Uma ótima semana a todos.
Personagem do Signo:
OLGA (https://postimg.cc/Hr1s1857)
Outro Personagem:
MARISOL (https://postimg.cc/SjNV88kL)
Características Signo: Intuitivo, Teimoso, Intenso, Misterioso, Carismático, Gostaria de Mudança e Transformação (visual, aparência, lugar, rotina, etc)
Elemento: Água (Emocional)
Continuando ...
[DIANA (POV)]
Ela assentiu com a cabeça e eu entrei novamente na Mansão com a Martina. Subimos para o segundo andar e caminhamos pelo corredor. Eu iria aproveitar a situação e a privacidade para entender melhor a dinâmica daquele pessoal. Eu não confiava em nenhum deles, mas, pelo menos, eu tinha uma história com a minha antiga pupila. Se eu agisse com cautela poderia obter informações bastante úteis.
O quarto dela era no final deste corredor. Quase um dos últimos e ao longo do trajeto, fui observando seu corpo, que agora estava mais robusto do que antes e com algumas tatoos também.
Uma delas eram os aros olímpicos no ombro direito. Outra tatoo que eu reparei, ficava na lateral do seu corpo, um pouco abaixo dos peitos. Era uma jovem mulher segurando um jarro de forma inclinada, como se estivesse derramando água. Outra tatoo menor, ficava próximo a bunda, na região do cóccix, e eram três linhas onduladas, como se representasse as águas e a cabeça de um carneiro em cima das três linhas em ondulação.
Chegamos ao seu quarto e eu fiquei maravilhada com a beleza da decoração, com vários elementos náuticos e marinhos no ambiente. Sua cama era redonda e se parecia com uma ostra gigante aberta e o colchão acompanhava o formato da concha. As paredes eram num tom médio de azul, o teto tinha um outro tom de azul, mais claro, e nele, havia um lustre embutido, tipo plafon que parecia o sol iluminando o ambiente. Como se estivéssemos no fundo do mar.
E o que mais me deixou sem palavras era que uma das paredes do seu quarto era toda de vidro. Parecia que estávamos em um aquário gigante. Fomos até a parede de vidro e era possível ver uma boa parte da área da piscina, junto com um belo jardim e algumas árvores que serviam pra bloquear a visão, dando uma certa privacidade.
O quarto também era equipado com frigobar, TV e num outro canto, pude observar, em destaque, os seus troféus e medalhas, que estavam emolduradas de forma elegante na parede.
O banheiro também era grande, igual ao da Olga, com uma enorme banheira de hidromassagem. As paredes pretas com vários objetos em neon, como estrelas do mar, escafandros, conchas e águas vivas que se acendiam iluminando o local, completavam o ambiente.
Martina – Gostou do meu quarto, Diana? – Falou empolgada, segurando nas minhas mãos.
Diana – É maravilhoso. Eu nunca poderia esperar por isso.
Martina – A Olga deu uma ajudinha e o Ariano mandou executar.
Diana – Estou vendo que todas vocês vivem muito bem aqui.
Martina – Sim e eu queria tanto que você viesse pra cá ... O Ariano está doidinho pra ter você como esposa. – Disse Martina, piscando pra mim.
Diana – Martina, acho isso muita loucura e eu acabei de me divorciar.
Martina – Eu sei, mas é que você tem um pensamento muito retrô. Tenho certeza de que você iria adorar essa vida que eu levo.
Diana – Mas você desistiu de tudo pra ficar aqui só servindo aos caprichos dele?
Martina – Lógico que não! – Falou minha amiga, quase que indignada. – Todas nós temos a nossa vida e o Ariano inclusive apoia isso.
Diana – É mesmo? E ao que, exatamente, você se dedica, no momento? – Perguntei tentando entender o que significava este “apoio”.
Martina – Bom, não sei se você sabe, mas eu sou a dona de uma rede de academias de ginástica. Atualmente, são 40 unidades e a maior parte delas dispõe de piscina com raias olímpicas. Ou seja, o sonho que eu tinha de produzir nadadores olímpicos … agora tenho os recursos para realizá-lo.
Diana – Nossa, que maravilha! Estou muito orgulhosa de você. Mas, como você conseguiu montar e consegue administrar um negócio tão grande?
Martina – Na verdade, “montar” não é bem a palavra. O Ariano me deu de presente de casamento. E quanto a administrar, eu só cuido da parte que eu gosto: os treinos de natação, organização das competições, coisas do tipo. A gestão do dia a dia é feita por uma equipe contratada pelo Ariano.
Diana – Mesmo assim, você como proprietária, deve ter uma série de assuntos que tem que se envolver. Como você dá conta de tudo?
Martina – Eu não me envolvo em aspectos operacionais, administrativos, financeiros ou jurídicos. Para isto eu dei uma procuração ao Ariano cuidar para mim. Eu só quero ficar com a parte boa do trabalho. Rsrsrs.
Diana – Entendi. E as outras esposas também têm este tipo de apoio, certo?
Martina – As que querem, tem. Por exemplo, a Letícia só cuida da casa. Mas, vamos falar da parte interessante …
Diana – E qual seria a parte interessante?
Martina – Bom, além de todos os nossos sonhos se tornarem realidade … o sexo... é divino, Diana.
Diana – Divino?
Martina – Ele é um Deus do sexo! Ele sabe exatamente o que fazer pra nos deixar em êxtase. Eu gozo horrores com ele e com as outras. – Falou Martina, meio encabulada.
