Na ligação me passaram todas as informações de onde o Cleiton estava internado e fui com a Aline para o Hospital.
Chegando lá, encontrei o Cleiton deitado em um leito com o braço enfaixado e um hematoma visível no rosto. O quarto individual tinha uma luz suave e no ar pairava aquele típico cheiro de antisséptico.
Entrei primeiro, carregando uma sacola com frutas e um suco que havia comprado no caminho. Aline não sabia bem qual seria a reação do Cleiton, entrou atrás, com uma expressão mista de preocupação e reflexão. Quando seus olhos encontraram Cleiton, ela hesitou por um instante, mas perguntou um pouco receosa:
- Como você está, Cleiton?
- Já estive melhor — respondeu ele, com um leve sorriso, apesar da dor evidente. — Mas vou ficar bem.
Me sentei ao seu lado e peguei a sua mão. Aline permaneceu de pé, cruzando os braços e olhando para Cleiton com uma expressão séria, mas não fria.
Aline estava um pouco preocupada, mas Cleiton aceitou bem sua presença ali.
- O que aconteceu meu amor?
Cleiton me olhou com uma mistura de culpa e tristeza.
- Eu... Eu sabia o que o Daniel estava fazendo, mas continuei em silêncio por muito tempo. Eu tentei ignorar, achando que não era o meu lugar de interferir, mas depois de tudo o que aconteceu, eu não consegui mais. Ontem eu fui até ele, tentei falar sobre o assédio. Pedi para ele admitir que o que ele fez foi errado, mas ele se recusou. Ele não queria reconhecer o que estava acontecendo. Ele me disse que era apenas um mal-entendido e tentou desmerecer a gravidade da situação.
- Ele não assumiu? Não se arrependeu de nada?
Cleiton balançou a cabeça fazendo sinal de negativo:
- Não. Ele tentou me convencer de que estava tudo bem, que não havia motivo para alarde. Foi quando eu percebi que não podia mais continuar sendo cúmplice disso. Hoje eu fui falar com a Fernanda. Ela precisava de alguém ao lado dela, alguém que a apoiasse. Eu disse a ela que ia testemunhar contra o Daniel. Que faria o que fosse necessário para que a verdade fosse ouvida.
- Parabéns pela sua atitude, mas pelo jeito teve consequências ...
- Eu sabia. Mas eu não podia mais viver com a culpa de não ter feito nada. Eu fui até a comissão da empresa, a comissão contra assédio. Fui lá e testemunhei. Falei sobre tudo o que vi e soube. Eu sabia que estava arriscando muita coisa, mas não podia mais ficar calado.
- E o que aconteceu depois? Como Daniel reagiu?
- Ele ficou furioso, claro. Quando soube que eu estava falando a verdade, ele me procurou na empresa, disse que estavam todos contra ele. Ele me agrediu verbalmente, e em seguida me atacou fisicamente. Eu... (pausa) Eu não reagi. Eu sabia que ele não ia aceitar a verdade, mas eu já havia tomado minha decisão. Eu sabia que estava fazendo o que era certo, e o que aconteceu com ele foi consequência disso.
- Ele... te agrediu com essa intensidade? Cleiton, isso é muito sério.
- Mas eu não quero que você se preocupe. Eu estou bem. Mas sabia que aquela amizade com o Daniel acabou. Depois de tudo o que aconteceu, não havia mais como continuar.
- E o Daniel?
- A polícia foi acionada e ele foi detido, será demitido por justa causa, obvio. Ele já estava encrencado por outros motivos, iria ser demitido de qualquer jeito.
- Pena que acabou assim, mas ele mereceu!
- Olha, Cleiton, preciso dizer uma coisa — começou Aline, quebrando o silêncio que ameaçava se instalar. — Eu sei que nós mentimos para você e te enganamos . Mas eu também fiquei chateada quando descobri que você sabia de tudo isso... sobre as traições do Daniel... e nunca me contou.
Cleiton baixou os olhos, visivelmente constrangido, e suspirou.
