Meu nome é Alexandre em toda minha vida fui uma pessoa séria e comedida, uma decisão deveria ser bem pensada cada ação cuidadosamente planejada e ainda sim aqui estava eu no auge dos meus 23 anos, numa altura consideravelmente mortal, você pode estar se perguntando o que uma pessoa tão racional e controlada como eu estou fazendo aqui e a resposta é simples: eu vou pular.
Uma série de péssimas decisões e influências externas me trouxeram a esse lugar. Eu realmente não queria isso mas tinha uma voz sempre falando no meu ouvido
Voz:Pula, vamos lá, acaba logo com isso- a voz não parava de falar, chegando a ser irritante
Alexandre :Eu não sei, acho que eu deveria sair daqui- eu respondia
Logo outra voz falou essa no entanto era feminina
Voz feminina:Não precisa fazer isso se não quiser, você pode voltar- a voz feminina disse
Voz:Vamos, ele quer isso, você viu - a outra voz insistia insistia
Alexandre : Aquilo foi a bebida falando,eu não posso fazer isso, eu vou embora- eu disse decidido, sabendo que um dos motivos era minha fraca resistência à bebida
Voz: Vai tomar no Cu Alexandre, pula logo dessa porra- a voz bradou
Eu olhei para meu melhor amigo que estava ao meu lado, ele via no seu rosto que ele já estava perdendo a paciência comigo, o que pra ele é uma coisa rara de acontecer, Felipe é o tipo de pessoa que não se deixava abalar por nada, o modo despreocupado e sereno dele agir às vezes me dava nos nervos,com 23 anos ele tinha cabelos pretos curtos, pele clara, olhos castanhos escuros, 1,75 de altura, com um físico atlético.
Alexandre: Não era você que dizia que se estressar aumentava a pressão arterial e que não fazia bem para saúde?- eu comentei em um tom debochado, ouvi esse argumento várias vezes ao longo dos anos, considerando que conheço ele desde o berço muitas vezes.
Felipe: Corte a conversa e pula logo -ele falou- ou você prefere que eu te jogue?-ele completou com um sorriso malicioso já se aproximando de mim,
Antes que ele pudesse chegar perto ouvi a voz feminina falando atrás de mim.
Rafaela: Nada disso, podem parar aí mesmo, se o xande não quer fazer isso então ele não vai pular- ela olhou pra nós dois de forma séria.
A Rafaela ou Rafa para os mais próximos tinha cabelos castanhos curtos, 1,65, físico médio, tinha peitos de tamanho médio, mas não tinha muita bunda, não chegava a ser uma tábua mas era pequena, ela era pessoa bem racional até mais que eu em alguns momentos, quando ela se irritava não era algo bom de ver.
Felipe:Tá bom, vai xandinho tira o gancho e sai dai, eu sabia que você não poderia fazer isso- ele comentou virando o rosto e dando um riso igualmente debochado
Eu olhei para Felipe, depois para baixo, sentindo o estômago revirar. Estava a 20 metros de altura, diante de um percurso de quase 180 metros. Tudo dependia de um único cabo de aço que parecia incrivelmente mais fino agora que eu estava diante dele.
O vento soprava contra o meu rosto, trazendo consigo um som baixo e contínuo, quase como um aviso. Meus pés estavam firmes na plataforma, mas meu coração queria fazer o oposto: correr para longe dali.
Rafaela: Não precisa fazer isso, Xande. Sério, só volta — insistiu Rafaela, agora com a voz mais baixa, mas não menos firme. Ela mantinha os braços cruzados, como se fosse uma mãe tentando convencer um filho teimoso.
Felipe revirou os olhos e bufou, passando a mão pelos cabelos curtos.
Felipe: Ele vai se arrepender de não ir — provocou, com aquele tom irritantemente despreocupado. — Daqui a um mês, vai se lamentar: "Ai, deveria ter ido, Felipe! Ai, perdi a chance da minha vida, Felipe!" — Ele imitou minha voz e colocou a mão na testa cheio de teatralidade de um jeito que só piorava minha indecisão.
Eu ri sem graça. Ele não estava exatamente errado, mas eu jamais admitiria isso enquanto eu estivesse vivo. A verdade era que o medo me paralisava, mas também tinha algo a mais. Uma voz interna que me puxava para trás. Talvez fosse apenas a minha consciência. Talvez fosse aquela mesma voz que sempre tentava me conter e proteger, às vezes em excesso.
