Voltamos às postagens 3x por semana. Se houver alteração, nós avisaremos nos comentários, ou no início do texto. Um forte abraço e boa leitura.
Personagens do Signo:
DIANA (https://postimg.cc/rKYwK8Xk)
Outros Personagens:
CID@ (https://postimg.cc/5Y9hBCLk)
PRISCILA (https://postimg.cc/1nYjDY9f)
YONE (https://postimg.cc/xNJF5yCg)
Características Signo: Ambicioso, Pessimista, Disciplinado, Responsável, Pragmático, Estável, Seguro, Visionário
Elemento: Terra (Racional)
Continuando ...
[ADOLFO (POV)]
Passados uns dias, felizmente, tudo deu certo. A Megumi conseguiu acessar o computador do garoto, através do celular dele. Fizeram uma varredura nos e-mails, na “nuvem” e ela, aparentemente, conseguiu apagar todo o material pornográfico que o Luizão tinha das garotas do condomínio e da escola, principalmente dos meus filhos.
Jonathan disse que o garoto ficou muito puto, mas ele não podia reclamar com o pai, nem com a mãe. Ele tentou descontar nos outros, ameaçando, através de blefe, que iria postar na internet. Falei pro meu filho continuar se fazendo de bobo e enrolar o Luizão, dizendo a ele pra confirmar que eu iria viajar por uns dois dias, e eles até poderiam fazer uma festa na minha casa.
Se meu filho falasse que não iria fazer mais nada, porque sabia que ele não tinha mais vídeo ou foto, o moleque iria perceber que eu fui o responsável e poderia descontar no Jonathan. Acontece que o moleque era ligeiro e tinha uma lábia muito boa, conseguindo, em alguns dias, através de intimidação e chantagem, levar duas garotas pra sua casa. Pelo menos dessa vez, meus filhos estavam seguros.
Ariano, por sua vez, cumpriu o que prometeu. O pai de Luizão foi chamado pra trabalhar num serviço particular, ganhando 10 vezes mais, no interior do Amapá. Era uma proposta irrecusável e, em poucos dias, Luizão foi embora.
O safado ainda ganhou uma festa de despedida e tentou convencer o meu filho com uma historinha de que ele iria ajudar o Jonathan a perder o cabaço na festa de despedida, mas eu falei pro meu filho inventar uma desculpa que estava passando mal e não comparecer.
Menos um problema na minha vida. O pior foi ter que aturar o Ariano, que ligou pra mim, perguntando se estava tudo certo e eu tive que agradecer aquele filho da puta.
Eu estava feliz pela situação ter sido resolvida, mas fiquei arrasado o resto do dia, depois daquele telefonema. Sem contar que ainda tinha prometido a ele, conversar com Suzy sobre o carro.
Diana estava sumida nos EUA. As notícias que eu tinha dela, eram através de Suzy e Jonathan, que me passavam os recados e faziam o mesmo, quando eu queria falar alguma coisa com ela.
Era uma situação de merda, que eu nunca achei que fosse passar. Cada vez mais eu tinha certeza de que eu deveria seguir a minha vida, e que a minha história com Diana, ficava cada vez mais distante, como se fosse uma lembrança da juventude.
Marisol estava viajando e eu nem sabia pra onde. Ela sumiu do mapa, deixando até de usar suas redes sociais. Até sua irmã estava preocupada, mas, pelo menos, ela mandava notícias, de vez em quando, tranquilizando toda a família.
Por outro lado, eu comecei a conversar com Geandra, a garçonete que estava com as amigas naquele dia maluco. Servia pra me distrair um pouco. Não era nada importante, e por enquanto, eu nem vislumbrava um possível relacionamento com ela.
César, regularmente me chamava pra sair e eu recusava todas as vezes. Sair sem poder beber é foda ... Não estou pronto ainda. Ficar sem beber em casa, num ambiente controlado e com os filhos presentes, em princípio, é fácil, mas na rua é um problema.
Me tornei muito mais caseiro por conta dessa situação, mas um dia a Tati apareceu lá em casa, dizendo que precisava conversar comigo. Com tanta coisa acontecendo, eu acabei me esquecendo de marcar para conversar com ela. Eu a recebi e notei que ela estava bem triste e estressada também.
Tati – Adolfo, não sei o que está acontecendo com a Diana. Ela não atende minhas ligações e nem responde minhas mensagens ou e-mails.
Adolfo – Comigo está acontecendo a mesma coisa. A gente se comunica através dos nossos filhos, que viraram uma espécie de pombo correio. É ridículo, mas ela precisa de espaço e de tempo.
Tati – Não posso perder a minha melhor amiga. Eu estou muito triste com isso tudo e as pessoas no trabalho até já perceberam que eu não estou rendendo como deveria.
Adolfo – E o Ariano?
Tati – Ele deixou tudo nas minhas mãos, mas ele, pelo menos, disponibilizou um número de celular, pra eu falar diretamente com ele. Todas as decisões que eu tomo, tem que ter o aval dele ou da Diana.
Adolfo – É uma pena! Sinto muito.
Tati – Adolfo, posso te pedir uma coisa? – Disse Tati, visivelmente triste e desanimada.
Adolfo – Se eu puder ajudar ...
Tati – Me dá um abraço! Eu estou precisando muito de um abraço, nesse momento.
Adolfo – Tati, foi assim que tudo começou, naquele dia.
Tati – Eu sei, mas ... É que eu não estou bem ...
Adolfo – Eu também não, mas a gente tem que se controlar.