Diana – Com as outras? Você está falando em suruba?
Martina – Eu sei que pode parecer meio estranho, mas eu me descobri bissexual. Eu adoro brincar com outras mulheres e acho que toda aquela admiração que eu tinha por você na época que você me treinava ... era ...
Martina deu uma leve mordida nos lábios, e não tirava os olhos de mim. Eu, imediatamente me afastei dela e a interrompi.
Diana – Ôôôôôuuuu, pera lá! O que está acontecendo aqui? Todo mundo nessa mansão está querendo me comer. – Falei brincando com ela, pra dar uma amenizada no clima.
Martina – Desculpa, Diana! Eu acho que fui sincera demais, mas eu agora sou mais velha e enxergo melhor as coisas.
Diana – Como eu disse, acabei de me divorciar, quer dizer, na verdade, ainda nem me divorciei no papel, mas não moro mais com ele.
Martina – Mudando de assunto, fiquei sabendo que a viagem pra Nápoles foi muito boa.
Diana – Não aconteceu nada!
Martina – Hummm, mas o Ariano voltou muito feliz. Fiquei até com pena da Babi ... Ele disse que ficou com tesão durante toda a viagem e que teve que se controlar muito pra não te agarrar, mas ele disse que você ainda não estava pronta.
Diana – Eu o vi se “controlando” com a esposa do Copiloto. Ele é sempre assim? Faz as coisas que quer?
Martina – Diana, você tem que conhecê-lo melhor! O Ariano é muito gentil, mas não gosta de ser desafiado, nem contrariado. Às vezes ele parece um cachorro que não larga o osso, sabe? Pra você ter uma ideia, uma vez nós fomos passar uma semana no Copacabana Palace e nós estávamos na piscina bebendo e nos divertindo, quando eu disse, brincando, que tinha vontade de transar na piscina do Hotel.
Diana – Não acredito que vocês...
Ela me deu um sorriso bem sapeca e continuou o relato.
Martina – Ele disse que seria impossível pra alguém fazer isso, mas não pra ele. Fiquei com um pouco de receio e tratei de mudar o assunto, e dois dias depois, quando anoiteceu, fomos caminhar na orla de Copacabana, e na volta ele me disse que queria nadar um pouco na piscina. Achei estranho, porque essa hora a piscina deveria estar fechada, mas o acompanhei.
Diana – Já entendi! Vocês foram até a piscina e transaram.
Martina – Resumindo, foi isso. Tiramos toda a nossa roupa e eu estava com medo de que alguém nos visse e desse algum problema. Se fosse uma piscina de qualquer hotel, já seria um problema, mas a do Copacabana Palace ...
Diana – E como ele fez isso?
Martina – Ele mandou que ninguém se aproximasse da área da piscina. Deixou vários seguranças lá vigiando.
Diana – Isso é mentira, né? – Perguntei meio incrédula, mas ela continuou a falar.
Martina – Não! Eu juro por Deus! E vou te falar... Eu tive um dos maiores orgasmos da minha vida. Ele me levou pro centro da piscina e fiquei com as minhas pernas entrelaçadas na cintura dele, enquanto ele enfiava aquele pauzão na minha buceta.
Diana – Não precisa me contar os detalhes, amiga!
Martina – Só de lembrar eu fico molhadinha. Éramos só nós na piscina iluminados pela luz da lua e alguns seguranças virados de costas. O tesão que eu senti foi enorme e eu gozei muito... seguidas vezes ...
Diana – Martina, tá bom... Eu já entendi.
Martina – Não, Diana, você não entende. Você só vai entender o dia que você sentir na pele o que eu estou falando ... Mesmo depois que ele gozou, ele não parou de me foder e me levou até uma das bordas da piscina e continuou a me foder com força, enfiando aquele pau todinho em mim.
Notei que uma de suas mãos estava descendo em direção à sua xoxota e ela com certeza iria se tocar ali na minha frente.
Martina – Diana, mesmo dentro da água, com todas as dificuldades, ele ainda conseguiu foder o meu cuzinho. Demorou muito, pois as condições eram complicadas, mas nós tínhamos todo o tempo do mundo e Ariano não se deu por satisfeito, até que ele conseguiu comer o meu cuzinho, enquanto eu tocava uma siririca.
Diana – Martina! Martina! Se controla mulher ...
Martina – Desculpa, Diana. Estou com muito tesão!
Tentei mudar de assunto, mas ela queria continuar me contando aquela lembrança.
Martina – Foi maravilhoso e eu gemi e gritei mais que gata no cio.
Diana – E as pessoas nos quartos. Ninguém meteu a cara na janela pra ver?
Martina – Acho que não. Ele disse que o Hotel recebeu um aviso de que uma ala inteira poderia estar contaminada por alguma coisa e os hóspedes tiveram que ser realocados em outros quartos. Justamente para os quartos que ficam fora da visão da piscina.
Diana – Cada vez mais eu fico assustada com o poder que Ariano tem. Isto me dá medo.
Martina – Não é só poder. Além disso, ele ainda tem influência e carisma. Mas, não sei por que você tem medo.
Diana – É que eu acho que um homem assim é capaz de tudo para conseguir o que quer.
Martina – Diana, veja bem, o Ariano é um homem com muitos recursos, além de obstinado. O que ele quer, ele consegue, por bem ou por mal. Se bem que eu nunca o vi fazer nada de mal para conseguir o que quer. Bom, pelo menos, nunca cometeu nenhum crime, que eu saiba.
