Aventuras na Universidade - Capítulo 19 - Conversas dificeis, Vanessa desabafa!
Bissexual, Universidade, Transição, Transex, Crossdresser
(Esta série é uma continuação de Sendo Livre, muitos fatos aqui relatados tem relação com ela, recomendo ler, mas pode ser lida separadamente)
Na manhã seguinte, quando íamos sair do quarto, mamãe já estava com tudo pronto no café, tinha até saído comprar pães fresquinhos e tudo, era o jeito dela dizer que estava muito feliz, ela gostava desses momentos no café.
Trocamos mais algumas histórias, terminamos o café quando Vanessa falou.
– Bom, eu acho que diante de todas estas histórias e do grau de honestidade entre nós mulheres da família, eu queria que fossemos ali pra sala, preciso, na verdade quero falar algo que a muito me incomoda.
Nossa eu fiquei assustada, mamãe apenas me pegou pela mão e falou.
– Calma filha, eu imagino o que seja, é sobre ela, é importante você ouvir.
Bom, sentamos, Vanessa saiu, voltou pra sala com uma caixa de madeira, bem velha, mas voltou com um semblante bem triste, colocou a caixa no colo e começou.
– Meu anjo, eu nunca escondi de você que na minha infância, eu tive namoradas e namorados, sua tia e minha mãe pegaram alguns flagrantes meus beijando meninos e meninas, por isso era mais fácil elas me entenderem e ajudou a com isso entenderem você.
– Ta mais eu já sabia, que susto que me deu, não faz mais isso assim.
– Calma, sim eu nunca escondi isso de você, mas o que falarei a seguir apenas meus pais sabem.
– Creio que eu também, sua mãe me pediu apoio nesta fase. Disse mamãe.
– Melhor assim, se esquecer algo me ajude tia. Disse Vanessa numa voz triste e cheia de dor.
– Puxa, se te faz sofrer, não precisa, é passado.
– Não Valentine, preciso.
Houve uma pausa, ela tirou uma foto.
– Eu tinha alguns anos, era meu aniversário, décimo quarto aniversário, neste dia mamãe havia programado uma festa do pijama lá em casa, como todas as meninas fazem, eu estava ainda mais entusiasmada, pois a menina que eu gostava, tinha ido na festa e ficaria para a festa do Pijama, junto com outras 2 amigas, éramos um quarteto inseparável.
– Sim, vocês 4 juntas eram o terror de qualquer mãe.
Eu apenas ouvia apreensivo já.
– Na hora de nos trocarmos pra dormir, foi tudo normal, mas minha amiga, que eu gostava a Sandrinha, havia me elogiado quando ficamos quase nuas e passou levemente a mão em meus seios.
– Nossa, lembro dessa amiga, ela era linda mesmo.
– Sim, sempre escolho mulheres lindas.
Disse isso piscando pra mim e caimos na gargalhada as tres, até pra descontrari o clima que estava se formando.
– Voltando, ai na hora de escovar os dentes, foram as duas amigas, e voltaram dai fui eu e Sandrinha pro WC, assim que escovamos os dentes Sandrinha falou que gostava de mim, aquilo foi lindo, eu sem pensar nas consequencias a beijei ali no Wc, nos acariciamos, mas quando estava com a mão no seio dela, a porta se abriu e Papai apareceu.
Nossa ai veio um olhar que eu nunca vi em Vanessa, ela abaixou os olhos e com as lagrimas escorrendo disse.
– Meu pai, nos chamou a atenção, puxou a menina pro lado, afastando, chamando minha mãe e apenas mandou que ela levasse todas as minhas amigas pra casa, que tinha acabado a festa.
Eu já estava chorando de ver Vanessa ali.
– Então, aquele nojento, depois de me bater, me falar um monte de coisas me trancou no quarto, uns 30 minutos depois apareceu, havia bebido algo, era nítido o gosto de pinga nele. Ele entrou, eu ali na cama encolhida chorando ele abaixou suas calças e cueca e mostrando seu penis, disse que era disso que eu precisava, que era isso que eu tinha que gostar, que ele iria me ensinar na marra o que uma mulher deve pegar.
Eu não acreditava no que ouvia, quer dizer acreditava mas me aterrorizava.
