Foi um dia inteiro de viagem, com direito a trânsito caótico, voo remarcado e depois atrasado até chegarmos na cidade onde participaríamos de uma conferência. Eu não tinha nem um ano de empresa e nem entendia por que logo eu teria sido chamado para acompanhar minha chefe daquela vez. Nunca me destaquei lá dentro, sendo sempre muito discreto. Aliás, pelo que ouvi dos colegas, nem mesmo ela participava.
Esse evento acontece todos os anos e uma equipe com os coordenadores e alguns funcionários de maior destaque têm sua entrada e passagens pagas para ir lá, dar palestras e contactar outras empresas, que poderiam trazer novos negócios. Quem ficava, pelo que ouvia, tinha que se virar para cobrir os funcionários mais importantes da empresa, ainda sob os olhos rigorosos de Isadora, nossa chefe. Pelo que dizem, era uma semana estressante, onde os funcionários relaxavam debochando dos colegas que iam à conferência. Havia piadinhas sobre quais coisas inúteis estariam fazendo enquanto a equipe sofria, cobrindo-os. Me contaram até uma fofoca sobre ter havido alguma orgia entre eles e funcionários de outra empresa no ano anterior.
Acho ridículo tanto o uso de uma viagem a trabalho para putaria quanto disseminar esse tipo de fofoca. Me parecia bem claro que esse tipo de coisa era fruto de colegas frustrados por terem que trabalhar mais quando outros estão em uma atividade especial. Uma coisa, porém, era verdade: algo na conferência do ano anterior desagradou à chefe ao decidir não mandar ninguém e ir ela mesma palestrar. Quer dizer… apenas uma pessoa foi com ela: eu.
Lá estava eu, chegando ao aeroporto acompanhado de Isadora. Ela era uma mulher bem bonita, morena, com a pele um pouco mais clara, tinha os cabelos castanhos, levemente ondulados. Tinha a boca grande, com os lábios um pouco carnudos. Com quarenta e quatro anos, parecia bem mais jovem, parecia ter o corpo atlético, pelo menos era o que parecia estar debaixo daqueles terninhos e salto alto. Era uma mulher elegante e muito discreta. Não demonstra ter amizades na empresa, dando sempre a impressão de ser uma pessoa bem fria. Nem por isso deixava de fazer seu trabalho. Era detalhista e não deixava passar nada de errado. Apesar de sempre educada, seu jeito sempre sério de falar me assustava no início. Com o tempo me dei conta daquilo não ser mau-humor dela e sim seu próprio jeito de ser. Esse traço da personalidade dela a deixava distante de todos, o que fazia com que seus funcionários sempre a admirassem, pois, aos olhos dele, além de boa patroa, era uma excelente pessoa.
Pegamos o táxi para o hotel e precisei conter o riso. Enquanto eu carregava uma mala de mão, o taxista ajudava Isadora a guardar sua enorme mala roxa. Nunca imaginaria nada assim sendo usado por uma mulher aparentemente tão discreta. Depois disso, mais trânsito. Durante a viagem toda, disse pouquíssimas coisas e nenhuma delas para expressar seu desconforto. Aquela mulher era um exemplo de paciência, mas até aquilo tinha limites.
Ao chegarmos no hotel, descobrimos que houve um erro e nos deram apenas um quarto, ao invés de dois. E nem era um quarto com duas camas de solteiro. Aqui, conheci um lado da chefe que não conhecia. Isadora subiu o tom de voz, brigando com a recepcionista, exigindo os dois quartos que pediu.
— Eu não pago caro para ter serviço merda! Ou vocês me arrumam outro quarto, ou vou gastar mais um bom dinheiro com advogados.
Ela não necessariamente gritou, mas a entonação contundente chamou a atenção de todos em volta, enrubescendo o rosto da atendente que não conseguia dar uma resposta satisfatória. Até então, nunca ouvira aquela mulher se alterar, muito menos falar qualquer palavrão. Num primeiro momento, eu dei um passo para trás, pensando na vergonha que eu estava passando, mas depois vi que a pessoa mais constrangida era de fato a atendente. Não só ela, como seu superior, o gerente e outras pessoas que apareceram ali para levar sua parte da bronca. Acho que até o dono da rede de hotéis apareceu. Isadora exigia o que contratara, queria os dois quartos, mesmo que fossem em outros hotéis. Eles se esforçaram, mas com a conferência e outros eventos, todos os hotéis estavam cheios. Isadora aceitou aquele quarto com o reembolso do dinheiro, muito a contragosto.
