Nota do autor:
Se você conhece alguém que tem problemas com bebida, indique o AA pra essa pessoa. Se você ou alguém que você conhece está passando por um momento difícil, enfrentando um período depressivo, ligue 188. É o número do CVV (Centro de Valorização à Vida). É gratuito e possui pessoas treinadas pra lidar com esse tipo de situação. A intenção desta história não é causar gatilhos, mas é importante para a mesma os fatos que foram ou ainda serão narrados.
Abraços e boa leitura.
Personagem do Signo:
OLGA (https://postimg.cc/Hr1s1857)
Outro Personagem:
MARISOL (https://postimg.cc/SjNV88kL)
Características Signo: Intuitivo, Teimoso, Intenso, Misterioso, Carismático, Gostaria de Mudança e Transformação (visual, aparência, lugar, rotina, etc)
Elemento: Água (Emocional)
Continuando ...
[ADOLFO (POV)]
Marisol – Eu estou com a minha irmã na casa de um amigo e hoje não vai dar. Só amanhã mesmo ... Eu sei que você tá doido pra me comer, mas só amanhã que eu posso ... Tá ... Garanto que você não vai se arrepender ... Vou chupar seu pau todinho e engolir todo o seu leitinho.
Meu pau já estava dando sinal de vida … e com essa agora, ficou duro como uma rocha. Fiquei admirando as curvas dela e viajei no formato daqueles seios. Viajei tanto, que nem percebi quando ela me viu.
Marisol – Tio, não é o que você está pensando! Eu tava falando com meu namorado e a gente tem essa fantasia de garota de programa e cliente ... Eu ... Eu não faço isso ...
Adolfo – Olha, Sol ... Eu não tenho nada com a sua vida, mas imagine se fosse a sua irmã que ...
Marisol – Eu sei ... Eu sei ... Por favor, não conte nada pra eles ... Eu te imploro ... Meu avô vai surtar e ter um infarto. – Falou desesperada a antiga babá da minha filha.
Adolfo – Eu também acho.
Marisol – Eu faço tudo o que você quiser ... Por favor, não conte nada a eles. Eu deixo você me comer todinha. – Disse ela toda faceira e mordendo os lábios.
Adolfo – Você enlouqueceu? Já me chegam os problemas que eu já tenho!
Ela tentava colocar a mão na minha virilha e segurar o meu pau, mas eu tentava contê-la da forma que dava, pois eu estava com uma das minhas mãos ocupadas, segurando o copo.
Eu queria sair dali, mas ela não me deixava e me implorava pra eu não contar nada pra irmã dela. Estávamos naquele embate, quando ela conseguiu segurar o meu pau, por cima da bermuda.
Marisol – Eu sabia que você era pirocudo! Por várias vezes eu vi o formato na sunga, quando estávamos na piscina. Se você não contar pra minha irmã eu faço qualquer coisa. – Falou Marisol, sussurrando no meu ouvido.
E completou:
Marisol – Não conta pra ninguém, tio! Por favor, não conta e eu vou te dar bem gostoso ... Só não vou te dar o meu cuzinho, porque você é muito pauzudo. Vai arrebentar o meu instrumento de trabalho.
Eu estava excitado, mas o mais importante de tudo, era que eu queria muito fazer um sexo bem gostoso, mas não com ela. Eu queria a minha esposa de volta. Pensei em Diana e como eu queria que ela estivesse aqui nesse momento, no lugar dessa garota.
Mesmo comprometido pela bebida, eu tive um lampejo de racionalidade e consegui colocar o copo numa mesa, onde minha filha estudava e com as duas mãos consegui fazê-la parar e disse que não contaria pra ninguém. Parece que ela acreditou e logo se distanciou de mim.
Uma coisa que eu aprendi com esta cena é que o pensamento é uma das forças mais poderosas que existem, ainda mais se for um pensamento muito forte. Parece que ele atrai, como se fosse um ímã poderoso.
Uma voz que eu conhecia muito bem, disse o meu nome, quase gritando ao me ver no quarto da minha filha com as mãos nos ombros da Marisol, que também ficou constrangida com a situação.
