Personagens do Signo:
DIANA (https://postimg.cc/rKYwK8Xk)
Outros Personagens:
CID@
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PRISCILA
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YONE
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Características Signo: Ambicioso, Pessimista, Disciplinado, Responsável, Pragmático, Estável, Seguro, Visionário
Elemento: Terra (Racional)
Continuando ...
[ADOLFO (POV)]
Eu estava no meu quarto, deitado em minha cama, querendo dormir mais um pouco, mas o meu celular não queria deixar. Fui olhar as notificações e havia várias ligações da Tati.
Na certa, aconteceu alguma merda com ela e eu sou, mais uma vez, o responsável por desgraçar a vida de alguém. Provavelmente Diana demitiu a melhor amiga... isso se não fez coisa pior ... Melhor ligar pra ela.
Adolfo – Oi, Tati. Tudo bem, contigo? O que houve? Algum Problema?
Tati – Oi, Adolfo. Aqui está uma loucura. Você nem imagina o que aconteceu ... Eu queria conversar contigo pessoalmente, mais tarde, pode ser?
Adolfo – Não acredito que você vai desligar assim, sem me dizer alguma coisa ... Diana te mandou embora?
Tati – Eu realmente não posso falar agora. Profissionalmente falando, está tudo bem, mas emocionalmente estou destruída. Aparece lá em casa mais tarde.
Adolfo – Não sei se hoje eu consigo, por conta dos meus filhos. Mas eu te ligo e marcamos de conversar, o mais rápido possível, ok ?
Tati – Tá bom, só não demora para me ligar.
Nos despedimos e eu fiquei tentando imaginar o que tinha acontecido. Pensei em várias coisas, mas somente suposições. Foi então que eu recebi uma ligação de um número desconhecido e fiquei em dúvida se eu atendia ou não ... Resolvi atender.
Megumi – Bom dia, Adolfo. Aqui é a Megumi, esposa do Ariano.
Adolfo – Olá, Megumi. Bom dia. Você já sabe do meu problema? Tem como me ajudar?
Megumi – Tenho sim. A Alba me disse que você precisa invadir um celular.
Adolfo – Isso! Quanto tempo você precisa?
Megumi – Sabe dizer se é Android ou iPhone?
Adolfo – Não sei.
Megumi – Então, torça pra ser Android.
Adolfo – Eu vou pegar o celular entre hoje e amanhã. Você tem como vir pra cá? – Ainda bem que não confirmei de conversar com a Tati. Pensei.
Megumi – Vai ser difícil, mas eu posso fazer quase tudo de forma remota. Vou te dar um endereço e você leva o celular nesse local e entrega pro meu primo.
Adolfo – Ok. Assim que eu conseguir o celular, eu levo para ele.
Desliguei e, em seguida, recebi uma mensagem com um endereço, que ficava no centro da cidade. Agora era só pegar o celular do moleque e torcer pra aquela “nerd” conseguir resolver o problema.
Fui até a cozinha tomar um café e meus filhos já haviam saído pra escola. Eu tinha que resolver o problema do Jonathan o quanto antes e assim que ele chegasse em casa, eu iria falar pra ele chamar o Luizão pra jogar videogame.
Liguei pro César, pra saber como estavam as coisas na empresa, pois eu me desliguei completamente do trabalho. Ele disse que estava tudo bem e aproveitou pra marcar um dia pra gente sair, mas eu disse que estava meio complicado e contei para ele tudo o que havia acontecido entre eu e a Tati, e principalmente sobre a viagem da Diana para o nordeste.
César – Cara, isso tudo é muito surreal. Parece que estou numa realidade paralela, porque ouvir você falando que transou com a Tati ... Cara ... a Tati ... a melhor amiga da Diana ... Isso é inacreditável ... e a Diana, uma das mulheres mais caretas e certinhas que eu conheço, pegando mulher, travesti, fumando maconha, haxixe e usando ecstasy ... Na moral, isso é alguma falha no código da Matrix ...
Adolfo – Lá vem você com esse papo de doido.
César – Não tem explicação, meu amigo ... Só pode ser um erro na Matrix.
Adolfo – O fato é que eu e Diana acabamos mesmo. Eu ainda amo aquela mulher, mas agora ... – Suspirei fundo... – sabe quando você se decepciona com alguém? Eu cansei, meu amigo! Ela não vai me perdoar nunca e agora ainda tem essa viagem doida que até drogas rolou, César! Drogas!!! Cara ... Ela nunca usou drogas e nessa viagem, usou várias ... Diana virou outra pessoa. Até o visual dela está diferente. Está mais linda do que nunca, mas não é mais a Diana que eu conheci e me apaixonei.
César – Você tem que virar esta página, meu amigo! Pensar nela só vai te fazer mal, mas me conta uma coisa ... Agora nós temos uma mulher em comum, hahahaha. Me conta como foi com a Tati?
Adolfo – Cara, a Tati é foda! Puta que pariu! Você estava certo sobre aquele papo de mulher negra ... pelo menos em relação a Tati ... Cara, a mulher é um vulcão!
César – Eu sei, eu sei ... Ah, Tati ... Que saudade ... Eu te disse, Dodô... Mulheres negras... Aliás, era pra você já saber disso... Não quis comentar da outra vez, mas você se esqueceu da Keyla?
Adolfo – A Keyla nem conta... Eu não estava sóbrio o bastante pra poder me lembrar, mas com a Tati...