De fato, estava conhecendo minha chefe melhor, mas se antes eu achava graça da mala extravagante, naquele momento eu tinha medo dela. Era óbvio que o problema ali era eu. Mulher nenhuma iria querer dividir quarto com um cara estranho, sendo principalmente casada. Não eram poucas as fotos do casal na mesa dela, dando a entender o quanto ela prezava por aquele relacionamento. Quando me dei conta de estar possivelmente criando um problema para ela, me senti culpado. No elevador, fiquei pensando no que dizer, mas olhá-la com os braços cruzados e aquele olhar ainda colérico me convenceu de manter o silêncio. Estava temeroso pelo momento a sós com ela no quarto, mas as surpresas ainda não haviam acabado.
Depois de todos os atrasos e a longa discussão na recepção, já era bem tarde. Não tinha mais ninguém andando pelos corredores do nosso andar e ambos estávamos cansados. Tudo o que eu queria era um banho, mas quando Isadora passou a chave na porta, percebeu-a aberta. Ela me olhou com estranhamento e depois olhou para a chave e, em seguida, para o número do quarto. Estava tudo certo. Minha chefe empurrou a porta devagar e entrou, comigo atrás. Ela acendeu a luz e percebemos ter mais alguém no nosso quarto.
Uma mulher com pele branca e cabelos vermelhos estava deitada na cama. Vestia apenas uma calcinha vermelha e o rosto virado contra o travesseiro. Se não bastasse tudo o que passamos, aquela mulher deitava de bruços com as pernas e braços abertos, como se quisesse a cama inteira só para si. Era uma imagem de extremo abuso.
— Putaquipariu, que merda é essa!
Eu me assusto com os palavrões de Isadora enquanto a ruiva na cama se levanta lentamente. Ela pisca algumas vezes, tentando acostumar os olhos com a lâmpada. Ela olha para minha chefe sem entender porque gritavam com ela e depois para mim. Ao me perceber, ela se encolhe, cobrindo os seios, tentando esconder o corpo ao máximo. Me viro de costas na hora.
— O que vocês estão fazendo aqui? — dizia a mulher.
— Seu quarto é o setecentos e dez? — perguntou Isadora, num tom de voz firme.
— Não, é o oitocentos e dez… — disse a ruiva, ainda desnorteada.
— Você está no quarto errado, querida. Como você entrou aqui?
— Me desculpa, a porta estava aberta e estava muito cansada.
— Eu também estou muito cansada e entrei no apartamento certo. Por favor, nos deixe.
De início, fiquei de costas para aquela mulher não ficar constrangida, mas depois saí do apartamento para dar a ela mais liberdade para se vestir. Ao contrário de mim, Isadora interfonou para a recepção relatando o ocorrido, exigindo que limpassem o quarto e trocassem os lençóis. Lembrou que o hotel não deveria ter deixado a porta destrancada e exigiu que fossem breves.
Lembro que, mesmo quando errávamos no trabalho, Isadora tinha paciência conosco. Em alguns momentos, parecia ter paciência até demais. Aquela mulher era oposta ao que via no dia a dia. Estava irritada como nunca vi. Você pode dizer que um dia ruim faz isso com as pessoas, mas já vi dias bem piores no trabalho em que ela sempre soube manter a postura. A bronca deu certo e uma camareira apareceu com o gerente enquanto a ruiva ainda colocava as roupas na mala. Aos gritos, ela contou toda a história e o gerente fez o que pode para acalmá-la, sem sucesso. A camareira arrumou o quarto às pressas e teríamos finalmente o quarto para dormir.
— Melhor você ir tomar seu banho antes, pois vou demorar. — Ordenou Isadora.
Eu abri minha mala e dei graças a Deus por levar uma camisa velha e um short, ao invés de uma cueca para dormir. A última coisa que eu precisava era que minha chefe me acusasse de estar indecente. Fui tomar banho rapidamente e saí já vestido, indo para o meu lado da cama. Fiquei sentado, ouvindo música, mas ela não me deixaria em paz.
— Samuel, esses dados estão errados. Enquanto tomo meu banho, quero que revise tudo de novo.