Tati – Naquele dia eu estava carente, com medo e me sentindo muito insegura ... Já fazia tempo que eu não me apaixonava por alguém, e descobrir que o cara que eu estava me relacionando só queria me usar pela grana ... foi foda. A autoestima foi lá no chão ... – Disse a amiga de Diana, com os olhos cheios d’água.
Adolfo – Eu vou te abraçar, mas a gente tem que se controlar.
Tati – Sim, eu sei ...
Nos abraçamos e ela chorou muito no meu ombro. Ela dizia que a única pessoa com quem ela conseguia desabafar era a Diana, mas que, agora, ela não tinha mais ninguém.
Tati – Adolfo, eu tenho que te pedir desculpas. Eu acho que acabei me metendo no relacionamento de vocês. Ela estava sofrendo e eu falei coisas horríveis sobre você, porque era o que ela queria ouvir, mas eu deveria ter lhe procurado.
Adolfo – Valeu, Tati!!! “Muy” amiga você ... – Falei ironicamente, e um pouco desapontado com ela.
Tati – Eu sou amiga dela ... Era amiga.
Adolfo – Não fica assim! Tenho certeza de que vocês duas podem se acertar.
Tati – Eu conheço a minha amiga. Pra ela, traição ...
Adolfo e Tati – … não tem perdão!!!
Falamos juntos a famosa frase que Diana tem como mantra, e continuamos abraçados.
Tati – Hahaha, só você pra me fazer rir ... Eu vou fazer de tudo pra me acertar com ela e depois pra vocês voltarem.
Adolfo – Eu não tenho mais chance, Tati. Já falamos coisas que não deveríamos ter falado. Coisas que machucam ...
Tati – Eu sei.
Adolfo – Meus filhos não estão em casa agora, mas podem chegar a qualquer momento. Melhor a gente ficar um pouco afastado e não abraçados assim, juntinho.
Tati – Adolfo, é melhor mesmo, porque eu estou sentindo um negócio duro no seu bolso e não é o celular. – Falou Tati, segurando um risinho.
Adolfo – Me desculpa, Tati, mas eu sou homem e você é uma mulher lindíssima e está cheirosa pra caralho. Assim fica difícil ...
Ela riu do jeito que eu falei e disse que se ela fosse uma filha da puta, ficaria de joelhos e chuparia o meu pau. Eu fiquei com uma vontade de ter um replay com ela, mas fazer isso poderia complicar ainda mais a situação dela e a minha.
Adolfo – Por que você não chama o César? Tenho certeza de que ele toparia.
Tati – O César é ótimo, mas ele é muito “emocionado”, e eu não quero nada com ele ... Seria sacanagem fazer isso, entende? – Explicou ela, sentando-se no sofá.
Adolfo – Acho que sim.
Tati – O jeito é pedir ajuda aos brinquedos mesmo, mas não é a mesma coisa.
Adolfo – Eu também sinto falta, mas não podemos ...
Tati – Melhor eu ir embora, antes que a gente faça uma besteira. Se cuida, tá? Eu também vou me cuidar.
Nos abraçamos mais uma vez e ela foi embora.
Pensei em pegar uma dose de whisky para relaxar, mas me lembrei que não havia mais nada em casa. Enquanto estava sentado no sofá da sala, novamente sozinho, pensei em como a minha vida tinha mudado nos últimos meses, e mudado para pior.
Eu sempre gostei de beber. Nunca fui um alcoólatra, mas apreciava uma bebida. Contudo, a bebida me fez transar com a Helena e com a Keyla. Isto fez a Diana se separar de mim. Quando ainda existia uma chance de voltar o meu casamento, voltei a beber em demasia e transei com a Agatha. Aí minhas chances de reconquistar a Diana, evaporaram.
E para fechar a tampa do caixão, tudo bem que nesta não teve ajuda da bebida, mas transei com a melhor amiga da minha esposa. Bebida e sexo me fizeram chegar aonde eu estou. Perdi a minha esposa, a mulher que eu amava e tive que desistir.
Tenho que rever as minhas prioridades e voltar a viver como antes. Mesmo que não seja com a Diana. Eu devo isto, pelo menos, aos meus filhos.
[DIANA (POV)]
Eu já não aguentava mais aquelas palestras de coach. Era a terceira e eu estava ficando de saco cheio. Sinceramente, parece até que o Ariano está me punindo pelo que aconteceu no nordeste, mas punição mesmo foi ouvir da boca do médico o resultado do meu exame.
Em todos os meus anos de vida, eu nunca tive nada. Eu sempre cuidei da minha saúde, e mesmo na época que o Jonathan teve câncer e eu fiquei mais desleixada, nunca deixei de me cuidar. Eu realmente tinha extrapolado e essa, era a consequência. Uma coisa com a qual eu não contava.
Médico – Não fique assim, Diana! Clamídia é uma IST bem corriqueira e de fácil tratamento. Eu vou lhe receitar Azitromicina e tudo vai se resolver.
Flávia – E ela vai ter que ficar cerca de 10 a 15 dias sem ter relações sexuais, não é doutor?
Médico – Exatamente e se você puder, avise as pessoas com quem você teve relação sexual, nesse período, para que elas também façam um exame.
Diana – Que vergonha! Se eu pudesse, iria pra um lugar bem longe pra ninguém me ver. – Falei, baixando a cabeça em negação a mim mesma.
Flávia – Não se culpe assim, Diana. Isso acontece, mas que fique de lição ... Prevenir nunca é demais.
Diana – Como eu pude ser tão leviana? Foder com alguém sem proteção num primeiro encontro, se é que aquilo foi encontro. Você vai contar para o Ariano?
