Entre o veludo e o asfalto- A verdade oculta

Um conto erótico de Gabriel
Categoria: Gay
Contém 1398 palavras
Data: 01/01/2025 23:31:07
Assuntos: Gay, Drama, suspense, Amor

A tensão na vida de Mateus e Gabriel atingia seu ápice. Nos últimos meses, a relação deles se transformou de algo sublime para uma montanha-russa de emoções, recheada de mentiras e traições. Para Mateus, o que começou como uma chama secreta de paixão se tornara um inferno particular, onde a dor e a dúvida eram constantes companheiras. Ele não podia negar mais, o peso da traição estava ali, pulsando, e precisava descobrir toda a verdade por trás do comportamento evasivo de Gabriel.

Gabriel, por sua vez, ainda tentava sustentar a fachada da vida perfeita. Casado com Juliana, uma mulher que ele genuinamente amava, mas que já não era capaz de satisfazer suas necessidades emocionais e sexuais, o jovem executivo tentava se agarrar aos fragmentos de uma vida que já não lhe fazia sentido. A constante presença de Mateus em sua vida tornava tudo mais complexo. O desejo era real, mas os remorsos também eram, e Gabriel não conseguia mais distinguir o que era amor e o que era apenas uma fuga.

**– Mateus, o que você está fazendo aqui?** – Gabriel perguntou, a voz trêmula, tentando esconder a ansiedade que transbordava de seus olhos.

Mateus observou-o, a raiva e a dor transbordando de seu peito. Ele sabia que Gabriel não estava sendo honesto consigo mesmo e com todos ao seu redor. Ele sabia, e isso o dilacerava.

**– Você sabe muito bem o que estou fazendo aqui, Gabriel. Mas eu preciso ouvir de você. Preciso que você me diga tudo. Tudo o que fez... tudo o que escondeu de mim.** – A voz de Mateus estava firme, mas as palavras saíam com um peso que ele mal podia carregar.

Gabriel desviou o olhar, a culpa corroendo-o. Mateus nunca imaginou que o homem com quem se envolvera, alguém tão próximo, fosse capaz de esconder tantos segredos. O relacionamento deles fora intenso, profundo, e Gabriel parecia ser sincero, ou pelo menos, Mateus queria acreditar que era. Agora, ele tinha provas, e as palavras de Gabriel não podiam mais negar o óbvio.

**– Mateus... eu... eu não sei o que você pensa que sabe, mas... eu não posso mais. Eu...** – A voz de Gabriel falhou. Ele estava prestes a se abrir, mas a verdade era mais aterradora do que qualquer mentira.

Foi então que Mateus encontrou algo que o fez parar no meio da sala. Ele olhou para a tela do celular de Gabriel, que estava ligeiramente virado para ele. Na tela, uma conversa aberta. Mensagens trocadas com outros homens. Ele sentiu o sangue gelar. Era real. O que ele tinha suspeitado o tempo inteiro era agora uma verdade concreta. Gabriel não estava apenas com ele em segredo. Ele mantinha outros casos, em uma vida paralela que Mateus desconhecia completamente. Aquilo não era só traição, era uma vida dupla construída nas sombras.

**– Como você pôde?** – Mateus murmurou, as palavras saindo como um grito de dor. **– Eu... eu fui seu amante, mas você estava com outros enquanto mentia para todos ao seu redor. Você não teve nem o mínimo de respeito por mim!**

Gabriel, sabendo que não podia mais esconder o que já estava exposto, desabou. Sentou-se no sofá, a cabeça entre as mãos, e suspirou, como se aquela revelação já o estivesse consumindo por dentro há muito tempo.

**– Eu... eu estava perdido, Mateus. Eu não sabia o que fazer. Eu amava você, mas ao mesmo tempo, eu tinha medo. Medo de perder tudo o que conquistei. Eu sabia que estava errado, mas não conseguia parar. Não conseguia deixar tudo para trás. Eu precisava de... algo mais.**

**– Algo mais?** – Mateus repetiu, em tom sarcástico, passando as mãos pelos cabelos, o choque ainda presente em sua voz. **– Você estava brincando com a minha vida, Gabriel. Brincando com os sentimentos de todos ao seu redor.**

Nesse momento, o telefone de Gabriel tocou. Era Juliana. Mateus sentiu um nó na garganta ao ver a esposa de Gabriel ligando, alheia a tudo que acontecia. Ela acreditava que tudo estava bem, que o marido que ela amava ainda estava ali. Mas ele não estava. O homem diante de Mateus já estava completamente perdido.