Eu ainda tinha uma dúvida sobre o que a Martina tinha me contado do relato do Ariano sobre a viagem à Nápoles:
Diana – Você por acaso contou a ele sobre os meus parentes na Itália?
Martina – Sim, fui eu. Espero que tenha gostado.
Diana – Adorei! Mas …
Martina – Mas ...
Diana – Não sei explicar ... Eu não sinto verdade nele, quando ele diz que ama todas as esposas, e ele inclusive, disse que me amava ... Como ele consegue amar todas?
Martina – Você deveria perguntar isso a ele e não a mim. Eu me sinto amada por ele, desde os pequenos gestos, como por exemplo, trazer uma conchinha de alguma praia que ele passou, quanto ao lance do Copacabana Palace.
Diana – Entendi, mas não consigo conceber isso de amar 12 mulheres.
Martina – Mas ele consegue.
Diana – E quanto à filhos?
Martina – Esse é um assunto delicado. É praticamente proibido falar sobre isso. Sempre tem algum estresse ... Ariano não quer filhos, por enquanto. Disse que estava esperando a pessoa certa para isto, já que a Letícia não pode engravidar.
Diana – E por quê?
Martina – Isto eu não sei. A gente não conversa muito sobre este assunto, por aqui.
Diana – E a filha da Babi, por exemplo? Como fica?
Martina – Não sei ... Ele trata bem e ajuda, mas como eu disse, não fale desse assunto com ele nem com as outras esposas. Certa vez, Ana Lúcia quase o deixou, porque sonha em ter filhos, mas ele não quer.
Diana – Ok, não vou tocar neste assunto … Martina, o que você acha que o Ariano quis dizer com “eu ainda não estar pronta”? – Perguntei quando já nos preparávamos para voltar para a piscina.
Martina – Eu não tenho muita certeza, mas acho que tem a ver com o seu estilo de relacionamento.
Diana – Como assim? Não entendi.
Martina – Diana, minha querida, você viveu em um relacionamento monogâmico durante a vida toda e o Ariano tem interesse em que você seja a décima segunda esposa dele. Para que isto seja possível, você tem que ser apresentada ao nosso estilo de vida da forma mais “didática e prática” possível – Falou Martina fazendo aspas quando pronunciou as palavras: didática e prática.
Diana – É mesmo? E como isto vai ser feito?
Martina – A resposta para esta pergunta eu não tenho. Mas tenho certeza de que o Ariano tem um plano muito bem elaborado e pronto para ser colocado em prática.
Decidimos voltar pra piscina e durante o caminho, resolvemos apostar pra ver quem nadaria mais rápido e chegando lá contamos, às demais, sobre a aposta e virou uma bagunça.
Olga – O que vocês apostaram?
Diana – Nada. Só quero provar pra minha ex-aluna, quem é que manda, kkkk.
Martina – Se liga, coroa! Hoje é o dia da aluna superar a mestra!
Diana – Coroa? Você é só um pouco mais nova do que eu ... Coroa ... Que abuso!!! – Brinquei, dando um leve empurrão nela.
Letícia – Tem que valer uma prenda ... Quem perder tem que fazer algo, no mínimo constrangedor.
Olga – Quem perder vai ter que me dar a bunda, kkkk.
Olhamos pra Olga, que morria de rir e tanto eu, quanto Martina não topamos essa ideia.
Alba – Poderia ser, tomar uma garrafa de pinga.
Valeska – Ou então ficar um dia inteiro pelada.
Olga – Ficar pelada é muito fácil!
Nesse momento, Ariano e Bárbara chegaram e logo as esposas pararam tudo o que estavam fazendo e foram cumprimentá-lo. Fiquei assustada com a grande quantidade de saliva trocada. Beijos e mais beijos foram dados e recebidos. Parecia não ter fim.
Ariano – Já beijei quase todas ... Quem falta?
Todas as esposas olharam pra mim e pra Tati. Ariano veio em nossa direção e nos beijou na bochecha e, em mim, ainda deu um abraço forte, me suspendendo no ar. Tati deu um sorrisinho e eu fiquei meio sem graça.
Ariano – É sempre bom te rever, Diana. Que bom que consegui chegar a tempo. O que era esta algazarra que vocês estavam fazendo?
Martina – Eu e ela estamos apostando quem nada mais rápido.
Ariano – Interessante ... – Disse Ariano coçando o queixo.
Letícia – E estávamos decidindo qual será a prenda que a perdedora vai pagar.
Barbara – Gente, eu vou me deitar um pouco. Estou cheia de dor!
Só então notamos que Babi estava mancando e Valeska perguntou ao Ariano o que tinha acontecido e ele respondeu, sorrindo maliciosamente, que não tinha acontecido nada demais. Apenas que tinha exagerado um pouco com ela.
Ana Lúcia – O que vai ser então?
Cada uma falava uma coisa e então Ariano disse que a prenda deveria ser algo pra ele, pra não haver brigas depois.
Diana – Mas o que seria?
Ariano – Estou com vontade de ver uma mulher fazendo um striptease e uma lap dance. Que tal?
Martina concordou e eu não fiquei muito satisfeita, porque eu não estava a fim de fazer isso pra ele.
Diana – Eu não estou me sentindo bem com esta aposta.
Martina – É só você me ganhar.
Ariano – Pra ficar mais interessante, tem que fazer isto na frente de todos aqui.