Flávia – Infelizmente, Diana, eu vou ter que contar. É por este motivo que eu te acompanhei. Ele quer saber como você está?
Diana – Ok. Eu já imaginava. – Falei de uma forma desolada.
Médico – Acho melhor eu deixar vocês duas a sós.
Flávia – Não Dr., ainda temos um outro assunto pra discutir.
Diana – Onde eu tomo esse remédio?
Médico – Fique aqui, que eu chamarei a enfermeira. Flávia, por favor, queira me acompanhar até a minha sala.
Fiquei ali, aguardando a enfermeira e eu jurei que nunca mais iria cometer uma loucura daquelas. Fiquei pensando em quem poderia ter me passado a IST. O recepcionista ou o surfista cozinheiro? Eu tinha o Instagram dele, mas como eu iria dar uma notícia dessas? Era muita humilhação e eu só ficava remoendo as minhas decisões daquele dia.
A enfermeira chegou e rapidamente administrou, por via oral, o antibiótico e eu toda sem graça, dei graças a Deus que foi tudo muito rápido. Pensando nas minhas irresponsabilidades, me lembrei das dezenas de beijos que eu dei, o uso da piscina, toalhas e fiquei em dúvida se poderia transmitir de outra forma. Eu nunca tinha sido acometida de uma IST e conhecia pouco, ou quase nada, sobre o assunto.
Enquanto estava me dirigindo para a sala do médico, recebi uma ligação do Ariano. Timing perfeito. Ele me perguntou como eu estava e eu contei o que havia acontecido. Imaginei que levaria outro esporro, mas, qual não foi a minha surpresa, quando ele, bastante razoável e cordato, disse que temos que aprender com os nossos erros, etc.
Fiquei chocada com a simplicidade com que ele tratou do assunto. Assim que desliguei, já havia chegado na sala do médico. Quando eu ia bater na porta, ouvi uma estranha conversa.
Médico – ... o ideal era que ele viesse aqui conversar comigo. Seria muito importante conversar com ele, pessoalmente.
Flávia – Doutor, o Ariano é muito ocupado. Dificilmente ele poderia vir para cá. Me passe o que gostaria de discutir com ele que eu ...
Médico – Minha querida, você sabe, tão bem quanto eu, que existem assuntos que só posso discutir com o paciente.
Flávia – Mas, Doutor, ele é meu paciente também, então ...
Médico – Não, neste caso, Flávia. Bom, vamos conversar sobre o assunto da sua visita, pois confio em você, pra conduzir todo o processo.
Flávia – ... Então, ele tem que trocar o chip de “TESTO” daqui uns 5 meses e quando ele quiser maximizar os efeitos, basta aplicar essa injeção diretamente no órgão. É isso?
Médico – Exato, mas o negócio vai ficar tão duro, que mesmo após ejacular, permanecerá duro por horas, podendo até causar um leve priapismo. Quando o “assunto” acabar, é só administrar essa outra injeção.
Flávia – Efeitos colaterais ... ?
Médico – Flávia, minha querida, mesmo já estando na terceira fase de testes, com voluntários, isso tudo ainda é muito experimental. Por isso eu queria que ele viesse aqui conversar comigo. Contudo, as chances de acontecer algo grave são pequenas. Até o momento, não encontramos nenhuma contraindicação, contanto que ele siga rigorosamente as instruções de uso. Se ele fizer isto, pode ficar despreocupada.
Flávia – Ou seja, se mantiver a posologia ...
Médico – Não é só isto. Nesta fase, estamos recomendando que os voluntários ainda utilizem somente metade da dose e com períodos de tempo bastante rígidos, entre as aplicações. Como eu disse, se ele mantiver estas recomendações, não deve ter problemas.
Flávia – Acho bom ... Afinal o dinheiro que estamos pagando pra você desenvolver essa pesquisa e essa nova droga, é uma pequena fortuna.
Médico – Concordo, mas o lucro que iremos obter com ela será o futuro da “potência sexual” ...
Caramba!!! Acho que “pensei” alto demais, pois houve um silêncio e ouvi passos. Decidi bater na porta e na mesma hora o doutor me atendeu.
Médico – Já tomou a medicação, Diana? – Perguntou o médico, um tanto encabulado.
Diana – Já sim. Queria conversar com o senhor e esclarecer mais uma coisa, pode ser?
Médico – Certamente.
Flávia – Qualquer dúvida, pode perguntar a mim, Diana. Se esqueceu que eu também sou médica? – Perguntou Flávia, sorrindo pra mim, dando-me um abraço.
Diana – Verdade, mas eu queria perguntar umas coisas pro doutor, sobre Clamídia.
Médico – Será um prazer responder ... Flávia, querida, porque você não aproveita e pega o material lá na outra sala.
Flávia – Tudo bem. Diana, espero você na recepção. Estou morrendo de fome.
Flávia se retirou e eu aproveitei pra perguntar sobre a transmissão da Clamídia. O médico disse, que não se contrai através de beijo, piscina, banheiros ou roupas. Falei com ele sobre quem eu era, mas o doutor me pareceu saber até mais do que eu imaginava.
Diana – Eu estou apaixonada por ele, doutor! Não vejo a hora de me casar.
Médico – Ariano é um homem de muita sorte. Todas as esposas são muito bonitas e você não foge à regra, Diana.
Diana – Obrigada, doutor! Percebi que o senhor tem um certo carinho pela Flávia.
Médico – A Flávia foi uma das minhas alunas... uma das melhores. Muito dedicada e já passou por tanta coisa ... – Disse o doutor, mostrando muita admiração por Flávia.