Me diziam que esses eventos eram uma desculpa para tirar folga, mas lá estava eu, tarde da noite, trabalhando. Pelo menos era um tempo sozinho, sem ela resmungando, pois o banho dela era realmente demorado. Sem contar o tempo secando o cabelo. Quando vi ela tirar o secador da mala, comecei a entender o porquê de uma bagagem tão grande.
Na saída do banheiro, eu me surpreendi. Isadora saiu vestindo um conjunto de short e blusinha branca, com várias estampas de coração. Num primeiro momento, não consegui tirar os olhos, pois me acostumei ao dia a dia da empresa, onde ela sempre vestia terninhos. Junte isso ao perfil frio dela e você não consegue imaginar ela vestindo algo tão… “fofo”. Era um pijama relativamente justo, me permitindo um vislumbre das curvas dela que não tinha quando ela vestiu suas roupas de trabalho. Isadora tinha as pernas grossas, o quadril largo. Os seios eram médios e, mesmo assim, estavam espremidos naquela blusinha apertada. As aréolas das mamas eram escuras.
Sim, escuras sob um tecido translúcido. Perceber isso me deixou em pânico rapidamente. Me forcei a olhar apenas para a tela do computador, fingindo estar trabalhando. Morria de medo dela flagrar um olhar indiscreto meu e me demitir na mesma hora. Fiquei pensando no porquê dela não usar um sutiã. Ela desfilava de um lado para o outro, penteando o cabelo enquanto eu revisava a apresentação umas dez vezes. Quando terminou, ela se sentou ao meu lado, pedindo para ver como a apresentação ficou. Meus olhos queriam me trair, mas com algum esforço eu os mantive na tela. Isadora olhou tudo e, mesmo sem erros, mandou mudar mais algumas coisas. Depois do banho, parecia um pouco mais calma, me lembrando a chefe que conhecia.
No meu íntimo, agradeci pela oportunidade de ficar com a atenção fixada na tela por mais alguns minutos. De repente, ouvi um telefone tocar e Isadora atender.
“Oi, meu amor!”
Era o marido. Lembro de ter ouvido em algum lugar que eles eram casados há bastante tempo. O marido tinha mais ou menos a mesma idade que a dela. Era estranho ouvir Isadora falar com alguém de forma tão manhosa. Ela relatava o ocorrido no hotel, mas parecia outra mulher. Estava um pouco chorosa ao expor a frustração de ter se desgastado tanto sem conseguir resolver o problema. Me peguei em devaneios sobre o quanto o relacionamento deles deve ser bacana, a ponto de ela vestir uma máscara de frieza o tempo todo e só revelar suas fragilidades a ele. Era notável a entrega emocional dela, e comecei a me sentir culpado por estar ali, como um intruso em seu momento mais íntimo.
“Sim, ele está aqui, trabalhando”
Ela se lembrou de mim e eu continuei focado nas correções que precisava fazer. Quase pedi para trabalhar do lado de fora, mas pensei que seria ridículo ficar sentado no corredor.
“Por quê? Está com ciúmes?”
Ouvir isso me deixou preocupado. Fiquei em dúvida se estaria criando problemas para ela. Imaginei o marido preocupado por dividirmos a mesma cama, dando início a uma crise conjugal. Ao mesmo tempo, senti vergonha de estar ouvindo a conversa dela e coloquei fones de ouvido, tocando qualquer música no volume mais alto. Era o suficiente para não ouvir nada. Ainda podia ver Isadora caminhar de um lado a outro enquanto falava, e, pelo sorriso no rosto, parecia que não estavam brigando. Dei graças a Deus e continuei meu trabalho até que outra coisa me distraísse totalmente.
Isadora simplesmente deu a volta pelo quarto e começou a engatinhar na cama, como se fosse uma adolescente, e se jogou de bruços. Era engraçado vê-la se comportando como uma adolescente, mas fui rapidamente lembrado do mulherão que ela era. O short curto e apertado definia bem o volume do bumbum. Sempre a vi de saias e calças justas, que sempre ficaram muito bem nela, mas nunca tinha me dado conta do quão atraente Isadora era. As coxas eram grossas e estavam ali, a poucos centímetros de mim. Com ela de bruços falando no telefone, não havia risco de eu ser pego espionando, e me deixei levar por essa tentação. Não sei se era pela luz, pelo tecido fino demais ou se eu estava com a imaginação muito fértil, mas pude notar a calcinha dela. Vestir preto com um short branco quase transparente foi o suficiente para me hipnotizar. Ela gostava de peças pequenas que se escondiam bem nas curvas carnudas. Me perdi em olhares nas curvas dela até ela se levantar mais uma vez.