Ficaram tentando me convencer a fazer isso, mas eu não queria. Tati, mesmo um pouco apreensiva, me disse que essa experiência poderia ser libertadora, mas tenha cuidado para não dar um passo maior que a perna.
Diana – Se eu fizer isso, vai ser o mesmo que dizer a ele que pode vir me pegar que eu estou querendo. – Falei baixo, somente para Tati ouvir.
Tati – E você não quer nem um pouco? Fala a verdade!
Diana – Não!
Tati – Se não for ele, será outro! Alguma hora você terá que enterrar o Adolfo e partir pra outro.
Pensei um pouco, inclusive sobre o que a Martina me havia dito de não estar preparada e acabei topando a competição, mas eu deveria ter avaliado melhor as condições. Ela estava numa piscina em que provavelmente nadava todos os dias, além de estar um pouco mais musculosa do que quando era minha pupila e eu não treinava assim fazia algum tempo. Acabei me dando mal e perdi.
Martina parecia outra pessoa. Ela estava muito mais rápida e me ganhou com certa vantagem e quando cheguei na borda, ela já estava comemorando e gritando “perdeu” pra mim.
Diana – Você está muito rápida! O que você anda tomando nas refeições?
Martina – Leitinho do meu marido, que é altamente nutritivo, kkkk.
Todo mundo riu e logo ficaram cobrando que eu pagasse a prenda. Eu estava muito constrangida e sem jeito. Ariano interveio:
Ariano – Diana! É uma brincadeira! Não precisa fazer isso, se não quiser.
Letícia – ARIANO!!! – Falou Letícia, levantando um pouco a voz.
Ariano – ELA NÃO PRECISA!!! – Gritou Ariano, com certa raiva.
Todos se calaram e eu fiquei com medo daquela fúria repentina.
Ariano – Diana, se você não quer, não precisa. Ninguém é forçado a fazer nada aqui. – Disse Ariano num tom sereno e calmo.
Martina – Mas foi o combinado, meu amor. – Falou minha antiga pupila, dando um beijo na bochecha de Ariano.
Ariano – Eu sei, mas não é justo com a Diana. Concordam?
Ninguém respondeu nada e ficamos em silêncio.
Ariano – CONCORDAM??? – Perguntou Ariano novamente, num tom mais elevado. – Bom, quem cala, consente ... Diana, você está liberada da prenda, mas vou te pedir um favor em troca. Todas aqui estão de biquíni, menos você. Por que você não troca o seu maiô por um biquíni?
Fiquei muda, sem saber o que responder e como agir. Acho que Ariano está acostumado com o “quem cala, consente” e ele vendo que não falei nada, se dirigiu à Letícia.
Ariano – Letícia, pega aquele biquíni dourado pra ela!
Letícia – O ... O dou-dourado?
Ariano – Isso. Aquele dourado, estilo asa delta.
Letícia saiu meio contrariada e todas ficaram em silêncio. Alguns minutos depois, ela retornou com o biquíni e eu fui até um canto onde tinha um biombo e me troquei. Era bem indecente e cavado, mas ficou muito bem em mim.
Ariano – Ficou lindo em você, Diana. A partir de agora ele é seu!
Olhei pra Letícia que não gostou nem um pouco, tanto que Ana Lúcia foi conversar com ela.
Ariano – Gente, se divirtam! Eu vou subir e cuidar da Babi, que deve estar de bruços, cheia de dor. A bunda dela trabalhou muito nestes dias, e a propósito, nós nos casamos, numa capela em Vegas e quem nos casou foi o Elvis, hahahaha. Era o sonho dela! Depois mostro as fotos. Agora tenho que cuidar da minha mais nova esposa.
Ariano se despediu de mim e de Tati, desaparecendo dentro da Mansão.
O resto do dia foi só de conversas na piscina. Valeska tentou por várias vezes tirar meu biquíni, mas eu não deixei. Olga não parava de secar a Tati e fazia sinais de que queria o cuzinho dela.
Letícia ficou mais calma depois que conversou com Ana Lúcia, mas era clara a sua insatisfação por ter perdido o biquíni dela pra mim.
Depois de algumas horas, eu e Tati fomos embora de jatinho e Caíque estava muito diferente de quando nos pegou pela manhã. Provavelmente, ficou sabendo sobre o casamento da ex-esposa. Aproveitei a despedida e disse ao Caíque que precisava conversar com ele. A Tati me perguntou o motivo e eu disse que queria dar apoio a ele depois do acontecido entre o Ariano e a Babi.
Estava tudo muito intenso e a cada dia eu tinha mais dúvidas sobre como agir e como eu deveria me portar nesse mundo.
[ADOLFO (POV)]
Ficar em casa sem fazer nada é entediante. Eu já estava há uma semana literalmente em casa e isso já estava me angustiando. Pra não dizer que eu não saí, eu fui até o banco com a Diana, encerrar a nossa conta conjunta, já que ela estava zerada.
Era a primeira vez que estávamos sozinhos novamente e eu percebi que ela estava muito diferente. Diana é uma das pessoas mais centradas que eu conheço, muito “pé no chão” e dessa vez percebi ela meio avoada, como se muitas coisas estivessem passando pela sua cabeça.
Seu tratamento comigo era frio, demonstrando que ainda estava muito magoada. Meus filhos vieram me visitar duas vezes, mas eu sentia que era somente por obrigação.
