Virei CamBoy e Meu Amigo Gostoso Me Comeu ao Vivo (Parte 1)

Um conto erótico de Exhib
Categoria: Gay
Contém 3915 palavras
Data: 23/01/2025 18:46:10
Última revisão: 24/01/2025 02:13:42

AVISO

Para o leitor que pergunte pela continuação, alerto que já escrevi o próximo capítulo. Se gostarem da história, comentem para eu saber e posto a parte 2. Provavelmente, essa história terá de 3 a 5 capítulos. O conto acompanha Gustavo, um rapaz jovem e bonito, embora pouco confiante e tímido, devido a, principalmente, seu dote de 13cm. Um leitor recomendou uma história de humilhação nesse sentido e adorei a ideia! Gustavo tem um melhor amigo chamado Rodrigo. Ele é forte, alto e mais atraente e bem dotado que o pobre rapaz.

Em um turbilhão de dificuldades financeiras, Gustavo encontra um site em que pode fazer algum dinheiro se expondo na internet para a câmera, algo difícil para um garoto tão inseguro e pudico, mas o faz por não ver mais alternativas para sua situação. Como podem perceber pelo título, Rodrigo acaba se envolvendo junto com ele em algum momento, mas como? Deixo a questão para quem se interessar na leitura do conto.

Como de costume, inicio minhas histórias contando sobre a inspiração para tal. Vocês têm comentado que gostam dessa parte do aviso, então digamos que essa advém de experiências pessoais que tive com um amigo que hoje trabalha como camboy. Com isso, me interessei em escrever algo que misture esse universo, o qual tenho algum conhecimento e minha temática já conhecida por vocês. Algumas liberdades poéticas foram tomadas, obviamente, para tornar o conto mais interessante.

Não custa alertar também, vocês já devem esperar que, vindo de mim, a escrita é bem detalhada, o que demanda bastante tempo e foca-se no lado psicológico, eventualmente bem mais que o sexual. A temática, como sempre, envolve embaraço e humilhação; principalmente com personagens que enxergam na nudez um tabu, mas que são, de alguma forma, despidos(as), envergonhados(as) e ficam indefesos(as) frente a outros(as) vestidos(as). O conto está devidamente tageado e, com essa informação, você está avisado(a) e sabe o que esperar.

Outro aviso é que, dessa vez, não tenho tanta certeza de quantos capítulos serão necessários para completar essa história. Em minha obra anterior, achei que terminaria em 5, mas acabei encerrando-a em 6. Assim, só colocarei no título o número exato de capítulos que o presente conto terá quando acabar de escrevê-lo (provavelmente, de 3 a 5 capítulos).

Ademais, tentarei me fazer mais presente por aqui e pretendo responder seus comentários. Então digam aí o que pensam da história! A propósito, você sabia que pode me seguir também no Wattpad? Lá minhas obras são acompanhadas por ilustrações, capas e você pode comentar parágrafo a parágrafo enquanto lê: https://www.wattpad.com/user/Exxhib

Por fim, um beijo a todos(as) e uma excelente leitura.

(Não possuo assinatura no site ainda. Para qualquer contato privado: extremeexhib@gmail.com)

***

Tempos de crise demandam medidas desesperadas, só podia concluir depois que uma ideia como aquela tinha alugado todo o espaço em minha cabeça durante aquela semana. Meu nome é Gustavo, tenho 19 anos e sempre me considerei um cara reservado e quieto. Tenho cabelos castanhos claros, olhos verdes, corpo levemente malhado pelos exercícios que fazia em casa (sem dinheiro para pagar academia), mas cada vez menos pesado devido a minha situação financeira complicada. Era o terceiro dia que comia miojo na janta em meu kitnet apertado cujo aluguel já estava atrasado.

Naquela noite em frente ao meu computador, fiquei até bastante indignado com o que via. Por acaso acabei encontrando um site de pornográfico chamado Cam4you.com, que, na época, assumia o pódio como a maior plataforma para streamers de sexo. Com diversas funcionalidades, dezenas de milhares de criadores e criadoras de conteúdo, o site operava de forma que qualquer um que tivesse uma webcam, um bom computador e boa conexão com a internet, meu caso, poderia iniciar uma live em seu perfil e, com isso, começar a receber doações dos espectadores em troca de atividades específicas pré determinadas pelo protagonista do show.