Diana – Posso lhe fazer uma pergunta, um tanto quanto, pessoal?
Médico – Se eu puder responder.
Diana – É sobre o meu futuro marido. Por acaso ele tem algum problema de disfunção erétil?
Médico – O Ariano? Hahahahaha ... Bem, eu não posso discutir sobre meus pacientes ...
Diana – Nem mesmo com a futura esposa dele?
Médico – Seria uma violação de ética, Diana. Sinto muito... Mas, fique tranquila, pois a Flávia cuida muito bem da saúde dele e mesmo não sendo a área de domínio dela, tenho certeza de que ela é capaz de lidar com o assunto.
Diana – Entendo ... Por favor, não comente nada com a Flávia, que eu perguntei sobre isso. Só fiquei preocupada, caso algo acontecesse na lua de mel.
Médico – Fique despreocupada, Diana, porque você vai ter uma lua de mel inesquecível ... Hahahahaha, sugiro até que compre um creme pra não ficar assada.
Fiquei chocada com a resposta que ele me deu, mas agradeci o tratamento e mais uma vez ele me falou sobre a importância de se prevenir.
Me despedi dele e fui me encontrar com Flávia, que ainda não havia chegado no local combinado. Peguei o meu celular e fui ao perfil do Marcos, pra mandar uma mensagem, mas acabei não tendo coragem e decidi fazer isso, em outra hora. Foi uma sábia decisão, pois Flávia chegou, logo em seguida e eu guardei o celular.
Voltamos pro apartamento no Central Park e fui pro quarto dormir. Estava sem ânimo e não queria conversar com ela, pois, na certa, iria me falar mais uma vez sobre cuidados na hora do sexo.
Nos dias seguintes, mais palestras e mais compras. Fizemos alguns passeios também, mas eu não via a hora de voltar pra casa. Voltamos ao hospital, pra saber resultados de outros exames, que graças a Deus, estavam todos bons e foi um alento pra minha autoestima.
Diana – Flávia, quando iremos voltar? Estou com saudade dos meus filhos.
Flávia – Mas você fala com eles todos os dias.
Diana – Mas não é a mesma coisa ...
Flávia – Diana, você sabe que sendo uma CEO, terá novas demandas. Várias reuniões nas mais variadas horas, às vezes em outras cidades e estados ...
Diana – Mas eu queria passar mais tempo com a minha família. Achei que, com a promoção, teria mais tempo. – Disse a ela, mostrando meu desapontamento.
Flávia – Mas você vai fazer a sua hora, Diana. Pelo menos é assim que eu vejo o Ariano agir.
Diana – Parece que eu terei que me adaptar.
Flávia – Ariano disse que você vai tirar de letra, pois é muito organizada e disciplinada ... uma capricorniana nata.
Diana – Flávia, me fala uma coisa ... Por que o Ariano tem essa fixação em ter 12 esposas, uma de cada signo?
Flávia – Não sei dizer e acho que ninguém sabe.
Diana – É muuuuito estranho! Será que ele foi menosprezado por alguma mulher, causando algum trauma nele …
Flávia – Diana, não tente procurar pelo em ovo ... Ele faz isso porque ele pode e porque ele quer. É simples assim.
Diana – Mas isso não tem lógica.
Flávia – E precisa ter?
Olhei pra ela, ainda não satisfeita com a resposta e ela percebendo minha frustração, continuou:
Flávia – Vou te falar o que eu acho que acontece. Ariano tem um apetite sexual fora do comum. Só uma mulher não consegue satisfazê-lo e pra não ter que dar muitas explicações pra Letícia, com várias amantes, ele arrumou um jeito de ter mais “esposas”.
Diana – Uma mulher não consegue satisfazê-lo? Acho que você está exagerando.
Flávia – Quando você transar com ele, você vai entender, kkkk.
Será que o Ariano é realmente tudo isso? Deve ser um exagero.
Flávia – Te deixei curiosa, né?
Diana – Você, Valeska, Olga e as outras, ficam falando que eu vou me juntar a esse harém, mas eu não sou assim. Essa história de dividir marido... não sei se vou conseguir me adaptar.
Flávia – Pensa comigo, Diana ... Você vai ter um marido super carinhoso e amoroso, acesso a tudo do bom e do melhor e ainda vai ganhar um monte de amigas pra conversar, viajar, experimentar coisas novas ...
Diana – Mas eu teria que ver o meu marido beijando outras. E aí?
Flávia – Você participa junto! Fica mais gostoso ainda.
Diana – Igual na festa de lançamento do Pecado Mortal? – Perguntei curiosa, olhando nos olhos dela.
Flávia – Isso! E se você não quiser ver, vai assistir um filme, faz um passeio, viaja, ou fica no seu quarto descansando pra quando chegar a sua vez. Te garanto que você vai querer descansar um pouco.
Diana – Não sei se vou gostar muito desta história de “chegar a minha vez”.
Flávia – Você se acostuma...
Diana – Vocês acham que eu não sou mulher de aguentar um cara igual ele? Meu marido é tão pirocudo quanto o Ariano ... Já estou acostumada.
Flávia – Você quis dizer ex-marido ... – Ponderou Flávia, corrigindo-me e revirando os olhos.
Diana – Isso! Foi o que eu falei, não foi?
Ela olhou pra mim franzindo a testa e eu tive que rir da cara dela.
Diana – Vai por mim ... Eu estou acostumada. 2 ou 3cm a mais não vão fazer diferença.
Flávia – Não é só isso, queridinha! Mas vou deixar você descobrir sozinha. Não vou te dar spoiler.
