ESPETOS DE CARNE

Um conto erótico de ClaudioNewgromont
Categoria: Heterossexual
Contém 1670 palavras
Data: 22/01/2025 23:29:43
Assuntos: Heterossexual, Grupal

Raramente faço, mas aquela manhã nublada estava convidativa. Fiz: peguei o livro que estava lendo, desci do apartamento e me abanquei num banco de cimento, perto da quadra vazia, e mergulhei na leitura. De tão entretido, fiquei momentaneamente sem atinar se o “bom dia” que ouvira havia saído do personagem ou de fora do livro. Logo constatei: foi de fora.

Jordana era uma loira de seus trinta e poucos anos, minha vizinha do andar de cima. Gostosa, em suas costumeiras sumárias blusas sem soutien, apontando os seios, e shortes justos, a realçar a redonda bunda e por vezes, delineando com perfeição milimétrica a racha. Raros cumprimentos, quando nos encontrávamos nas escadas, havia sido todo nosso diálogo, ao longo dos dez meses em que estou aqui.

Respondi à saudação, nesta manhã, o que a fez achar-se no direito de parar e puxar assunto – não sem antes se desculpar por interromper a leitura, embora sistematicamente se pusesse a falar, consequentemente inutilizando meu lazer matinal. A educação, a princípio; a agradável voz, a seguir; o perfume de banho recém tomado e o corpo aveludado, por fim; fizeram-me fechar a obra que tinha nas mãos, expulsando os personagens do meu pensamento, e me concentrar na vizinha.

Falou que morava no condomínio há cerca de cinco anos, mas não tinha amizade com quase ninguém. Eram quadrados demais, tinham papos convencionais demais, chatos demais. E eu me perguntava o que a levava a crer que eu seria diferente, se nunca havíamos trocado mais que sucintos cumprimentos. Decerto o livro a fazia crer que eu fosse diferente. Logo eu constataria que não.

O casamento com Maurício veio depois de anos morando juntos, “em pecado” como dizia a mãe dela. Eu encontrara o marido também nas escadas, algumas vezes: magro, bonito, simpático, estava pela mesma idade dela. Chamava a minha atenção sua pele amarronzada, como se estivesse sempre se bronzeando. Jordana comentou o quanto o amava e que a relação dava certo porque não existia entre eles a praga do ciúme, e de vez em quando “abriam” o casamento. Até já haviam participado de sessões de swing com um casal muito cabeça, amigo deles. Não sei por que cargas d’água eu gostei de ouvir isso, e minha rola mais ainda, que passou a se movimentar por conta própria, dentro da bermuda – incomodando-me um pouco, dado o meu raro uso de roupa.

Mas a conversa foi se espraiando para outros caminhos, e chegou no morar sozinho. Eu, como sempre, defendi a causa da solidão, que me proporcionava inúmeras vantagens, como sair e chegar na hora que quisesse, sem dar satisfação a ninguém; não ter horário determninado para refeições, a não ser aquele decidido pela fome; o constante estar nu – falei mais algumas razões, mas percebi que ela ficou mais atenta à questão da nudez.

Ao concluir meu rol de porquês favoráveis, ela meio sem jeito (ou fingindo certo constrangimento, sei lá!), disse que já havia me visto sem roupa, num dia que estava subindo a escada e a janela aberta, o vento levantando a cortina, ela me percebeu ao computador, pelado. “Mas não se preocupe, fiquei de boa” – apressou-se em dizer, como a me deixar à vontade – e eu nem por um instante me senti acanhado com a revelação; eu não me exibo, mas não me escondo nem me escandalizo se alguém me ver sem roupa.

Emendou dizendo que ela e o marido também não costumavam usar muitas roupas em casa e até já estiveram algumas vezes na praia de nudismo, que fica a cerca de duas horas da cidade em que residimos. Perguntou se eu já conhecia, e demonstrou surpresa (acho que meio ensaiada) quando lhe falei que sou frequentador assíduo há muitos anos.

Estávamos nesse ponto da conversa, quando o marido chegou, sorrindo, suado, meio ofegante. Maurício estivera correndo, como fazia todas as manhãs. A malha colada desenhava com nitidez a rola em descanso, que constatei com a sutileza de duas ou três olhadas discretas. Após cumprimentar o marido com um demorado e assanhado beijo de língua (achei que para me provocar – não havia outro porquê), atualizou o recém chegado sobre o que conversáramos até então, enfatizando a questão da minha nudez, tanto na praia quanto no apartamento. Ele se mostrou também muito interessado, fez algumas perguntas, apresentou algumas justificativas de se viver sem roupa, e por aí foi falando e falando...

Mais alguns assuntos rápidos e ele pediu licença para subir, pois estava precisando de um banho. Aproveitei a deixa e também me levantei, dizendo que necessitava concluir alguns trabalhos pendentes, mas que (e aí me senti ousado como poucas vezes na minha vida) poderíamos marcar para tomar uma garrafa (ou duas) de vinho, uma noite dessas, para estreitar nossos laços de vizinhança. Ficaram eufóricos com a ideia: “Próximo sábado?” – a sugestão com jeito de ansiedade foi dela. Concordei: “Vocês levam os tiragostos e eu providencio o vinho”. Combinado. Estes acertos já foram no caminho da escada, e finalmente nos separamos, eles subiram mais um andar e eu entrei para o meu.