- Eu sei, Aline. E me arrependo muito de não ter falado antes. Achei que estava protegendo todo mundo, mas estava errado.
Apertei a mão dele, como se dissesse sem palavras que ele tinha feito o melhor que podia naquele momento.
Aline respirou fundo e continuou:
- Mas, Cleiton... agora eu preciso te dizer: você fez o certo. Denunciar o Daniel pelo assédio... contar a verdade ... isso foi corajoso. De verdade. Você mostrou que é um homem íntegro.
Cleiton ergueu os olhos para ela:
- Realmente Aline, ser enganado é muito ruim! Ninguém gosta de ser enganado, não é mesmo?
- Sim, ninguém gosta de ser enganado, é muito ruim mesmo. Eu nem sei o que te falar Cleiton, o que eu fiz foi muito errado!
Eu resolvi entrar na conversa:
- Nós somos muito jovens, inexperientes! Não dizem que jovens fazem cagadas? – disse eu rindo.
Mas nenhum dos dois achou graça. Cleiton prosseguiu:
- Pode até ser, mas isso não justifica a mentira! Eu aprendi a lição e espero que vocês também, de agora em diante teremos que ser totalmente honestos uns com os outros!
- Tá bem então – respondi – Para ser totalmente honesta eu sempre pensei em nós três, nunca gostei de verdade do Daniel. Eu tolerava ele, por ser seu amigo e por ser namorado da Aline.
- Para ser sincera, eu comecei a namorar o Daniel porque ele é um homem bonito, musculoso, atraente. Me deixei levar só pela beleza física. Com o tempo eu notei sim o comportamento errado dele, mas fiz vista grossa ... achava que ele ia mudar ... mas nunca mudou.
- É mesmo Aline, porque o Daniel não se tornou esse troglodita do dia para a noite, ele sempre foi assim! E vocês sempre passaram pano para ele! -disse eu exaltada.
- Você tem razão – ponderou Cleiton – eu era amigo do Daniel meio que por conveniência, viemos da mesma cidade, dividíamos apartamento, arranjamos emprego na mesma empresa. Eu deveria ter tomado uma atitude em relação a ele a muito tempo atrás.
- Mas você tomou a atitude hoje! E você é muito mais integro que ele, meu amor! Só para você ter uma ideia ... sabe quantas vezes nesses anos a Aline me disse que queria que o Daniel fosse mais parecido com você?
Olhei para a Aline e perguntei: Não é verdade Aline?
Aline ficou um pouco desconcertada, rindo de nervoso.
- Ah, Adriane... não exagera.
- Não estou exagerando — continuei, em tom gentil. — Você sempre admirou o Cleiton. Sempre me dizia isso. E sabe... eu sou muito grata por ter ele como marido.
Cleiton deu uma risada: - Eu já percebi o que você está tentando fazer Adriane ....
“ É claro que percebeu” pensei eu, a Aline também, os dois são as pessoas que mais me conhecem.
- Mas eu só estou falando a verdade. Não é para sermos honestos?
Os dois ficaram em silêncio, pensativos e eu continuei:
- Pois saiba Aline, que o Cleiton também sempre te admirou! Ele gosta do seu jeito de ser: simpática, alegre, extrovertida!
- Chega Adriane! Chega! – Cleiton falou meio constrangido, me interrompendo – Continuamos essa conversa depois, agora eu preciso de repouso!
Decidimos respeitar a vontade do Cleiton e saímos do Hospital.
Quando já estávamos na rua, Aline me perguntou:
- É verdade isso, que o Cleiton me elogiava para você?
- Sim, ele admira seu jeito de ser, e não gostava de muitas atitudes do Daniel.
- Mas quero que saiba que o Cleiton sempre foi muito respeitoso comigo, ele nunca ...
- Eu sei Aline, eu sei, eu conheço meu marido!
Dois dias depois o Cleiton recebeu alta, não havia gravidade nos ferimentos e ele já estava apto a voltar ao trabalho. No retorno foi homenageado pelos colegas.