Felipe: E aí, vai ou não vai? — insistiu Felipe, com as mãos no bolso e aquele sorriso irritante nos lábios.
Engoli em seco, sentindo o suor escorrer pela nuca. Olhei para Rafaela, depois para o cabo, depois para Felipe. Minha mente gritava com as duas vozes conflitantes novamente. A única coisa que consegui dizer foi:
Alexandre:Só... me dá mais um minuto.
Felipe suspirou teatralmente, jogando as mãos para o alto. Rafaela apenas balançou a cabeça, impaciente. A decisão estava sobre mim, e eu sabia disso. Respirei fundo, ajustei o equipamento e, finalmente, olhei para frente.
Naquele momento, percebi que o cabo de aço não era o único teste ali. Era o medo. Era a confiança. Era saber que o próximo passo, para frente ou para trás, só dependia de mim.
E então, com um último olhar para Rafaela e Felipe, tomei a decisão.
Eu pulei.
Alexandre: Caralhooooooooooo- Foram as únicas palavras que consegui gritar enquanto o vento me cortava o rosto e o coração batia como se quisesse sair pela boca. Eu senti meu estômago revirar como se estivesse acelerando e meu estômago ficasse no lugar — e, tecnicamente, eu estava.
O pior erro? Eu olhei para baixo. Por que eu olhei para baixo?!
As copas das árvores pareciam estar perto o suficiente para tocar meus pés, o que só piorava a sensação de altura. Abaixo delas, o rio serpenteava tranquilo, como uma promessa falsa de segurança. Claro, se eu caísse nele, seria melhor do que direto no chão... mas à velocidade que eu estava, o impacto não ia me perdoar.
— Merda, merda, merda! — gritei na minha mente, tentando desviar o olhar. Só que era impossível. O chão estava cada vez mais próximo.
Então, vi o homem no final do percurso. Ele estava ali, segurando uma corda que deveria ser meu sistema de segurança- feito pra eu não me espatifar na árvore no final do percurso-, mas parecia mais interessado em se divertir com meu desespero.
Minha mente entrou em pane enquanto as roldanas deslizavam pelo cabo de aço, e tudo o que eu conseguia pensar era: Por que eu deixei o Felipe me convencer disso?!
Lá no fundo, ouvi a voz dele ecoando na minha cabeça, como se estivesse bem ao meu lado:
Felipe: Vai, Xandinho, coragem!
Ah, coragem era fácil para ele dizer, sentado lá em cima, só assistindo. Nesse momento, tudo que eu queria era chegar ao final daquela maldita tirolesa. Cada segundo parecia uma eternidade enquanto o vento rugia nos meus ouvidos, e o cabo parecia ainda mais fino.
Finalmente, após o que pareceram horas, meus pés tocaram o chão no final do percurso. Meus joelhos cederam, e eu caí no chão, ofegante. O homem que estava lá me ajudou a soltar o equipamento.
Apesar de tudo, eu comecei a rir. Um riso nervoso, talvez até histérico. Mas, por algum motivo, naquele momento, algo mudou. Talvez fosse a adrenalina, talvez o fato de eu ter sobrevivido... mas pela primeira vez em muito tempo, eu senti que podia enfrentar qualquer coisa.
Enquanto eu tentava recuperar o fôlego e a dignidade que me restava, ouvi um grito ao longe.
Felipe:aaaaaaaaaaa-O grito de Felipe descendo no cabo chegou antes dele.
Quando ele aterrissou, ficou claro que o miserável estava gargalhando, não tinha certeza se ele estava gritando de animação ou rindo de mim, mas conhecendo ele, era um pouco dos dois.
Eu conhecia o Felipe desde o berço. Nossas mães engravidaram praticamente ao mesmo tempo, e nossos nascimentos têm uma diferença de apenas quatro dias — ele, claro, sendo o mais velho, algo que ele fazia questão de lembrar sempre que possível.
Nossos pais também tinham uma história parecida com a nossa. Eles se conheceram quando tinham praticamente a nossa idade trabalhando na mesma empresa e logo viraram grandes amigos. A amizade cresceu e se transformou em uma parceria, quando decidiram fundar juntos uma pequena empresa de exportação na Bahia usaram boa parte das economias que tinham guardado, o negócio prosperou e se manteve, foi dali que surgiu um laço que manteve nossas famílias unidas .