– Eu não sei como ou em que momento, apenas vi minha mãe tirando ele de cima de mim, empurrando ele que apenas me beijava os seios forçando minha mão para baixo para pegar em seus órgãos.
Vanessa já soluçando falou.
– Naquele momento, mamãe entre empurrar ele, me abraçou, me cobriu com o sobre lençol e me levou pra sua cama, me trancou ali, fechou a porta e apenas ouvi ela brigando e mandando meu pai embora.
Mamãe então entendendo o tempo que Vanessa precisava pra se recuperar falou.
– Foi aquele momento em que sua prima veio morar lá em casa, por uns 4 meses, que seu tio sumiu, ele havia sido preso, mas como não havia provas, naquele tempo o relato da filha e da esposa não valiam de nada, ele ficou 2 dias preso, depois solto, ficou morando em uma quitinete próximo, procurou um tratamento, sua tia vendo que ele havia se recuperado o aceitou de volta, ele mesmo pediu perdão a Vanessa, mas ficava sempre aquele medo dela ficar sozinho com ele. Para o delegado foi uma tentativa frustrada, não houve abuso, segundo o escrivão, como ficou registrado, mas para sua prima e mãe da Vanessa o abuso foi desde o seu olhar no WC até ela o retirar de cima de Vanessa, por sorte hoje o entendimento é diferente e eles estaria preso por muito tempo.
– Nem fale tia, foi um anjo que trouxe mamãe naquele momento exato.
Eu apenas chorava ouvindo, tremendo. Ai Vanessa voltou a falar.
– Sim, por causa disso, por medo de me aproximar de meninas, eu namorei um menino, isso pro meu pai foi uma vitória, fiquei trocando de namorados a cada 2 meses ou até o tempo em que algum deles tentava me pegar no seio ou tentava algo comigo, aquilo me traumatizou.
– Sim eu Lembro Vanessa, ficamos mais próximos neste período, era seu confidente, inclusive você ter morado lá em casa me fez ficar apaixonado por você.
– Sério, nunca falamos disso, disse Vanessa com um olhar mais delicado.
– Acho que vocês dois nunca falaram muita coisa do passado.
– Não tia, eu contei todas minhas relações do passado para Valentine, exceto esse abuso.
– Perdão Vanessa, sinto muito.
– Imagine meu anjo, você foi muito delicado e gentil comigo, acho que isto que me fez te amar, você não tem culpa, ninguém tem, apenas aquele monstro.
– Bom então, vamos agora pôr uma pedra nisso, disse mamãe, pois o assunto era pesado demais.
– Sim, mas deixa apenas eu falar mais uma coisa. Foi por isso Valentine, que eu me apaixonei pelas mulheres de minha vida, os homens, nunca me trouxeram boas lembranças, exceto você, mas é que eu te via diferente.
Bom eu abracei Vanessa, no final do abraço lhe dei um longo beijo, beijo de perdão, de dor, de tudo, ela retribuiu mas no final do beijo disse.
– Eu te amo, mas te respeito, terá seu namorado, será feliz, entendi este beijo, mas ele não irá mais se repetir, não agora, é o momento de Valentine se descobrir, eu precisava te contar isso até pra você não me julgar se amanhã ou depois eu sair com outras mulheres, elas apenas não me fazem mal, como você não me faz.
Mamãe nos abraçou e Vanessa encerrou.
– Depois da terceira recaída, minha mãe desistiu de salvar seu marido, eu já não o via como pai, e sim como um monstro, então encerramos aqui este assunto.
– Tá mas e estas outras fotos.
– São destas meninas da festa do pijama que nunca ocorreu, elas me mandaram pois naquela mesma noite uma delas teve a ideia de continuar a festa sua casa, e me mandaram fotos sabendo que eu ficaria feliz em elas terem se divertido, são fotos simples de bobagens, mas que guardo com carinho, foi o que aliviou minha alma daquele pior dia da minha vida.
Dali, Vanessa me puxou pela mão, combinamos de nos trocar e conhecer alguns parques da cidade, coisa que em menos de 15 minutos estávamos todos a postos com legging, tênis e camisetas de caminhada, pois Vanessa mencionou que seria um dia de aventuras e muita caminhada.