Nosso casamento ainda estava abalado, estava tentando recuperar a confiança do Cleiton. Ficou acertado de que dali para frente teríamos que ser 100 por cento honestos um com o outro, totalmente sinceros, sem um grão de mentira.
Marcamos para a Aline passar lá em casa, afinal precisávamos ter uma conversa séria, somente nós três.
No dia combinado ficaram prontos os exames, fui com a Aline busca-los e depois fomos direto para minha casa.
No caminho até a clínica Aline me disse mais uma vez que se afastaria de mim, para que eu pudesse refazer meu casamento. Ela elogiou o Cleiton, disse que era um grande homem, muito melhor que o Daniel e que eu não poderia perder um homem como o Cleiton.
Pegamos os exames e fomos para a minha casa, entrando no meu quarto, com muita apreensão abrimos os resultados:
-Aline ... eu... eu não acredito! Tá tudo certo! Não estamos infectadas!
Aline deu dá uma risada nervosa, os olhos brilharam de felicidade.
- Sério? Ah, meu Deus, Adriane, você não sabe como eu estava tensa! Eu já estava me preparando pra tudo... Pra um monte de tratamentos, internação, sei lá o quê!
- Eu também, Aline! Fiquei pensando em mil coisas... Agora, olha isso, tá tudo limpo, tudo normal! Nem sei o que sentir direito!
Aline me abraçou:
- Isso é um peso saindo das costas! Eu estava tão angustiada… não sabia o que fazer, não sabia pra quem correr. Agora, me sinto leve, parece que eu posso respirar de novo!
- Parece que a gente acabou de ganhar uma segunda chance, né? Ufa, que susto!
Aline começou a chorar, só que dessa vez de felicidade:
- Eu não sabia se ia aguentar, Adriane! Mas agora... vamos celebrar, né? Vamos aproveitar, fazer tudo o que a gente tem que fazer, e agradecer por estar tudo bem!
- Com certeza! Vamos aproveitar cada momento! E agora eu vou poder voltar ao tratamento para ter filhos!! Claro, se o Cleiton ainda quiser!
Peguei o celular e mandei uma mensagem para o Cleiton, contando as boas novas:
- O Cleiton vai ficar aliviado, tomara que ele ainda tenha vontade de ter filhos comigo!
Enquanto eu passava a mensagem para o Cleiton, vi que os olhos da Aline estavam fixos na parede do quarto.
Ela estava olhando para aquele colar que me deu de presente no dia que fomos na loja da D. Vera, e que estava pendurado em um gancho fixado na parede.
- Lembra desse dia Aline?
- Como vou esquecer? Esse dia que você preencheu o cupom para ganhar o premio, o que me fez reencontrar a Sandra e começar a trabalhar na concessionária!
- Eu lembro que você me fez beijar o cupom, e deu certo!
- Sim eu me lembro daquele beijo. Ele deu sorte para nós!
Eu peguei o colar, o retirei do gancho – segurei firme na minha mão e dei um beijo no colar, ao mesmo tempo que fazia um pedido!
Logo em seguida a Aline se colocou na minha frente, se ajoelhou e levantou minha blusa, revelando a minha barriga:
- Se aquele dia deu sorte, hoje vai dar também! – Disse isso e me deu um beijo na barriga.
- Você vai conseguir engravidar Adriane! Tenho certeza! O Cleiton vai continuar sim com vontade de ter filhos com você!
Eu sabia que o objetivo da Aline era de me desejar sorte para conseguir engravidar. Mas com ela ali de joelhos na minha frente, me beijando com aquela boquinha deliciosa, eu não pude deixar de sentir desejo sexual.
- Mas um beijo é muito pouco Aline – disse com uma voz manhosa – Tem de beijar mais!
Ela começou a me encher de beijos, e eu fui direcionando sua cabeça mais para baixo, enquanto eu tirava a calça.
Depois que tirei a roupa eu me sentei na beira da cama, enquanto a Aline continuava de joelhos, me brindando com sua boca e com aquela língua maravilhosa.