Logo, uma semana virou duas e de repente, 15 dias se passaram após o roubo e eu ainda estava tentando entender as coisas. César disse pra eu ficar um mês afastado, mas eu não estava aguentando mais. Quando eu vi uma ligação perdida da Diana no celular, imediatamente liguei pra ela. Ela queria saber se eu já tinha assinado o divórcio.
Adolfo – Achei que tinha ligado pra saber como eu estava.
Diana – Você está bem?
Adolfo – Nada bem. Sinto muito a sua falta.
Diana – Adolfo, por favor ... senão eu desligo. – Falou Diana, me interrompendo.
Adolfo – Eu não sei se vou aguentar ... Essa casa é muito grande pra mim, ainda mais agora que estou sozinho.
Diana – Você vai superar, e você vai entender que eu também preciso.
Adolfo – Diana, eu ainda não assinei, porque tenho esperança de que a gente volte. Por que você não pensa melhor?
Diana – Adolfo, eu já pensei ... Eu penso todos os dias se estou fazendo a coisa certa e a verdade é que eu não tenho certeza. A única certeza que eu tenho é a de que eu quero proteger os nossos filhos de tudo o que está acontecendo com a gente.
Adolfo – Então ...
Diana – Espera! Me deixa concluir ... Eu sei como era a minha vida contigo e a verdade é que, agora, eu tenho certeza de que a nossa relação já não seria a mesma coisa.
Adolfo – Você não pode estar falando sério.
Diana – Pensa um pouco ... Tudo o que aconteceu e ainda está acontecendo …
Adolfo – Não estou acreditando que você está falando isso. Quando a gente estava junto, até poucos dias, a gente se amava intensamente e o sexo era cada vez melhor.
Diana – Porque você é um tarado sexual, cheio de fogo. Você sabia que o seu signo é do elemento “fogo”?
Quando ela disse isso, eu tive um mal pressentimento ... Diana nunca se ligou em astrologia e horóscopo.
Adolfo – Eu sabia sim, mas o que você disse não faz sentido. Quando estávamos juntos, a gente fazia amor, trepava, assistia série juntos ...
Diana – Sim, mas o que mais a gente fazia? Quais eram os nossos sonhos? A gente não viajava, a gente não saía pra comer fora num restaurante ou num barzinho.
Adolfo – A gente pode fazer ... Você nunca me pediu isso.
Diana – Não estou dizendo que é culpa sua, mas a gente foi um pouco negligente conosco e agora eu me sinto envolvida em … uma nova vida.
Adolfo – Eu sei muito bem o que você quer dizer com “nova vida”?
Diana – E se for? Você experimentou ...
Adolfo – Isso é tudo que o Ariano quer ... Você pode não acreditar em mim, mas a culpa de tudo isso é dele …
Diana – Adolfo, você não está entendendo …
Adolfo – Ele … Ele está por trás disso tudo. Foi só ele aparecer na nossa vida, que tudo desandou e eu desconfio até que foi ele que contratou alguém pra me dopar.
Diana – Você está ficando paranoico com isso. Essa mania de perseguição vai te deixar louco ... Se você o conhecesse melhor ...
Adolfo – Tenho certeza de que tem dedo dele.
Diana – Se você tem certeza? Onde estão as provas? Adolfo, nós moramos numa cidade violenta, que tem roubo todo dia ... Você estava todo elegante, pelo que me falaram e devem ter achado que você era gringo ou rico.
Adolfo – Nada a ver essa teoria. – Falei bufando, e ela deve ter percebido.
Diana – A minha advogada tem outras teorias.
Adolfo – Ah é? Quero saber ...
Diana – Melhor não ... Porque se alguma delas for verdade, eu juro que nunca mais falo contigo.
Adolfo – Agora fiquei curioso.
Diana – Você tem que ser sincero comigo, porque se você continuar mentindo, só irá trazer mais problemas.
Adolfo – Fala logo, Diana!
Diana – Você bebeu naquele dia?
Somente o César sabia que eu tinha bebido. Nem para os meus pais eu tinha contado.
Adolfo – Eu bebi um chope, porque estava muito calor e depois eu bebi água com gás.
Diana – Só um chope? Tem certeza disso? Você me prometeu que não iria mais beber.
Adolfo – Foi sóchope!
Diana – Tá bem!
Adolfo – Fala o que a sua advogada disse.
Diana – Ela disse que, de duas uma ... ou você bebeu muito, pra não ter percebido que colocaram algo na bebida, ou ...
Adolfo – Ou o que?
Diana – Deixa pra lá ... Isso seria muita sacanagem ... um absurdo.
Adolfo – Fala, Diana ...
Diana – Ou você armou toda essa história, pra inventar uma desculpa pra poder limpar a nossa conta, pra eu não usar mais o dinheiro, já que eu precisei pegar aquela quantia sem te comunicar.
Essa advogada é uma filha da puta! Quer dizer, o Ariano é ... Deve ter sido a mando dele, que ela falou isso.
Adolfo – Diana, você percebe o que acabou de falar? – Falei sério pra ela, como a muito tempo não falava.
Diana – Eu disse que era absurdo, mas você pediu pra eu falar.
Adolfo – Espero que você pense isso mesmo ... Eu não sou ladrão.
Diana – Eu sei ... é que ela disse que foi muito estranho isso ter ocorrido logo após a audiência.
Adolfo – Aposto que foi o Ariano que ...
