Aventuras na Universidade - Capítulo 17 - Conversas dificeis, 1ª conversa, Vanessa!

Um conto erótico de Cigana CD
Categoria: Crossdresser
Contém 2038 palavras
Data: 06/01/2025 19:51:40

Aventuras na Universidade - Capítulo 17 - Conversas dificeis, 1ª conversa, Vanessa!

Bissexual, Universidade, Transição, Transex, Crossdresser

(Esta série é uma continuação de Sendo Livre, muitos fatos aqui relatados tem relação com ela, recomendo ler, mas pode ser lida separadamente)

– Melhorou? Foi Vanessa me abraçando assim que apareci na cozinha.

– Não sei, minha cabeça tá confusa.

– Isso tem a ver com te ver toda montada e com uma cara de quem chorou a noite toda, desculpa, é inevitável não perceber isso, o que está acontecendo meu amorzinho.

Pronto, eu abracei ela e voltei a chorar, mas um choro de quem tinha raiva de mim mesmo, eu estava fora de mim, não tinha ainda vivido um sentimento tão devastador, uma angústia, uma depressão ou simplesmente um nada tomando conta de mim.

– Perdão Vanessa, já estamos atrasados, mas queria conversar muito com você, não na universidade, aqui em casa, que horas você volta?

– Hoje posso faltar a academia, às 17hs e pouco já estou em casa? Nossa é tão terrível assim? Estou assustada, preocupada! Se quiser não vamos pra aula, senta aqui vamos conversar.

– Não, eu tenho um trabalho pra entregar e uma reunião para monitoria do semestre que vem, às 15hs. Termino e volto pra casa, não deixe de ir pra academia, não mude seus planos, pode ficar tranquila, te espero, fique tranquila, apenas preciso conversar com você.

Por sorte, não eram 15h30 já havia encerrado tudo e rapidamente estava em casa, devo chegar às 15h45.

Não precisa dizer que foi um dia perdido, tirando a reunião, que consegui me concentrar e ela foi dinâmica e rápida, no resto foi tudo nebuloso, estava presente mas sem o mínimo de atenção, por duas vezes, de manhã e início da tarde, colegas vieram me perguntar se estava bem, diziam que eu parecia muito triste, distante em outros momentos, uma amiga preocupada veio perguntando se precisava de algo, conversar, desabafar, ela sentia eu muito longe de tudo.

Voltei para casa, entrei e deitado na cama chorei mais uns 5 minutos, mas um click em mim disse que teria que ser hoje a tomada de decisão, fui pro chuveiro, tomei um longo banho, minha mente tinha apenas um sentido, tanto que do banho até a chegada de Vanessa foi tudo tão rápido, tão automático que não me dei o direito de pensar, de refletir o que estava fazendo.

Assim que a porta se abriu, Vanessa soltou a mochila ali no chão, virou, chaveou a porta e veio andando passo a passo até mim, que acabara de levantar do sofá.

– Puxa, não esperava, quer dizer, não passou pela minha cabeça que Valentine que iria falar comigo, realmente deve ser algo perturbador meu amor, quer conversar aqui, no seu ou no meu quarto.

Eu estava simplesmente 100% feminina. Havia mexido no cabelo com o secador, coloquei uns brincos pendentes, fiz uma maquiagem com sombra, delineador, puxei um pouco os cilios dando volume, caprichei nos cremes e na pele do rosto que ficou um tom suave e feminino, lábios bem vermelhos, combinando com as unhas das mãos.

Vestia uma minissaia, curta, cinta liga, meia brilhante acinzentada, com um sapato de salto 12, ponta fechada mas bem fino e preto.

Pulseiras, tornozeleira e gargantilha compunham o visual, cobrindo os seios um sutiã de bojo transparente preto e por cima um casaquinho com parte em transparência e outra parte em tecido suave preto.

Realmente eu era muito feminina, levantei-me e com dois passos delicados e precisos esperei a Vanessa chegar próxima. Meu perfume e os cremes davam o clima final no ar.

– Meu amor, vamos conversar no sofá, é o mais neutro dos ambientes e não quero distrair-me ou ser raptada pelos meus desejos e instintos.

– Uau, mas antes, de uma volta, fazia tempo que não vinha Valentine em toda sua beleza e sensualidade.

– Obrigada meu amor, sente-se!