O que me deixou mais bravo, no caso, foi ver inúmeras pessoas, principalmente os influenciadores mais bombados da plataforma, recebendo milhares de reais enquanto atendiam a pedidos bastante leves como somente tirar algumas peças de roupa e repetirem frases minimamente sexuais. É claro, vasculhando o site, era possível encontrar os mais hardcore, por assim dizer, também ganhando bastante dinheiro para isso.

Assim, o que era para ser apenas uma punheta vendo uma garota gostosa se masturbando para a câmera em seu quarto se tornou em quase que uma obsessão para mim. Embora eu seja hétero, entrei também como espectador nas lives de outros caras só para ver o quanto faziam em algumas poucas horas de trabalho, apenas para ficar ainda mais puto. “Como pode eu trabalhar tanto e não ganhar nem perto disso?” Me perguntei e “Como essas pessoas têm tanta coragem para se expor assim na internet?” Também me questionava. Mesmo que apenas expostas durante o período em que estavam ao vivo e eu não me lembre de nunca sequer ter me deparado com um print daquele site em outros locais da internet, ainda assim, pensava, demandava muita falta de vergonha e confiança para fazer algo assim, mesmo que de forma bem remunerada.

Eu jamais me submeteria a isso. Era muito tímido e me faltava auto-estima já que estava a cada dia mais magro, além do meu pau não ser tão impressionante quanto aqueles que faziam sucesso no Cam4you. Todavia, com minha situação financeira piorando, aquela ideia se tornava, a cada dia, mais atrativa.

A 3 meses atrás, eu tinha sido dispensado de meu emprego que já não pagava bem. Eu não tinha feito faculdade depois do ensino médio e, procurando mais privacidade, me mudei cedo da casa dos meus pais para trabalhar. No início, tudo correu muito bem. Festas, garotas, álcool e maconha fizeram parte da minha vida no primeiro momento de minha vida solteira e independente, isso até todo o meu dinheiro acabar e eu ter de recorrer a um sub-emprego em escala 6x1 para me sustentar. Não durei muito sendo humilhado em uma rotina tão estressante e, em pouco tempo, o cuzão do meu chefe me demitiu pela minha falta de empenho e vagabundagem. Em poucos dias, gastei toda a grana, até a da rescisão.

Pode parecer um pouco irresponsável, mas, embora a geladeira estivesse vazia em minha casa, eu ainda tinha algumas gramas de prensado guardadas comigo. Se era para passar por um momento tão turbulento como era aquele de mandar currículos para vários locais temendo ter de voltar derrotado a morar com meus pais, chapado tudo parecia bem mais suportável.

Merda! O que estou fazendo da minha vida? Me perguntei vendo no celular os perfis do Instagram de meus antigos colegas de escola. Eles pareciam bem, alguns estudando em faculdades de renome, outros com empregos bons, quase todos esbanjando e indo a lugares caros enquanto eu apodrecia naquele pequeno apartamento caindo aos pedaços. Eu devia ter estudado quando tive a chance para não acabar assim. Pensei, embora soubesse, nunca fui interessado nesse tipo de coisa.

Tudo piorou mais quando conheci Rodrigo, meu colega de escola que eventualmente dava rolês comigo enquanto matamos aula. Ele ainda era meu melhor amigo, alto moreno e de feições másculas, Rodrigo sempre fez muito sucesso com as garotas e pouco com os professores da escola. Mal acompanhado dele, fumei meu primeiro baseado e também comecei a beber. Hoje, era bom conversar com ele sobre a vida, sendo meu amigo a única pessoa que conhecia que estava tão fodido quanto eu financeiramente.