Diana – Você tem verdadeira obsessão por ele ... Já te falei pra parar com essa mania de perseguição, mas voltando ao assunto do roubo, você está bem de saúde? Os exames já saíram?
Adolfo – Estou bem e obrigado por se preocupar. Ao que tudo indica, não fui molestado, mas detectaram vestígios de sedativos no exame. Eu fui mesmo drogado.
Diana – Você sempre me falou pra ter cuidado com o meu copo ...
Adolfo – Eu estava muito fragilizado na hora ... Deve ter sido isso ... Só não entendo uma coisa.
Diana – O que?
Adolfo – Por que você escolheu aquela mulher pra ser a sua advogada? Parece que você não é mais a mesma. Nossos filhos já me falaram isso e até os meus pais já repararam.
Diana – Eu tive os meus motivos. Queria uma opinião mais imparcial e ela é uma das melhores na área de família. Se eu chamasse a Verinha pra ser a minha advogada iria rolar um certo conflito de interesses.
Adolfo – Sei que a Verinha seria imparcial.
Diana – Talvez, mas eu preferi uma pessoa mais neutra.
Adolfo – E a mulher do cara que quer te comer é neutra?
Diana – Adolfo, quantas vezes tenho que falar que eu não quero me relacionar com ninguém no momento?
Ficamos calados por um momento e eu decidi não tocar mais nesse assunto. Me lembrei do aniversário de nossa filha e resolvi falar sobre isso.
Adolfo - Mudando de assunto, o aniversário da Suzy tá chegando ... O que iremos fazer?
Diana – Sim, eu ia falar isso contigo ... Pensei em fazermos uma comemoração bem intimista. Só a família ...
Adolfo – Por mim, tudo bem. Você já conversou com ela?
Diana – Então ... ela queria uma festa maior, mas não sei se temos condições pra isso.
Adolfo – A nossa conta foi zerada, mas eu tenho a minha conta e você tem a sua ... Acho que podemos arcar com a festa.
Diana – Eu quis dizer condições emocionais ... Ainda dói muito te ver ... Nem sei como estou conseguindo conversar contigo. Isso sem falar que muita gente iria começar a perguntar sobre nós dois e não quero um clima desses pro aniversário da Suzy.
Adolfo – Faça o que você achar melhor, que eu topo. O que você quiser que eu faça, eu faço …
Diana – Então, por que você não assina logo? – Perguntou minha esposa, interrompendo o que eu dizia.
Adolfo – Eu vou assinar, mas é difícil pra mim...
Diana – Eu sei ... A-Ad-eus, Adolfo.
E assim ela encerrou a ligação. Não deixou nem que eu me despedisse, mas a sua voz estava embargada e acho que percebi um leve choro quando desligou.
Comecei a ter uma crise de ansiedade e a vontade de beber alguma coisa veio de forma desenfreada. A minha sorte, é que não tinha bebida em casa e eu comecei a beber água e fazer flexões. Melhorou um pouco durante uns minutos, mas aos poucos, senti minha cabeça pesada e olhei para as minhas mãos que estavam tremendo.
Eu continuei a conversar com César quase todos os dias. Algumas vezes por mensagem ou telefone e outras pessoalmente. Tentei voltar a trabalhar por diversas vezes, mas ele não deixava.
Com isso, fomos perdendo alguns prazos e recusando alguns projetos. A empresa sentia a minha falta e eu sentia falta da Diana e dos meus filhos. Por fim, César acabou contratando mais duas pessoas. Fez um contrato de 6 meses, podendo prorrogar por mais 6. Talvez até lá, eu estivesse com a cabeça e os nervos melhor.
Dias se passaram ... Semanas ... e eu vivia numa montanha russa de sentimentos. Às vezes eu estava bem, mas repentinamente meu humor mudava, sem falar das crises de ansiedade, mas felizmente eu ainda estava conseguindo resistir ao impulso de beber.
Um dia, eu estava pesquisando na internet sobre um novo produto que estava começando a crescer, que era um equipamento que soltava uma fumaça, que rapidamente preenchia um cômodo, dificultando a visão e desorientando quem invadisse uma casa.
Era um sistema que ativava, quando alguém disparava um sensor com alarme. Estava assistindo uma demonstração do produto, quando, apareceu uma propaganda de um perfume chamado Pecado Mortal. Eram um ator usando sunga e uma atriz usando biquini, ambos dourados. Não sei o porquê, mas aquela cena ficou na minha cabeça até que uma ligação me trouxe de volta à realidade.
Alba – Oi, Adolfo. Me desculpe por não ligar antes, mas as coisas aqui estão frenéticas. Só agora que eu saí pra visitar a minha família, que eu me sinto mais segura pra poder conversar contigo.
Adolfo – Achei que cada esposa tivesse um quarto, onde poderia ter privacidade.
Alba – O quarto seria pra isso, mas eu desconfio que tenha câmeras escondidas lá, pra nos vigiar.
Adolfo – Faz sentido. Ariano parece ser muito controlador.
Alba – Estou te ligando pra dizer que algumas coisas suspeitas têm acontecido, mas não tenho provas pra lhe entregar.
Adolfo – O que por exemplo?
Alba – Do nada, Ariano meio que perdeu o interesse em Diana. Pelo menos é o que ele diz ...
Adolfo – Graças a Deus! Você não sabe como isso me deixou feliz.
Alba – Eu ainda não acabei ... Ele diz que perdeu o interesse, mas há algumas semanas, os dois viajaram juntos pra Nápoles no jatinho particular dele.