César – Aquela mulher bagunçou minha cabeça... Uma das melhores transas da minha vida...
Adolfo – Ela me chamou pra ir à casa dela, mas sei lá ...
César – Porra, cara! Por que a dúvida? Você, Diana e Tati já “descaralharam” a porra toda ... O que mais você tem a perder? Pau no cu das duas, Adolfo! Aproveita, meu amigo. Na Diana, figurativamente e na Tati, literalmente.
Adolfo – Pensando por esse lado, acho que você está certo.
César – Já pensou se a gente sai, nós três?
Adolfo – Você tá louco?
César – Tô brincando ... Vou te falar uma coisa, e não fica puto comigo! A Diana agora é sua ex, certo? Tá liberado pegar?
Adolfo – Se você quiser continuar a ser meu amigo, ... não.
César – Você pegou a Tati, sabendo que eu já tinha ...
Adolfo – Mas não era nada oficial, pelo que você me disse. – Interrompi César, antes que a conversa ficasse estranha.
César – Porque ela não quis ... Tati é uma mulher incrível, mas ela não quis compromisso comigo. Disse que eu era muito ciumento.
Adolfo – Mudando de assunto, César, acho que daqui uns 15 dias, no máximo um mês, eu já posso voltar a trabalhar. Cansei de ficar sem fazer nada.
César – Tem certeza?
Adolfo – Acho que sim ... Eu agora estou com a cabeça no lugar e mais conformado com a situação.
César – Ok. Porque eu preciso muito de você, meu amigo.
Adolfo – A galera já está sabendo?
César – Alguns ... mais ou menos. Eu evito comentar, quando me perguntam, mas todo mundo já sabe que você e ela estão numa crise e que estão em vias de se separar.
Adolfo – Obrigado por tentar ser discreto, mas agora não há mais motivos pra esconder. Só não quero que saibam todos os detalhes e tudo que aconteceu.
César – Aqui pra nós, meu amigo ... Me conta uma coisa ... Por que você traiu a Diana?
Adolfo – Se eu soubesse, eu te respondia ... Até hoje eu não consigo entender como eu fui capaz de fazer aquilo com ela. A única resposta que eu tenho, é que eu acabei bebendo de estômago vazio e o álcool subiu rápido pra cabeça. A verdade, meu amigo, é que eu fui um fraco.
César – Entendo ... Quando a gente acaba bebendo demais, faz coisas que até Deus dúvida. A bebida faz a gente perder a inibição ... às vezes, mostra quem a gente realmente é. Desculpe a sinceridade.
Adolfo – Talvez ... Enfim, chega desse assunto, que eu não quero mais sofrer. Diana é página virada da minha vida. Foi uma história linda, que eu acabei destruindo e agora quero construir outra história.
César – Assim é que se fala! Rapidinho você arruma outra, mas vê se aproveita antes a solteirice. Vive a vida durante um ano ou dois e aí você procura alguém.
Adolfo – Vou fazer isso.
Me despedi dele e me preparei pra executar o plano de pegar o celular do Luizão. Eu já sabia o que fazer e estava, mais ou menos, tudo esquematizado na minha cabeça, com possíveis variações, dependendo de como o safadinho agisse.
Vi uma notificação de ligação perdida no celular e era a Diana. Liguei de volta, sem saber o que esperar. Na certa era pra me xingar mais um pouco.
Adolfo – Oi, Diana ...
Diana – Oi, Adolfo. Eu não posso me demorar, porque estou meio enrolada. Eu vou ter que viajar novamente. Será que teria problema, em você cuidar das crianças durante mais um tempo?
Adolfo – Outra viagem?
Diana – Dessa vez é profissional. É um curso de aperfeiçoamento pra CEOs, nos EUA. Creio que deve durar uma semana ou duas.
Adolfo – O Jonathan vai ficar triste.
Diana – Eu sei, mas não tem outro jeito ... Tem mais uma coisa ... No futuro, evite ficar com as minhas amigas ... Tem tanta mulher no mundo pra você comer ... Se você fizer isso, de novo, eu vou achar que você está fazendo de sacanagem, entendeu? Como se fosse um ataque pra me atingir.
Adolfo – E se eu me apaixonar por uma de suas amigas? Essas coisas acontecem.
Diana – Só acontecem em livros e filmes ...
Ela ficou um tempo em silêncio, mas a ouvi respirando fundo e em seguida continuou a falar:
Diana – Adolfo, não me faça perder a paciência, porque eu hoje tive que romper relações com a minha melhor amiga por conta do que vocês fizeram. Não tinha outra atitude que eu pudesse tomar. Entendeu?
Fiz uma pausa e mudei de assunto, antes que as coisas piorassem mais.
Adolfo – Vai viajar com o Ariano?
Diana – Esquece o Ariano ... Estava falando um assunto sério sobre a gente e você traz o Ariano pra conversa ...
Adolfo – Foi você que disse que não deveríamos nos falar mais, e aí liga pra mim em menos de 48 horas.
Diana – Liguei pra falar sobre nossos filhos e avisar que vou viajar.
Adolfo – E já emendou no assunto Tati ... Quer saber ... Eu fico com quem eu quiser e a culpa não foi minha.
Diana – Tá vendo por que a gente não pode conversar? Você não era assim comigo ... Agora se tornou um grosso e ignorante. Não consegue nem entender o que eu estou passando.