Rodrigo era animado, extrovertido e, admito, mais bonito que eu. Eu nunca tive coragem de lhe dizer que o achava atraente. Ele acharia que eu era gay e me zoaria se o fizesse. Admito também que, quando meu amigo tirava a camiseta perto de mim, olhava um pouco, talvez por curiosidade ou falta de uma bucete, o que devia estar me deixando safado ao ponto de sentir tesão quando ele estava presente. Ainda assim, mesmo que muito próximos, nunca o tinha visto sequer de cueca, embora fosse curioso para saber como era seu pau. Rodrigo nunca me viu pelado também, felizmente. Eu era muito inseguro com as coisas lá embaixo por ter poucos pelos e um penis, quando duro, de 13cm de comprimento. A natureza não pareceu me favorecer nesse aspecto também e sabia, se meu amigo descobrisse ser mais bem dotado que eu, caçoaria de mim pelo resto de minha vida por aquilo.

Ele também era obcecado com a ideia de que estudar não levava ninguém a lugar nenhum e que a esperteza das ruas era suficiente para se enriquecer. Eventualmente, Rodrigo vinha me visitar com ideias mirabolantes, planilhas com cálculos mal feitos e dizendo que encontrou o novo santo graal do dinheiro e que me colocaria dentro do esquema pois seu sonho era enriquecer junto comigo. Convincente como era, às vezes eu injetava um pouco de dinheiro em sua ideia que, em poucos dias, dava errado, deixando-nos no prejuízo. Dentre muitas outras furadas, Rodrigo já me arrastou para vender brigadeiro no sinal, fazer curso de programação, comprar criptomoedas e entrar em esquema de pirâmide. Certa vez, fiquei três dias cuidando dele depois que meu amigo tomou uma surra na rua. Na sua cabeça, ele seria o maior cafetão da cidade em breve, começando com três garotas doidas que ele aliciou e que, no final, acabaram ajudando a bater nele quando as coisas deram errado. Por sorte, não entrei no esquema com ele dessa vez.

Apesar disso eu o invejava um pouco. Meu amigo era atraente, forte, de sorriso apaixonante e, desinibido como ninguém, conhecia inúmeras pessoas e, certamente, era bem mais vivido que eu. A realidade era que, até mesmo o emprego que perdi eu tinha conseguido com sua indicação.

— Tenho algo pra você. — Dizia a mensagem de meu amigo no Whatsapp na tarde seguinte a minha primeira visita naquele site, logo abaixo do texto de meu locatário dizendo que essa era minha última semana e que, se não lhe pagasse logo o aluguel, era melhor eu nem estar mais no recinto.

Eu esperava que a visita de Rodrigo não fosse para discutir mais uma forma mirabolante de se ganhar dinheiro fácil e sim uma oportunidade de trabalho que me permitisse fazer 600 reais, o que me restava para pagar meu aluguel, até sexta feira. Em condições normais, moradores teriam direito a 60 dias de estadia no local em que residem antes de serem despejados, mas não era o meu caso. O rentista que me cobrava todos os meses era um cara grande e forte e o fazia acompanhado pelos dois irmãos, sendo que um deles era um PM que cagava para o fato da minha residência feder a maconha contanto que pagasse o aluguel em dia. Juntos, eles me arrancariam do apartamento, pegariam toda a mobília que tinha para vender e pagar a dívida e me dariam uma surra antes de me por na rua. No mundo real, ninguém respeita a lei e o pobre não tem vez.

O que mais temia era perder meu computador e, nesse momento, já planejava uma forma de tirar pelo menos ele da kitnet antes de ser despejado. O PC gamer me custou 6 mil reais com todos os seus gadgets e poder de processamento que usava para jogar. Eu ainda estava pagando suas prestações e o usava enquanto sentado em um sofá velho que peguei na rua após alguém se livrar dele. Rodrigo me ajudou a subir com a mobília para o apartamento. Usando meu computador para pesquisar online, tive aquela ideia doida que jamais executaria ou sequer sabia se daria certo.

Rodrigo chegou, percebi pelas batidas na porta. Ele sempre fazia isso, apenas me avisava por mensagem que estava vindo e eu, de bom grado, o recebia. Assim, o comprimentei, trocamos algumas palavras e ele entrou em meu apartamento. Em suas mãos, ele carregava uma marmita grande ensacada. Rodrigo usava uma camiseta regata, bermuda preta e chinelos. Em seu pescoço, ostentava o colar de ouro que valia dois salários mínimos, sua marca registrada que apenas eu sabia, ele ainda estava pagando. Quando se sentou no sofá, tirou da cabeça o boné de aba reta e bagunçou seu cabelo preto e ondulado com as mãos.