Diana – Adolfo!!!!
Eu não acredito nessas baboseiras de astrologia, mas depois que o Ariano apareceu na minha vida, eu realmente comecei a acreditar em inferno astral.
Adolfo – Diana, pelo amor de Deus, não é o que você está pensando!
Ela simplesmente deu meia volta, indo na direção da sala.
Marisol – Me desculpa! Sinto muito.
Adolfo – Olha, vamos fingir que nada disso aconteceu, ok?
Marisol saiu do quarto da minha filha e deixou bem claro que a proposta estava de pé e me pediu mais uma vez pra não contar nada pra irmã.
Quando eu cheguei na sala, além da Diana, minha filha também estava lá. Dei um abraço nela, enquanto Diana me olhava com uma cara de bunda. Ficou aquele clima estranho entre Diana, Marisol e eu. Acho que Alfredo percebeu alguma coisa e me pediu um copo d’água, me levando até a cozinha.
Alfredo – Cara, ficou um climão de repente ...
Adolfo – Você chamou a Diana pra vir aqui?
Alfredo – Foi minha esposa. Diana viu a foto que a gente postou e mandou uma mensagem perguntando se a gente ainda estava aqui e ela disse que estava por perto com a Suzy e vieram para cá.
Foi muito azar, mas poderia ser pior. Muito pior.
Adolfo – Alfredo, você acredita em astrologia?
Alfredo – Não. Tudo invenção de gente que quer ganhar um dinheiro em cima dos outros. Por quê?
Adolfo – Nada ... Curiosidade só.
Alfredo – O que está acontecendo?
Voltamos pra sala e Diana ainda estava com um ódio no olhar e eu acabei ficando feliz com isso. Era sinal de que ela estava com ciúmes e ainda me amava.
Diana – Adolfo, aquele copo ali é seu?
Adolfo – Sim, por quê?
Diana – Achei que você tinha prometido que não iria mais beber.
Adolfo – Só estou acompanhando as visitas, eu estou dentro da minha casa ... Estou beliscando, bebendo água ... não se preocupe.
Diana – Mesmo assim... Você me prometeu...
Tentei mudar de assunto, pro clima não piorar.
Adolfo – Olha só o que eu comprei pra coleção!
Fui até a estante e mostrei as caixas de whisky a ela.
Adolfo – Olha só que bonitas! São da série que a gente via junto todos os domingos.
Diana – Realmente são bonitas, mas você tinha prometido ... A garrafa já está na metade. – Falou ela, não muito satisfeita ao ver a garrafa.
Adolfo – O Alfredo está bebendo comigo. Só estou acompanhando o meu amigo que não vejo há um tempão.
Diana – Ok! Não falo mais nada. A vida é sua, né? Você agora pode fazer o que quiser ... Beber o quanto quiser, ficar com quem quiser ... – Disse minha esposa, olhando pra Marisol.
A irmã de Marisol percebeu que tinha algo estranho acontecendo e tentou tirar o time de campo, dizendo que talvez fosse melhor irem embora e deixar a gente conversar.
Adolfo – Ângela, fica aí ... Minha esposa ...
Diana – Ex-esposa ... – Interrompeu Diana, me corrigindo.
Adolfo – Como eu ia dizendo, ela fica falando essas coisas que eu posso ficar com quem eu quiser, mas ela e o namorado fizeram uma viajem romântica pra Nápoles. – Falei de forma jocosa.
Suzy – Mãe!!! Você me prometeu que não tinha nada com ele!
Diana – Adolfo, eu agora estou separada e posso fazer o que eu quiser também, inclusive nem preciso lhe dar satisfação, mas saiba que o Ariano me levou pra um jantar de negócios.
Adolfo – Em Nápoles? Porra! Você quer que eu acredite em Papai Noel também? – Continuei o deboche.
Diana – Realmente não foi um jantar de negócios.
Adolfo – Tá vendo? Sabia ... Você fala de mim, mas também tem teto de vidro.