Os dias foram se arrastando e enfim voltamos para o Brasil. Eu fiquei tão alegre quando cheguei, pois meus filhos estavam me aguardando no local de pouso do jatinho.
Ariano não estava e nem o Adolfo. Junto deles estava Jordana. Olhei pra Flávia, que piscou pra mim, como que dizendo que foi por causa dela, que eles estavam ali. Eu sorri de volta pra ela e quando meus filhos me abraçaram, eu me desfiz em lágrimas, de tanta saudade que eu estava deles.
Jordana levou Flávia embora e eu voltei com meus filhos. Tomei um susto, quando cheguei no estacionamento e vi o carro Jordana havia dado de presente pra Suzy, e ao lado do carro, estava um rapaz, que eu logo reconheci.
Suzy – Estou namorando mãe. Agora é oficial! Papai liberou, depois que conversou com ele. – Disse minha filha, toda contente.
Diana – Não acredito que o seu pai deixou! – Comentei surpresa, com aquela novidade.
Suzy – Ele está diferente ...
Jonathan – Está mais alegre ...
Será que ...? Isso tem cara de mulher! Só pode ser isso! Já arrumou alguma piranha e deve estar todo apaixonadinho ... Os homens são todos iguais.
No trajeto até minha casa, ficamos conversando sobre vários assuntos e meus filhos acabaram ficando comigo. O namorado de Suzy era muito bacana e ficou com a gente por algumas horas. Pedimos pizza e depois ele e Suzy foram ao shopping, namorar um pouco e eu fiquei com meu filho.
Eu estava tão carente, que pedi pra ele dormir comigo, assim como a Suzy. Passamos o fim de semana juntos e eu tentei, como quem não quer nada, saber sobre o pai deles, mas nunca perguntando diretamente.
Ele até fez vídeo chamada, mas não quis falar comigo e eu achei aquilo muito estranho. Ao se despedir deles, pediu que me dessem um abraço por ele, e só.
Na segunda-feira, botei um terninho executivo e fui para a empresa no meu carro, mas no meio do caminho, recebi uma ligação e eu vi que era do Ariano.
Ariano – Diana, onde você está?
Diana – A caminho da empresa, por quê?
Ariano – Quero ter uma reunião contigo antes de você chegar na empresa. Me encontre naquele bistrô que nós fomos após o meu seminário. Sabe chegar lá?
Diana – Sim, eu sei.
Ariano – Te aguardo lá.
Desliguei a ligação e segui para o local. O que será que ele quer falar comigo? Será mais algum problema pra eu resolver. Eu não aguento mais essas interferências.
Vi Ariano na porta, assim que cheguei. Um pouco mais distante, vi três homens parrudos, que provavelmente eram os seguranças dele.
Aquele sorriso largo e mais branco do que nunca, iluminava a paisagem e, de longe, eu já podia sentir o seu cheiro, perfumando a rua, ficando mais intenso a cada passo que eu dava em sua direção. Seu terno cinza chumbo era de muito bom gosto, destacando o seu tórax e seus ombros largos.
Ariano – Diana, os EUA lhe fizeram muito bem. Está mais linda do que nunca, e a minha vontade era de te agarrar aqui mesmo e lhe dar um beijo, mas tenho más notícias.
Diana – Algum problema na empresa? – Perguntei preocupada, mas tentando mostrar que nada poderia me abalar.
Ariano – Talvez ... Vai depender de como você irá resolver a situação.
Diana – Eu... resolver? O que foi que aconteceu? – Perguntei novamente, dessa vez, mostrando uma certa ansiedade.
Ariano – Melhor nós entrarmos e tomarmos um café.
Entramos no local e fomos bem atendidos. Olhei em volta e não havia ninguém, exceto pelos 3 seguranças que estavam na porta.
Diana – Estamos correndo risco de vida?
Ariano – Não que eu saiba, por quê?
Diana – Pra que esses 3 brutamontes?
Ariano – Eu nunca brinco com segurança, Diana. Até hoje não fui sequestrado e pretendo continuar assim.
Diana – Sinceramente, eu acho um exagero!
Ariano – Não é exagero, Diana, até porque um deles vai ficar contigo.
Diana – Nem pensar ... Vou ficar muito sem jeito! – Falei, quase aumentando o meu tom de voz.
Ariano – No início pode até ser, mas depois você se acostuma.
Diana – Depois a gente vê isso, mas o que você quer falar comigo?
Ariano – Você é muito direta, Diana. Eu adoro isso numa mulher ... Nós temos uma situação um tanto constrangedora para resolver.
Diana – O que foi dessa vez? Eu juro que estou tentando fazer as coisas direito.
Ariano – Chegou ao meu conhecimento, através de uma denúncia anônima, que a Srta. Tatiana Silvério, estaria chegando com atraso ao trabalho e apresentando um comportamento estranho, às vezes sem foco e falando muito ao celular, como se estivesse namorando em pleno horário de trabalho.
Na hora eu gelei ... Não é possível que ela está fazendo isso, mas me segurei e esperei o Ariano concluir.
Ariano – Geralmente, não é da política da empresa se meter nos relacionamentos dos funcionários, mas como havia um certo desleixo por parte dela, no que diz respeito à postura e ao horário ...
Eu o interrompi, para tirar uma dúvida:
Diana – E, por acaso, você conversou com ela?
Ariano – Não, Diana, eu não conversei. Ao invés disto, decidi colocar um detetive para seguir a sua amiga. Você não imagina como eu fiquei chocado ao descobrir com quem ela estava se encontrando.