— Como vão as coisas? — Me perguntou um pouco agitado. Ele não portava sua bolsa de ombro como de costume, então imediatamente presumi, devido também aos seu comportamento errático, meu amigo não fumava a pelo menos um dia.

— Fudido como sempre. — Respondi com calma enquanto pegava o pote de vidro em cima da mesa do meu computador. — Precisa de um salve? — O questionei imediatamente, mas nem esperei a resposta e cortei ao meio com um canivete o pedaço de prensado que guardava. Droga, só deve ter mais umas 200g. Pensei e lhe entreguei metade.

— Valeu cara! Te devo essa. — Ele disse com ânimo assim que o pegou com as mãos. Como sabia de cor onde encontrar tudo em minha casa, Rodrigo abriu a gaveta mais próxima da mesa, pegou meu dichavador e seda e começou a preparar imediatamente um baseado.

— Sem problemas. — Disse e depois apontei para a sacola que ele trouxe. O cheiro de comida boa já me inundava as narinas. — O que é isso? — Perguntei.

— Estrogonofe de alcatra. — Ele disse orgulhoso enquanto bolava o beck e me entregou o pote. — Uma larica pra gente. — Complementou em seguida. Fiquei curioso. Era carne cara, do tipo que só comia quando morava na casa dos meus pais.

Eu coloquei a refeição no microondas para esquentar. Minha residência era bem pequena, então não precisei sair do cômodo para preparar tudo e pôr em dois pratos para nós.

— Onde arrumou isso? — Perguntei rindo. — Você não cozinha. — O lembrei vendo-o cumprir com a lei do duende e, em seguida, com a do gnomo. Traguei a fumaça e sentei ao seu lado relaxado.

— Ah vei, aquela vizinha minha de novo. — Ele explicou rindo. Eu gargalhei junto dele.

— Come essa velha logo cara! — Falei alto, o que nos fez rir mais ainda. Eu sabia, a partir das histórias dele, Rodrigo morava em um barracão alugado perto da casa de uma viúva que devia ter de 30 a 40 anos. Ela até que estava inteira, notei um dia quando a vi. A mulher aparentava se interessar por meu amigo e, frequentemente, lhe oferecia comida e outros presentes. Até onde sabia, Rodrigo só a enrolava e aproveitava os mimos, fugindo das tentativas da madame de se convidar para entrar. Ele sempre tinha histórias engraçadas nesse sentido com mulheres e, certo dia, até me prometeu que se comesse mesmo a velha, me contaria imediatamente como foi.

Nos dois fumamos o beck inteiro enquanto discutimos sobre a situação com bom humor. Depois, comemos com gosto o prato que Rodrigo trouxe. Era como um manjar dos deuses para quem, como eu, estava acostumado a comer miojo e, portanto, senti o bom sabor de cada garfada. Com a barriga cheia, em seguida, demos prosseguimento a assuntos mais sérios. Como sempre, ele estava tão ruim de grana quanto eu, mas, ao menos, trabalhando informalmente como garçom e vendendo bolo de pote em seu tempo livre, Rodrigo parecia conseguir se segurar financeiramente apenas para pagar as contas e aluguel. Ainda assim, sabia, meu amigo contraiu algumas dívidas ao longo da vida com juros que multiplicaram em algumas vezes seu valor original. Ainda assim, ele disse que passou as últimas duas semanas acionando seus contatos para conseguir uma oportunidade para mim, mas, até o momento, houve pouco retorno positivo.

— Cara, se precisar, pode ficar lá em casa até as coisas se estabilizarem. — Me ofereceu certo momento. Isso era um amigo de verdade. Pensei, mas recusei sua gentileza.

— Tudo bem cara. Consigo resolver isso. — Dizia a ele sem sequer acreditar tanto assim naquelas palavras. Eu sabia que, se morasse de favor com Rodrigo, não conseguiria por muito tempo. Seu local era ainda menor que o meu e meu amigo também estava quebrado demais para sustentar um desempregado morando em sua casa.