Ela desligou o telefone e eu comecei a rir do comentário que eu tinha feito para ela, mas logo depois, eu me senti mal. Era uma oportunidade pra tentar ao menos termos uma relação civilizada, mas eu joguei gasolina na fogueira.
Será que ela iria viajar com o Ariano? É foda, mas eu tenho que aceitar, que isso não é mais problema meu ... Que se fodam os dois que agora eu vou cuidar da minha vida.
Mesmo assim, eu precisava conversar com a Tati. Ela devia estar muito mal, mas, ao mesmo tempo, eu não queria piorar mais a situação. Meus filhos já tinham sido avisados da viagem repentina da mãe e reclamaram, mas não havia nada que eu pudesse ter feito. Tratei logo de mudar o meu foco, porque, em pouco tempo, o garoto safado iria chegar e eu tinha que manter o controle e resolver logo o problema.
Na minha cabeça estava tudo planejado e com vários planos de contingência. Eu não era muito bom nisso, mas após anos de convivência com a Diana, vendo a rotina de trabalho dela, aprendi um pouco sobre planejamento e como resolver problemas, criando alternativas, prevendo possíveis falhas.
Jonathan – Pai, o Luizão chegou ... – Disse o meu filho meio desanimado.
Adolfo – Filho, eu estarei sempre perto e ele não vai fazer nada contigo, eu estando aqui. Fica tranquilo.
Ouvimos a campainha e meu filho foi abrir a porta. Luizão era magrelo e bem alto. O garoto tinha uma certa beleza, não vou mentir, e tentava ser cordial comigo e com a Suzy. Inclusive, não contei o meu plano a ela, pra não levantar suspeitas. Quanto menos ela soubesse, melhor. Não sei se ela iria agir diferente com o moleque, colocando tudo a perder.
Luizão – E aí, tio? Tudo bem, contigo? – Falou o moleque, apertando a minha mão.
Adolfo – Estou sim ... e você?
Luizão – Tô de boa. E aí, Suzy? Tá meio sumida, quase não fala mais comigo, mas quero agradecer por ter me convidado pra sua festa. Melhor festa do ano! Me dei benzão, hahahahaha. – Gargalhou o garoto, sentando-se no sofá, com as pernas abertas.
Suzy – Tô sabendo ... Que bom que gostou.
Luizão – O que eu posso fazer? As “minas” me adoram ... Fiquei com a Pamela, Alexia, Kamilly e fechei a noite com a Lucinha.
Suzy – Fiquei sabendo que ela dormiu na sua casa.
Luizão – Meu pai tava de plantão e a minha mãe tava na casa da minha avó. Foi perfeito! – Falou Luizão, piscando o olho pra minha filha e em seguida piscou pro Jonathan.
Apesar de ser um pouco marrento e ficar contando vantagem, Luizão ainda era um adolescente e, do jeito que interagia, pelo menos ali na minha presença, mostrava que era um rapaz igual a tantos outros, talvez um pouco folgado, mas eu sabia que aquilo tudo era uma fachada, e que tinha mais coisa por trás daquele ar despojado.
Luizão – E aí, Jonathan? A gente vai jogar ou não? Estou doido pra te comer na porrada com o Sub-Zero.
Jonathan – Hahahaha, vai sonhando. Sou eu quem vai te dar um fatality ...
Eles ficaram se provocando, até que foram pro quarto do Jonathan e eu fui preparar um lanche pra eles.
Suzy – Pai, você vai deixar os dois sozinhos no quarto? – Perguntou minha filha, preocupada.
Adolfo – Daqui a pouco eu irei lá, filha. Melhor você dar uma volta e deixar tudo por minha conta.
Eu não devia ter falado daquela forma. Minha filha me conhece muito bem e sacou algo diferente.
Suzy – O que você está aprontando? – Perguntou minha filha com aquele olhar, que parecia enxergar a minha alma.
Adolfo – Nada, filha ... Só quero passar mais um tempo com esse Luizão e ver se posso construir uma relação de amizade com ele.
Suzy – Você quer virar amigo dele? Até uns dias atrás queria dar um corretivo e meter a porrada no garoto.
Adolfo – Pois é filha, aquilo foi no calor do momento. Não se resolve nada na base da violência. – Falei de forma serena, tentando disfarçar as minhas intenções.
Suzy – Ver o senhor falando assim, tão calmo, me deu até um arrepio. Te conheço muito bem ...
Adolfo – Fica “de boa”, filha. Vai dar uma volta, que a gente vai ter uma reunião só de macho aqui em casa, kkkk.
Dei um beijo em minha filha e praticamente a expulsei de casa, falando pra ela voltar mais tarde. Voltei ao preparativo do lanche e fui até o quarto levando uma jarra de suco e uns sanduíches, porém antes de entrar fiquei escutando a conversa dos dois.
Luizão – ... Peguei ela de jeito, Jonathan! A mina é muito delicinha. Se você colar comigo, eu “boto” ela pra tirar o teu cabaço.
Jonathan – Como assim? Não entendi ...
Luizão – Eu estava pensando melhor naquilo que a gente conversou e não quero te botar pressão. Por isso vou te fazer uma oferta muito melhor.
Jonathan – Que oferta?
Luizão – Se você chupar a minha rola e me der o toba, eu te arranjo qualquer mina pra você comer. Pensa bem ... Eu já ia te comer, mais cedo ou mais tarde, só que você ia ficar puto comigo e eu não quero perder a sua amizade. Dessa forma pelo menos, você vai ganhar a mina que você quiser e a gente vai curtir muito juntos.