Assim que ela sentou, eu sentei-me de ladinho, pose e movimentos femininos, peguei sua mão e fui falando tentando segurar a represa de emoções que afloravam.

– Vanessa, antes de tudo, eu te amo, muito mais do que imaginava, desde o primeiro beijo, sempre lhe tive o amor e o respeito.

Parei, segurei a respiração. Vanessa acompanhava cada movimento e gesto com um olhar de cuidado e atenção como sempre fizera quando falávamos de nossos sentimentos.

– Continuando, ontem, ou melhor nesta madrugada, eu chorei, desejei inúmeras vezes afastar alguns pensamentos, desejei por um fim a tudo, mas me assustei quando esse fim que veio em minha mente era acabar comigo, corpo, alma, desejos enfim, vieram pensamentos pesados, que me embarga a voz falar ou relembrar.

Vanessa apertou minha mão, não tirava os olhos, mas chorava em silêncio, pois algumas lágrimas saiam de seus olhos caindo em seu colo, braço e mãos.

– Eu cometi, perdoe-me, eu não consegui segurar ontem e pela primeira vez, montada eu gozei, intensamente, pensando e falando o nome de um homem, eu lhe trai em pensamentos e desejos, explodiu um desejo que jogou ao vento tudo o que eu mais prezava em nosso relacionamento, saiu a cumplicidade, veio a culpa, saiu o tesão e veio a vergonha, mas eu me vi num grau de gozo, de tesão que não consigo expressar, não foi menor, nem maior, nem igual a qualquer dos momentos nossos juntos, foi algo inexplicável, mas ao final a dor e choro me fizeram dormir, foi totalmente diferente de nossas aventuras consentidas.

Vanessa continuava me segurando, mas eu via ela sofrendo, por mim, eu sentia que cada lágrima dela era por mim, não havia ali um egocentrismo, ela estava totalmente preocupada, focada em meus sentimentos, isso me aliviou um pouco, mas continuei.

– Eu não consigo mais ser seu Vicente, talvez não consiga ser a sua Valentine, embora ambos amem profundamente você Vanessa, mas eu me perdi, em tudo, sentimentos, propósitos, estudos, profissão, eu não me reconheço no que eu vim, no que eu construí até agora, eu estou completamente perdida.

Fez-se um silêncio, ali agora não precisava se falar nada, ficamos assim alguns minutos e continuei.

– Essa que está a sua frente, é quem eu quero ser, 100% Valentine, vou precisar mudar o mundo a minha volta, mas quero ser e viver ela, zerar tudo de errado que fiz, entender o que fiz de certo e melhorar. Mas tem um grande ponto em tudo isso.

Eu fiz um semblante de dúvida, Vanessa entendeu e pela primeira vez falou.

– Valentine, foque em você, se reconstrua, se em meio a isso tiver meu amor por você e você por mim, tudo bem, eu ficarei a seu lado independente de tudo, antes de tudo sou sua amiga, sou sua colega, sou sua namorada e sou parte do você, assim como você é de mim, sei que os homens agora lhe povoam a mente, como era lá antes mesmo de morarmos juntas, sempre tive consciência disso, que você teria conflitos, sem pressão eu te digo, viva eles e decida por você.

Eu fiquei ouvindo boquiaberta.

– Valentine, sei que o maior empecilho é a sociedade que nos colocamos, seu curso na Universidade, mas poxa, será que não estamos criando monstros onde não existem, sei que sua família ficará inicialmente chocada, mas o amor sempre vence, amor de mãe, pai, irmãos e irmãs, tios e tias, e tudo mais. Mas ninguém que te ama de verdade te abandonará, isso eu tenho plena certeza.

– Você não está decepcionada comigo? Você entende que Valentine está sem saber o que de fato sente em relação ao amor, aos seus desejos sexuais ?

– Sim, entendi isso já há algum tempo, estava apenas esperando você expressar, não podia lhe impor nada, teria que vir de você, lógico que tenho meus sentimentos, terei um pouco de tristeza, ciúmes e tantos outros sentimentos não agradáveis, mas vou crescer com esta experiência, como você crescerá, como disse o amor sempre vence.

– Tá mas eu não sei por onde começar!!!!

