A professora de piano II

Um conto erótico de Daniela
Categoria: Heterossexual
Contém 2648 palavras
Data: 02/01/2025 06:30:44

O sol nascia tímido por entre os prédios de São Paulo enquanto eu observava a cidade acordar da janela do meu pequeno apartamento, onde morava junto de minha tia. Minha mente estava longe, perdida entre o Paraná e aqui. Me mudei pra cá ainda adolescente, com um sonho de me tornar música, e sigo percorrendo este sonho até então. Tanta coisa mudou desde que pisei nessa cidade pela primeira vez para começar meus estudos, e a minha maior mudança, foi ter conhecido o homem que eu amo. Nunca pensei que minha vida daria tantas voltas. Eu tinha tudo planejado: estudar, me formar, voltar para o Paraná, talvez montar uma escola de música e construir um futuro ao lado de Daniel. Ele era meu pilar, meu porto seguro. Mas, de alguma forma, eu me perdi nesse caminho.

Tudo começou de forma sutil, quase imperceptível. Conhecer Larissa foi como abrir uma janela para um mundo que eu nunca imaginei explorar. Ela era livre, confiante, dona de si. Nós nos conhecemos durante uma aula de composição. Larissa tinha essa aura magnética, uma energia que parecia contagiar todos ao redor. Ela falava sobre suas noites, aventuras e encontros como se fossem histórias de um livro que eu nunca tinha lido. Falava sobre os homens que conheceu, transou, e sobre as vezes que enchia a cara, e ressaltava sempre que aquilo era viver. No início, eu apenas ouvia, curiosa. Depois, comecei a me perguntar: e se eu também pudesse experimentar um pouco dessa liberdade? Eu vim pra São Paulo e nunca conheci metade dessas coisas que sou apresentada apenas em palavras. Invejei Larissa de certa forma, e desejei o mesmo para mim, mesmo me dizendo várias vezes de que isto é errado.

Larissa me convidava para sair com frequência, Daniel sabia que passeava com minhas amigas, mas confiava plenamente em mim. De início eram coisas rápidas, mas ela queria me mostrar mais do mundo, e, aos poucos, comecei a ceder. Primeiro foram cafés depois das aulas, depois happy hours, até que, eventualmente, me vi em festas e eventos que eu nunca pensei em frequentar. Não era só sobre os lugares ou as pessoas, mas sobre a sensação de estar vivendo algo diferente, algo novo. Cada saída parecia um pequeno vislumbre de uma vida alternativa, uma vida que não envolvia planos sólidos e compromissos firmes. As luzes das boates, as danças, tudo me encantava. No final do dia, um peso na consciência, pois me divertia, e não podia contar nada a Daniel.

Porém, notei que Daniel percebia as mudanças. Não apenas nas minhas atitudes, sendo que até ao transarmos, eu parecia mais viva e cheia de tesão. Pegava muitas dicas e truques com Larissa de como deixa-lo louco, além de claro começar a buscar em sites, posições e formas de agradar meu namorado. Eu sentia que ele gostava, mas no final de cada foda, eu sentia que ele queria me perguntar algo, mas não perguntava. E eu, claro, permanecia quieta.

Em um desses momentos, tomamos banho juntos, e teve um momento em que eu peguei na bunda dele com vontade, e eu a apertei, enquanto ele estava me fodendo. senti que ele gostou, mas ao mesmo tempo notei a surpresa. Eu estava morta de tesão, e então naquele dia ele me fodeu com vontade. Nossas transas não eram o problema. Mas depois, eu sentia algo nele. Ele não dizia muito, mas eu podia ver nos olhos dele a preocupação, o medo de que algo estivesse escapando por entre nossos dedos. E estava. Não porque eu o amasse menos, mas porque eu não sabia mais quem eu era. Comecei a desejar mais ainda do que eu queria. Queria sair com ele numa dessas baladas e ele me foder com força num banheiro sujo, enquanto o funk rolava solto.

Comecei a realmente sentir que era outra pessoa, ou que queria algo que nunca tive. Que eu queria sexo, aventuras, adrenalina, com ele. Mas, eu percebia a forma como ele não gostava da minha amiga, então não iria aprovar meus desejos que estavam ali, florescendo e ganhando forma. Comecei a questionar tudo. Será que estava me agarrando a um sonho que não era realmente meu? Será que a Daniela que Daniel amava era mesmo a Daniela que eu queria ser?

