, deu um sorriso tímido e disse:

— Não sei como elas conseguem. Eu teria muita vergonha.

— É, nem todo mundo tem essa coragem toda. — Foi a única coisa que respondi, tentando não deixar transparecer minha irritação.

As noites eram outra história. Assim que os casais entravam em suas barracas, a trilha sonora do acampamento mudava. Gemidos abafados, risadas e os ruídos dos colchões infláveis se tornavam a trilha involuntária para o resto da noite. Eles nem faziam questão de disfarçar. Eu, por outro lado, tentava me distrair com o som do vento nas árvores e com minha playlist de trash metal, fingindo que nada estava acontecendo.

Comigo e Ana, a dinâmica era completamente diferente. Passávamos boa parte do tempo conversando. Ela era divertida, sabia fazer piadas, mas o tom entre nós nunca ultrapassava o limite da amizade. Quando os outros casais estavam aos beijos ou trocando carícias, Ana continuava perto de mim, rindo de alguma história ou comentando sobre como o lago parecia ainda mais bonito sob a luz da lua.

No terceiro dia, minha paciência começou a se esgotar. Depois do almoço, já decidido a inventar uma desculpa para voltar para casa, Ana se aproximou de mim, olhando diretamente nos meus olhos.

— Desculpa se você está achando tudo meio estranho… mas esta noite você vai ver. Vou perder a virgindade.

Mais uma vez, sua fala era ambígua, mas, no calor do momento, minha mente quis acreditar que ela estava falando sobre nós dois.

O jantar naquele começo de noite foi agradável. As meninas, já bronzeadas, com os cabelos ainda úmidos e bagunçados pela falta de um banho adequado, estavam deslumbrantes. Sentaram-se juntas, no mesmo lado da mesa improvisada, conversando em voz baixa, mas soltando algumas risadas altas e sinceras de vez em quando.

Do lado oposto, Bruno e Thomas engatavam um papo animado sobre os dias que estavam vivendo. Eu, porém, permanecia em silêncio, apenas ouvindo. Foi Bruno quem quebrou o gelo com um comentário descontraído:

— Nossa, cara. Nunca pensei que fosse dizer isso, mas tô cansado de tanto comer a Manu.

O comentário arrancou risadas e abriu espaço para uma conversa sobre as intimidades deles com as meninas. Eu continuei no meu canto, em silêncio. Eles nem se davam ao trabalho de me incluir na conversa, como sempre faziam, com aquele tom debochado que me fazia sentir como um estranho no grupo.

De repente, Thomas soltou algo que me deixou ansioso:

— Quanto à Aninha… parece que hoje finalmente ela consegue.

Ele me lançou um olhar direto, acompanhado de um sorriso que me deixou desconfortável. Retribuí o sorriso, ainda que hesitante, mas não disse nada. Bruno, por outro lado, me olhou de forma estranha, como se balançasse a cabeça em reprovação, embora de maneira tão sutil que na hora nem dei importância.

Com o tempo, os casais começaram a se retirar para suas barracas, enquanto eu fiquei terminando de organizar as coisas do jantar. Estava jogando fora os restos de comida e limpando o local para evitar qualquer problema com animais, quando Ana se aproximou.

— Vou lá para a nossa barraca me preparar para hoje. Não demora, tá? — disse, sorrindo de forma encantadora.

Tentei puxá-la pela cintura para lhe dar um beijo, mas ela recuou.

— Não… para. Te espero lá.

Respeitei o momento e terminei rapidamente o que precisava fazer antes de ir até a barraca. Quando entrei, Ana estava lá, usando uma camisola rosa curta que deixava à mostra a ausência de qualquer roupa íntima. Ela estava linda, mas parecia nervosa, sentada no colchão, mexendo nas mãos enquanto evitava me encarar.

Fui tirando minha roupa até ficar de cueca, esperando que ela se aproximasse. Mas antes que qualquer coisa acontecesse, ouvi um barulho vindo do lado de fora. Ana abriu o zíper da barraca com um sorriso nos lábios, e, para minha surpresa, Thomas entrou.

Ele me olhou com aquele sorriso debochado de sempre e disparou:

— Ele vai ficar aqui?

— Vai, ué. Não posso mandá-lo embora para ficar sozinho no escuro. E é o mínimo que ele merece, né?

Thomas apenas riu, se abaixou para beijar Ana e a deitou no colchão.

— Lembra do que combinamos? Não podemos demorar muito. E você precisa ficar quietinha, tá?