Jonathan – Qualquer garota?
Luizão – Maneira de falar ... Qualquer garota fica difícil, mas eu tenho um cardápio bem diversificado pra você escolher. Fala uma “mina” que você gosta.
Jonathan – A Layla, mas ela nem me dá confiança.
Luizão – A Layla pode ser complicado, mas a Karol ou a Pamela são bem “de boa”. Que tal uma delas? Ou as duas ... Já pensou?
Jonathan – Eu queria a Layla ...
Luizão – Tá apaixonadinho, né? Cara, a Layla é muito patricinha ... Você não vai arrumar nada ali ... Eu já tentei e não consegui.
Jonathan – Pô, Luizão ...
Luizão – Prometo não tentar nada com ela, até porque ela é muito chata e tem outras que são muito mais fáceis de pegar.
Jonathan – Você comeu a Lucinha naquele dia?
Luizão – A Lucinha e a Pamela. Olha só as fotos e os vídeos que a gente fez.
Em seguida comecei a escutar sons de gemidos e decidi que já era hora de aparecer.
Adolfo – Filho, me ajuda aqui com o lanche! – Ele veio em seguida e eu falei com ele, bem baixinho. – Está vendo esses dois sanduíches aqui cortados em triângulo? Não come, tá bom?
Ele fez um gesto afirmativo com a cabeça e pegou o prato com os sanduíches, me deixando só com a jarra do suco. Entramos no quarto e Luizão estava jogando vídeo game.
Adolfo – Perdeu, sou eu ... – Falei todo animado, tentando uma aproximação.
Luizão – Você sabe jogar, tio? – Perguntou o garoto, meio incrédulo.
Adolfo – Joguei muito no Fliper ...
Luizão – O que é Fliper?
Adolfo – Deixa pra lá ... Eu sou fera com o Scorpion.
Luizão – Quero só ver ... Jonathan, vou arregaçar o seu pai aqui. – Falou Luizão, todo marrento, querendo tirar onda comigo.
Jonathan – Eu vou comer então ...
Luizão – Deixa um pra mim, pelo menos.
Fiquei jogando com o moleque, mas, de vez em quando, eu olhava pro celular dele em cima da cama do meu filho. Acabei perdendo e fui para a sala, dando a desculpa de que iria ver algum filme, mas quando eu voltava no quarto, ficava de olho no celular dele. Numa das vezes que eu fui lá, senti que meu filho estava um pouco envergonhado e tentei sondar o motivo.
Luizão – O Jonathan tá assim porque perdeu uma melhor de três e a gente jogou apostando, kkkk. – Gargalhava o moleque marrento.
Adolfo – Caramba, Jonathan! Já falei pra você não ficar nessa de aposta ... O que você perdeu? – Perguntei bem sério ao meu filho.
Luizão – Nada não, tio! Nem vou cobrar ... Se o senhor fizer mais um sanduba pra mim, fica tudo certo. Tava uma delícia aquele molho. – Falou Luizão sorrindo e piscando pra mim.
Adolfo – Pode deixar que eu vou caprichar no molho. É um pouco picante, mas é gostoso, né?
Luizão – Demais ... Tava muito bom. – Elogiou o safado, esfregando as mãos na barriga.
Adolfo – Eu vou fazer mais suco também e mais uns dois sanduíches pra você.
Luizão – Tá ótimo ... Tio, tá muito calor aqui, posso tirar a camisa?
Adolfo – Tranquilo. Só está a gente aqui. Suzy deu uma saída.
Saí do quarto pra preparar mais uma rodada de lanches e agora era só esperar mais um pouco ... A minha vontade era tocar uma punheta e gozar no sanduíche daquele moleque pra ele experimentar o “meu molho”, mas achei melhor não fazer isso.
Após mais uma rodada de lanches, fiz mais suco, porque, dessa vez, eu dei uma exagerada no molho à base de pimenta caiena e pimenta calabresa. Momentos depois, a oportunidade surgiu.
Luizão – Tio, onde fica o banheiro? Acho que o negócio tava muito apimentado dessa vez. Não desceu bem, não ...
Adolfo – Só seguir o corredor e virar à esquerda.
Assim que ele saiu, comecei a rir e meu filho perguntou o motivo. Expliquei a ele que tinha colocado purgante no sanduíche e que agora devia estar fazendo efeito.
Jonathan – Vamos pegar o celular dele!
Adolfo – Agora não, filho! Vai por mim ... Ele ainda vai voltar pro banheiro umas duas ou três vezes ... Vamos continuar a jogar, como se nada estivesse acontecendo.
Assim fizemos e uns minutos depois, Luizão volta do banheiro e está bem suado. Ofereci uma toalha pra ele tomar banho, mas o moleque não quis.
Luizão – Tio, essa pimenta aí é boa, mas como diz o meu pai, ela arde na boca e pica no cu.
Eu e meu filho rimos do que ele disse, até porque eu falo isso também. Voltamos a jogar e conversar e, minutos depois, ele foi novamente ao banheiro e dessa vez eu segui com o plano.
Adolfo – Filho, cuidado com os pés ...
Peguei o celular do Luizão e coloquei no chão. Depois peguei a jarra de vidro e comecei a gritar, como se estivesse comemorando um gol e joguei a jarra com toda a minha força em cima do celular.