Eu e Felipe crescemos como irmãos, dividimos brinquedos,estudamos na mesma escola, travessuras,passamos a maior parte do tempo juntos e até brigas feias — daquelas que só acontecem entre irmãos. Felipe sempre foi o lado mais ousado e destemido da nossa irmandade contando com seu charme e intuição para sair de qualquer confusão - geralmente provocada por ele mesmo, enquanto eu era o mais cauteloso e racional, eu costuma ser a consciência dele assim como o grilo falante era do pinóquio. Ele vivia me puxando para fora da minha zona de conforto, e eu, por outro lado, tentava colocar um pouco de juízo na cabeça dele. Não sei se era a dinâmica perfeita, mas, de alguma forma,contra todas as possibilidades, funcionava.
Felipe:Xandinho, que performance! — ele disse, ainda rindo, enquanto dava um tapinha nas minhas costas. — Você devia ter visto sua cara lá de cima. Parecia que tinha visto a morte.
Alexandre: Vai pro inferno Felipe, — resmunguei, sem muito humor.
Ele se aproximou de repente e começou a me apertar pelos ombros, como se quisesse me "parabenizar". Só que, conhecendo Felipe, isso nunca era algo inocente.
Felipe:Fica assim não campeão! Vem cá, deixa eu te dar aquele beijo da vitória! — disse ele, exagerando na empolgação enquanto tentava me dar um beijo na bochecha.
O cara que trabalha no equipamento da tirolesa estava olhando pra gente, provavelmente achando graça da situação e me deixando ainda mais desconfortável, mas, claro, o Felipe não ligava nem um pouco.
Alexandre: Sai pra lá, Felipe! — reclamei, tentando me soltar, mas ele era rápido. Num piscar de olhos, já estávamos no meio de um daqueles nossos épicos confrontos físicos dignos de um filme de quinta categoria, que misturavam uma luta meio desajeitada e agarramentos .
Felipe:Tá com vergonha de mim xandinhooo! magoei, dá um beijinho aqui — ele provocou, enquanto me segurava e ria alto, ignorando o fato de que estávamos chamando a atenção de todo mundo por perto.
Alexandre:Você que nunca sabe quando parar! — retruquei, conseguindo me livrar por um instante e empurrá-lo para trás, o que só serviu para deixá-lo ainda mais animado.
Sem que notassem, Rafa desceu a tirolesa,e assistiu a cena a poucos passos de distância visivelmente constrangida, cruzou os braços e soltou um longo suspiro, visivelmente incomodada. Como a boa baiana que era tratou logo de pôr ordem
Rafaela: Vocês são crianças por acaso? Vamos parando logo com a brincadeira que ainda temos que refazer a trilha e voltar para casa.
Filipe finalmente se deu por vencido e me soltou se dando por vencido, decidimos pegar nossas coisas e irmos embora, estávamos na reserva sapiranga, a mais ou menos 6 km de Praia do forte, decidimos passar o dia lá antes de voltar pra casa de praia que tínhamos alugado.
Tivemos que refazer um trilha que dava acesso ao estacionamento, já estávamos mesmo cansados a adrenalina da nossa recente aventura nos deu um força para continuarmos. chegamos em casa um pouco antes do anoitecer.
Estávamos cansados demais pra fazer qualquer coisa, decidimos ficar em casa e sair no outro dia, eu fui o primeiro a ir dormir enquanto aqueles dois ficavam resenhando no sofá da sala. Eu acordei por volta de uma da manhã para ir no banheiro, que ficava do a lado opostos do corredor passando pela sala, a casa estava numa escuridão total, imaginei que o Felipe tinha dormido no sofá já que ele dormia no mesmo quarto que eu, enquanto a Rafa dormia em um quarto separado, ao passar pela sala pude escutar alguns barulhos, me aproximei lentamente e pude ouvir alguns gemidos vindo do sofá que ficava do a direita da porta da sala.
Com meus olhos já acostumados com a escuridão pude ver claramente a Rafa deitada de costas no sofá e o Felipe no meio das pernas dela forçando o corpo
Rafa:Mete seu puto… ain, isso assim, enfia tudo-gemia ela baixinho
Felipe: Fala baixo ou ele vai ouvir-ele dizia arfando
Continua
Olá, pessoal! Sou um autor novato e acompanho vários contos ao longo dos anos aqui no CDC. Finalmente, resolvi criar o meu próprio. Deixem seus comentários e críticas CONSTRUITVASpara que eu possa melhorar. Peço desculpas pelo início um pouco longo, mas precisava dar o primeiro passo, rsrs. O próximo capítulo deve sair no domingo!"