- Isso Aline, beija, lambe, chupa! Bem gostoso! Beija bastante!
Pressionei o seu rosto contra minha boceta e esfreguei na cara dela.
- Ai que delícia Aline!
Em matéria de chupar uma boceta, a Aline era muito melhor que o Cleiton.
E ela estava com fome de xoxota naquele dia, continuava chupando cada vez com mais vontade.
Até que a abracei e a puxei para cima da cama, e tirei ... ou melhor ... arranquei suas roupas – quase rasguei na verdade.
Primeiro começamos a esfregar uma xavasca na outra, bem gostoso, uma curtindo o corpo da outra e todo o prazer que isso proporciona!
Depois partimos para um 69.
Aquela bocetinha rosa me encantava.
- Ai Adriane! Que delicia você me chupando assim bem safada!
- E esse cuzinho Aline? Tá bem gostoso hoje?
- Tá sim! Só tá esperando os seus dedinhos!
Eu enfiei os dedos com força, de uma vez só. A Aline deu um grito de prazer!
- AAAAíííí! O meu cuzinho!
- Eu sei que você gosta safada!
- Gosto mesmo! Me abre, me arregaça com esses dedos gostosos!
O sexo estava tão bom, estávamos tão entretidas, que a Aline esqueceu do tempo, e que o Cleiton uma hora iria chegar ....
E de fato, não demorou muito, ele entrou em casa e a Aline nem notou.
Quando ele abriu a porta do quarto, se deparou comigo e a Aline, completamente nuas, fazendo um 69.
Ele levou um susto, e fez um movimento para fechar a porta e nos deixar continuar.
Mas eu me levantei e fui até ele, o peguei pela mão, trouxe de volta ao quarto e fiz ele sentar na cama.
A Aline começou a recolher suas peças de roupas para se vestir, mas eu fiz um sinal para ela que ficasse do jeito que estava.
Eu percebi que o pau do Cleiton estava duro, ele tinha ficado muito excitado ao me ver junto com a Aline, e perguntei:
- Cleiton, você falou que nós agora vamos ser 100 por cento honestos. Então me responda, você ficou excitado em me ver junto com a Aline?
Ele não me respondeu nada e então tirei sua camisa e baixei suas calças, o pau duro dele “pulou” para fora:
- Hum, mas que delícia esse pirocão! – disse eu com uma voz sensual – merece uma mamada!
Eu caí de boca e comece a sugar como nunca. Enquanto alternava entre chupar e punhetar, eu perguntava:
- Ficou de pau duro quando me viu com a Aline, né seu cachorro?
Ele não respondia nada, só gemia de prazer.
- Vamos ser sinceros Cleiton. Você acha a Aline gostosa, né seu safado?! Sempre achou! Você sempre teve um tesão pela Aline. Queria ver ela nua, não queria? Seja 100 por cento honesto, cachorro!
Continuei mamando naquela piroca por um bom tempo, e o Cleiton só gemendo de prazer.
- Sabe Cleiton, um dia eu te peguei se masturbando, enquanto você gemia, eu ouvi você falar o nome da Aline! No dia eu fingi que não percebi, mas agora estamos sendo 100 por cento honestos!
- Tá bom Adriane, se é para ser 100 por cento honesto eu já desejei a Aline sim! Já me masturbei pensando nela! Mas eu nunca te traí! Nunca! Tem uma diferença enorme nisso!
- O Cleiton sempre foi respeitoso comigo, não sabia disso! – disse Aline surpresa
- O Cleiton sempre te achou uma gostosa, mas ele sempre foi respeitoso com você Aline, e você sempre admirou isso nele, né? Diferente do Daniel que era um mulherengo.
O Cleiton estava ficando com o pau cada vez mais duro, e eu o provoquei:
- Eu e a Aline tivemos um caso durante todos esses anos, escondidas de você! O que é que merecemos? Você tem vontade de nos punir, por te fazer de corno?
- Do que você tá falando Adriane?
Eu fiquei de quatro, me oferecendo para o Cleiton.
