O calor de Salvador era uma constante, quase tão palpável quanto a tensão que lentamente se instaurava entre Kelly e seu primo Júnior. Desde que seu pai, Osvaldo, decidiu recomeçar a vida na cidade grande, ela e seu irmão mais novo haviam sido acolhidos pela tia Ângela em uma casa pequena, mas cheia de vida.
As paredes coloridas da casa contrastavam com o calor abafado que parecia emanar de cada canto do Centro Antigo. O aroma de dendê no ar e o som distante de tambores ecoavam pelas ruas, tornando o ambiente quase hipnótico.
Apesar da hospitalidade de Ângela, o espaço era limitado, e Kelly acabou dividindo o quarto e a cama com Júnior.
No início, a convivência entre os dois era marcada por uma certa timidez. Conheciam-se apenas superficialmente das raras visitas que suas famílias haviam trocado no passado. Mas as noites abafadas de Salvador tornavam a proximidade inevitável. O pequeno ventilador do quarto parecia mais um ornamento do que uma solução para o calor, e as novelas que assistiam juntos, deitados lado a lado, eram um escape daquela realidade sufocante.
Júnior, com seu sorriso fácil e carisma natural, aos poucos se tornava mais desinibido. Ele passava grande parte do tempo sem camisa, e o brilho do suor destacava a sua pele escura e musculosa. Kelly, de top e saia curta, tentava parecer alheia à presença dele, mas sabia que o clima entre eles mudava, ainda que silenciosamente.
— Você tá rindo do meu gosto de novo? — Júnior perguntou, encarando-a com um olhar divertido ao errar mais uma vez o desfecho de uma novela.
— Só acho que você é péssimo pra prever finais — Kelly provocou, rindo e cutucando sua costela.
Ele riu, segurando a mão dela por reflexo. — Ah, é? Então quero ver você acertar o próximo.
Kelly, impulsiva, mordeu de leve o ombro dele em resposta. Foi um gesto que pretendia ser brincalhão, mas o impacto foi outro. O corpo de Júnior ficou tenso, e ele desviou o olhar, tentando esconder o desconforto. Kelly não demorou a perceber: o volume evidente no short dele denunciava o que sentia.
— Aconteceu alguma coisa aí, primo? — ela perguntou, ainda rindo, mas com um tom provocador que parecia testar os limites.
Júnior tentou manter a calma. — Problema? Só se for você me provocando.
O ar pareceu mais pesado. Os olhos de Kelly permaneceram fixos nos dele, desafiadores, mas curiosos. Com a ponta dos dedos, ela tocou levemente o short dele, experimentando a reação. Júnior prendeu a respiração, permitindo o gesto.
— Se eu tô mexendo com você assim, acho que posso... — Kelly hesitou, sua confiança vacilando. Mas Júnior sorriu.
— Só se eu puder tocar você também — ele respondeu, os olhos ardendo de desejo.
Kelly sentiu o coração disparar. A hesitação tomou conta por um momento, mas a curiosidade falou mais alto. O toque dele, mesmo por cima da calcinha, a fez arfar. A tensão entre os dois parecia tomar conta de todo o quarto, abafando até o som do ventilador. Ela estava molhada, não apenas de suor.
Mas então, como se uma barreira invisível se erguesse, ambos recuaram. Kelly se afastou, sentindo o corpo trêmulo.
— Melhor a gente parar e ir dormir — ela murmurou, evitando encarar Júnior.
Ele apenas assentiu, mas seus pensamentos estavam longe da calmaria. Eles se ajeitaram na cama, de costas um para o outro, mas o calor do quarto e a tensão entre eles tornavam o sono uma tarefa impossível.
Depois de longos minutos, Kelly se virou, sem querer encostando-se nele. Júnior já havia se virado na direção dela.
O toque foi como um gatilho. Ela sentiu a respiração dele acelerar e, ao erguer o olhar, viu que ele estava apenas de cueca. Sorrindo maliciosamente, sussurrou:
— Isso é culpa do calor ou minha?
Júnior riu baixo, sem conseguir responder. Mas o olhar dele dizia tudo.
A madrugada em Salvador era abafada e o ventilador zumbia no canto do quarto, como um fundo constante para os sussurros contidos entre Kelly e Júnior. Deitados na cama estreita, o espaço que os separava parecia desaparecer à medida que o tempo passava. Eles já não evitavam os olhares prolongados nem os toques acidentais que se tornavam cada vez mais intencionais.
Kelly se virou para o lado, encostando a coxa na dele, o tecido leve da saia deslizando contra a pele quente de Júnior. Ele prendeu a respiração, consciente do peso daquela proximidade.
Kelly sorriu, um sorriso sutil, mas carregado de curiosidade e algo que ela ainda não sabia como nomear.
— Tá calor, né? — ela murmurou, levantando a saia e deixando a calcinha à mostra.
Júnior riu baixo, um som rouco. — Sempre tá calor aqui. Mas você tá piorando as coisas.