Adolfo – O que?
Alba – E isso não é tudo ... Uns cinco dias depois, ela apareceu na mansão e passou o dia inteiro com algumas de nós. Letícia, Ana Lúcia, Olga, Martina, Valeska e eu.
Adolfo – Áries, Libra, Escorpião, Aquário, Sagitário e Gêmeos, correto?
Alba – Isso mesmo. Você tem boa memória ... Passamos o dia na piscina e ela estava com um maiô bem bonito, mas com a insistência do Ariano, acabou trocando o maiô, por um biquíni dourado bem cavado.
Adolfo – Eles transaram?
Alba – Não, Adolfo! Pelo menos, acho que não ... Eu não te disse que o Ariano meio que perdeu o interesse? Não estou entendendo nada.
Adolfo – Todos ficaram nus, igual daquela vez que eu fui?
Alba – Não. Estávamos todas de biquíni, sob protestos de Valeska, que queria ficar nua, mas Ariano disse que tínhamos visita e pediu pra gente se comportar, inclusive ele, estava de sunga dourada.
Quando ela falou isso, tive um insight e me lembrei da propaganda do perfume e perguntei a ela, se por acaso ela já tinha ouvido falar sobre o perfume Pecado Mortal.
Alba – Isso é coisa do Ariano. Ele e uma equipe desenvolveram uma fragrância, que virou esse perfume. Já está pra ser lançado, acho que esse mês, ainda. Por que a pergunta?
Adolfo – Eu vi a propaganda.
Alba – Ficou muito bom, né? A Diana fez um ótimo trabalho.
Adolfo – O que?
Alba – Achei que você soubesse. Diana é a responsável pela campanha publicitária do Pecado Mortal.
Fiquei com muita raiva e acabei desligando a ligação, dando um tchau bem seco pra Alba, dizendo que eu tinha um compromisso. Eu tinha que me controlar, afinal, mesmo se estivéssemos casados, eu não teria o direito de reclamar. Era o trabalho dela e Ariano era mais um dos inúmeros clientes que a empresa tem.
Resolvi sair pra tomar um ar fresco, mas durante o caminho eu acabei indo no mercado, pra comprar um sorvete, porque o calor estava de matar. Mesmo sendo carioca da gema, estava insuportável.
Eu iria pegar só um sorvete, mas ao passar pelo corredor de bebidas, comecei a suar frio e me deu uma vontade irresistível de tomar uma cerveja gelada. Acabei pegando uma no freezer e abri ali mesmo. Estava uma delícia e desceu redondo. Três goladas e eu acabei com uma latinha. Coloquei na cesta e fui pegar o sorvete.
Na volta, passei pelo corredor de bebidas novamente e peguei mais uma latinha. Pensei em comprar um torresmo pronto que já vem no saquinho. O gosto não era lá grandes coisas, mas iria cair bem com uma cerveja. Acabei pegando um amendoim também e mais 2 latinhas.
No final do corredor, havia uma edição especial do “Keep Walking” de Game of Thrones. A garrafa e a embalagem eram muito bonitas. Descobri que era um conjunto com 3 garrafas. Não resisti e acabei pegando, mas eu não iria beber. Seria mesmo só pra enfeite, ou quem sabe pra oferecer a alguém que viesse me visitar. Além disso, resolvi pegar, no freezer, mais uma cerveja, mas dessa vez, bebi com mais calma, saboreando o suco de cevada, enquanto ia pro caixa pagar.
Na fila, acabei encontrando um amigo de longa data, antigo morador do prédio e que, naquele momento, morava em MG, numa cidade chamada Manhuaçu.
Alfredo – Cara, eu ia mesmo te ligar. Eu vim passar uns dias na casa do sogro. Ele fez uma cirurgia e está se recuperando. A patroa está aqui também.
Adolfo – Cara, que saudades! Pena que vocês estão longe.
Alfredo – Aonde o exército me manda ir, eu tenho que ir, kkkk. Mas quando eu me aposentar eu volto pra cá. Minha família toda é daqui e a da Ângela também.
Adolfo – Aparece lá em casa, pra gente botar o papo em dia.
Alfredo – Com certeza, iremos. E a Diana, como vai?
Adolfo – É ... Bem, a gente tá se separando.
Alfredo – O que? Não acredito! Me conta isso direito ...
Adolfo – História longa ... Aparece lá e eu “tento” te explicar.
Alfredo – Na verdade, a minha patroa está aqui no mercado. Ela me mandou ficar na fila, pra gente ganhar tempo. Tá ela e a cunha. Vou mandar uma mensagem pra ela.
Adolfo – Se vocês quiserem, podem ir agora lá em casa.
Ficamos conversando mais um pouco e logo as duas apareceram. Mariângela e Marisol. A primeira detestava o nome e preferia ser chamada de Ângela. Pele branquinha, cabelos castanhos ondulados e um corpo com curvas bem generosas, ligeiramente fofinha. Peitos tamanho “G”, a princípio sem silicone, mas não dava pra saber. Quadril bem largo, com um pouquinho de culote.
A irmã, Marisol, era bem mais nova que ela e as duas eram bem parecidas, sendo que essa era bem mais magra e os cabelos eram pretos e um pouco mais curtos, no meio das costas. O quadril não era largo como o da irmã, mas dava pra perceber que com mais idade, poderia ficar igual. Os seios eram tamanho “M” e bem salientes, pois dava pra perceber que estava sem sutiã e o farol estava parcialmente ligado. O andar dela fazia com que eles balançassem de forma atrevida.
