Temos que parar de nos encontrar assim, estou usando um calção surrado de jogar bola e uma camisa do vozão folgada e que furos — esses de traça, minha mãe me deu essa camisa a uns quatro anos, ela enviou para mim no meu aniversário — acho melhor comprar um pijama novo para esses encontros noturnos.
A campainha toca e meu coração dá um salto, vou até a porta, mas antes de abrir contemplo a beleza desse homem de farda diante da minha porta — ele vem fardado de propósito só pode — abro a porta e seus olhos rápidos e astutos mapeiam meu corpo por inteiro, ele deve ter fetiche em pobre ou algo do tipo, porque só isso justifica o sorriso safado que ele acabou de me dar.
— Não sei se você já jantou, trouxe comida chinesa para gente — ele ergue uma sacola grande de papel com a logo de um restaurante famoso de comida chinesa.
— Olha já jantei, mas não vou perder a chance de provar não — ao passar por mim ele passa a mão na minha cintura e me puxa para um beijo.
Um beijo é só o que precisamos para ter nosso paus duros roçando um no outro por cima das roupas, esse cara é muito delicioso, vamos nos beijando até o sofá, ele coloca a comida em cima da mesa de centro e volta a me beijar, agora com mais espaço nossa pegação é mais quente e com muito tesão, muito mais tesão diga-se de passagem.
Mauro tem uma pegada forte, suas mãos ásperas incendeiam meu corpo ao simples toque, deitado por cima de mim cinto peso do seu corpo, a sensação é ótima, seu membro duro em atrito com o meu, sua boca no meu pescoço, estou alucinando de tanto tesão, não sabia que sentia tanta falta dele até tê-lo de novo nos meus braços, um beijo e esqueço seu nome, esqueço que ele é um pai, um ex marido, um policial, esqueço até mesmo do meu próprio nome, estou completamente perdido no mar de desejo e luxúria e nunca me senti assim antes, ninguém nunca me despertou tanto tesão assim, não sei como evitar, apenas me jogo de cabeça a essa nova experiência.
Até o perfume dele é inebriante, tudo nele parece perfeito e feito para me seduzir, sempre achei que essa a expressão meu número fizesse tanto sentido, pelo menos até conhecer o Mauro e constatar que ele é meu número, feito para mim, até o corpo dele parece se encaixar no meu, só na pegação minha cueca está melada e sei que a dele também esta, é surreal como um beijo pode ser tão bom.
— Senti sua falta — sua voz rouca no meu ouvido me fez estremecer — sentiu minha falta?
— Senti — minha respiração ofegante não me permite falar mais do que isso.
Quando acho que não tem como ficar melhor Mauro leva sua mão para dentro do meu calção e segura meu pau, sua mão quente no meu membro dispara uma corrente elétrica por todo meu corpo, é preciso morder o lábio para segurar a vontade de ejacular, afinal não posso gozar ainda, quero vê o que ele fará a seguir e sem me fazer esperar ele tira meu pau de dentro do calção, seus olhos e seu sorriso indicam que gostou do que viu, me pergunto como deve ser o dele, mas antes eu possa tentar tocá-lo Mauro inicia uma mão amiga — minha alma sai do corpo nesse momento.
Ele cola sua boca na minha, enquanto sua língua invade minha boca ele bate a melhor punheta que já bati na vida para mim, me apertando de uma forma deliciosa, seus movimentos são ágeis e intensos, ao mesmo tempo em que fode minha boca com sua língua, seu beijo se supera a cada vez, quando menos percebo estou gemendo na sua boca.
— Caralho, você tem um pau muito lindo — ele não está ajudando, vou gozar desse jeito.
— Para se não vou gozar — alerto.
— Goza, quero ver você gozar para mim — puts, não tem mais o que fazer, ele mau cala a boca e meu pau espirra uma gozada farta e quentinha.
