Short stories- Desejo - Guilherme e Hugo - Season Finale

Um conto erótico de Gabriel
Categoria: Gay
Contém 1031 palavras
Data: 01/01/2025 23:25:15
Assuntos: Gay, Drama, suspense, Amor

Guilherme e Hugo sempre foram conscientes da tensão que existia entre eles, mas por meses, optaram por manter a distância. O medo do que poderia acontecer caso se permitissem mais do que simples olhares e palavras trocadas em ocasiões casuais. Guilherme, com sua natureza introspectiva, sempre preferiu a solidão ou a companhia silenciosa dos livros e do trabalho. Hugo, ao contrário, era extrovertido, impulsivo, um homem que gostava de se lançar nas situações sem pensar nas consequências.

Porém, naquela noite, algo no ar parecia diferente. A rua estava calma, quase deserta, com apenas o som das folhas secas se movendo com a brisa suave. Eles haviam se encontrado por acaso, ou talvez o destino estivesse finalmente dando uma empurrãozinho. Estavam sozinhos em um café pequeno, com luzes tênues e música suave tocando ao fundo. O ambiente estava tranquilo, mas as palavras entre eles carregavam uma carga elétrica.

"Você parece diferente", disse Hugo, inclinando-se um pouco para frente, observando os olhos de Guilherme com um olhar que transbordava curiosidade. "Será que é porque estamos realmente sozinhos pela primeira vez?"

Guilherme hesitou, sentindo seu coração bater mais rápido. Nunca tinha estado tão perto de Hugo sem as barreiras do ambiente ou da presença de outras pessoas. "Eu... não sei. Talvez seja. Ou talvez seja só o clima, sei lá."

Hugo sorriu, um sorriso provocante, mas ao mesmo tempo gentil. "Talvez seja o clima... ou talvez seja só você e eu, finalmente parando de nos enganarmos."

Guilherme tentou desviar o olhar, mas seus olhos estavam presos aos de Hugo, como se fosse impossível se libertar daquela intensidade. A proximidade deles começou a aumentar, e ele sentiu um calor desconfortante subindo pela sua espinha. O medo de se expor, de se mostrar vulnerável, crescia, mas também crescia a vontade de ceder a algo que ele não entendia completamente.

"Eu... não sou como você, Hugo", disse Guilherme, a voz baixa, quase um sussurro. "Não sei lidar com isso. Com você, com... o que isso significa."

Hugo riu suavemente, mas não de maneira zombadora. Ele se aproximou ainda mais de Guilherme, seus corpos quase se tocando. "Eu sei. Você é mais... cauteloso. Mas isso não é um problema, Guilherme. Não precisa ter medo de mim."

O toque de Hugo foi o primeiro sinal claro de que não havia volta. Seus dedos deslizaram suavemente sobre a pele de Guilherme, iniciando um caminho que parecia simples, mas cheio de promessas. Hugo olhou para ele, como se procurasse permissão, e Guilherme, embora confuso, deu o sinal tácito de que estava disposto a explorar aquele momento.

"Eu não quero que você me veja como algo fácil", disse Guilherme, engolindo em seco, sua voz falhando um pouco. "Não quero ser só mais um alguém pra você."

Hugo parou por um instante, encarando-o com uma seriedade inesperada. A sua mão, que antes estava traçando o contorno de sua nuca, agora estava firme na sua pele, como se quisesse garantir que o que estavam construindo não seria superficial. "Você não é só mais um, Guilherme", disse, com um tom suave, mas profundo. "E não estou aqui para te usar ou te machucar. Só... preciso saber que você está comigo. Que vai se deixar levar também."

O ar entre eles parecia denso. A tensão estava tão forte que se pudesse ser tocada, seria quase palpável. Guilherme queria acreditar nas palavras de Hugo, mas ele sabia que se deixasse a vulnerabilidade tomar conta, não haveria como voltar atrás. O medo da entrega, do abandono, começou a se dissipar lentamente conforme os olhos de Hugo o encaravam com tanta intensidade. Era como se ele estivesse esperando por esse momento, como se já soubesse que o único caminho para chegar até ele era a total sinceridade.

"Eu... posso tentar", admitiu Guilherme, seu corpo relaxando um pouco. "Mas não sei se vou ser bom nisso. Não sei o que você espera."

Hugo se aproximou mais uma vez, e dessa vez, foi impossível negar. Os lábios de Hugo tocando os de Guilherme, suaves, hesitantes, como se ambos estivessem esperando o sinal certo para que a parede de defesas fosse derrubada. O beijo, inicialmente tímido, logo se transformou em algo mais urgente, mais sedento. O toque de Hugo foi elétrico, a suavidade de suas mãos explorando a pele de Guilherme com a mesma intensidade com que ele o olhava.

"Eu não espero nada", murmurou Hugo contra os lábios de Guilherme. "Apenas que você me deixe entrar."

Guilherme fechou os olhos, se entregando ao momento, sentindo o calor crescente entre eles. Seus corpos estavam mais próximos agora, quase como se se fundissem, a separação entre o desejo e a vulnerabilidade se tornando cada vez mais tênue. Ele não sabia onde começava a necessidade de Hugo e onde terminava o seu próprio desejo. Tudo se confundia.

Mas então, quando a intensidade do momento parecia estar prestes a quebrar o limite de sua resistência, Guilherme se afastou lentamente. Seus olhos estavam embaraçados, mas havia algo de profundo neles. "Eu... não sei se posso fazer isso sem me perder."

Hugo o olhou, estudando-o, percebendo o dilema interno. Ele não respondeu imediatamente. A sua respiração estava tão acelerada quanto a de Guilherme, mas ele queria que ele soubesse que, independentemente de tudo, não havia pressa. "Eu não quero que você se perca", disse Hugo, suas mãos agora segurando o rosto de Guilherme com ternura. "Mas eu quero que você me encontre. Que a gente se encontre."

Aquelas palavras foram a chave que Guilherme precisava. Não era só sobre o corpo, nem apenas sobre o prazer. Era sobre confiança, sobre o processo de se descobrir juntos, de explorar as sombras e a luz de suas próprias emoções. Aquele momento não seria apenas uma transgressão, mas uma ponte entre suas vulnerabilidades, que agora não pareciam mais tão assustadoras.

O que começou como um confronto de medos e desejos, agora se transformava em algo mais delicado, mais real. Eles sabiam que a noite ainda estava longe do fim, mas o que estava sendo construído ali era algo que nenhum dos dois poderia definir com palavras. Algo que, talvez, só o tempo pudesse explicar.

##Pessoal, valeu por acompanhar a série sobre Desejo. Vejo vocês na próxima season sobre Vestiário. Bjos

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