Diana – Com quem?
Ariano – Veja com seus próprios olhos ...
Ariano tirou o celular de seu bolso e abriu uma pasta com algumas imagens de Adolfo entrando no prédio da Tati e, conforme ele passava as fotos, dava pra ver pela mudança de roupas, que foram vários dias.
Ariano – Ele tem frequentado a residência da sua amiga praticamente todos os dias. A vida particular e amorosa dele e dela não me diz respeito, mas vejo que isso pode causar um problema de convivência entre vocês duas e isso pode afetar o trabalho de vocês.
Eu achei aquela situação anormal. Uma “denúncia anônima”? Ele “colocou um detetive para investigar”. Eu não imaginava que o Ariano tratasse este tipo de situação, daquela forma. Resolvi entrar no jogo para ver até onde poderia chegar este assunto entre a Tati e o Adolfo. O que mais ele poderia saber?
Diana – Eu e Adolfo não temos mais nada, assim como a relação de amizade entre mim e ela.
Ariano – Mas você acha que pode conviver com ela, sabendo que ela passou a noite com seu ex?
Eu tentei me controlar ao máximo para não transparecer minha inquietude e disse a ele, que eu resolveria aquele problema.
Ariano – Muito bem, Diana! Estou vendo que os cursos e palestras que você fez, lhe deram muita confiança. Estou impressionado!
Diana – Qual o outro problema?
Ariano – Está rolando um boato na empresa que você está dando para o seu Chefe e que você só se tornou CEO, porque eu estou te comendo.
Diana – Que absurdo!!! – Falei mostrando toda a minha indignação.
Ariano – Eu também achei, mas às vezes as pessoas são invejosas e fazem isso mesmo.
Diana – Você mandou investigar quem está por trás dos boatos?
Ariano – São só boatos, Diana. Melhor ignorar ou ... – Disse Ariano, fazendo uma pausa, olhando nos meus olhos, mostrando um sorriso encantador.
Diana – Ou o que?
Ariano – Já que você está com essa fama, poderíamos resolver isso de uma vez por todas.
Diana – Como? – Perguntei, já entendendo onde aquela conversa iria chegar.
Ariano – Eu e você, num fim de semana em Cabo Frio. Só nós dois. O que você me diz?
Eu olhei no fundo dos olhos dele e até me assustei, pois parecia que ele podia ver através de mim. Eu tinha tantas coisas na minha cabeça pra resolver ... Tati, Adolfo, Ariano ... e o que mais me assustava é que, naquele momento, naquele exato instante, eu tive um insight, e me dei conta de que sabia exatamente o que eu tinha que fazer com cada um deles. Tudo se encaixou, como que por um passe de mágica.
Eu nunca acreditei muito nesta história de astrologia. Sempre achei que era coisa de gente que quer ganhar dinheiro usando a ingenuidade de outras pessoas, entretanto, como o meu plano original não havia funcionado, eu iria fazer jus às características do meu signo. Seria, o que eles queriam que eu fosse, uma capricorniana raiz.
Diana – Ariano, você me quer muito, né? Posso ver isso nos seus olhos, mas você não acha que a gente deveria ir mais devagar?
Ariano – A vida é curta, Diana. Pra quê ficar enrolando, se nós dois já sabemos onde isso vai parar? – Perguntou ele, segurando a minha mão.
Diana – Você é muito convencido, sabia?
Ariano – Eu sou realista, meu amor! Você nem está percebendo, mas a forma com que você olha para a minha boca, de vez em quando, o jeito que o seu tórax está se mexendo, de forma diferente, indicando que sua respiração está descompassada, e as suas pernas levemente agitadas, esfregando uma na outra, provavelmente até evidenciando que você está com a buceta molhada, me dizem que você me quer, aqui e agora, mas eu vou deixar você me pedir.
Diana – Você está redondamente enganado. – Retruquei, fazendo uma leve negação com a cabeça.
Ariano – Estou mesmo? Seria a primeira vez...
Ele não estava totalmente enganado. Tudo o que ele estava falando estava acontecendo, mas algo me dizia que, antes, eu tinha algumas coisas para resolver e, ainda não era o momento, mas faltava pouco.
Ariano – Trouxe um presente de boas-vindas pra você. Feche os olhos, que eu vou te entregar.
Fechei os meus olhos e mal os fechei, senti sua boca na minha e nossas línguas travaram um pequeno duelo, e quando tentei me livrar, pra buscar um pouco de ar, ele segurou a minha nuca, impedindo a minha respiração, como que adivinhando o que eu pretendia fazer.
Seu cheiro agora estava mais forte do que nunca, me deixando um pouco aérea e minhas mãos passearam por aquele peito musculoso, que eu apertei levemente pra sentir melhor.
Sua mão segurou a minha e foi guiando-a pra baixo e eu me deixei guiar, até que senti aquele cacete duro que nem pedra. Apertei algumas vezes, enquanto suas mãos foram pra minha bunda, também apertando-a.
Pouco depois ele me largou e disse que tínhamos uma reunião. Ele deu um breve sorriso, dizendo que continuaríamos depois.
Terminamos de tomar o café e fomos para nossos carros. Contudo, quando fui me sentar no banco do motorista, o brutamontes número 2, não permitiu e disse que a partir daquele momento seria o meu motorista particular e segurança.
Perguntei o seu nome e ele disse que era Gustavo, mas era conhecido como Batista. Perguntei a ele algumas informações básicas, sobre formação profissional, vida pessoal e assim fomos pra reunião, em que nos aguardavam. Todos estavam meio apreensivos e Ariano começou a falar sobre várias coisas, até que chegou a hora de passar a palavra pra mim.