Os primeiro jatos são fortes ao ponto de sujar minha barriga, sua mão ficou completamente melada, ele está sorrindo satisfeito, trocamos mais alguns beijos até que ele queria levantar para limpar a mão, levo Mauro até o banheiro onde limpou minha barriga e ele a mão, um sorriso bobo não sai dos nossos rosto, enquanto ele se limpa o abraço por trás e coloco a mão dentro de sua calça.
— Sua vez — digo em seu ouvido, Mauro apenas fecha os olhos e me deixa abrir sua calça, pelo espelho consigo ver seu rosto corar, o pau dele é um espetáculo, nem em sonho conseguir chegar próximo de sua magnitude, ele é grosso, muito grosso mesmo, não é tão grande, mas as veias imponentes e seu peso compensam muito bem, ele é bem dotado assim como eu.
Seguro seu membro com as duas mão — pois não cabe em uma só — e começo os movimentos de vai e vem, enquanto beijo seu pescoço, o safado fica quietinho só curtindo a mão amiga, meu membro fica duro no mesmo instante, afinal estou com ele pressionado na sua bunda enorme, mesmo por cima dos tecidos sinto tesão incontrolável só por está encochando ele, sua bunda durinha e macia, fora que é uma bunda digna de muita atenção, não sei o que é melhor, seu pau ou sua bunda, na real tudo nele é perfeito, afinal ele é meu número.
Mauro solta gemidos que me deixam ainda mais no clima, estou batendo uma tão gostosa para ele que não demora para sujar a pia inteira com sua porra, a cada jatada seu corpo treme, imagino o quão bom deve ser ele tremendo e se contraindo assim comigo dentro dele, nossa esse rabão delicioso dele apertando minha pica, ele gemendo e gozando com minha piroca preta e veiuda atolada inteira nele, nossa isso deve ser a porta do paraiso, foder um macho como ele é a realização de um sonho e talvez nunca aconteça, mas só a imagem que se formou na minha mente já me basta para futuras bronhas que vou bater pensando nele.
— Sua mão é quente e calejada — ele diz entre um beijo e outro.
— Mãos de peão, te falei que trabalhava na roça em casa.
— Fala isso não que agora vou ficar imaginando — o safado tem um mente tão fertio quanto a minha.
Nos limpamos de novo, ele tira a camisa da farda, mas infelizmente ele usa uma camiseta branca por baixo, seus braços são tão fortes, seus ombros são um espetáculo, ele também tirou a bota, até pé desse homem é diferenciado, não é perfeito, ligo a tv e pego uns talheres para comermos a comida chinesa que ele trouxe afinal o pobre está morto de fome e estou curioso para provar.
— O que achou? — Ele está esperando uma resposta sobre a comida.
— Até que gostei, já tinha comido sushi, lá em Granja tem um cara que faz, mas isso aqui é muito bom, tem frango?
— É Yakisoba e é meu favorito — ele parece muito feliz por ter escolhido o mesmo que ele para ser meu prato chines favorito.
— Isso é que é Yakisoba então, gostei.
— Nunca tinha comido? — Ele parece surpreso.
— No sítio não somos muito de ficar inventando não, lá é arroz com feijão e pronto e uma boa opção de proteína.
— Vou ter que ir lá para provar então.
— Ótimo vamos, assim que você tiver um tempinho — estou brincando, uma coisa é ele aparecer aqui outra é Mauro querer mesmo ir pro Sítio comigo.
— Beleza, está marcado então, a gente leva o Junior se você não se importar — ele tem um jeito sério de policial, sei que ele está entrando na brincadeira, mas parece sério e no fundo quero que seja.
Porém como ele mesmo falou ele tem um filho e por acaso esse filho é meu aluno, um dos melhores moleques do time, isso que estamos fazendo é loucura e anti ético com certeza, fui eu quem deu uma força pro Junior entrar no time, como posso dizer que fiz isso por mim e não por está tento um caso com seu pai, isso é muito foda.
— Mauro não posso sair com homem casado isso não está certo — me agarro ao meu momento de lucidez.