Larissa comemorou seu aniversário em uma boate e chamei Daniel para irmos, mas ele recusou. Disse que não era amigo de Larissa, então não fazia sentido ir. Mas será que ele percebeu que, ele deveria ter ido por mim, e não por ela? Eu me frustrei no caminho, mas não me deixei abalar, eu fui mesmo assim e arrasei com tudo. Dancei, bebi, e claro, dei muitos foras em homens inconvenientes, pois eu só queria um mesmo. O meu Daniel. Encontrei Larissa depois de duas horas, de cabelo bagunçado e vestido levemente levantado. Já sabia o que tinha rolado. Depois dessa festa especialmente agitada, Larissa e eu voltávamos para casa de táxi. Ela estava animada, contando sobre o novo rapaz que havia conhecido.

— E você, Dani? Quando vai parar de ser tão certinha e se jogar de verdade? — perguntou ela, com aquele sorriso malicioso de sempre.

— Não é tão simples assim, Larissa. Eu tenho o meu homem. Daniel é meu homem e é muito importante para mim. Apesar dele quase nunca ceder um pouco para vir nessas festas comigo.

Ela riu, balançando a cabeça.

— Dani, você só tem uma vida. Vai mesmo passar por ela fazendo o que esperam de você? Pense nisso. Daniel não se encaixa nessa Dani que está se descobrindo.

Fiquei curiosa com o último comentário, e claro, questionei a ela.

— Larissa, o que você quer dizer com isso?

— Quero dizer que a vida é uma só. E que eu acho que você devia experimentar sensações, sem estar presa a ele, quer dizer, você só trepou com ele até agora. Porque não pede um tempo? Vocês não estão bem agora, aproveite, peça um tempo, curta ai uns três meses de solteirisse, depois voltam.

As palavras dela ficaram ecoando na minha mente. Passei noites em claro, olhando para o teto, tentando entender o que estava acontecendo dentro de mim. E sinceramente, eu estava tentada a fazer isso. Poderia estragar tudo, e nunca mais ter volta com Daniel. Mas eu não poderia viver uma vida com ele, na frustração de não ter experimentado como é estar sem ele por um momento. Tomei coragem, iria viajar para a casa dos meus pais, mas antes disso, queria acertar tudo com ele. Quando finalmente falei com Daniel, meu coração parecia que ia sair pela boca. Eu falei, as reações não foram boas, eu sabia disso. Talvez eu tenha sido cruel em pedir isso, mas seria ainda mais crueldade seguir um possível casamento sem ter certeza se era isso mesmo que eu queria, ou como era ser livre.

A dor nos olhos dele foi um reflexo da minha própria. Eu sabia que estava machucando alguém que sempre me amou de forma incondicional. Mas também sabia que, se não fizesse isso, acabaria me destruindo.

Depois que nos afastamos, eu viajei, mas fiquei menos de uma semana na casa dos meus pais, e tratei de voltar pra São Paulo. Nesse meio tempo, no começo, conversei com Daniel, que sempre transmitia dor na voz pelo telefone, então passei a deixa-lo quieto. Depois disso, mergulhei de cabeça nesse novo mundo. Saídas com Larissa se tornaram rotina, e, por um tempo, aquilo parecia ser exatamente o que eu precisava. Fomos a bares, festas e até eventos mais alternativos. Ela me apresentou a pessoas que viviam vidas completamente diferentes da minha. Uma dessas noites foi especialmente marcante. Larissa e eu fomos a uma festa em um rooftop. A música alta, as luzes vibrantes e a atmosfera descontraída eram um contraste gritante com a vida que eu tinha com Daniel.

— Dani, olha aquele cara ali. Totalmente seu tipo. Vai lá falar com ele! — disse Larissa, apontando para um rapaz loiro de olhos azuis.

— Larissa, não. Eu não consigo fazer isso. — respondi, rindo nervosamente.

— Consegue, sim. Você só precisa parar de pensar demais. Vamos lá, eu vou com você.

Antes que eu pudesse recusar, Larissa já estava me puxando. Conversamos com o rapaz por um tempo, ele me devorava com os olhos. Era lindo, e tinha um bom papo, tentou inclusive chegar mais perto, mas por impulso, eu o afastei. Queria ser livre, mas, para ser honesta, minha mente ainda estava em Daniel. Apesar de toda a diversão e novidade, havia uma parte de mim que sentia falta dele, que se perguntava se eu estava fazendo a coisa certa.