Ariano – ... não quero roubar o momento dessa grande mulher que está aqui ao meu lado. Com a palavra, a nova CEO, Diana Di Capri.
Fui recebida com muitos aplausos e assim que eles cessaram, eu comecei a falar. Era a minha hora de fazer as coisas acontecerem.
E acontecerem como eu queria que acontecessem.
Diana – Bom dia a todos os funcionários, diretores e acionistas. É uma honra pra mim, poder comandar o destino da empresa que me abraçou e me deu tanta alegria, aprendizado e desafio.
Respirei fundo e continuei, mesmo que minhas mãos estivessem tremendo e suando.
Diana – Infelizmente, nós teremos uma grande mudança na empresa, pois eu sei que muitos estão de fofoca dizendo que eu não mereço estar onde eu estou. Dizendo, que só fui colocada no cargo porque estou dormindo com o dono da empresa, e eu não posso admitir este tipo de comentário, pois seria péssimo para o ambiente da empresa.
Vi que todos se entreolharam e ficaram apreensivos. Olhei para o Ariano, que estava ao meu lado e me retribuiu o olhar, se mostrando preocupado. Ele devia estar pensando: “que diabos ela está fazendo?”.
Diana – Eu também poderia falar por horas e até tinha um discurso ensaiado, mas eu sou uma pessoa prática, objetiva e nós já ficamos muito tempo parados com as obras e não podemos perder mais tempo com discursos vazios e eloquentes.
Fiz uma pequena pausa e chamei a Tati. Ela veio de cabeça baixa e se posicionou do meu outro lado. Dei um abraço nela e falei ao seu ouvido, num tom que o Ariano pudesse ouvir também:
Diana – Você me traiu e fodeu com a nossa amizade. Eu queria tomar outra decisão, mas infelizmente não vai dar.
Virei-me de frente e retomei o discurso.
Diana – A minha primeira medida será uma demissão em caráter irrevogável, irretratável e sem explicações. É apenas uma divergência de opinião sobre os rumos dessa empresa e é por este motivo que estou renunciando ao cargo de CEO e me desligando da empresa.
Todos ficaram assustados, sem saber o que estava acontecendo. Ariano estava mais perdido que cego em tiroteio e eu estava mais leve e me divertindo ao ver as caras de todos os presentes.
Diana – Gostaria de pedir ao Sr. Ariano Flores, que nomeasse a Srta. Tatiana Silvério como CEO, pois ela é uma excelente profissional, tão competente como eu e até mais preparada nas áreas jurídica e administrativa.
Tati – Mas Diana ...
Diana – Aceite, piranha! – Falei sussurrando.
Ariano – Bem, estou certo de que ela é competente, como pudemos observar nestas semanas, mas iremos ter uma reunião daqui a pouco para tratar deste assunto. Por enquanto, vamos nos confraternizar num coffee-break que eu contratei para o dia de hoje.
Muitos queriam falar comigo, mas ignorei todos e fui direto até a minha antiga sala, remover os meus pertences pessoais.
Chamei Soninha e Jéssica e elas entraram na sala quase me batendo.
Soninha – Ficou louca! Estou quase me demitindo. – Disse, Soninha, quase me dando uma bronca.
Diana – Que bom, pois eu quero que você faça isso! Eu vou abrir uma empresa e gostaria de contar com a presença de vocês duas.
Jéssica – O que? – Perguntou Jéssica, sem entender nada.
Diana – Calma! Pensem um pouco e eu vou enviar uma proposta de trabalho. Vocês podem cumprir o aviso prévio e aí a gente começa a nossa própria empresa. O que acham?
Soninha – E a Tati?
Diana – Depois eu te conto, mas a gente brigou e simplesmente não podemos conviver no mesmo ambiente de trabalho.
Em seguida, Ariano entrou na sala com a Tati, e Soninha e Jéssica se retiraram.
Ariano – Diana, que maluquice é essa? O que você está fazendo?
Diana – Eu não posso lidar com os comentários maldosos e eu achei que precisava de um desafio maior. Vou abrir a minha própria agência e continuar o meu trabalho como sempre fiz.
Ariano – Você não pode deixar uma bobagem dessas te afetar. – Disse Ariano, inconformado com a minha decisão.
Diana – Não é só isso! Existem outros fatores...
Fiz uma pequena pausa...
Diana – ... não admito qualquer tipo de traição e o outro motivo é que estou com vontade de abandonar alguns preconceitos e viver uma nova experiência. Não quero misturar vida profissional com a pessoal, e... namorar o dono da empresa está fora de questão, certo? Agora que não temos uma ligação trabalhista, posso fazer isso aqui, por exemplo.
Dei dois passos até o Ariano e lhe dei um beijo, que o pegou desprevenido, ainda mais quando apertei sua bunda. Tati estava com os olhos arregalados e eu sorri pra ela.
Diana – Ariano, eu preciso conversar com essa traíra. Poderia me deixar a sós com a minha amiga ... da onça.
Tati ficou mordida com o que eu disse, mas ficou calada, enquanto Ariano nos deixava a sós, mas disse pra gente se controlar e não fazer escândalos.
Diana – Agora que estamos a sós, eu vou te dizer somente uma coisa. Nós fizemos um juramento se lembra? – Eu falava em um tom um pouco mais alto que o normal.
Tati – Eu sei ... é que ...
Diana – Eu até iria te perdoar, porque você me disse que estava saindo com um cara e que estava, realmente, a fim dele ... Me disse que estava ficando mais velha, com vontade de sossegar e até constituir família, mas o cara só queria te comer e arrancar o seu dinheiro. Entendo que isso te derrubou e que por carência tenha ficado com o meu marido.