— Ainda bem que sou solteiro então né — ele não sorri muito, mas quando o faz ilumina a sala inteira com sua simpatia.
— Você é pai do Junior.
— Sou, Junior é minha vida, meu garoto, fiquei tão feliz quando ele começou a jogar, sou pai coruja, mas aí você disse que ele era bom e deu uma chance para ele, cara isso deixou meu garoto nas alturas — ele é mesmo um pai coruja, me lembra meu pai, o cara que me estendeu a mão e me amou incondicionalmente e ainda ama.
— Ele tem futuro, acho até que com a visibilidade dos jogos escolares ele tem como conseguir uma boa chance em um time grande, tem uma galera que fica de olho e o Tales disse que conhece uns caras também.
— Nem brinca com isso, meu filho jogador profissional — os olhos dele brilham só de falar do filho.
— Mauro, tô te falando isso entre a gente tem que parar, você é muito gostoso, mas sou professor do seu filho, não posso me envolver com você.
— Relaxa Ricardo, ninguém precisa saber, você vai me dizer que não está curtido? — Ele sabe que estou, mas esse não é o ponto.
— Estou.
— Então, só estamos ficando, não é nada de mais, não vou te pedir em namoro, nem posso namorar um homem — ele segura meu rosto e me encara nos olhos — olha nunca fiquei com um cara duas vezes, você foi o primeiro que me fez querer repetir, vamos deixar rolar, pode ser nosso segredo.
— Não vou mentir para ninguém Mauro, mas também não tenho nenhuma intenção de te expor, então acho que não faz mal a gente ficar de vez em quando, também te curti.
— Massa, agora vem aqui — seu corpo forte vem para cima do meu e voltamos a nos beijar.
Ele não dormiu, mas saiu daqui bem tarde, como é sábado e estou de folga me permito dormir um pouco mais, afinal passei outra madrugada em claro por causa do Mauro, quando acordo é com Téo entrando no apartamento, vejo o relógio e ainda são oito e meia, otimo, tenho tempo de comer algo e tomar um banho tranquilo até meu compromisso com o dono do apartamento novo.
Meu amigo trouxe pão quentinho da padaria que tem aqui perto, ele tem esse hábito de fazer café da manhã, isso me lembra de casa, a bisa acorda com as galinhas e preparar sempre uma mesa cheia de coisas para o café da manhã, assim meu pai pode ir trabalhar alimentado e meus irmão vão para escola de bucho cheio, ela é uma matriarca incrível, cuidar da família mesmo na idade dela é digno de se admirar.
Enquanto estou no banho escuto o interfone tocar, quando volto para a sala tomou um susto com Raylan e Ciço sentados à mesa com Téo, eles sorriem ao me ver, puxei da memória se marquei algo com eles, mas não marquei, até porque tenho que pegar a chave da casa nova daqui a pouco — e tenho que pontuar que Ciço não é humano, o cara que bebe como ele está de pé pela manhã e com tanta disposição assim não pode ser normal.
— Bom dia, o que estão fazendo aqui?
— Ué você não muda hoje — Ciço responde enquanto coloca queijo e presunto no seu pão.
— Sim, espera vocês vieram ajudar, pessoal eu não tenho nada além de uma mochila — estou feliz pelo cuidado deles comigo, mas realmente não precisava.
— Vamos ajudar mesmo assim, afinal essa casa com certeza deve está precisando de uma limpeza — Raylan é quem se pronuncia agora.
— Temos que passar no mercado e comprar umas coisas também — Téo já vai deixando claro que está dentro também.
— Vocês são doidos — estou sorrindo.
— Rapaz mudando um pouco de assunto — Ciço diz enquanto me junto a eles na mesa — que marca de chupão é essa no seu peito? — Estava tão extasiado com Mauro que não reparei que ele marcou meu peito com um chupão enquanto nós pegamos ontem a noite.
— Deve ser alergia — digo para despistar.
