Aventuras na Universidade - Capítulo 28 - Medo e sustos, simples assim, me acostumando!

Um conto erótico de Cigana CD
Categoria: Crossdresser
Contém 2269 palavras
Data: 27/01/2025 18:14:14
Última revisão: 27/01/2025 18:51:11

Aventuras na Universidade - Capítulo 28 - Medo e sustos, simples assim, me acostumando!

Bissexual, Universidade, Transição, Transex, Crossdresser

(Esta série é uma continuação de Sendo Livre, muitos fatos aqui relatados tem relação com ela, recomendo ler, mas pode ser lida separadamente)

Eu até peguei no sono, fiquei pensando em tudo que mamãe e papai falaram e fizeram, estava até me sentindo bem e segura, afinal eles eram minha base, tudo o resto, embora tenha impactos distintos em minha vida, eram coisas para se pensar depois.

Mas esta calma durou até o sono mais profundo, aquele que vai lá em nossa alma buscar uma zona perturbadora de desconforto, sim, exatamente esse que chamamos de pesadelo e o meu não foi diferente, eu me assustei com o que sonhei a ponto de passar muito mal, entrei em pânico, algo nunca antes visto. Eu estava na fase REM do sono, para mim uma eternidade, mas deve ter durado algo em torno de 1 hora.

Ao abrir os olhos, minha mãe já estava aí, disse ela que eu gritava e me debatia, eu apenas a abracei e chorei por um bom e longo tempo, no relógio marcava 02:40, já mais calma, mamãe não disse nada, apenas que era para eu não pensar em nada, apenas deitar, voltou com um copo e um comprimido, tomei, fiquei ali ganhando seu carinho na mão e logo adormeci, desta vez sem lembrar do sonho, acordei às 06hs, dolorida e exausta.

Vesti um roupão e fui pra cozinha, pois havia barulho lá, chegando era mamãe terminando os preparos pro café, sentei, ela me abraçou, sussurrou algo no meu ouvido que não entendi direito, ela se afastou, me olhou nos olhos.

– Está tudo bem, querida?

– Sim mãe.

– Você ouviu o que falei no seu ouvido?

– Pra ser sincera não.

– Percebi, eu te amo filha, foi isso.

– Também te amo mamãe, e papai, já saiu?

– Não, mas pela demora nem fica pro café, quer apostar, vai entrar, pegar umas bolachas, por no bolso e sair.

Não deu outra, entrou, fez cafuné em mim, deu um beijo na mamãe, encheu a mão de bolacha e saiu comento e cantarolando, dizendo que nos amava e voltava às 18 horas.

Mamãe sentou-se e falou.

– Quer conversar sobre seu pesadelo?

– Eu não lembro, só sei que foi horrível.

– Tudo bem, normal não lembrar, e depois dormiu bem?

– Sim, mas acordei como se tivesse levado uma surra, todo dolorido.

– É, acho que ficou tensa e dormiu sem relaxar, eu apenas lhe dei um comprimido de “flurazepam”, só para dar um efeito tranquilizante e sonolência, mas iremos amanhã em um médico ver isso.

– Não precisa mãe, voltando pra aula eu vou na psicóloga.

– Não filha, vamos na minha médica, até é bom para termos algumas possibilidades futuras, acho que é hora de sabermos até onde vamos e até onde você quer ir né??

– Tem diferença?

– Na verdade, é até onde você quer ir, isto que importa, o vamos é no sentido de estarmos juntos, apoiando, nunca será nossa opinião que irá prevalecer filha.

– Tá bom.

– Você reparou que estamos falando desde ontem no feminino e isso lhe parece natural?

– Sim, isso a psicóloga falou, que eu tenho uma característica de que minha mente se molda muito facilmente ao meu aspecto físico, veja.

Eu disse isso abrindo o roupão e mostrando que estava de pijaminha, macaquinho, sutiã e calcinha e completei.

– Tem como estando assim me achar um menino?

– De forma alguma, mas uma curiosidade, você tem notado alguma diferença em seu corpo, em suas atitudes e pensamentos, digo quando não está “garota”, ou mesmo quando “garota” filha?

– Interessante perguntar isso mamãe, sim tenho, na verdade talvez pelo uso das roupas e postura no andar, eu cheguei a pensar que meus seios aumentaram, e quando vou pra faculdade, já me peguei andando mas feminino, sorte que percebi e reverti o andar.

– E ao contrário? Estando feminina, pensou algo masculino?

– Não reparei! Mas aonde quer chegar mamãe?

– Nada filha, apenas imaginar quem domina mais, se seu lado feminino ou o masculino.

– Olha, eu masculino, penso em coisas femininas sim, mas eu estando em femme, como chamamos quando estou de “garota” como a senhora diz, nunca pensei em nada masculino, até mesmo se olho para uma menina, o pensamento é num relacionamento feminino.

