Olá pessoal, tudo bem com vocês? Desejo a todos um feliz ano novo! Que vocês possam realizar tudo aquilo que desejam. Bom, tenho uma história completa já postada aqui no site. Vamos à próxima! Espero que gostem.
São Paulo, com seu ritmo frenético e ruas movimentadas, sempre fora o pano de fundo da vida intensa e cheia de contrastes de Júnior e Ana. Casados há mais de uma década, eles haviam construído uma relação sólida, baseada em amor, companheirismo e admiração mútua. Júnior, era um arquiteto renomado, enquanto Ana, era gerente de RH, ela gerenciava pessoas com a mesma habilidade com que conduzia sua própria vida: com charme, firmeza e um toque irresistível de sensualidade.
Desde o início, Ana sempre fora livre em seu estilo, vestindo-se com confiança. Vestidos justos que moldavam suas curvas, shorts que valorizavam suas pernas e biquínis minúsculos em dias de sol – tudo isso fazia parte de quem ela era. Mas, apesar do fascínio que provocava nos homens ao seu redor, Ana era totalmente fiel a Júnior. Ela sabia lidar com olhares e comentários sem nunca permitir que ultrapassassem limites.
Para Júnior, ver a esposa despertar tanto desejo sempre fora uma mistura de orgulho e... um segredo. Ele sabia que sentia algo mais profundo, algo que ele próprio lutava para entender e aceitar: uma fantasia que queimava silenciosamente dentro dele. Ele tinha um tesão particular em vê-la desejada, em notar os olhares famintos que ela atraía. Era um sentimento que o deixava excitado e, ao mesmo tempo, em um dilema – como revelar isso a Ana?
Júnior sabia que Ana o amava profundamente, mas será que ela entenderia? Seria possível compartilhar esse lado dele sem destruir a relação sólida que haviam construído?
Em uma tarde abafada de sábado, enquanto observava Ana se arrumar para uma saída casual ao shopping, Júnior se viu perdido em pensamentos. Ela escolheu um vestido floral colado ao corpo, combinado com sandálias de salto que faziam suas pernas parecerem ainda mais longas. Ele sentiu o coração acelerar ao vê-la se admirando no espelho, alheia ao turbilhão de emoções que causava nele.
– Ficou bom? – Ana perguntou, virando-se para ele.
Júnior engoliu seco, desviando o olhar por um instante.
– Você está... perfeita. Como sempre.
Júnior precisava encontrar uma maneira de contar à esposa o que sentia, de manipular o desejo dela de maneira sutil, sem assustá-la.
No caminho para o shopping, Júnior estava disperso, mergulhado em seus próprios pensamentos. Ele avaliava e descartava frases em sua mente, buscando uma forma de abordar o assunto sem ser invasivo ou direto demais. Sua concentração era tamanha que, ao atravessar uma rua mais movimentada, quase não percebeu uma senhora idosa atravessando na frente do carro.
– Amor! Meu Deus do céu, você quase atropela a senhora ali! – exclamou Ana, segurando o painel do carro.
Júnior arregalou os olhos, assustado com a tragédia que quase acontecera. Felizmente, conseguiu frear a tempo, a poucos centímetros de evitar o pior. Ele abaixou o vidro e pediu desculpas rapidamente para a senhora, que apenas acenou, ainda um pouco assustada.
– Desculpa, Ana, eu... me distraí. – Ele suspirou, tentando se recompor.
– Distraiu? Distraiu com o quê? Júnior, preste atenção, por favor! – Ela o repreendeu com um olhar sério, mas logo sua expressão suavizou. – Ainda bem que não aconteceu nada.
Júnior assentiu, mas sua mente continuava agitada. Ao chegarem ao shopping, a atmosfera parecia mudar. Ana, com seu vestido floral justo e postura confiante, atraiu os olhares de diversos homens enquanto caminhavam pelos corredores. Alguns tentavam ser discretos, outros não se preocupavam em esconder o interesse. Júnior notava cada um deles, e, embora soubesse que nada sairia do controle, não conseguia evitar sentir uma excitação sutil e crescente.