Ela ergueu a sobrancelha, provocativa. — Eu? E o que eu tô fazendo?
Antes que ele pudesse responder, Kelly deslizou os dedos sobre o lençol, parando sobre a cueca dele. A reação de Júnior foi imediata, o corpo todo tencionando sob o toque dela.
Kelly olhou para ele, com diversão no rosto.
— Achei que você fosse mais calmo — ela brincou, a voz doce.
— E achei que você fosse menos safada — ele rebateu, sorrindo de lado, mas sem recuar.
A troca de provocações tornou-se inevitável. Os toques tímidos deram lugar a movimentos mais ousados, como se ambos estivessem desvendando algo novo, algo só deles. Kelly se inclinou, encostando os lábios no pescoço de Júnior, e sentiu o tremor que percorreu o corpo dele. Ele deslizou os dedos pela cintura dela, hesitante no início, mas ganhando confiança ao perceber o quanto ela gostava.
Ela então agarrou a cueca de Júnior e a desceu pelas pernas, revelando a virilidade do primo.
— É grande… — disse Kelly.
Júnior engoliu seco, ansioso pelo contato.
Kelly então avançou sobre os lábios do primo e o beijou, colocando sua língua agressivamente dentro da boca dele. Com a mão direita, agarrou o pau do primo e começou a masturbá-lo.
Inicialmente assustado, Júnior não demorou a entrar no clima. Agarrou a bunda de Kelly com as duas mãos, sentindo a pele macia que cobria as nádegas volumosas da prima.
Ao perceber o primo perder a coordenação do movimento da língua e das mãos que agarravam a sua bunda, Kelly parou o beijo.
— Espere — sussurrou, enquanto descia seu rosto em direção à virilha de Júnior.
Os lábios grossos de Kelly se abriram, fazendo-a abocanhar a glande escura do primo. No terceiro movimento com a boca, ela sentiu o sabor salgado do prazer. Não se assustou. Apenas olhou para o rosto extasiado de Júnior e ficou feliz. Era a primeira vez que ela fazia um garoto gozar.
— Desculpa. Não consegui esperar — lamentou Júnior.
— Relaxe. Estou me divertindo — respondeu, enquanto lambia cada parte do pênis de Júnior, tentando descobrir mais sabores que por ali estivessem escondidos.
Júnior não relaxou. Continuava rígido. E pensava em descobrir tudo aquilo que ele só conhecia por vídeos caseiros na internet.
— Me lembrou o salgado do mar. O mar de Amoreiras — continuou Kelly.
— Isso é bom? — perguntou Júnior, desconfiado.
— O melhor verão que eu já vivi foi em Amoreiras, na ilha de Itaparica. Então, sim, é muito bom — respondeu Kelly, com um sorriso satisfeito.
O sorriso de Kelly fez o coração de Júnior acelerar. Ele queria mais dela. A beijou como quem tem fome de beijo. Ela estremeceu. Queria o toque dele. Abriu as pernas e esperou que o primo avançasse.
Júnior puxou a calcinha para o lado e penetrou a vagina da prima com um dedo. Kelly arqueou as costas e suspirou. O movimento, colocando e retirando o dedo, era acompanhado de um beijo caloroso, que a deixava cada vez mais molhada.
Quando o segundo dedo entrou em seu ventre, ela gemeu. Tentou controlar o som, mas não conseguiu. Júnior acelerou o movimento e o calor de Salvador parecia ainda mais quente para Kelly. Ao sentir o primo usar a outra mão para baixar seu top e tocar seus seios, ela parou o beijo.
— Por favor, chupa o bico do meu peito e coloca mais um dedo — implorou, aos sussurros.
Não houve resposta, apenas o atendimento do pedido. Júnior pensava que, ao invés dos dedos, poderia ser seu pau a penetrá-la naquele momento. Mas jogava os pensamentos para longe. Era a sua prima. Aquilo seria ultrapassar todos os limites.
Já Kelly sentia o prazer crescendo em ondas cada vez mais intensas. Quando o orgasmo a atingiu, foi como se todo o calor de Salvador tivesse tomado conta de seu corpo. Ela levou a mão à boca para abafar os gemidos, temendo que Ângela a ouvisse.
Kelly sentia pela primeira vez o calor de um orgasmo provocado por outra pessoa. Sua respiração ofegante era abafada pelo barulho do ventilador.
Eles não acreditavam no que estavam vivendo. Kelly olhava para o corpo definido de seu primo e dividia seus pensamentos entre um dilema moral e a delícia que era poder usufruir daquilo. Júnior, por outro lado, só pensava no sabor daquela menina à sua frente, especialmente aqueles peitos médios, de mamilos perfeitos, nos quais ele havia acabado de mamar.
Palavras, entretanto, não foram ouvidas mais naquela madrugada. Quase ao mesmo tempo, eles caíram no sono, sem saber o que fariam com aquela paixão dali para frente.