Nem se o equipamento tivesse um Gorila Glass mais resistente iria adiantar. A tela do aparelho trincou na hora e ainda ficou molhada de suco. Comecei a xingar, fingindo preocupação e, uns dois minutos depois, Luizão aparece no quarto todo preocupado com o barulho que ouviu.
Adolfo – Luizão, sinto muito ... Nem sei te dizer o que aconteceu. Eu tava jogando e pela primeira vez consegui dar um fatality. Na comemoração acabei pulando na cama e aí a jarra deve ter caído junto com o seu celular.
Luizão – Caralho, tio ... A tela do meu celular ... Que vacilo! – Falou Luizão, aborrecido e se controlando, provavelmente pra não me xingar.
Adolfo – Fica assim, não ... Pra tudo tem conserto. Eu conheço uma loja que consertam muito rápido e mesmo se não consertarem, te dou um celular novinho e melhor que esse. Fechou?
Luizão – Fazer o que, né? Acho que vou embora, tio. Tá me dando vontade de ir ao banheiro de novo e é melhor eu ir pra casa, pra não interditar o do seu apartamento.
Nos despedimos do Luizão e eu disse que hoje mesmo ainda levaria o celular pro conserto. Ele foi embora.
Jonathan – Pai, você é foda! Foi genial! – Disse o meu filho, abraçando-me, todo feliz.
Adolfo – Agora eu vou dar uma saída e você arruma essa bagunça ... e quando a Suzy chegar, manda ela dar uma geral no banheiro. Isso é pra vocês aprenderem a não fazer mais cagada. Deixa a cagada só pro Luizão. – Pisquei o olho pra ele, que sorriu, e dei um beijo em sua testa.
Peguei o celular, coloquei num saco plástico e levei pra loja que a Megumi havia me indicado. Eu estava feliz e confiante porque pelo menos alguma coisa estava dando certo.
[DIANA (POV)]
Eu ainda não estava acreditando no que o Adolfo havia falado pra mim. Me atacar daquela forma ... Fiquei remoendo a conversa mais um pouco, tentando entender, mas resolvi abstrair ... Eu tinha coisas mais urgentes e importantes a pensar e resolver, e depois eu iria tentar conversar com ele novamente.
Seria a terceira vez que eu pisaria em solo americano, mas era a primeira vez em Nova York. No mesmo dia que chegamos, fomos a um hospital e eu fiz exames de sangue e urina.
Aproveitei pra fazer outros exames e foi praticamente um dia inteiro perdido naquele hospital. Depois fomos para um prédio em frente ao Central Park e eu fiquei sabendo que Ariano tinha um apartamento, naquele local.
Diana – Flávia, em quanto tempo sai o resultado desses exames? – Perguntei a ela, mostrando ansiedade.
Flávia – Amanhã ou depois. Aqui não é o Brasil e tudo é muito mais rápido e eficiente.
Diana – Eu estou praticamente sem roupas. Só deu tempo de pegar alguns itens básicos. A sorte é que eu nem desfiz a mala da outra viagem. Só consegui pegar algumas coisas a mais, por conta da diferença de temperatura.
Flávia – Vamos fazer um lanche bem rápido e depois iremos às compras.
Diana – Quando iremos voltar pro Brasil? – Perguntei, mostrando novamente, ansiedade.
Flávia – Em uma semana, talvez um pouco mais ... Vai depender se você está ou não bichada, kkkk.
Diana – Credo!!! Isso é jeito de se falar?
Flávia – Como você quer que eu fale? Que você foi irresponsável? Você é uma mulher inteligente, Diana! Teve criação, fez faculdade ... Até a louquinha da Valeska só transa de camisinha e ela é uma verdadeira tarada.
Diana – Eu sei que exagerei.
Flávia – Às vezes, eu não entendo o Ariano ...
Diana – Como assim? Não entendi.
Flávia – Tirando a Letícia, se fosse qualquer uma das outras esposas que tivesse feito o que você fez, já estaria no olho da rua. As cláusulas no contrato são bem claras, mas você ... é a nova queridinha dele ... pode fazer tudo ...
Percebi uma certa inveja e ciúme, mas resolvi ficar na minha e não falei nada. Contudo, para mim, foi importante ouvir o que a Flávia falou sobre o meu comportamento e as atitudes do Ariano.
Flávia – ... Você nunca mais faça isso, Diana! – Disse Flávia, bem séria, apontando o dedo pra mim.
Continuei calada comendo um sanduíche, só ouvindo o pequeno sermão que ela me dava e assim que acabamos de comer, fomos às compras. Flávia tinha, em mãos, um cartão Black, igual ao que a Valeska usou na viagem ao nordeste e tanto ela, quanto eu, abusamos do coitado.
No início, fiquei meio constrangida, porque as roupas eram muito caras e eu estava determinada a falar com o Ariano para que descontasse o valor do meu salário, mas Flávia foi colocando na minha cabeça que isso não era necessário, e que, o que estávamos gastando ali, era “troco do pão” para o Ariano.
Em toda a minha vida, eu só tive uma lingerie da Victoria Secret que o Adolfo me deu de aniversário de casamento e agora eu tinha acabado de comprar meia dúzia. Uma mais linda que a outra e o preço era uma blasfêmia. Em torno de 500 reais a mais simples e a mais cara, passava de 1000 reais.
Flávia – Acho que você deveria ter comprado mais lingeries ... Essas aí não irão durar nada. – Disse Flávia, toda faceira, com um sorriso malicioso.