- Vem aqui, vem! Descontar sua raiva!
Ele veio e me pegou de quatro, começou a socar com tudo, enquanto dava uns tapas na minha bunda. Nunca tinha sentido o Cleiton socar tão forte e tão no fundo!
- Sua puta, cachorra , piranha! Safada! – Disse ele descarregando a raiva
Quando o Cleiton deu uma parada eu peguei a Aline pela mão e fiz ela ficar de quatro também:
- E a Aline também merece levar pau de quatro?
- Eu nunca te traí Adriane, desde que te conhecemos você tem sido minha única mulher!
Eu fui bem perto do ouvido do Cleiton e falei:
- Eu estou te autorizando a matar sua vontade de comer a Aline! Ela está de quatro te esperando.
Cleiton hesitou por um momento.
- O que você está esperando Cleiton? – Eu já disse que te autorizo!
A partir daí ele não resistiu mais, foi com tudo para cima da Aline, meteu com mais força e mais raiva ainda, enquanto agarrava Aline pelos cabelos:
- Aline, você é uma gostosa, safada! Toma pau de quatro vagabunda!
Aline gemia loucamente. Ah! Aqueles gemidinhos dela me deixavam excitada!
Cleiton socava tão forte e suava tanto que pensei que teria um ataque cardíaco. Até que uma hora ele deu um grito e gozou com muita abundância!
Depois pegou Aline com força pelos cabelos, fez ela se virar de frente e colocou o pau em sua boca, fazendo-a chupar.
- Agora sim nós estamos com cem por cento de honestidade, você sempre quis comer a Aline, sempre quis um boquete dela.
- A Aline é uma gostosa! Sempre foi uma tentação sim! – Disse Cleiton quase sem fôlego, mas eu jamais te trairia Adriane!
Ele se deitou do outro lado da cama, tentando se recuperar, enquanto eu abracei Aline e começamos a trocar beijos.
Depois de algum tempo com a Aline, notei que o Cleiton já estava mais descansado, e o pau voltava a dar sinal de vida.
Convidei a Aline e nós duas fomos fazer um boquete. O Cleiton adorou ser chupado em dupla, e o pau dele ficou duríssimo.
Ele estava deitado de costas na cama, com aquela rola apontada para cima ... não tive dúvidas, sentei em cima e comecei a cavalgar.
A Aline sentou no rosto dele oferecendo a bocetinha para ele chupar.
Assim fiquei frente a frente com a Aline. Eu sentado no pau do Cleiton, de frente para ela que estava sentada no rosto dele.
Aproveitamos para trocar carícias, ela acariciava meu cabelo e rosto , e eu retribuía, até que unimos nossas bocas em um beijo bem gostoso.
No exato momento que beijava boca da Aline, senti o Cleiton ejaculando fortemente dentro de mim.
Naquele momento senti que meu pedido foi atendido, algo que eu queria há algum tempo, formar um trisal.
Depois daquela sessão de sexo, a conversa foi bem diferente do que eu imaginava antes.
O Cleiton disse que poderíamos fazer um teste, por algum tempo com a Aline morando conosco, para ver como seria. Nós todos concordamos.
No dia seguinte fui com a Aline no apartamento que ela morou com o Daniel para pegar o restante dos objetos pessoais dela. O Daniel já tinha retirado a parte dele e se mudado para um flat. O apartamento estava sendo colocado a venda junto com os móveis, que eram todos planejados.
Depois de pegarmos tudo que faltava, quando já estávamos saindo novamente encontramos a D. Rosa. Só que desta vez a Aline estava feliz, sorridente.
No elevador novamente ela olhou com aquela cara de nojo e fez um comentário provocativo:
- Nossa Aline, para quem acabou de se separar você está alegrinha demais, não acha?
Só que desta vez a Aline não iria ficar quieta:
- Nossa Rosa, para quem não paga minhas contas você está se metendo demais na minha vida, não acha?
- Olha Aline, na minha época ...
- Ah, vê se cala sua boca. Não vem com esse papo furado de “na minha época”! Eu não tenho paciência para suas baboseiras!