Diana – Ele viu que eu estava muito estressada e quis fazer com que eu relaxasse e tivesse bons momentos.
Adolfo – Imagino os bons momentos ...
Meu tom irônico nas palavras foi tanto, que Diana surtou e eu achei que ela fosse me bater.
Diana – ELE LEVOU A “NONNA” PRA JANTAR COM A GENTE, SEU IDIOTA! SEU ESCROTO! – Gritou Diana, quase partindo pra cima de mim, pra me dar um tapa ou soco.
Adolfo – A “Nonna”? A sua avó da Sicília?
Suzy – É pai! Fizeram chamada de vídeo e tudo ... Tinha vários parentes, além da “bisa”.
Dessa vez, fui eu que fiquei com cara de bunda. Senti muita vergonha, mas eu não podia me dar por vencido e sair por baixo.
Adolfo – Esse cara é muito sórdido! É um canalha mesmo!
Diana – Adolfo, eu vou te confessar uma coisa e vou fazer isso na frente da sua filha e de nossos amigos ... Eu e Ariano ... não temos nada. Não aconteceu nada naquela viagem e eu te digo que foi uma das melhores viagens da minha vida! – Falou Diana, com lágrimas nos olhos.
Ângela – Diana, por favor ... Se acalme ...
Diana – Eu estou bem ... Aquela viagem era exatamente o que eu precisava ... e só não aconteceu mais nada, em respeito a você e aos nossos filhos e por achar que ainda era muito cedo pra isso, eu ... eu não me permiti.
Alfredo – É melhor a gente ir embora.
Adolfo – Fica aí, parceiro! Isto está virando rotina ...
Diana – Eu até hoje não tinha assinado os papéis do divórcio. Contudo, por conta desta sua atitude, será a primeira coisa que eu vou fazer, assim que eu chegar em casa. Vamos, filha! Vamos, que eu estou doida pra encerrar esse capítulo da minha vida!
Adolfo – Isso! Assina mesmo! Assina e se joga nos braços do bilionário pirocudo !!!
Diana – É ISSO MESMO O QUE EU VOU FAZER! – Gritou Diana, me olhando com sangue nos olhos.
Ela pegou a bolsa, se despediu dos nossos amigos e puxou a Suzy, que se despediu correndo e acompanhou a mãe.
Ângela – Adolfo, sinto muito!
Adolfo – Eu a perdi, Ângela! Eu a perdi!
Comecei a chorar e os três vieram me abraçar.
Adolfo – Ela nunca gritou e agiu assim comigo... nunca ... Eu errei ... Eu sei que errei e fiz merda, mas eu amo aquela mulher e não sei o que vou fazer sem ela.
Fiquei ali chorando, abraçado com Ângela e Marisol, enquanto Alfredo foi pegar água com açúcar. Ele me entregou o copo e eu bebi metade, mas em seguida peguei a garrafa de Johnny Walker e completei o copo. Acabei virando tudo de uma vez só.
Alfredo – Ei! Devagar com isso, cara! Pega leve ...
Adolfo – Eu sou um merda, Alfredo! Eu tinha ao meu lado a mulher mais incrível do mundo! E agora ... Ela foi embora ... Eu perdi ... Perdi a minha esposa, Alfredo. Eu perdi a minha esposa ...
Ele então me abraçou e me levou pro quarto, dizendo que agora era seguir em frente. Buscar a felicidade de outras formas. Ainda disse que um dia eu me entenderia com a Diana e que seríamos bons amigos.
Adolfo – Eu não quero ser só amigo! Isso pra mim não basta.
Ficamos conversando um bom tempo, até que Marisol chegou no meu quarto e disse que elas tinham arrumado tudo.
Alfredo – Estou indo, mas vamos marcar de ir à praia ou pegar um cinema. O que você me diz?
Adolfo – Pode ser.
Os três vieram se despedir de mim e assim que eles saíram, peguei a garrafa de whisky e tomei o restante. Não satisfeito, abri a segunda e bebi quase metade. Acabei dormindo pela sala mesmo e no dia seguinte eu estava com dor de cabeça. Peguei o celular e vi que tinha várias mensagens.