– Comece pela sua mãe, conte tudo de fato para ela, pra depois seu pai e sua família, tracem planos e exponha as dificuldades que espera nesta transição familiar, pessoa, trabalho e inclusive aqui na Universidade, depois disso inicie, eu estarei de mãos dadas com você se assim desejar, ou ao seu lado, no apoio se achar melhor.

– Vou fazer isso.

– Uma ideia, chame a tia pra vir aqui, acho que ela te recebendo como eu te vi passando aquela porta, será meio caminho andado, eu te ajudo, recebo ela enquanto você em seu quarto se prepara, apenas me avise pra poder te ajudar.

– Tá certa, obrigada. Te amo!

– Eu sei, também te amo, vou esperar por você, mas prometa que no dia que tiver a certeza que seu desejo é por outra pessoa que eu seja a primeira a ser avisada e assim encerramos tudo com respeito e lembrança.

E agora foi eu que com maquiagem já borrada, chorei em silêncio, lágrimas caindo e apenas uma palavra.

– Prometo!

– Então, vai pro quarto, se lave, volte aqui e vamos pensar em como trazer titia aqui e iniciar logo tudo isso.

Dali em diante eu percebi que Vanessa era muito mais do que eu imaginava, sabia de sua dor, mas tinha um amor infinitamente maior em me ver feliz.

Passamos algumas horas escrevendo e jogando fora algumas ideias, mas houve muita coisa que nem eu havia pensado que Vanessa colocou e outras que ela se surpreendeu em eu ter pensado, foi muito gratificante.

Terminamos tudo era umas 2hs da manhã, nos beijamos, com selinho, e foi cada uma para sua cama, eu vesti um conjuntinho bem feminino, tirei a make mas mantive as unhas, coloquei o despertador pra tocar uma hora antes para retirar o que ainda restaria de Valentine, pois a fase Valentine para o mundo dependeria de alguns acertos familiares e na Universidade, que iria procurar o setor de diversidade para conversar.

Foi uma semana intensa, os amigos que haviam me visto cabisbaixo, se surpreenderam de como eu estava agitado, posso até ter entendido mal mas um amigo chegou a me dar uma cantada, ou na verdade, um elogio mais acalorado sobre minha pele e perfume.

Neste dia percebi, que ao usar as coisas a noite, ficava ainda alguma fragrância no corpo, e eu entendi, que foi uma cantada, ri, pois o menino era bem lindo, mas era um dos poucos como eu que ficavam mais afastados dos agitos dos heteros raiz do curso.

Acertamos os detalhes e se passaram 30 dias, dali 3 dias mamãe chegaria no apto, estranho que minha sogra não deu sinal de vida, já seu filho, dia sim dia não me ligava, sendo que todo dia mandava mensagens no whats, Vanessa se divertia, pois ria dos apuros que passava, umas 4 vezes nestes 20 dias eu fiz videochamada com ele, toda produzida, na sala, enquanto Vanessa anotava coisas em uma agenda, que escondia de mim.

Era véspera de mamãe chegar, sexta feira, coincidia com um recesso então estávamos em casa quando Vanessa acordou, pulou em minha cama me acordando no susto, pois ela havia marcado uma visita da menina do salão lá em casa e queira eu minimamente feminina pois a menina não sabia de Vicente e sim que uma amiga de quarto de Vanessa, uma tal de Valentine precisava de um toque feminino.

Não estava nos planos, mas muita coisa já havíamos improvisado nas metas destes últimos 20 dias, todas deram certo, eu já havia passado 4 sessões com o grupo de diversidade, a coordenadora do grupo havia falado com meu coordenador de curso e eu descobri que não era apenas eu em Agronomia que tinha essa questão de gênero a ser resolvida no curso, mas isso só foi me falado na última sessão, pois a psicóloga precisava me conhecer melhor e tudo mais pra abrir algo sigiloso, ela contou o milagre mas não o santo coisa que me deixou encucada (sim no feminino).

Eu fazia terapia, mas ainda era Vicente boa parte do tempo, 100% da vida Universitária e em casa era conforme o momento, dias de semana a noite feminina, fins de semana dependia da agenda da Vanessa e minha.

Robson, já havia assumido ser meu namorado pra sua mãe, eu já havia aceito e foi na frente de Vanessa (sem ele saber) que aceitei, o que deixou Vanessa feliz pela minha atitude e coragem.

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