OBSERVAÇÃO: O capítulo abaixo descreve de forma rápida a ideia inicial do conto a ser construído. Para tal, peço gentilmente a opnião dos leitores sobre o desenvolvimento da história. Aguardo feedback.
Jorge e Pietro estavam juntos há nove anos. O relacionamento dos dois começou de forma intensa, movido pela paixão e pela cumplicidade que compartilhavam desde o início. Jorge era um homem reservado, de cabelos escuros e sempre com a barba bem feita, dedicado à academia, o que lhe conferia um físico atlético. Já Pietro, mais alto que Jorge, tinha cabelos cor de mel que refletiam a luz do sol e um corpo esculpido pelas braçadas incansáveis na piscina. Apesar das diferenças, a harmonia entre eles era evidente. Enquanto Jorge era introspectivo e prático, Pietro era expansivo, trazendo leveza e energia à relação.
O cotidiano deles era confortável, mas ambos começaram a sentir que algo estava faltando. As conversas, antes repletas de planos e sonhos, começaram a orbitar em torno da sensação de que precisavam de algo novo, algo que renovasse o propósito que os unia. Foi Pietro quem primeiro verbalizou o que ambos já sentiam: “E se ampliarmos nossa família?”
A ideia de adotar um filho cresceu rapidamente em suas mentes. Jorge, com sua postura pragmática, pesquisou sobre os processos, as etapas legais e os desafios emocionais que poderiam surgir. Pietro, com sua empolgação característica, já imaginava os momentos de alegria e as mudanças que a presença de um filho traria para suas vidas. Juntos, embarcaram nessa jornada.
As primeiras visitas a orfanatos foram emocionantes e desafiadoras. A realidade das crianças sem família tocou profundamente o coração de ambos. Entre encontros e histórias de vida que ouviram, foi em um orfanato estadual que conheceram Ravi.
Ravi tinha 18 anos e um olhar que carregava tanto dor quanto esperança. Seus pais haviam falecido em um acidente de carro quando ele era mais novo, deixando-o sozinho em um país que não era seu de origem. Mesmo assim, ele mantinha um sorriso tímido e uma inteligência marcante, que capturaram imediatamente a atenção de Jorge e Pietro. Enquanto Jorge era atraído pela resiliência de Ravi, Pietro se encantava pela sua forma de enxergar o mundo, cheia de curiosidade e vontade de crescer.
Foi durante uma dessas visitas que a diretora do orfanato os chamou para uma conversa particular. “Ravi é um jovem maravilhoso,” começou ela, com um tom sério. “Mas, como vocês sabem, ele já completou 18 anos. Em pouco tempo, não poderemos mais abrigá-lo aqui. Nossa política não permite que jovens adultos permaneçam após essa idade.”
A notícia caiu como uma pedra sobre o casal. Jorge sentiu um nó na garganta, enquanto Pietro imediatamente segurou sua mão, buscando força. O pensamento de Ravi sendo forçado a enfrentar o mundo sozinho, sem um suporte familiar, era insuportável. “Nós não podemos deixá-lo assim,” disse Pietro com determinação enquanto saíam do escritório. Jorge apenas acenou em concordância, seu silêncio carregado de emoção.
“Ele tem algo especial,” comentou Jorge durante a viagem de volta para casa. Pietro concordou em silêncio, um sorriso de aprovação iluminando seu rosto. Ambos sabiam que Ravi não era uma escolha aleatória; era alguém que poderia completar a lacuna que sentiam em suas vidas.
Nas semanas seguintes, Jorge e Pietro dedicaram-se a estreitar o vínculo com Ravi, visitando-o regularmente e conhecendo mais sobre sua história e seus sonhos. Ravi, por sua vez, parecia florescer sob a atenção e o carinho que recebia, algo que há muito lhe faltava. Não demorou para que a adoção fosse oficializada, transformando Ravi em parte oficial daquela família.
Enquanto voltavam do fórum após assinarem os papéis, Pietro olhou para Jorge e disse, com uma mistura de alívio e felicidade: “Agora somos três.” Jorge sorriu, segurando a mão de Pietro. Sabiam que novos desafios e alegrias os aguardavam, mas estavam prontos para enfrentá-los juntos.