Diana – Por quê? Elas são de ótima qualidade!
Flávia – Ariano adora rasgar lingeries quando está muito excitado. Se prepara, porque isso é uma coisa que você vai ter que comprar, sempre.
Gastamos uma fortuna em roupas. Sem brincadeira, daria pra comprar um carro zero, com o que gastamos. Voltamos pro apartamento do Ariano e Flávia me perguntou se eu queria comer uma pizza. Era impressionante como todos conheciam os meus hábitos e predileções. Isso me assustava um pouco. Ter a vida observada como se fosse um Big Brother, era assustador.
Depois que comemos a pizza, por sinal, muito boa, Flávia me pediu pra experimentar as lingeries, que ela queria ver como iria ficar no meu corpo. Eu também estava com vontade de ver e fui ao quarto me trocar, enquanto Flávia ficou na sala.
Diana – Flávia, só agora que eu reparei que aqui só tem um quarto. Como iremos fazer?
Flávia – A cama é grande o suficiente pra nós duas ... Se você quer saber, dá pra dormir quatro pessoas com um certo conforto.
Comecei a me trocar e coloquei uma lingerie vermelha com transparência e bem cavada. Vestiu tão bem em mim, que parecia que havia sido feita sob medida. Desfilei pra Flávia e ela aprovou. Além da vermelha, comprei uma preta do mesmo modelo e comprei uma branca que era bem menor. Não tinha transparência, mas era bem pequena e atrás era quase fio dental.
Depois vesti uma lingerie de cor vinho e uma azul do mesmo modelo. Também tinha comprado uma preta, mais comportada, mas com transparência. Todas ficaram muito boas e Flávia também gostou. Quando eu estava colocando uma roupa de dormir, pra ficar mais confortável, recebi uma notificação no celular e vi que era uma mensagem do Ariano, querendo fazer uma chamada de vídeo. Terminei de me vestir e voltei para a sala.
Segundos depois, vimos o Ariano pela tela do celular, totalmente nu e com o pau duro.
Diana – Olha, que safado!!!
Flávia – Oi, meu amor! Tudo isso é pra Diana, ou tem um pouco pra mim, também?
Ariano – Você sabe que sempre tem pra todas. São quase 2cm pra cada uma de vocês ...
Flávia – Aí, meu amor, você é muito bobo!
Ariano – Estou falando sério! São mais de 22cm ... Tudo bem por aí?
Flávia – Aqui está tudo ótimo, e com você?
Ariano – Mais ou menos ... Estou me sentindo meio sozinho ... Vocês duas em Nova York, Olga e Valeska na capital, Agatha foi visitar os pais, Babi foi passar uns dias com a filha que está tendo muito enjoo, Jordana foi fazer uma divulgação pro canal UFC, em Brasília, a Letícia, eu nem sei onde está, e a Megumi está trancada no quarto fazendo um servicinho que eu nem sei ao certo o que é.
Flávia – Mas ainda tem a Alba, Ana Lúcia e a Martina ...
Ariano – Sim, sim, mas não é a mesma coisa.
Diana – Meu Deus, você é muito guloso!!! – Falei brincando, só pra provocá-lo.
Ariano – Você nem imagina!
Ele conversava com a gente, alisando a pica bem dura, em movimentos lentos, provocando nós duas. Eu estava com o olhar tão fixo nele, que nem reparei que Flávia tirou a roupa toda e só percebi quando senti o calor de seus peitos nas minhas costas e sua boca no meu pescoço.
Ariano – Isso, meu amor ... Mostra pra ela como se faz! Aperta o peito dela e depois chupa o biquinho. Isso!!! ALBAAAA!!! ALBAAAAAA!!!
O que estava acontecendo não era uma novidade para mim. Eu já tinha passado por mais do que aquilo, na viagem para o nordeste. Resolvi deixar rolar. Enquanto eu tinha os meus peitos sendo acariciados e chupados por Flávia, vejo que uma pessoa entra no quarto do Ariano e começa a tirar a roupa. É Alba, que logo fica de joelhos e começa a chupá-lo.
Flávia começou a tirar minha roupinha de dormir e voltou a beijar o meu pescoço, dando leves mordidas como se fosse uma vampira fogosa. Eu acabei não resistindo e comecei a tocar umazinha, pois o meu grelo já estava bem duro. Flávia também sente como ele está e enfia um dedo na minha buceta.
Flávia – Se eu tivesse certeza de que está tudo bem contigo, eu já estaria de boca nessa sua bucetona carnuda, mas hoje você terá só os meus dedos. – Disse a médica, vindo pra minha frente e beijando a minha boca com um selinho.
Ariano – Isso, Alba!!! Chupa bem gostoso, que hoje eu vou acabar com você.
Alba – Socorro, Fláviaaaa!!! Não aguento dar conta disso tudo sozinha ...
Nós rimos do jeito que ela falou e Flávia disse pro Ariano chamar mais gente.
Ariano – Hoje eu quero só a Alba! Ela vai ficar sem poder andar por uns dois dias, depois que eu acabar com ela.
Alba – Meu Deus!!! Pega leve comigo, meu amor!!! Guarda isso pra Diana.
Ariano – Fica tranquila. Quando ela voltar, vai ter pra ela, também.
Ele falava como se eu já fosse propriedade dele, mas eu tinha que mostrar para ele que não seria assim tão fácil. Meu tesão esfriou um pouco e eu inventei uma desculpa de que estava com jetlag e precisava descansar. Flávia percebeu que alguma coisa estava errada, mas não falou nada.