Saí com Larissa mais algumas vezes, mas segui na mesma pegada. Não conseguia pensar em outra pessoa a não ser Daniel, e sinceramente, comecei a sentir saudades dele. Mas não queria voltar atrás. Eu sentia que minha missão ainda não havia acabado, e só havia se passado um mês. Enquanto tomava sua cerveja, ela me perguntou:

— Você acha que vai voltar para o Daniel depois desses três meses?

— Eu não sei, Larissa. Parte de mim sente que ele é o amor da minha vida. Mas outra parte… outra parte quer continuar descobrindo quem eu sou.

Ela sorriu, como se já soubesse a resposta antes mesmo de eu terminar de falar.

Nesse meio tempo, comentei a Larissa sobre as aulas que iria começar a ter na semana seguinte, com um filho de um milionário. Ele tinha interesse por música, mas não tinha nenhum preparo ou era afinado, e senti que seria uma boa trabalhar, nos momentos de mais liberdade, até para ajudar nas despesas.

— É uma boa chance para você se afastar um pouco e ganhar algum dinheiro, — disse Larissa, enquanto mexia no celular. — Quem sabe não se interessa pelo pai e ele não te fode com força naquele sofá caríssimo que ele deve ter?

— Não! Hahaha, mas claro que não! — Disse a Larissa, totalmente constrangida.

E ela estava certa, em partes. Aceitei o trabalho sem pensar muito, apenas com o desejo de mudar de ares e encontrar algum sentido no meio de toda essa confusão.

A mansão ficava em um bairro afastado, longe do caos do centro da cidade. Quando cheguei, fui recebida pela governanta, uma mulher austera, mas educada, que me conduziu por corredores imponentes até a sala de música. O lugar era lindo, com janelas enormes que deixavam a luz do sol entrar e iluminar o piano de cauda que ocupava o centro do cômodo.

Foi lá que conheci o filho do dono da casa, seu nome era Henrique. Ele parecia tímido, mas havia algo nos olhos dele que me lembrou de mim mesma quando comecei a aprender música.

— Olá, Henrique. Meu nome é Daniela, mas pode me chamar de Dani. Vamos começar devagar, tudo bem? Você já tocou piano antes?

Ele balançou a cabeça, encolhido, mas deu um pequeno sorriso quando sentei ao lado dele no banco do piano.

Ensinar piano era algo que sempre me trouxe alegria, e, naquele momento, senti que talvez estivesse no caminho certo novamente.

E então conheci o pai dele. Ele entrou na sala durante uma das aulas, trazendo consigo uma presença que parecia preencher o ambiente. Alto, cabelos castanhos bem feitos, de traços marcantes, um porte atlético. Andava quase sempre de social, ou roupas mais confortaveis, porém elegantes pela casa. Olhar para aquele homem era como se perder, era como vislumbrar um daqueles artistas famosos que só se vê na televisão, ou na internet. Mas não era só a aparência dele que chamava a atenção, Gustavo tinha um ar de quem estava acostumado a comandar, de quem sempre se mantinha por cima. Pela primeira vez, eu me senti intimidada por alguém, e ele parecia intrigado comigo.

— Você deve ser a professora Daniela. Prazer, sou Gustavo. Espero que o Henrique não esteja te dando muito trabalho. — Ele disse, com um sorriso. E que sorriso... Eu... Não sabia o que fazer. Aquele homem falou comigo de uma forma tão simples, mas tão intensa, que eu me sentia mole pela primeira vez na minha vida. Eu respondi de imediato.

— Não, de forma alguma. Ele é um ótimo aluno. — respondi, tentando não me sentir intimidada.

Gustavo se aproximou do piano, observando enquanto Henrique praticava uma melodia simples. Olhando daquela forma, parecia um pai apaixonado pelo filho, e isso de certa forma me tocou. Porém, eu não tinha como negar algo sobre Gustavo. Havia algo nos olhos dele que me deixou inquieta. Uma intensidade, uma curiosidade que parecia ir além do que era visível na superfície. Algo que parte de mim gostaria de desvendar mais, porém outra parte, tinha medo.

Saí da mansão naquele dia com a sensação de que algo novo estava para começar. Comecei a perceber que não era apenas sobre o trabalho ou as aulas de piano. Havia algo maior acontecendo, algo que eu ainda não podia compreender. Cheguei em minha casa, e pensamentos começaram a tomar conta de mim. Eu não sabia como havia chegado aquele ponto, mas, durante o banho, eu toquei meus seios. Eu os toquei, e assim eu os acariciei, e de repente, minha imaginação se pegou em Gustavo, me invadindo completamente, me pegando desprevinida no banho.