— Só se sua alergia tiver um metro e oitenta e uma constituição digna de um atleta — Téo é um fofoqueiro incorrigível.
— Que horas você saiu com um cara, ficamos aqui ontem até de madrugada? — Ciço é outro fofoqueiro.
— Foi depois que vocês foram embora, ele me mandou mensagem e veio me ver, mas não tem nada para contar — prometi que não iria expor o Mauro e vou comprir minha promessa.
— Como assim nada, o cara é PM e possivelmente o cara mais gostoso que já vi na vida depois de mim — Téo está adorando isso, dá para ver em sua cara.
— PM, como você conheceu ele? — Raylan está mais curioso sobre agora também.
— Gente é o seguinte ele não é assumido e prometi para ele que não iria expor, tipo a gente só ficou e pronto, não tem relação e nem nada do tipo, foi só um fica e para respeitar a privacidade do cara eu vou encerrar o assunto aqui beleza — é preciso falar sério para que eles parem com esse interrogatório.
— Melhor que tenha sido só um fica mesmo Rick, esse lance de armário pode detonar uma relação, vai por mim quase perdi o Guigo por isso — Raylan demorou um pouco para se aceitar e isso quase lhe custou seu relacionamento, sei o que ele quer dizer, mas não é causa do sigilo que não posso ter nada com Mauro, antes fosse só por isso.
Os caras adoraram o apartamento, mas também não tem como desgostar dele, é pequeno, porém aconchegante, perto do Téo e do local onde vou jogar meu racha semanal de lei, mais ou menos perto da delegacia onde Mauro trabalha — não que isso seja um dos motivos de ser bom, estou apenas pontuando mentalmente as informações sobre meu endereço novo — o dono está me explicando as coisas sobre o contrato e está indo tudo bem, isso até ele me perguntar quem vai ser meu fiador.
— Como assim fiador? — Não sabia dessa parte.
— É que sua renda não é suficiente, vamos precisar de um fiador.
— Mas eu posso pagar o aluguel — não estava mesmo esperando esse banho de água fria.
— Oi, posso ser o fiador, não tem problema — Téo entra na conversa.
— Não posso te pedir isso Téo — tudo que menos queria era dar trabalho para ele.
— Já te falei macho, você saiu da sua casa por minha causa, vou ser seu fiador e fim de papo — Téo é o melhor.
— Senhor, vou precisar dessas informações — o dono entrega uma folha para o Téo.
— Escuta é obrigatório ter um imovel no meu nome mesmo?
— Sim, é obrigatório preencher todas as exigências.
— Tudo bem Téo — meu animo inteiro se despedaçou.
— Eu tenho um imovel só que é em Sobral, vim para cá por causa do concurso ainda não resolvi o que vou fazer com a casa lá e estou pensando em comprar uma aqui — Téo ainda está tentando argumentar.
— Sinto muito, mas o inmovel deve ser aqui em Fortaleza — até o dono parece um pouco decepcionado, acho que ele tinha ido mesmo com minha cara, mas regra é regra né.
— Desculpa amigo, se eu tivesse falando com minha mãe podia falar com ela — Raylan está triste por não poder me ajudar.
— Vou falar com meu pai, o senhor pode esperar só mais um dia? — Ciço também está tentando ajudar.
— Não Ciço, foi mal, mas aí já vai ser demais para mim, seu pai nem me conhece, não vou ficar nem um pouco confortável em aceitar isso, está tudo bem, posso procurar mais um pouco e encontrar outro lugar, Téo se importa de me abrigar por mais um tempinho? — Estou triste, mas desanimar agora não vai me ajudar em nada.
— Nem precisa pedir, a casa é nossa.
— Tem certeza, meu coroa não vai dizer não — Ciço é muito parecido comigo, não gosta de se sentir impotente.
— Vou dar um jeito gente, agradeço a preocupação de vocês, mas está tudo bem.
— Olha uma pena Ricardo, gostei de ti, mas é que não posso abrir exceções.
