Estávamos num barzinho perto de casa, eu e Pedro, só nós dois. Tínhamos combinado de tomar uma cerveja e bater um papo. Entre um gole e outro, o assunto acabou inevitavelmente girando em torno das nossas esposas, Luana e Luiza.
Pedro abriu o jogo primeiro:
– Cara, vou te falar, a Luiza é incrível. Não só como parceira de vida, mas no geral, sabe? Ela tem um jeito que encanta qualquer um.
Eu ri, sabendo exatamente do que ele estava falando.
– Não tem como discordar, Pedro. A Luiza é realmente especial. Mas olha, vou te dizer, você tem muita sorte. A Luana vive elogiando como você é atencioso e sabe conduzir tudo... Tanto no dia a dia quanto nesses nossos acordos, entende?
Pedro sorriu, meio sem jeito.
– É bom ouvir isso, cara. Eu também sou só elogios à Luana. Ela é linda, inteligente e sabe exatamente como fazer a gente se sentir à vontade. Acho que a gente tem algo especial entre os quatro, né?
– Sem dúvida. Mas o segredo disso é que tudo tem que ser feito com muito cuidado, Pedro. Acho que é por isso que tá dando certo até agora. A gente conversa, respeita, combina tudo antes... É um alívio não ter dúvidas ou inseguranças.
Pedro concordou, tomando mais um gole de cerveja.
– É isso mesmo. E vou te falar, Jonas, Luiza tem uma admiração muito grande por você. Ela sempre comenta como você transmite segurança, mesmo com seu jeito mais reservado. Ela diz que é algo que a cativa.
Aquilo me pegou de surpresa. Dei um sorriso discreto e respondi:
– Fico feliz em saber disso. Mas, sinceramente, Pedro, isso também me preocupa um pouco. A Luana já me alertou pra gente tomar cuidado, sabe? Pra não confundir os sentimentos.
Pedro deu uma risadinha.
– Você tem razão, mas não se preocupa, não. A Luiza sabe separar as coisas. Ela ama a nossa dinâmica, mas o amor que ela sente por mim é inabalável. E, sinceramente, Jonas, eu sinto o mesmo pela Luana.
Aquilo me trouxe certo alívio, e retribuí o sorriso.
– Bom, que assim seja, então. Acho que a gente encontrou um equilíbrio raro, Pedro. Não quero que nada estrague isso.
Pedro ergueu o copo, fazendo um brinde:
– Aos quatro! E a tudo que ainda podemos explorar juntos, sempre respeitando os limites.
Brindamos, e naquela hora, senti que nossa amizade e parceria estavam mais fortes do que nunca.
Enquanto tomávamos mais um gole, resolvi puxar assunto de um jeito mais descontraído, dando uma risadinha:
– Ei, Pedro, vou te perguntar uma coisa... Você não ficou assustado com aquele brinquedinho da Luana, não? Aquele consolo com botão, que parece uma cobra bêbada?
Pedro engasgou de leve com a cerveja, mas logo deu uma gargalhada, tentando disfarçar o constrangimento.
– Ah, rapaz... Cada um com suas surpresas, né? Mas olha, vou te dizer, aquilo é uma obra de engenharia moderna!
Caí na risada junto com ele, balançando a cabeça.
– Vou te falar, Pedro, eu nunca deixei a Luana usar essas coisas comigo. Não passo desse nível de "abertura", se é que me entende. Mas, respeito quem tem coragem.
Pedro apenas deu de ombros e sorriu, sem entrar em detalhes. O clima ficou leve, e a conversa logo mudou de rumo, mas aquilo ficou martelando na minha cabeça.
Antes de eu prosseguir com a narração, queria saber algo de vocês:
– Me digam aí, vocês topariam deixar sua esposa te penetrar com um consolo que mexe pra todo lado, parecendo uma cobra bêbada?
Respondam aí nos comentários.
Cheguei em casa depois do barzinho com o Pedro, e Luana estava deitada no sofá, com aquela expressão tranquila que só ela tem. Sentei ao lado dela e puxei conversa, meio no automático, mas já querendo jogar papo fora.
– Sabe, Lu, o Pedro é um cara massa mesmo. A gente teve umas conversas legais hoje. Ele falou umas coisas sobre como ele e a Luiza lidam com o relacionamento deles, e vou te dizer, acho que somos sortudos por termos eles como amigos.
Ela sorriu, meio distraída, mas concordou.
– Pedro é incrível. Ele e Luiza têm uma sintonia muito boa. Dá pra perceber que eles se amam muito, mesmo com essas... digamos, "explorações" que a gente faz juntos.
Dei risada e balancei a cabeça.
– É, dá pra ver mesmo. Mas, mudando de assunto, já se organizou com a Luiza sobre a hospedagem pra virada de ano?
Luana levantou a cabeça, animada, e respondeu:
– Já tá tudo certo! Reservei dois apartamentos no mesmo andar, um pra gente e outro pra eles. O hotel não é bem na praia, sabe? Pra economizar um pouco, é um pouco afastado, mas nem tanto. Dá pra chegar rápido de carro. E o melhor, tem umas casas de diversão noturna por perto, caso a gente resolva sair e... sei lá, se divertir.
– Três ou quatro dias? – perguntei, só pra confirmar.
– Quatro dias. Dá pra aproveitar bastante.
Assenti, satisfeito. Era bom saber que ela tinha cuidado de tudo. Luana sempre foi organizada com essas coisas, e eu confiava nela pra planejar essas viagens.
Enquanto eu estava ali, pensando no que mais tinha pra resolver, Luana se levantou e foi até o quarto. Voltou de camisola, daquele jeito que me fazia esquecer qualquer preocupação. Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, ela veio direto pra cima de mim, sentando no meu colo e me beijando daquele jeito que só ela sabia.
– Para de pensar tanto, Jonas. – disse ela, sorrindo. – Vai ser uma virada de ano incrível.
Eu sorri de volta, segurando-a pela cintura. Não tinha como discordar.
Enquanto Luana continuava me beijando e sussurrando coisas que faziam meu corpo esquecer o cansaço do dia, minha mente, traiçoeira como sempre, começou a trabalhar por conta própria. Eu sabia que, quando Luana e Luiza se juntavam, alguma coisa estava sendo tramada. Não era só sobre a hospedagem ou o hotel afastado da praia – tinha algo mais por trás disso, algo que elas ainda não tinham me contado.
Aquela fala da Luana sobre as "casas de diversão noturna" ficou martelando na minha cabeça. Ela tinha dado um jeito de mencionar isso de um jeito casual demais, quase como quem não quer nada. E Luiza... bom, eu já tinha notado como ela estava ainda mais entrosada com a Luana nas últimas semanas. As duas andavam trocando risadinhas e cochichos quando achavam que eu ou Pedro não estávamos olhando.
Dei um suspiro leve enquanto segurava Luana pela cintura. Ela estava ali, linda, sorrindo, e eu deveria estar aproveitando o momento. Mas, ao mesmo tempo, aquele incômodo não saía da minha cabeça.
'O que essas duas estão planejando?", pensei, sentindo um calafrio. Não era ciúmes – nunca foi sobre isso. Mas o fato de que, nessas ideias delas, eu sempre era o último a saber me deixava desconfortável. Como se elas já tivessem combinado tudo e só estivessem esperando a hora certa pra soltar a bomba.
Voltei minha atenção para Luana, que continuava com aquele olhar despreocupado e confiante, como se o mundo estivesse exatamente como ela queria. Suspirei mais uma vez, tentando afastar o pensamento. "Seja lá o que for, vou descobrir. E espero que eu esteja preparado."