No sábado, com pontualidade britânica, o casal tocou a campainha. Procurei demonstrar naturalidade na minha nudez, embora estivesse um pouco ansioso. Percebi os discretos olhares para meu corpo, quando abri a porta. Estavam com poucas roupas também: Jordana com apenas um leve vestido, que flutuava ao redor do seu corpo, e que projetava os seios pontudos; Maurício trajava uma camiseta regata e uma folgada bermuda, claramente sem cueca, pois a rola movimentava-se livremente.

Convidei-os a entrar e depositar sobre o balcão da cozinha os petiscos que traziam: espetos de carne, batata frita, coxinhas e outros salgados... Tão logo desocuparam as mãos, passaram automaticamente ao desnudamento, operação rápida. Ela apenas levou o vestido para cima, retirando-o pela cabeça: seios balançaram-se à frente, estava sem calcinha, a buceta impecavelmente depilada reinou absoluta. Ele livrou-se rapidamente da camisa e desceu a bermuda, a rola estava semiereta.

Servimo-nos com generosas taças de vinho tinto (bastante elogiado pelos dois), e enquanto mordiscávamos as iguarias, conversávamos sobre aleatórios assuntos. A primeira garrafa secava em nossas taças e sentíamos o efeito do néctar de Baco em nossas atitudes, em nossos temas de conversa (mais picantes), na forma devoradora e destituída da inicial sutileza com que Jordana olhava para mim e me tocava o braço, depois a coxa, por vezes a mão ficando lá esquecida.

Eu já tinha a rola completamente ereta, rivalizando com a de Maurício, que conversava animadamente. Os seios de Jordana estavam apontados também. Eu notava, no entanto, que ela estava bem mais atirada do que ele, chegando mesmo a roçar-se no meu peito, em determinado momento. Maurício, ao contrário, mantinha-se contido nos gestos, não me tocara como a esposa fazia – mesmo demonstrando descontração e tesão. Compreendi que deveriam ter combinado que a foda seria Jordana e eu, e que ele deveria participar acariciando-a e talvez depois também fodendo a esposa. Claro que eu pretendia reverter isso; meu corpo palpitava pelos dois.

A certa altura, Jordana levantou-se para ajustar a temperatura do forno que aquecia os espetos, e, ao voltar, abraçou-se acintosamente ao meu corpo, os seios esmagados em minhas costas, em seguida circulando a cadeira e me beijando com sofreguidão. Ela esfregava a xoxota em minha coxa e deixava o líquido do cio brilhando sobre mim. Maurício tomava um trago, com o riso simpático estampado no rosto, admirando a esposa se ofercendo a outro macho em sua frente.

Levantei-me e fui puxando Jordana para o quarto, sem lhe largar os lábios e a língua, enquanto fazia sinais ao marido para desligar o forno e nos seguir. Jogamo-nos na cama e pude desfrutar do mel escandalosamente abundante que brotava de sua buceta, enquanto ela gemia e se requebrava provocativamente.

Subi minha boca pelo seu corpo, parando nos seios e rodeando seu pescoço, enquanto ela sugava com avidez a rola do marido. Era a oportunidade que eu esperava: aproximei minha boca da de Jordana e pude também lamber e começar a chupar o pau de Maurício, que se colocou entre nós. Nossas línguas se encontravam e se tocavam sobre a cabeça do caralho do marido, que hesitou no começo, mas em seguida entrou no ritmo e ora punha a vara na boca da esposa, ora na minha.

Minha mão percorria o corpo dele, com mais cuidado, ou o dela, com mais escracho. Gemíamos todos. Senti os dedos de Maurício tocando minha rola e descendo ao meu cu, me penetrando com cuidado. E quando eu finalmente aprumei meu pau na deliciosa buceta de Jordana e passei a socar suavemente, senti o molhado da boca de Maurício em minhas pregas...

“Me fode, Maurício!” – grunhi, entre gemidos, enquanto estocava Jordana, que também gania de tesão sob mim. Então senti a rola que há tanto tempo eu desejava, me penetrar bem devagar e se afundando dentro de mim. Senti seu corpo sobre o meu, parado, aproveitando os meus movimentos de foda na buceta de Jordana. Eu era o recheio de um sanduíche lúbrico e perfeito, ainda que efêmero: o alto grau de tesão que compunha o clima de cio naquele quarto, naquela cama, fez-nos arrebentar em intensas explosões de gozo, seguidas de disfarçados gritos e movimentos convulsos.

Gozamos os três, praticamente ao mesmo tempo. Respirávamos com força, os corpos ainda uns sobre os outros, em cima da cama. Nesse momento de lassidão, pude finalmente beijar Maurício e sentir o quanto era também gostoso. Ele sugou todo o mel da esposa que se misturava ao meu próprio sêmen, em minha rola, que se fez novamente rígida durante essa operação. Mais e mais Jordana me beijava. E nos abraçávamos, e nos apertávamos, como se quiséssemos consubstanciar num só corpo os três corpos gozados e felizes.

Ele falou em banho (acho que ele é meio paranóico com isso...), mas lhe disse para curtirmos mais um pouco nossos cheiros de sexo, o olor delicioso que emanava dos nossos suores... tomaríamos banho juntos, evidentemente, mas antes deveríamos abrir mais uma garrafa de tinto, e finalmente experimentar aqueles prometidos espetos de carne, que esperavam no forno o novo aquecimento.

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