Tati – Ex-marido ...
Diana – Que seja ... O fato é que eu iria perdoar você, até porque, como você mesmo disse ... ex-marido, mesmo quebrando nosso juramento, mas eu fiquei sabendo que vocês dois estão fodendo que nem coelhos, todos os dias. Você está de sacanagem comigo?
Tati – Isso é mentira! Eu posso explicar ...
Diana – Eu tenho provas, Tati. Ele vai na sua casa quase todos os dias.
Tati – Pra conversar, Diana! – Disse a minha ex amiga com os olhos lacrimejando... – Conversar e jantar, fazer companhia um ao outro. Só isso. Eu juro que não fazemos nada mais do que isto. Nós só conversamos.
Seus olhos transmitiam verdade e seu jeito de falar também, mas eu tinha que manter a minha postura e precisava confrontar as teorias.
Diana – Conversavam sobre o que? Sexo verbal eu só conheço do Legião Urbana ...
Tati – As conversas, na maioria das vezes, eram sobre você.
Diana – Hahahaha, faça me o favor ... – Falei debochadamente, após uma breve gargalhada.
Tati – É verdade? Eu e ele falamos como você está diferente ... O jeito de falar... um pouco mais esnobe ... Antes você era mais comedida e agora fala tudo que pensa, sem filtro ... Até seus filhos ...
Diana – Isso é golpe baixo, Tatiana! Você sabe que eu não tenho passado muito tempo com eles! Deixe-os fora disso!
Tati – Você também tem que ouvir umas verdades! O Adolfo não está bem e não tem condições de criar a Suzy e o Jonathan sozinho. Você está cada vez mais ausente ...
Diana – Não se mete na minha vida, porque nem amiga, você é mais.
Tati – Eu sei que errei ao ficar com o Adolfo, mas me deixa explicar …
Diana – Não precisa ... Se quiser, faça bom proveito. – E me virei para sair da sala.
Tati – Diana, você quer fazer o favor de me escutar?
Diana – Só se for pra “escutar” a minha mão na sua cara, sua falsa, duas caras do caralho!
Tati – Isso não é justo. – Disse Tati, chorando.
Quando eu estava saindo da sala, Ariano estava abrindo a porta. E, pelo que me perguntou, escutou a discussão.
Ariano – Enlouqueceu?
Diana – Ninguém aqui paga as minhas contas ... nem você. Eu agora sou livre ... Vamos?
Ariano – Pra onde?
Diana – Pra onde você quiser me levar.
Saímos da empresa, quase de mãos dadas e antes de entrar no carro dele, falei com o segurança, se ele poderia entregar a chave do meu carro pra Sônia e ele disse que sim. Mandei uma mensagem pra ela, dizendo que levasse o meu carro até o meu prédio e ela respondeu com um “OK”.
Ariano – O que aconteceu, Diana? O que significa tudo isso?
Diana – Estou tentando recomeçar a minha vida profissional e pessoal. Estou com muito medo, mas às vezes é necessário arriscar e tentar coisas novas.
Ariano – Eu não estou entendendo nada ...
Diana – Mas vai entender ... Me deixe em casa, que eu tenho que fazer as malas.
Ariano – Vai pra onde? – Perguntou Ariano, surpreso com o que eu falei.
Diana – Ué? Você não me convidou pra ir em Cabo Frio?
Ariano – Convidei, mas você quer ir agora?
Diana – Algum problema? Você não precisa trabalhar e eu estou desempregada. O que nos impede?
Ariano – Eu não planejei nada ... Tenho que comunicar à Letícia e ...
Diana – Nada disso! Se eu posso quebrar as minhas regras, você também pode.
Ariano – Diana, as regras existem, pra tudo funcionar corretamente. Detesto quando as coisas desandam.
Diana – Hummm ... Eu estou com muita vontade de ir pra Cabo Frio ... Pensei que você quisesse também ... – Disse, alisando sua coxa, subindo a mão em direção à sua virilha.
Ariano – Lógico que eu quero.
Diana – Então vamos! – Retirei a mão de sua perna e fiquei olhando para ele, aguardando uma posição.
Ariano – Eu tenho que falar com Letícia.
Diana – Enquanto eu faço uma mala, você manda uma mensagem pra ela.
Ariano – Vou mandar uma mensagem agora pra ela ...
Diana – Agora não ... Não tem uma regra de que quando você está com uma esposa, tem que dar total atenção a ela?
Ariano – Bem ... Mais ou menos ...
Diana – Então vamos fazer o seguinte ...
Sussurrei pro Ariano que dispensasse um dos seus brutamontes e que o outro nos acompanhasse até Cabo Frio, sendo motorista.
Dito e feito. Ariano dispensou um deles e seguimos até o meu prédio. Ele queria mandar mensagem pra Letícia, mas eu comecei a beijá-lo, impedindo que ele entrasse em contato com alguma outra esposa.
Ariano – Diana, você está brincando com fogo ...
Diana – Eu adoro brincar com fogo!
Passei a mão pelo seu peito e abdômen e rapidamente cheguei à sua virilha, novamente. Ele olhou pra mim, meio sem entender a minha atitude e eu abri seu zíper, enquanto o beijava, colocando a minha mão dentro da braguilha, procurando seu cacete que, apesar de grande e grosso, ainda estava mole.
Ariano – Diana, Diana...
Diana – Achei que você me quisesse, mas nem está duro ainda ...
Continua …