— Claro, entendo perfeitamente, muito obrigado pelo seu tempo e desculpe qualquer coisa.
Voltamos para casas, Téo tem um compromisso da faculdade então não fica muito com a gente, Ciço e Raylan ainda ficam pro almoço — que pedimos por aplicativo — depois todo mundo se vai e fico sozinho, só aí me permito sofrer a decepção, poxa tinha gostado tanto daquele apartamento e mesmo caro ele caberia no meu orçamento, é uma pena, mando mensagem pro meu pai explicando para ele o que aconteceu e dizendo que vou procurar outro lugar, se não fosse por essa restrição meu pai seria meu fiado, a bisa passou o terreno que ele mora com minha mãe e meus irmãos pro nome dele antes deles construírem a casa, segundo ela não queria seus filhos brigando por terra quando ela se for, mulher sensata.
Estou sem ânimo depois disso, mas vou me recuperar, não é meu primeiro tombo e certamente não será o último, fico em casa revisando um material que Tales me passou para usar nos treinos desta semana, o tempo vai passando que nem percebo, quando me dou conta os moleques do racha já está confirmado quem vai hoje, nada no mundo vai me fazer perder essa racha hoje, estou precisando disso.
Quando chego o pessoal já melhora um pouco meu ânimo, estão animados porque aparece, Ciço chega pouco depois de mim, aparecem uns caras que ainda não conhecia, entre eles tem um que não tira os olhos do Ciço, mas meu amigo o ignora — é a primeira pessoa que vejo que Ciço não gosta, esse moleque parece querer bem todo mundo — Romeu está numa empolgação só, sua namorada veio ver o jogo hoje e ela não é a única, tem algumas namoradas acompanhando o pessoal, dou uma olhada para ver se Dan por acaso veio assistir seu namorado jogar — já que ele joga bem — mas ele não está junto.
— Dan não quis vir? — Pergunto para Ciço.
— Ele e a Isabel estão tentando convencer o pai dele a frequentar o AA.
— Nossa, espero que consigam — o pai do Dan sempre foi de beber muito, mas não me lembro dele ser violento como o meu era.
— Pois é, mas vou buscar ele depois daqui.
Inconscientemente fico olhando para a porta para ver se vejo Mauro chegando, não nos falamos hoje, ele disse que tinha que trabalhar hoje por isso não dormiu comigo e tipo o pai do Romeu não vem hoje então não acho que o Mauro venha, assim dividimos os times e o jogo começa, embora esteja distraído ainda pelo lance da casa jogar bola para mim é como respirar, em campo a bola é minha, consigo levar ela para onde quero, me movo com precisão em campo é puro instinto, sei exatamente onde cada membro do meu time está e consigo formular jogadas na minha cabeça rapidamente, meu pai é quem diz que tenho o dom da bola.
Depois de quatro jogos sem sair meu time finalmente perde uma partida — por muito pouco — e os caras do outro time que estão entrando até querem que eu entre com eles, mas vou descansar um pouco, estou despejando tudo em jogo, isso me deixa leve, porém é cansativo, preciso de água e respirar um pouco.
— Você devia ser profissional — Mauro me deu um susto aparecendo por trás de mim.
— Ah, não tenho mais idade para começar.
— Que história é essa, você devia tentar uma carreira — ele insiste.
— Não sou tão bom assim, os moleque é que são bem ruins — brinco.
Ele veio do trabalho direto, mas está com uma calça jeans e uma camisa polo, branca, nossa ele é muito lindo e gostoso, ainda está usando um sapato social, esse cara quer me lascar só pode, quero despir ele aqui mesmo e fazer tudo que não deu para fazer ontem, quero lambrer ele por inteiro, nossa senhora.
— E o novo apartamento? — Logo quando estava esquecendo, meu semblante muda e isso entrega que tive problemas.
— Não rolou, mas vou achar um novo logo — estou tentando ser otimista.