A água caia sobre nossos corpos, enquanto seus lábios tomavam os meus, e eu cedia para ele. Logo ele me colocava contra a box, e aquele pau dele, passava a me foder. Eu só conseguia pensar no tesão que aqueles olhos, cheios de mistério e controle conseguiam me passar, eu era uma submissa diante dos braços daquele homem. Eu acordei do transe ali, com as mãos na minha bucetinha. Eu me masturbei, ignorando tudo, queria me aliviar daqueles pensamentos impuros sobre aquele homem. O banho havia terminado, e eu gozei apenas com as minhas mãos, não conseguindo sequer crer que eu fiz isso.

Algumas horas depois a culpa recaiu sobre mim, pois mesmo "separada" eu ainda amava Daniel, e tinha sim intenções de voltar pra ele. Mas, como voltar, com todos aqueles sentimentos. Parte de mim mandou esquecer tudo aquilo, e a outra parte, simplesmente dizia para que eu aproveitasse os dois meses seguintes, dando de forma louca para Gustavo, até me acabar. Pois eu preferi ouvir meu lado mais racional, e me dediquei apenas ao meu trabalho.

Nas semanas seguintes, minhas aulas com Henrique se tornaram o ponto alto dos meus dias. Ele estava progredindo rápido, e o entusiasmo dele pelo piano era contagiante. Mas também não podia ignorar os momentos em que Gustavo aparecia. Começamos a conversar mais, geralmente sobre música e sobre como Henrique estava indo, mas havia uma tensão subjacente que parecia crescer a cada encontro.

— Você é muito dedicada ao que faz, Daniela, — ele disse um dia, enquanto me acompanhava até a porta.

— Obrigada. Eu realmente amo ensinar. Acho que a música tem o poder de transformar vidas.

— isso é verdade. A música trouxe você até nós. — Respondeu Gustavo, e sinceramente, aquela resposta havia me deixado nas nuvens.

— Obrigada mais uma vez. Boa noite...

Ele sorriu, mas havia algo em seu olhar que me fez sentir exposta, como se ele pudesse ver além das palavras. Gustavo, antes que eu pudesse ir pra casa, se aproximou, e levou uma das mãos até minha cintura. Segurou-a, e assim fixou seus dedos enquanto se aproximou de mim, me dando um beijo na bochecha, de despedida. Pude sentir ali os lábios dele perfeitamente em minha pele, enquanto o ouço se despedir. Ele mesmo pediu para que o motorista me levasse para casa, e no caminho, só conseguia pensar em tudo que estava acontecendo.

Eu não sabia para onde tudo isso estava me levando, mas, pela primeira vez em muito tempo, senti que estava me redescobrindo. Cada dia era uma nova oportunidade de explorar não apenas o mundo ao meu redor, mas também o meu próprio coração. E, de alguma forma, sabia que o destino tinha planos para mim e Gustavo, planos que iriam muito além do que eu poderia imaginar.

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Comentários

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Acho que as notícias não serão boas para Daniel.

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Muito bom vamos ver os acontecimentos futuros mas acho que o namoro com Daniel foi para o espaço , mas veremos o que vc nos reserva

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Como comentei no capítulo anterior, Dani incentivada pela Larissa pediu um tempo ao homem q ela diz amar pra experimentar outras rolas, virar puta na mão de outros, com a desculpa de está se descobrindo, e se não bastasse se esbaldar com a amiga q não ama nem a si mesma, me parece q vem uma paixão pelo pai do aluno, agora eu pergunto depois de ser puta de outros, de se apaixonar e provavelmente dar muito pro Gustavo, será q ela vai querer voltar pro antigo namorado, ou será q o namorado vai se fingir de trouxa e aceitar ela de volta caso ela resolva voltar pra ele?

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Bom amigo velhaco, só o tempo vai dizer meu amigo. Mas podemos ver que, a tal fidelidade que Dani parecia ter mesmo "solteira" está prestes a ir pro espaço.

Aguardemos a parte 3 que será ainda mais quente.

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E não somente a fidelidade, não é mesmo, vejo Dani se envolvendo de uma forma muito intensa com Gustavo, e daí sim veremos muitos problemas, e não somente pra ela

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Como vocês já devem saber, eu não incluo personagem a toa, vai ter ai umas boas reviravoltas nessa história.

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