Me assustei e voltei a mexer na apresentação. Isadora foi até a janela e se debruçou. Agora, a bunda dela estava voltada para mim, e não havia trabalho que prendesse minha atenção. Com os fones de ouvido, só conseguia ouvir quando ela ria alto. Pela linguagem corporal, a conversa parecia agradável. Isadora balançava o quadril de um lado a outro lentamente, às vezes dando uma reboladinha, como se estivesse se exibindo para mim. De repente, senti meu corpo reagir e pressionar o notebook em meu colo. Isadora se despediu do marido e eu voltei a atenção à tela. Já tinha terminado, mas com aquela ereção ali embaixo, não podia tirar o computador do meu colo. Isadora veio engatinhando na cama, pedindo para ver a apresentação. A voz soava ainda um pouco doce, reflexo da conversa com o marido. Estava calma, olhou com atenção a todos os slides e me deu parabéns. Eu iria agradecer contente, mas ela tirou o notebook do meu colo, e eu me curvei rápido para frente para disfarçar o volume. Dei graças a Deus, mais uma vez, por ela não perceber. Mais cinco minutos sentado encurvado e já poderia levantar e escovar os dentes.
— Isadora, acho melhor eu dormir aqui no tapete. — Disse.
Ela ficou me olhando por um instante.
— Samuel, você ronca?
— Não.
— Então, pare de frescura e dorme na cama. Se me atrapalhar a dormir, eu faço você dormir no corredor. — Brincou, chegando até a sorrir discretamente.
Eu me calei e me deitei. Tive um dia difícil e, depois da longa viagem e de todo o estresse, peguei no sono com facilidade.
Horas depois, acordei no meio da madrugada. Com as luzes apagadas, eu tinha apenas a iluminação da lua entrando pela janela, onde Isadora se debruçava. Ela me chamou para olhar as estrelas com ela, com a mesma voz doce com a qual conversava com o marido. Eu me aproximei e fiquei ao lado dela, mas ela puxou meu braço e me fez abraçá-la por trás.
— Me abraça, estou com frio — dizia ela, carinhosamente.
Segurei as mãos dela e ela fez meus braços se envolverem ainda mais apertados. Sentia as coxas grossas dela, coladas às minhas, e o bumbum volumoso pressionando meu corpo. Fui ficando excitado rapidamente e não resisti a esfregar minha coxa na perna dela. Eu apertava suas mãos e deslizava gradualmente as mãos pelo corpo. Logo cheguei ao seio e o apertei.
— Que abraço gostoso, Samuel — dizia, manhosa.
Comecei a esfregar meu corpo todo ao dela. Ela rebolava, se esfregando em mim, até que levou a mão para trás e pegou meu corpo.
— Você está tão duro. Quer ajuda com isso? — perguntou.
Eu nem respondi e ela abaixou o short, a calcinha e arrebitou a bunda. Eu também me despi e me encaixei dentro dela. Isadora era quente, úmida e tinha um gemido delicioso quando penetrada. Segurei-a pelos seios e ela levou uma das mãos para trás, segurando meu pescoço. Nos beijamos na boca enquanto eu rebolava discretamente, fazendo o vai e vem, mantendo o máximo de contato entre nossos corpos.
— Me come gostoso, Samuel — implorou Isadora.
Dos seios, minhas mãos percorreram todo seu corpo. Queria sentir aquelas formas deliciosas e apertá-las. Isadora apoiou as mãos no peitoril e começou seu próprio rebolado, fazendo a boceta dela deslizar deliciosamente no meu pau. Tentei sincronizar meus movimentos aos dela e começamos a gemer juntos. Meu orgasmo se aproximava e podia ouvi-la gritar.
— Samuel, acorda! A gente não pode se atrasar.
Abri os olhos e Isadora já estava vestida para sair. Ela puxou meu lençol, expondo meu membro ereto sob o short. Os olhos dela se fixaram nele por alguns segundos, mas com aquela expressão fria de sempre.
— Vai tomar um banho para esfriar esse corpo.
Senti meu rosto queimar. Minha ereção murchou na hora e fui, constrangido, para o banheiro me arrumar para o primeiro dia da conferência.