— O que aconteceu? — Mauro é um homem sério e com essa roupa ele parece ser um cara tão responsável, quando se pergunta sobre meu problema meu primeiro instinto é contar tudo, mas não posso fazer isso, não tenho porque envolvê-lo nos meus problemas.
— Nada de mais, só não deu mesmo — sou vago propositalmente, mas ele deve ser um bom policial, dá para ver que ele não acreditou em mim — você não vai se trocar para jogar?
— Não, eu tive um dia cheio, saí do trabalho e fui no fórum depor em um caso que estava investigando e que agora está em julgamento, aí resolvi passar aqui para te ver.
— Me ver? — Estou rindo feito um bobo.
— E ai Mauro não sabia que cê vinha — Romeu se aproxima da gente e consequentemente outros caras também, então nosso assunto muda.
Mauro explica pro pessoal que passou só para tomar uma cerveja e ver o jogo, não demora até que eu volte pro campo — de onde não saí mais até nosso tempo acabar — o pessoal fica no bar para tomar umas cervejas, mas estou sem vontade de beber hoje, jogar me ajudou a acalmar o coração, agora quero ir para casa dormir e recomeçar minhas buscas amanhã, me despeço dos moleques para ir embora.
— Rick espera aí — Ciço vem falar comigo longe dos moleques para que eles não escutem, mas Mauro está por perto e ouve quando ele fala sobre o fiador — falei com meu pai, ele disse que se você mudar de ideia ele pode ser seu fiador sem problema.
— Poxa Ciço, bem agradece a ele por mim, mas realmente não posso aceitar, vou achar outro lugar, talvez mais perto do Centro, não se preocupa não, vai dar certo — mais uma vez me esforço para parecer otimista.
— Tudo bem, mas já sabe se mudar de ideia me avisa beleza?
— Pode deixar — agradeço de novo antes de ir.
— Gente tenho que ir também, passei só para dar um oi mesmo e tomar uma gelada depois de um dia estressante, posso te dar uma carona Ricardo.
— Tudo bem, eu moro aqui perto — digo.
— É meu caminho não custa nada — insiste Mauro.
— Tudo bem, se não for te atrapalhar.
— Qualquer coisa me fala Rick — Ciço reforça seu apoio e noto uma encarada discreta do Mauro para o lado dele.
Assim que entramos no carro Mauro olha para mim bem sério, pensa um pouco e então suavizou sua expressão, liga o carro e dá partida, só com o carro em movimento é que ele começa a falar, acredita que estava formulando as ideias durante esse curto espaço de tempo.
— Você precisa de um fiador para alugar a casa?
— Não preciso mais, eu vou procurar outro lugar — não consigo olhar para ele agora, estou me sentindo estranho como se eu tivesse feito algo de errado, não entendo esse sentimento muito bem, mas a real é que não sou eu mesmo quando estou com Mauro, tudo é novo com ele.
— Porque não falou comigo? — Ele parece ofendido.
— Não é problema seu.
— Mais é do Ciço? — Não entendi o que o Ciço tem haver com isso, então finalmente olho para ele em busca de uma pista.
— Não, Ciço me ofereceu usar o pai dele como fiador, mas recusei, não posso aceitar que ele seja meu fiador e o Téo não pode pois não cumpre as exigências necessárias, mas como te falei vou procurar outro lugar.
— Você gostou daquele lugar, estava todo animado ontem — ele para o carro em frente ao prédio do Téo e me encara — porque não falou comigo?
— Mauro eu gostei, mas na vida nem tudo é como a gente quer, não posso alugar lá então vou procurar outro lugar — respiro fundo.
— Ricardo você vai morar lá, liga pro cara e avisa que você tem um fiador — a princípio sua frase parece autoritária, mas tem uma certa ternura e ele finaliza com um — por favor.
— Não vou aceitar que você seja meu fiador Mauro e a pessoal tem que ter uma renda boa e também um imovel quitado aqui na cidade.