– Relacionamento feminino? Como assim? Você diz, atração por mulher, mas isto é um pensamento masculino?

– Não necessariamente, eu penso em uma mulher, eu sendo a namorada dela, lésbicas mãe é isso, a senhora sabe o que significa né?

– Quer dizer sapatona?

– Não mãe, isso é pejorativo, quer dizer eu me interesso por uma mulher, sendo uma mulher e lhe desejando assim, feminina como eu.

– Vou ter que ler sobre isso, mas vamos mudar de assunto, vamos pro seu quarto ajustar as coisas pra doar?

– Vamos, mas posso lhe perguntar algo?

– Pode!

– Tem diferença pra senhora eu ser um menino e ter um relacionamento com um menino ou ser uma menina e ter um relacionamento com uma menina?

– Ai filha, não sei, não pensei nunca nisto assim, mesmo você assim menina, eu pensei em um menino ao seu lado, e você menino com uma menina, no caso sua prima.

– Tá, entendi. Mas vamos então para a operação desapego.

– Gostei, OPERAÇÃO DESAPEGO. Disse ela levantando e apontando pro quarto lá de cima.

No quarto, ao pegar a primeira muda de roupa masculina, senti minha mão suar, voltou a ansiedade, mamãe percebeu e apenas parou e ficou deixando eu agir, para possivelmente ver o que acontecia.

Deu que eu fui colocando tudo na pilha de coisas pra guardar, quando tinha já mexido com metade das coisas ela pôs a mão em cima da minha na pilha de roupas e falou.

– Não me leve a mal, mas se continuar neste ritmo, Vicente terá que aparecer, não é você que disse que estando em femme não tem pensamentos masculinos?

– Ai mãe, eu não sei, me deu uma angústia, quer saber eu nem percebi o que estava fazendo, meio que no automático, vamos zerar.

Eu disse isso desmanchando a pilha e começando agora tudo de volta, mas meus olhos começaram a encher de água, na quinta muda eu comecei a chorar, sem conseguir me mexer.

– Filha, vamos parar, acho que não é ainda o momento.

– Também acho, se me der licença, vou ligar pra Psicóloga, ela deixou seu número para alguma necessidade, ela atende em teletrabalho também. Pode me dar licença mamãe.

Vi que mamãe ficou um pouco chateada com eu não querer compartilhar com ela o que iria falar, mas depois eu explicaria.

Deu que fiquei uns 45 minutos falando, terminei, fui pro banho, pois havia chorado e me borrando toda e deu um calorão, ao sair vesti um conjuntinho de sutiã e calcinha com bojo e uma saia, sutiã tinha alças de silicone, bem legal, mamãe que havia comprado, fui encontrar ela lá no quintal.

– Mamãe, desculpe, vi que ficou triste, mas vou te contar.

– Não filha, eu errei, você deve ter sua privacidade, principalmente com sua médica, bom apenas me diga se se sente melhor, isso que importa.

– Sim bem melhor, vamos voltar pro quarto?

– Já vamos, apenas me ajude aqui.

E eu fiquei ali do lado dela enquanto ela estendia roupa e ia falando coisas de mulher comigo e eu acompanhando e entendendo a importância para ela deste convívio mãe e filha.

Voltamos pro quarto, agora a pilha de descarte, aumentou, lógico que uns 15% ainda teve apego, mas em virtude dos 100% da primeira tentativa foi até um bom índice.

Quando terminamos era hora do almoço, mamãe deu uma dica de sairmos almoçar, eu apenas pedi pra ser num local mais distante, por algum motivo, na verdade insegurança minha, ainda não queria me expor.

Fomos então num restaurante desses em uma vila rural, na verdade no “Antigo Caminho do Café”, como chamar aquele roteiro, almoçamos e quando fui pagar, levei um susto, um menino de Veterinária, que eu conhecia, estava no caixa, eu me assustei, ele sorriu pediu as comandas e deu o valor, pagamos e mamãe ao passar pela porta indo em direção ao carro falou.

– Hum o menino era todo sorriso pra você, e você se escondendo, apavorada, o que foi meu amorzinho.

– Mamãe, o menino faz Veterinária lá em Curitiba, simples assim, é um veterano da Vanessa, será que ele me reconheceu???

– Lógico que não, ele estava mais interessado em te paquerar do que te reconhecer, você não percebeu, era nítido, puxa filha, temos que conversar mais sobre o instinto predador hein.

– Mãe, esqueceu que disso eu entendo???

– Não pareceu!!!

– O Pânico foi maior, simples assim.

– Tem que ir se acostumando, muita gente aqui e lá irá ter que conviver com Valentine, ou isso que estamos vivendo hoje é apenas aqui em casa que vai acontecer???