**– Eu não posso continuar com isso, Gabriel. Não posso ser cúmplice da sua mentira. Você precisa contar a verdade a ela. A Juliana merece saber.** – Mateus declarou, sua voz agora mais fria do que nunca. O desejo de vingança começou a se misturar com uma sensação de vazio, e ele não sabia como lidar com tudo aquilo.

Gabriel olhou para Mateus, o semblante desfeito. Ele sentiu uma culpa imensa, mas ao mesmo tempo, uma dor que nem ele mesmo compreendia. A revelação estava prestes a ser feita, mas como poderia ele fazer isso?

Enquanto Gabriel tentava processar as palavras de Mateus, o som da campainha ecoou pela casa. Antes que qualquer um deles pudesse reagir, a porta se abriu. Juliana estava ali, com um semblante curioso, mas com um toque de inquietação em seus olhos.

**– Gabriel, Mateus... o que está acontecendo?** – Juliana perguntou, sua voz tremendo ligeiramente, como se soubesse que algo estava fora de lugar. **– Eu sinto que algo não está certo. Gabriel, você tem me evitado e...** – Ela olhou para o ambiente, notando a tensão entre os dois homens. O clima estava pesado, insuportável.

Foi nesse instante que Gabriel se viu diante do abismo de sua própria vida. O medo de perder tudo, a pressão de ter que enfrentar a verdade, a culpa por enganar Juliana... tudo aquilo se amalgamou de uma forma quase sufocante.

**– Juliana...** – Ele começou, a voz falha. **– Eu preciso contar a verdade. Eu estava com Mateus. Eu... não posso continuar com isso. Não posso mais mentir para você.**

Juliana parou, seus olhos se arregalaram em choque. Ela olhou para Mateus, e depois voltou para Gabriel, a dor se refletindo em seu rosto.

**– O que você está dizendo, Gabriel? Você... estava com Mateus? O tempo inteiro?** – Juliana perguntou, as palavras saindo como se estivessem sendo arrancadas de sua garganta.

**– Sim. Eu estava com Mateus, mas também com outros... não apenas com ele. Eu estava perdido, Juliana. Eu... eu não sabia o que fazer.** – Gabriel disse, sem coragem de olhar nos olhos da esposa.

Juliana não conseguia acreditar. Ela sentia como se o chão tivesse se aberto sob seus pés, e ela estivesse caindo em um abismo sem fim.

**– Você mentiu para mim... o tempo inteiro!** – Juliana gritou, as lágrimas agora escorrendo livremente. **– Eu vivi todos esses anos acreditando em você, na nossa vida, na nossa família... e você fez isso!**

Mateus observava tudo, sem saber o que fazer. Ele se sentia culpado, mas ao mesmo tempo, não podia negar que tudo aquilo o afetava de uma maneira visceral. Ele não queria destruir a vida de Juliana, mas sabia que a verdade precisava ser dita.

**– Eu sabia...** – Mateus falou, interrompendo o silêncio que se seguiu. **– Eu sabia de tudo, Juliana. Eu sabia de todas as traições de Gabriel. Desde o começo, eu sabia. Mas eu queria ver até onde ele iria. Não era uma questão de ser uma vítima, era uma questão de testar a verdade. Eu... eu queria entender o que ele realmente queria.**

Juliana olhou para Mateus, a expressão de incredulidade misturada com raiva. Ela não podia acreditar que todos ao seu redor haviam mentido. O homem com quem ela se casou, o homem que ela acreditava ser sua alma gêmea, e agora Mateus, alguém que ela achava ser uma vítima, mas que na verdade, tinha suas próprias intenções.

**– Você sabia, Mateus? Você sabia o tempo todo e mesmo assim se envolveu com ele?** – Juliana perguntou, a voz carregada de amargura.

Mateus suspirou profundamente. Ele não sabia como explicar suas motivações, mas sabia que nada mais importava. A relação com Gabriel estava destruída, e ele não poderia voltar atrás.

**– Sim, eu sabia. E agora, vou me afastar. Você está livre, Gabriel. Faça o que quiser com sua vida. Eu já não sou mais parte disso.**

E assim, Mateus se afastou. As palavras ecoaram na casa como um suspiro, e a porta se fechou. Gabriel, sozinho, ficou ali, com os pedaços da sua vida caindo ao seu redor. Ele tinha tudo, mas agora não tinha mais nada. Juliana, devastada, se retirou para o quarto, onde a dor da traição começava a se infiltrar profundamente em sua alma.

Os três estavam agora frente a frente com as consequências de suas escolhas. E a verdade, por mais dolorosa que fosse, ainda era o único caminho possível.

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