— Não teima comigo por favor, já tive um dia bem cansativo hoje e não quero discutir, você estava disposto a aceitar o Téo como seu fiador, qual o problema de ser eu.
— Você ouviu o que eu acabei de falar o Téo não vai ser, ele não pode — digo com toda a paciência do mundo, pois não quero brigar também.
— Mas eu posso, quando me separei a casa ficou para minha ex mulher, um ano depois dei entrada no apartamento que moro hoje, e sou tenente da polícia militar, posso não ser rico, mas tenho o suficiente para pagar seu aluguel.
— Você não vai pagar meu aluguel — me apresso em dizer.
— Você entendeu, olha você disse que a gente podia ser amigo, como seu amigo quero te ajudar e também sou seu — ele para antes de falar.
— Meu o que Mauro — meu coração vai sair pela boca, mas mantenho a pose.
— Amanhã de manhã eu passo aqui antes do trabalho e vamos assinar esse contrato, fale com o dono.
— Mauro — antes que eu consiga protestar ele segura na minha mão e me encara com uma seriedade de policial militar.
— Deixa de ser teimoso macho, não é nada de mais.
— Claro que é Mauro, você vai me dar seu nome para mim alugar minha casa e se a gente parar de se falar? — A ideia de não falar mais com ele me estremece, não quero não poder falar com ele, mas não digo isso a ele.
— Não tem porquê da gente brigar, você quer seu lugar e quero que você tenha um espaço só seu para quando eu tiver com você a gente não tenha que ficar com medo de alguém chegar do nada.
— Mauro eu — ele está se segurando para não ser um policial comigo agora — tá bem, Tenente, o senhor conseguiu.
— Não me chama assim — seu semblante mudou.
— Desculpa, não quis te irritar.
— Não é isso, é que você falando assim me faz querer tirar sua roupa e foder com você aqui mesmo nesse carro — essa frase na sua voz rouca me causa um calafrio, meu pau dar sinal de vida só de pensar.
— Você é um safado — o clima muda e está mais leve agora.
— Manda mensagem pro dono ai por favor — faço o que ele me pediu, o dono me responde quase que de imediato, aproveito e peço para ele o que é preciso levar para o Mauro não dar viagem, ele é muito ocupado para perder tempo.
Ele ficou animado em seu meu fiador, esse cara é uma incógnita para mim, como o clima mudou ele não me deixou descer do carro, fomos no drive thru e compramos umas esfirras para jantar, comemos no carro mesmo no estacionamento do lugar, porque Téo já está em casa, ele me conta um pouco mais sobre o caso em que foi depor, parece que o cara meteu que uma insanidade temporária para justificar seu crime e isso vai colar provavelmente, por isso ele está tão irritado com esse caso.
Conversamos sobre coisas aleatórias, depois ele me deixa em frente ao prédio de novo, Mauro tira o cinto e se inclina para me beijar, essa foi a primeira vez em que não ficamos nos beijando o tempo todo, foi quase o que chamam de encontro, a gente conversou e ele me fez ficar mais tranquilo com a ideia de ser meu fiador, no fim demos uns beijos antes de nos despedirmos — já que ninguém é de ferro né.
— Até amanhã — ele diz depois de me beijar.
— Tem certeza?
— Ricardo — ele diz meu nome com seu tom de Tenente militar.
— Tá bom, não falo mais, até amanhã — lhe beijo mais uma vez e desceu do carro.
Mauro espera até que eu entre no prédio para dar partida no carro e ir embora, meu coração está quentinho, vou poder morar onde quero graças ao Mauro, perto dele não consigo raciocinar muito bem, nem sei como consegui resistir tanto a ideia, pois quando se trata dele, quero fazer tudo que me pede, mas agora não posso pensar muito nisso, preciso pensar em como vou explicar isso pro Téo e os moleques, como dizer que meu ficante vai ser meu fiador mesmo sem a gente ter nada sério e ele mal me conhecendo.