Antes de desligar, Ariano comentou:
Ariano – Adorei todas as lingeries, mas a que eu mais gostei foi a primeira que você usou. Aquela vermelha foi a que me deixou de pau duro.
Aquele comentário me pegou de surpresa. Mesmo assim, eu entendi que ele, provavelmente, monitorava a tudo e a todos. Eu resolvi me certificar e, em se confirmando, mostrar a minha indignação.
Diana – Como assim !!!! Flávia, como ele pode me ver? Você mandou fotos para ele? – Perguntei tentando entender como aquilo poderia ser possível.
Flávia – Diana, o Ariano tem câmeras no apartamento ...
Diana – E só agora que você me fala isso? Que absurdo !!! – Falei indignada, mostrando meu descontentamento.
Ariano – Flávia, você não contou para a Diana? – Perguntou Ariano, mostrando-se surpreso com a minha atitude.
Flávia – Eu me esqueci de falar.
Diana – Ahhhh, ela esqueceu!!! – Falei já elevando o meu tom de voz.
Ariano – Diana, fique sabendo, então, que praticamente tudo o que eu tenho, tem câmera. Minhas empresas, minhas casas... Eu tenho olhos em todo lugar. O único lugar onde não tem câmera é no meu quarto e, óbvio, nos banheiros. Você foi casada com um cara que trabalhava com isto e ...
Citar o Adolfo, naquele momento, foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Diana – Bom saber. Ao menos isso ... Um pouco de privacidade pra tomar banho e fazer as necessidade fisiológicas. – e completei: – Foi muito bom eu saber disto, mas é bom você também saber, Ariano, que se você tinha a pretensão, a expectativa, até a esperança de que eu ocupasse a suíte que está vaga na sua mansão, pode tirar o cavalo da chuva, antes que ele pegue uma pneumonia !!! Pelo menos o Adolfo não é um pervertido como você.
Ariano – Diana, você entendeu errado, eu ...
Diana – Isto é mais do que certo, eu estou entendendo tudo errado, desde o começo. Boa noite, Ariano.
Desliguei a chamada e voltei para o quarto. Me sentei na cama, pensando na loucura que estava a minha vida. Enquanto estava no quarto, ouvi tocar o celular da Flávia e só aí percebi que havia duas chamadas do Ariano no meu celular. Eu não tinha visto, e mesmo que tivesse, não iria atender.
Segundos depois, vejo Flávia entrando no quarto com o celular na mão. Provavelmente estava com o Ariano na linha.
Flávia – Diana, me desculpe, foi somente um mal-entendido. Esta história das câmeras é tão normal para nós que eu me esqueci de te avisar.
Diana – Ainda bem que você esqueceu. Se tivesse me falado antes, provavelmente eu nem teria vindo para cá. Mas, tudo bem ... acabei ficando confusa. Eu estou “entendendo tudo errado” ou é um “mal-entendido”? Porque eu já não sei, ao certo. Entretanto, sabe o que eu não estou mesmo entendendo? Vocês me vigiaram, me seguiram, chafurdaram a minha vida e a vida do Adolfo por mais de três anos ... e, mesmo assim, me conhecem muito pouco.
Eu demonstrava fúria. Me levantei da cama e fui pegar a minha mala. O barulho que eu acabei fazendo deve ter levantado alguma suspeita do Ariano, pois ele perguntou para a Flávia o que estava acontecendo.
Flávia – Diana, o que você está fazendo?
Diana – Arrumando a minha mala. Neste apartamento eu não fico. Vou para um hotel.
Ariano – Diana, por favor, deixe eu me explicar ... eu ...
Diana – Ariano, eu já te disse “boa noite”. Não tenho mais a intenção de falar com você.
Flávia – Calma, Diana, não fique nervosa ...
Diana – E quem te disse que eu estou nervosa. Eu estou indignada!!!
Ariano – Flávia, por favor, ligue para o hotel que costumamos usar em Nova York e reserve um quarto para vocês.
Diana – Flávia, nem se dê ao trabalho. Eu irei para o hotel que eu escolher. Vai saber se o Ariano também não tem algum “esquema” de câmera com o hotel que vocês “costumam usar”. – Com as mãos, frisei as aspas.
Ariano – Diana ...
Nem me dignei a responder. Continuei arrumando a minha mala e fiz questão de não colocar nenhuma das roupas que tinha comprado naquele dia. Assim que terminei, me despedi da Flávia e sai do apartamento. Minha cabeça latejava.
Me sentei em uma poltrona, no lobby do edifício e peguei o meu celular para pesquisar as opções de hotel na região. Não deu nem 5 minutos e Flávia veio a meu encontro. Provavelmente a mando do Ariano.
Ela, novamente, me pediu desculpas e disse que o Ariano estava arrasado. Me pediu também, como um favor pessoal, que eu voltasse para o apartamento. Inclusive disse que o Ariano se prontificou a me dizer onde ficavam os interruptores que desligavam todas as câmeras.
No mesmo instante eu recebi uma mensagem do Ariano, me explicando o local e como desligá-las. Foi estranha a forma que ela falou. Me deu a entender que era mais uma concessão para a nova “queridinha” e se eu não o fizesse, ela é que seria castigada. Mas, a forma que ela falou foi mais por preocupação do que por ciúme. Este fato me deu mais respostas sobre o comportamento de todos. Resolvi voltar para o apartamento e desliguei as câmeras.