Ele mantinha a expressão neutra, esforçando-se para que Ana não percebesse o efeito que aquilo tinha sobre ele. Cada vez que ela parava para observar uma vitrine ou ajeitar os cabelos, ele aproveitava para observar como os olhares seguiam seus passos. Era como se houvesse um magnetismo natural ao seu redor, algo que ela parecia carregar sem perceber.
Depois de alguns minutos, Júnior decidiu que era hora de tentar iniciar a conversa. Ele sabia que precisava ser sutil. Ao passarem por uma loja de lingeries, ele aproveitou a oportunidade.
– Você percebe como todo mundo olha para você? – ele comentou, casualmente, fingindo estar distraído com as vitrines.
Ana riu, balançando a cabeça.
– Olha, amor, você sabe como as pessoas são. É só roupa, não tem nada demais.
– Não é só roupa. É você. É como você anda, como você se porta. É como se você tivesse... uma presença.
Ana o olhou de lado, arqueando uma sobrancelha.
– Presença? O que você quer dizer com isso?
Júnior sorriu de leve, desviando o olhar para esconder o nervosismo.
– Quero dizer que você é... especial. Que as pessoas percebem isso. E eu... gosto de ver como você brilha.
Ela deu uma risada leve, achando o comentário doce, mas sem perceber completamente o subtexto. Para Júnior, era apenas o primeiro passo, um teste para sentir como ela reagiria a um elogio mais carregado de intenção. Ele sabia que precisaria de tempo para abrir seu coração completamente.
Passado um tempo, Júnior se afastou para ir ao banheiro, deixando Ana sozinha em uma loja de roupas. Ao retornar, depois de alguns minutos, notou algo que não esperava. Ana estava conversando com um homem desconhecido, muito próximo dela, algo que despertou uma sensação estranha dentro dele. O homem, com uma postura audaciosa, se inclinava para ela, falando de perto, tocando levemente em seu braço e ombro de forma que parecia íntima. Júnior, que observava tudo sem ser visto, ficou paralisado por um momento, notando o modo como o homem falava com Ana e como ele parecia confortável em seu espaço pessoal. Eles estavam em um outro setor da loja.
Ana sorria no início da conversa, mas à medida que o homem se aproximava ainda mais, sussurrando algo em seu ouvido, o sorriso dela desapareceu. Júnior percebeu que a reação de Ana mudou imediatamente, ela empurrou o homem com firmeza, afastando-o de forma clara e sem hesitação. O cara, aparentemente desconcertado, deu um passo atrás, mas algo no ambiente, no gesto dela, fez Júnior entender que algo não estava certo. O homem, sem mais palavras, se retirou rapidamente, indo embora da loja, deixando para trás um clima de tensão que Júnior não podia ignorar.
Ana, agora visivelmente tensa, ficou sozinha na loja, cercada pelas pessoas que seguiam alheias ao que acabara de ocorrer. Elas continuavam a vasculhar as roupas e decidir o que comprar, enquanto Ana parecia perdida em seus próprios pensamentos. Ela se manteve em silêncio, com a expressão séria, mas tentando manter a postura calma e controlada, como se nada tivesse acontecido.
Júnior, que deu um tempo para que ela se recompusesse, a observou à distância, sem saber exatamente o que dizer, mas sentindo que aquela situação tinha deixado uma marca. Ele decidiu não mencionar o que havia presenciado. Quando finalmente foi ao encontro dela, seus passos eram lentos, cuidadosos, para não a assustar com qualquer pergunta direta.
– Amor, está tudo bem? – ele perguntou, com um tom suave, tentando não transparecer a curiosidade ou o incômodo que sentia.
Ana o olhou, passou a mão suavemente sobre o rosto dele, como que tentando tranquilizá-lo. Seus olhos estavam um pouco mais pensativos, mas ela sorriu de forma serena, embora sua expressão estivesse carregada de uma tensão contida.
– Tudo, tudo bem, amor – ela respondeu, sem hesitar. O sorriso dela foi leve, mas suficiente para disfarçar qualquer indício de desconforto. Ela se aproximou dele e o beijou de leve, como se aquilo fosse o suficiente para apagar o que havia acontecido.
Júnior ficou em silêncio por um momento, observando-a. A sensação de algo não resolvido ainda pairava no ar, mas ele não disse mais nada. Ela parecia querer seguir em frente, e ele, por enquanto, não queria provocar mais tensão.