De qualquer forma, não tinha espaço em sua kitnet para minhas coisas que, com tanto esforço, tinha comprado. Assim, sabia, se saísse do pequeno apartamento em que morava, teria de me livrar de quase tudo, o que tornaria quase impossível eu ir morar sozinho de novo.

Após algumas horas de conversa, meu amigo se foi infelizmente. Como já estava desesperado, lhe pedi para que me enviasse qualquer oportunidade que aparecesse e já estava começando a perder a fé na ideia de conseguir mesmo fazer o dinheiro do aluguel em apenas 4 dias.

Ainda tinha aquela outra ideia… Lembrei do site de conteúdo adulto que visitei a pouco tempo atrás.

Não! Eu não vou me submeter a algo assim! Disse a mim mesmo. Vou ganhar meu dinheiro mantendo minha dignidade! Encerrei o assunto e me sentei no sofá para mandar mais currículos. Estava quente e eu suava enquanto bebia muita água, embora a tarde começasse a se pôr e a dar início a noite.

Eu tinha de conseguir algo. Talvez, se obtivesse uns 300 reais, conseguiria enrolar meus cobradores por mais alguns dias, pagando, no meio do mês, o restante do valor a juros abusivos. Merda! Pensei com desesperança. Era impossível eu ser contratado para algo que me desse, ao menos, metade do valor de minha estadia em apenas alguns dias! O processo de contratação devia ser demorado e burocrático e não tão instantâneo quanto precisava que fosse. Meus olhos se marejaram e eu acendi mais um baseado para tentar manter a sanidade. Talvez, estivesse na hora de cair na real. Pensei com derrotismo. Juntar meus trapos e ir com o rabinho entre as pernas para a casa da minha mãe para ouvir algumas verdades. Eu era a decepção da família, um maconheiro sem estudo que sequer conseguia se manter sozinho. Morando com meus pais, eu não teria como beber, fumar, ir a festas e levar garotas para casa como fazia agora, mas, ao menos, comeria carne todos os dias, tendo apenas de ajudar com algumas tarefas domésticas e me esforçar para arrumar um emprego ou concluir os estudos.

Em poucas horas, recebi outra mensagem de Rodrigo. Meus olhos se abriram bem e a esperança me inundou o coração.

— Você provavelmente não vai gostar, mas consegui algo para você.

— Late. — Enviei de volta imediatamente e recebi dois panfletos de volta.

A maior loja de conveniências da cidade estava contratando e, como sabia que Rodrigo conhecia pessoas que trabalhavam no local, ele me colocaria naquela função facilmente. Eles não assinavam carteira, sendo que a remuneração de 90 reais por dia podia ser minha se estivesse disposto a comparecer todos os dias da semana, de segunda a segunda das 8h às 20h. Alimentação e transporte estavam inclusos. Era um trampo de merda e mal remunerado, sabia, mas, calculando, seria o suficiente para alcançar meu objetivo de pagar parte do aluguel e até me manter enquanto procurava por coisa melhor. Todavia, quando vi o segundo panfleto, vieram algumas ressalvas inicialmente que se tornaram, ao longo da leitura, na mais completa aversão.

Eu devia ter me lembrado disso. O local do trabalho era perto dos maiores centros comerciais e educacionais da cidade. Até a escola em que fiz ensino médio ficava perto daquela loja e, é claro, as faculdades e trabalhos de meus ex-colegas de escola também. Todo mundo que um dia pudesse ter qualquer estima por mim transitava por lá e me veria trabalhando em um sub-emprego tão degradante.

Eu ainda não contei sobre qual o cargo, certo? Pois é, quando vi a foto no panfleto, corei só com a possibilidade de estar naquela mesma situação. A foto do antigo funcionário mostrava que o cargo ofertado era o de “animador”. Em letras garrafais, o texto do panfleto convidava desesperados a “Desempenhar uma das mais importantes funções em nossa empresa!” e “Atrair compradores com sua alegria e fazer parte dos momentos de felicidade de todos!”. O ex funcionário, provavelmente um pobre coitado que pediu contas, estava fantasiado como um alien verde cabeçudo, o mascote da empresa, e segurando uma placa convidando todos os pedestres para uma liquidação.