Ângela – Adolfo, que saudades! Tudo bem, contigo? Ontem mesmo estávamos falando de você e da Diana! Cadê a minha amiga?
Alfredo – Ângela, meu amor ... – Disse Alfredo, um pouco sem graça.
Adolfo – Tudo bem, Alfredo ... Acontece, Ângela, é que eu e Diana estamos nos separando.
Ângela – Poxa, sinto muito!
Adolfo – Acontece ... Na verdade está bem recente ainda, tanto que eu nem assinei os papéis. Ela já se mudou e tudo. Só falta assinar.
Segurei um pouco a emoção, quando a voz embargou, mas consegui me controlar.
Alfredo – Isso tudo é um erro. Tenho certeza de que vocês irão voltar.
Adolfo – Mas quem é essa moça bonita que está ao seu lado, Ângela?
Marisol – Ahhhh, não acredito que você se esqueceu de mim.
Adolfo – Estou brincando, Sol! Lógico que não iria esquecer.
Marisol era só uma adolescente na época em que eles moravam aqui. Ela brincava com a Suzy e era como se fosse uma irmã mais velha. Mas, na verdade, era uma babá.
Marisol – Acho bom ... A Suzy está bem?
Adolfo – Está sim. Ela e o Jonathan estão com a mãe no momento e eu estou sozinho no apê. – Disse com certo pesar, revelando um desânimo que deixou Alfredo com pena.
Alfredo – Ângela, o que acha de a gente ir à casa do Adolfo, um pouco?
Ângela – Assim? De repente?
Alfredo – É ... Vamos matar a saudade e conversar com nosso amigo.
Ângela – Por mim, ok. Vou mandar uma mensagem pros coroas.
Adolfo – Vou pegar mais algumas coisas.
E assim, fomos comprando algumas coisas pra fazer um lanche mais caprichado. Mais bebidas, salgadinhos pra fritar e até bolo apareceu no carrinho.
Fomos pra minha casa e começamos a fazer o lanche e conversar. Aos poucos, eles começaram a entrar no assunto da separação, pra saber o que tinha ocorrido. Eu não estava muito a fim de falar, mas tentei contar, bem superficialmente, o que havia acontecido.
Marisol, percebendo meu constrangimento, propôs tirarmos uma foto e fizemos uma pose na sala, sentados no sofá. Eu no meio, o casal de amigos em cada lado e Marisol estava sentada no chão, entre as minhas pernas de um jeito bem moleca.
Ela havia apoiado o celular na mesa e programado pra tirar a foto. Enviou pra mim e para os pais dela logo em seguida. Eu aproveitei e enviei a foto para Diana. Sabia que ela iria gostar e mandei junto com uma mensagem que eles estavam em casa.
Deixei o celular de lado e continuamos a conversar e novamente o assunto da separação surgiu. Ângela dizia que iria conversar com Diana, pra ver se ajudava em alguma coisa.
Adolfo – Ela nunca vai me perdoar!
Ângela – “Traição não tem perdão”. Ela falava isso direto, mas eu acho que, às vezes, dá pra perdoar, se houver uma boa conversa, né amor?
Alfredo – Isso depende muito … errar é humano. Quem nunca? E qual a diferença entre olhar pra outros na rua e consumar a coisa? É tudo traição!
Ângela – A gente já passou por isso e foi horrível, mas eu perdoei ...
Alfredo – Foi um vacilo meu! Uma escolha errada, num momento muito delicado que eu estava passando. Faltou diálogo entre nós e eu acabei me desabafando com outra pessoa e aí as coisas aconteceram.
Ângela – Nem me lembre isso, que eu fico triste.
Adolfo – Eu não sabia.
Nisso, Marisol pede licença e vai até o quarto da minha filha, dizendo que precisa fazer uma ligação.
Alfredo – Quase ninguém sabe ... Nem meus pais e os pais dela. Uns amigos do quartel sabem por que viram tudo acontecer. Só contamos pra você, pra que entenda que tudo na vida pode se ajeitar com diálogo e entendimento.
Adolfo – Quem sabe ... se vocês estivessem por aqui antes, mas agora não dá mais.
Eu ia começar a chorar, mas fui até a cozinha pra engolir o choro. Eu já havia bebido 4 latinhas, mais as duas no mercado e estava tudo bem, mas quando eu vi a garrafa do Walker, não resisti. Abri e me servi de uma dose, bebendo de uma vez. Não satisfeito, botei uma dose dupla e bebi de uma vez também. Por alguns segundos me senti acolhido e minha ansiedade diminuiu. Coloquei mais uma dose caprichada no copo e fui andando até a sala, mas uma conversa estranha me chamou a atenção.
Marisol – Isso eu não faço! Essas coisas escatológicas, estou fora ... Tá bom! O cuzinho eu libero, mas vai ser mais caro. 3 horas eu faço pra você por 2 mil reais, só porque eu gostei de você e estou dando um desconto.
Eu ouvia aquilo incrédulo! Aquela garota que brincava com a minha filha quando era mais nova e que hoje era uma mulher linda, está fazendo programa. Eu fiquei em dúvida se tinha ouvido direito e permaneci escondido, ouvindo mais coisa pra ter certeza de que eu não estava maluco e nem bêbado.
Continua ...