Eu dei de ombros, na verdade, um assunto que eu estava evitando pensar, planejar, pois morria de medo da homofobia do meu curso, da faculdade dos outros cursos, pois os trans na faculdade eram muito visados, aparecia um e todos já sabiam, era bem chato isso e me preocupava.

No caminho mamãe não falou mais nada, tipo aguardando uma resposta mais direta minha, entramos pedi licença e fui pro quarto, na verdade fui chorar, nossa eu estava emotiva demais, as 16 horas mamãe bateu na porta, me acordou, perguntou se estava tudo bem, eu respondi que acabara de acordar, que logo desceria.

Fiquei mais uma hora no quarto, refiz maquiagem, abri um esmalte verde clarinho e passei nos dedos do pé, vi que tinha alguns encartes de unhas postiças no estojo que mamãe deixou na penteadeira, escolhi um incolor, pintei da mesma cor dos pés, era minha primeira vez passando eu mesma esmalte, quando usei em outras vezes era Vanessa que havia passado ou a maquiadora da festa.

Vesti um shorts curto, bem soltinho, por baixo uma calcinha tem tom verde pastel, eu estava no estilo verde e por cima coloquei uma camisa estampada, amarrei a parte de baixo e ficou bem estilo cowgirl, vesti uma sandalinha de couro de salto de 3 centímetros, bem discreta na altura e sai do quarto, mamãe estava na sala, me vendo deu um lindo sorriso.

– Que linda filha, nossa, lhe caiu bem o estilo country, e amei a escolha da cor, pelo visto colocou os alongamento hein.

– Sim eu vi no celular como colocar e arrisquei.

– Mas você sabe que pra não machucar, tem que ficar um mínimo de e dias e no máximo 5 dias né.

– Não vi, mas e agora, tem como tirar antes de voltarmos?

– Sim, tem um frasco junto lá de acetona para tirar o esmalte do pé e outro da solução solvente da cola, fica tranquila.

– Que susto mamãe, não faz mais isso.

– Desculpe, falei sem imaginar sua reação, bom, dito isto, teremos Valentine 100% por 4 dias é isso?

– Sim, algum problema?

– Olha, tem o aniversário de sua tia, amanhã, como imagina ir?

– Ué, como Valentine, tia e a Vanessa já me viram assim, esqueceu?

– Tá mas você acha que é uma festa privê, que vai só nós???

– Verdade, e agora?

– Bom que tal ser um experimento, vamos de Valentine e ver como alguns se comportam e como você suporta isso, acho que é válido, como são parentes, deixaremos bem claro que isto não será exposto pra ninguém, acho que sua tia já pensou nisso e deve ter convidado pessoas mais íntimas pois sua prima vai trazer a namorada, falando nisso tem conversado com ela?

– Sim, mas ela não falou da Lu, inclusive trocamos ideias de roupas e tudo e ela adorou minha ideia do que irei vestir, estranho né?

– Não acho, já passou pela sua cabeça que para ela só existe Valentine? Falando nisso, esse nome mesmo que irá assumir?

– Sim, mas vou querer um segundo nome, Valentine me dá segurança, além do que ela já tem uma história, já tem até página na rede social.

– Sério, me mostre!

E ficamos ali com mamãe navegando e me perguntando das fotos e tal, daí ela foi ler alguns comentários e viu que tinha alguém que sempre me elogiava, ela não ia deixar passar despercebido e me perguntou.

– Você tem visto os comentários? Tem um rapaz aí que te elogia em todas as fotos.

Eu disse que lia, mas não me liguei, era o rapaz da entrega da Pizza, fiquei preocupada, mas lembrei que usei o telefone da Valentine pra fazer o pedido então estava explicado como ele chegou a mim.

– É o rapaz da pizza mamãe, tranquilo.

– Como assim tranquilo ele te conhece como, tem saído travestido em Curitiba? Você já tem saído como menina?

– Não mamãe, uma longa história, senta que é até engraçada, mas a senhora conhece metade dela.

Confesso que a forma como me pergunto me deixou um pouco irritada, mas tentei não pensar nisto , ai falei da mãe do meu namorado, que tinha que me montar a noite pra esperar uma ligação inesperada dela, que numa destas, distraída pedi a pizza, quando me dei conta estava na porta recebendo etc etc etc. Pulei a parte mais picante, mas disse que ele parecia se interessar.

– E você, o que me diz dele, tá interessada, veja lá, tens namorado hein???

– Credo, até parece que sou uma biscate.

– Apenas fiz uma pergunta, não ponha palavras na minha boca.

– É um rapaz legal, já conversei com ele pelo aplicativo, mas apenas bobagem, eu hein mãe, sou uma menina direita, fui bem educada.

– Olha filha, educada? Foi educado, desculpe falar, não recebeu a educação de uma menina, teremos que rever isso.

Eu me aborreci, pedi licença e voltei pro quarto, fiquei lá até o outro dia.

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