- Menina, você me respeite!
- Respeito é uma via de mão dupla D. Rosa, só devo respeito a quem me respeita!
- A juventude de hoje tá perdida mesmo!
- Perdida tá você , ô velha recalcada! Filha da puta!
Eu estava adorando a Aline respondendo para D. Vera, mas fiquei feliz que a porta do elevador abriu e pudemos sair.
- Do que você me chamou Aline! Repete! Eu te processo menina!
- Ah! D. Vera, quer saber!? Quer processar alguém? Vai processar a puta que te pariu!
Saímos do elevador indo em direção ao portão de saída, e a Aline ainda se virou para trás mais uma vez e disse:
- Ou então processa o meu dedo! – Falou mostrando o dedo do meio
Fiquei surpresa com sua atitude, Aline nunca foi de xingar, mas ela estava com muita coisa entalada.
Começamos o trisal, e estava funcionando bem, a Aline cuidava de tudo na casa enquanto trabalhávamos, logo ela terminaria o curso e tentaria uma vaga como corretora de imóveis.
Mas a melhor noticia para mim foi que comecei a sentir alguns indicativos de que eu estava grávida. Não quis contar para ninguém, decidi primeiro fazer os exames para ter certeza.
O dia que estive na clínica para receber o resultado positivo, foi um dos mais felizes na minha vida.
Lembro que cheguei em casa radiante, meu sorriso mal cabia no rosto. Segurava firmemente os resultados dos exames, como se fossem um tesouro. Estava tão ansiosa para compartilhar a notícia, que estava quase passando mal.
Entrei em casa, respirei fundo, o coração acelerado, comecei a chamar pela Aline:
- Aline! Aline, onde você está? Tenho uma ótima notícia!
A casa, por um momento, pareceu vazia. Continuei chamando enquanto meus olhos percorriam cada canto, esperando que Aline aparecesse. Passados alguns minutos, que pareceram uma eternidade, Aline finalmente surge na minha frente, perguntando o que tinha acontecido.
Não me contive, corri até ela, dei um abraço apertado, e quase não conseguindo falar, com a voz embargada pela emoção, explodi em alegria:
- Eu estou grávida, Aline! Eu consegui, eu estou grávida!
Aline abriu um sorriso, retribuiu o abraço com força. Seus olhos brilhavam, ela encostou sua testa na minha, em um gesto de cumplicidade e carinho, lágrimas começaram a escorrer de seu rosto:
- Eu sabia que você ia conseguir. Sempre soube.
Ainda mais emocionada, respirei fundo e olhei para Aline com seriedade:
- Eu espero que esse bebê chegue em um mundo melhor. Eu sei que não fui o maior exemplo de integridade, mas eu quero ensinar a ele ou a ela os princípios mais importantes: honestidade, perdão e diversidade. Isso não é apenas sobre ter um filho, Aline. É um renascimento para mim, serei uma nova mulher daqui pra frente!
Aline ainda chorando, com delicadeza se ajoelhou e beijou minha barriga em um gesto de amor.
Eu estava transbordando de emoção, comecei a chorar sem parar, a maquiagem borrou. Tive de ir ao banheiro para lavar o rosto e respirar fundo.
Ao entrar, porém, algo chamou minha atenção. Sobre a pia, vi um teste de gravidez usado, com o resultado positivo. Peguei com as mãos trêmulas, tentando assimilar o que aquilo significava.
Sem dizer nada, voltei à sala. Aline estava lá, ainda sorrindo.
Olhei para ela, e naquele momento não precisávamos de palavras, ela apenas balançou a cabeça, fazendo sinal de “sim”. Sem uma palavra me aproximei, abaixei-me e com todo o carinho beijei suavemente a sua barriga.
FIM
“E a gente vive junto
E a gente se dá bem
Não desejamos mal
A quase ninguém
E a gente vai à luta
E conhece a dor
Consideramos justa
Toda forma de amor”
Toda a Forma de Amor – Lulu Santos