Eu me sentia em choque. Aquilo parecia um pesadelo, e a raiva subia a cada segundo. Pensei em sair da barraca, mas a ideia de ficar do lado de fora, no escuro, não era atraente. Sem ter o que fazer, peguei meu fone de ouvido e coloquei para tocar a trilha sonora que usava para dormir: o primeiro álbum da banda Claustrofobia. Me virei para o lado, fechei os olhos e, ignorando qualquer som ou movimento, tentei dormir.

Na manhã seguinte, acordei decidido a ir embora. Ana percebeu minha movimentação e tentou se justificar.

— Duda… por favor. Eu sei que você está irritado, mas me deixa explicar…

Levantei-me, pegando minhas coisas, ignorando seus apelos. Mas ela insistiu:

— Não vai embora… por favor. Não me deixa sozinha.

Foi a gota d’água. Explodi, embora sem elevar a voz:

— Você armou tudo isso para me fazer de idiota. Por quê? Qual é o seu problema, Ana?

Ela hesitou, nervosa, enquanto tentava se explicar:

— Eu… eu queria que você estivesse comigo, me apoiasse. Você é meu melhor amigo. Você me dá segurança.

Sem paciência, rebati:

— Eu poderia estar na praia agora, com a Kátia, aproveitando o carnaval. Mas, em vez disso, vim aqui para ser feito de otário.

Ela tentou falar algo, mas a interrompi:

— Espero que tenha valido a pena. Se bem que nem lubrificada você estava, né? Deve ter sido uma ótima primeira vez.

Ana começou a chorar, mas já não me importava. Saí da barraca e, logo em seguida, mandei uma mensagem no grupo que tínhamos no WhatsApp, contando tudo o que aconteceu. Isso resultou no fim do relacionamento entre Thomas e Aline e no rompimento da amizade entre as meninas.

E eu? Saí daquele acampamento e da vida deles, sem olhar para trás.

Continua…

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Comentários

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Que loucura! O Eduardo se deu muito mal .

Você comentou que iria tentar trazer experiências que vc presenciou na época da faculdade.

Fico tentando imaginar quais partes são baseadas nessas vivências e quais são pura ficção.

Mas muito bom até agora!

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Kkkk

Não vou ficar me expondo tanto não!!

Mas as partes relacionadas a vida na república, as angústias do estudante de médicina, desde o trote que é o mais cruel de todos os cursos, até às cervejadas (ou chupadas), festinhas nas repúblicas, a parte relacionada a preparação para as competições esportivas universitárias e etc...

Tudo isso será real!! Mas dentro da ficção que vai ser a vida desses protagonistas. Eles nos contarão tudo!!! Kkkk

Obrigado pelo comentário...

Fique a vontade para comentsrios, críticas e etc

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Cara,que onda... como alguém pode fazer isso? Eu hein... mas a história tá indo bem,esse ocorrido ai que foi totalmente fora da curva. Vamos acompanhar os próximos passos.

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Esse início serviu para apresentar os personagens...suas personalidades, experiências de vida, motivações e etc...

Obrigado pelo comentário...

Fique sempre a vontade...

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Meu amigo..... Eu não sei se dou risada do cara ou fico com pena.

O maluco dispensou o contatinho pra segurar a mão da amiga na hora de perder a virgindade. Isso que eu chamo de SACANAGEM

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Poh coitado!! Kkk

Mas é foda, falta de experiência, associada a carência afetiva e etc...

Mas ele agiu bem e agiu como tinha que agir. Infelizmente pessoas ruins de aproveitam de pessoas inocentes...

Obrigado pelo comentário...fique a vontade sempre

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que doideira Manfi, perder a virgindade com o namorado da amiga, e com o melhor amigo do lado.

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É...eu não continuarei essa história...foi só p apresentar os personagens, ou no caso esse personagem...mas da imaginar e indagar muitas coisas né?

Ela nunca cogitou nada com o Duda?? Foi premeditado?? Pq ir num lugar com outras pessoas para fazer isso?

Pq que quis a presença do "amigo"? Quem propôs?? Kkkk

Infelizmente cada leitor usará a imaginação para essas e outras respostas...kkk

Obrigado pelo comentário, fique a vontade

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Boa estória.

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Obrigado!!!

Um comentário de um leitor novo...

Espero ter agradado.

Fique e vontade para QQ tipo de comentário. Aqui não há regras

..kkk

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