Eu realmente estava cansada de viagem e acabei cochilando, tanto que nem vi quando Flávia se deitou na cama. Um tempo depois eu acordei e vi que ela estava deitada, completamente nua.
Ela era linda, aliás, todas as esposas eram lindas e gostosas. Todas com a pele bem cuidada e, provavelmente, com todos os tipos de tratamento estético a disposição, por conta da fortuna do Ariano.
Fui até a janela e mesmo na escuridão eu pude ver o Central Park. Vi as luzes da cidade que nunca dorme, como dizia o Frank. Era tudo lindo, mas eu sentia falta de casa e da minha família. Estar sozinha no mundo, sem o Adolfo, não é tão libertador, como eu pensava que seria. Dá medo ... É desafiador e é estranho quando não se tem mais um porto seguro pra voltar.
Mas aí eu me lembrei que o meu porto seguro, por tudo o que já havia acontecido, poderia não ser mais tão seguro assim. É muito injusto! Eu dei, e continuava dando, o meu máximo ... é frustrante. Em meio a um leve choro, senti um calor nas minhas costas e um abraço logo em seguida. Me deu mais vontade de chorar, mas eu me controlei, até que ouvi a voz de Flávia sussurrando no meu ouvido.
Flávia – Calma, meu bem! Eu sei pelo que está passando. Isso leva tempo ... É assim mesmo ... Fica tranquila, que um mundo novo vai se abrir pra você e o Ariano vai te preencher inteirinha de todas as formas. Você vai esquecer que um dia amou o Adolfo.
Diana – Será mesmo, Flávia? Eu sinto falta da rotina. Pode parecer loucura, mas o Adolfo nunca foi uma pessoa organizada e eu adorava tentar organizar as bagunças dele. Era um desafio e eu adorava ...
Flávia – Mas vocês sendo tão diferentes ... como vocês faziam para dar certo?
Diana – Não sei explicar, mas eu diria que talvez fosse muito amor e compreensão, um pelo outro. E nós sempre tivemos uma meta, que era construir um futuro juntos. A gente tinha uma mesma visão e olhávamos sempre pra frente, para o mesmo ponto, mas acho que em algum momento, nós nos perdemos e começamos a olhar para os lados ... Talvez a culpa seja minha, que não percebi ... Eu continuei, às vezes, olhando sempre em frente e esqueci de olhar para o lado, pra ver como ele estava.
Flávia – Não se culpe, Diana! Você só pode controlar o que você tem. Controlar os outros e o que está ao seu redor é impossível. Sempre vai existir o imponderável, que em algum momento vai te dar uma rasteira. – Falou a esposa de Câncer, acariciando os meus cabelos.
Diana – Talvez ...
Flávia – Vamos voltar pra cama? A gente continua a conversa lá, ou quem sabe, podemos continuar aquela nossa brincadeira. Tenho uns brinquedinhos aqui, que você vai adorar.
Diana – Hoje não ... Estou muito ansiosa ...
Flávia – Pelo resultado do exame?
Diana – Também ... É muita coisa o que está acontecendo.
Flávia – Você vai sair disso mais forte, Diana. Confie em mim! Eu, Ariano e as outras esposas vamos acolher você e iremos te ajudar no que você precisar.
Diana – Você acha que tudo vai se resolver num estalar de dedos? Eu tenho meus princípios, meus valores, meus objetivos, Flávia. Como eu vou encarar a minha família? Meus pais vão infartar, se porventura imaginarem que eu estou num relacionamento como o de vocês.
Flávia – Eu sei que parece complicado, mas várias de nós passamos por algum constrangimento assim e no final, tudo se resolveu.
Diana – O que meus filhos vão pensar de mim?
Flávia – Eles vão entender. São de uma nova geração, que está vendo vários exemplos assim pelo mundo. – Falou Flávia de forma serena, tentando explicar a situação e amenizando os eventuais problemas.
Diana – Tudo é fácil pra você. Tudo se resolve fácil, mas pra mim não é ...
Flávia – Talvez esse seja o problema, queridinha. Você está falando dos filhos, dos pais, da sociedade, mas acho que o problema mesmo está em você. É você que não quer se permitir isso.
Será que ela está certa e eu errada? Eu sou tão careta assim, que a minha mente está bloqueada? Esta é a visão que eles têm de mim? Sei que a minha criação foi rígida, mas eu fui me libertando de várias coisas ao longo dos anos, depois que eu me casei com Adolfo. Ele inclusive foi responsável por me libertar de vários pensamentos arcaicos e conservadores. A distância do meu mundo para o mundo deles é tão grande, que eu não vejo como eu conseguiria transpor. Existe um abismo entre nós tão grande, que parece impossível. Mas, o primeiro passo, eu havia dado. A viagem para o nordeste foi prova disto.
Flávia – Você tem que se jogar de cabeça, Diana. Tem que se permitir ... Vou voltar pra cama.
Flávia me deu um beijo no pescoço e voltou para o quarto, enquanto eu fiquei ali, pensando nas palavras dela. Se eu “me jogar de cabeça”, eu vou é me esborrachar e quebrar a cara.
Meia hora depois, o sono chegou e eu fui me deitar, pois a programação no dia seguinte envolvia um curso EAD sobre liderança e uma palestra com um coach motivacional, amigo do Ariano.
Ninguém merece ...
Continua ...