Em minha época de escola, já vi aquele cara tomando sol em frente a loja e, com meus amigos totalmente alheios à realidade do mundo, costumávamos tirar sarro dele. O traje consistia em um capacete enorme de pelúcia, a cabeça do extraterrestre, em que havia um buraco para o rosto da pessoa que o vestia, sempre pintado de verde, mas suando tanto que, sabia, trajado daquela forma, facilmente eu seria reconhecido. Em baixo, a situação era ainda pior, a roupa collant verde cheia de lantejoulas era muito apertada e feita de tecido fino que claramente não era apropriada para o calor. Debaixo dela, eu teria que usar apenas minha cueca. Eu sabia disso pois, com o suor e umidade do traje, era visível todas as curvas do trabalhador naquela foto, bem como a cor de sua roupa íntima. Com as coisas tão apertadas ali embaixo, destacava-se a fenda no meio das nádegas e o formato bem nítido das bolas e penis flácido para o lado. Parte do traje velho até se descosturava, evidenciando, em regiões mais comprimidas, partes da pele visíveis sob o material ora semi-transparente quando muito molhado ou contra a luz.

Eu me imaginei vestido daquela forma em um local público com tamanha circulação de pessoas. Conhecidos, rivais e até familiares me reconheceriam, e eu seria zoado e fotografado. Teria de gritar e sorrir o dia todo, convidando transeuntes para adentrar na loja enquanto eles me xingavam e olhavam para minhas partes íntimas destacadas em um pacote, mesmo que, por dentro, estivesse envergonhado, passando calor e cheio de ódio. Ao meu lado, sabia, uma animadora gostosa do sexo feminino usaria um bikini prateado e o cabeção de robô, também chamando público para comprar e interagindo comigo eventualmente. Sexo vente e aquela loja de merda sabia disso. Eu era jovem e sabia também, Ficar ali em pé no sol por 10 horas olhando para minha colega de trabalho em pouca roupa, em algum momento, despertaria algo em mim, me fazendo ter uma ereção em público, bastante visível no collant verde e que eu sequer teria o direito de cobrir por ter de segurar alto a placa com as duas mãos. Já tinha visto isso acontecer com o cara bem mais velho que eu, o que, no momento, fez a alegria dos turistas e bombou as vendas da loja. Na flor da idade, eu faria bem mais sucesso em algo que, certamente, ocorreria bem mais frequentemente.

Isso não! Pensei indignado, mas, parecia ser aquela minha única alternativa, a única oportunidade que aquele mundo capitalista cruel tinha deixado para mim: A de me humilhar na calçada por alguns trocados enquanto enriqueço meu chefe. “Ganhar meu dinheiro e manter minha dignidade” Tinha dito a mim mesmo algumas poucas horas atrás e contestei se essa era realmente uma forma de me sustentar da qual me orgulharia.

— Vou pensar sobre. — Respondi Rodrigo e abri uma nova janela do navegador em meu computador.

Se era para ser assim, eu esgotaria todas as minhas outras possibilidades antes de passar por aquilo. “Cam4you.com” Digitei na barra de endereços e, com pressa, criei minha conta. Meu cabelo estava arrumado? Me perguntei, ajeitando-o com as mãos e suando frio antes de ligar a câmera e começar minha primeira transmissão ao vivo.

*****

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Foto de perfil genéricaExhibContos: 15Seguidores: 32Seguindo: 0Mensagem Gosto de escrever histórias longas, bem desenvolvidas e, geralmente, envolvendo extremo embaraço e humilhação; principalmente com personagens que enxergam na nudez um tabu, mas que são, de alguma forma, despidos, envergonhados e ficam indefesos frente à outro(s) vestidos. Meu contato, uma vez que não consigo ver mensagens privadas no site ainda: extremeexhib@gmail.com

Comentários

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Adoro sua escrita e adoro a contextualização!! Já virei leitor dessa série, cara! Me senti na cabeça do protagonista heheh

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