Vi que tinha uma da Diana e foi a primeira que eu abri. Ela estava pedindo desculpas por ter discutido na frente dos amigos, mas em seguida mandou uma foto com os documentos do divórcio. Estavam assinados e embaixo uma outra mensagem, falando que agora acabou e que eu devia assinar também.
Não respondi nada. Vi as outras mensagens ... Do César, do Alfredo, da Marisol e da Dra. Ana Lúcia. Haviam outras, mas essas não eram tão importantes.
A partir daquele momento, minha vida foi ladeira abaixo. Comecei a frequentar bares e a beber muito mais. César veio me visitar e logo sacou que eu estava bêbado e disse pra eu ficar mais um mês em casa, e que já tinha contratado novos funcionários.
Ato contínuo, percebi que todo mundo começou a vir me visitar ou mandar mensagens.
Na certa, César explanou pra todo mundo como eu estava e eles entraram numa de querer me endireitar. Conselhos, lições de moral e até banho de sal grosso tentaram fazer eu tomar. Foram uns dez dias assim, até que eu cansei.
Resolvi aceitar o conselho do César e do Alfredo, que era viajar. Acabei alugando um apartamento em Cabo Frio, de frente pra praia, na avenida principal. Não aguentava mais as pessoas me olhando com pena ou querendo cuidar de mim. Cansei dos conselhos dos meus pais e da espiã que eles colocaram lá pra me vigiar. Cansei de todo mundo e eu queria ficar sozinho.
Foi então, que eu conheci a nova paixão da minha vida, naquelas areias de Cabo Frio. Caipirinha de acerola. Passava o dia inteiro bebendo na praia essa caipirinha e a noite em casa bebia cerveja e, no fim de semana, eu bebia Whisky.
Eu praticamente só visualizava as mensagens e respondia que estava tudo bem, sem me estender muito. A primeira semana foi assim, mas na segunda eu passei a ficar mais tempo no apartamento e dormia quase o dia inteiro. Comia pão com mortadela em vez de almoçar e, às vezes, nem tomava banho.
Na terceira semana, comecei a ter pensamentos mais sombrios. Eu ia pra varanda olhar o mar, e quando olhava pra baixo, eu via as pessoas bem pequenininhas lá embaixo, afinal eu estava no décimo andar. “Será que uma pessoa que se joga desta altura, morre de infarto durante a queda ou só quando se estatela no chão?”. Pensei.
Acho que só tem uma forma de descobrir ... Então, eu olhava pro mar novamente e via que o mesmo estava “brabo”, com ondas bem grandes. Acho que se eu bebesse bastante e fosse pro mar ...
Isso não daria certo ... Aposto que um Salva Vidas iria aparecer ... Olhei de novo pra baixo e pensei que nem deve doer tanto. Só iria durar alguns segundos. Senti o meu celular vibrando e era uma mensagem de um número desconhecido. Olhei.
Desconhecido – Estou esperando ... Vai pular ou não vai?
Achei aquilo esquisito e pensei que deveria ser um engano. Botei o celular de volta no bolso e recebi novo alerta de mensagem, mas dessa vez era uma foto minha na varanda. Alguém tinha acabado de tirar a foto, porque eu estava de cueca e camiseta. Alguém na praia estava tirando fotos minhas.
Fiquei procurando pelo ângulo da foto, mas era muito difícil enxergar alguém. Decidi ir à praia ver quem estava lá, mas antes de sair de casa, novas mensagens chegaram:
Desconhecido – Como vai a vida, seu imprestável?
Pelo tom da mensagem, eu deduzi quem deveria ser: Ariano !!! Eu respondi:
Adolfo – Como você me achou aqui? Não falei com ninguém onde eu estava exatamente.
Desconhecido – Isso não vem ao caso ... Estou aqui pra dizer que você tem que tomar um rumo na sua vida.
Adolfo – Vai tomar no seu cu ... Da minha vida cuido eu.
Desconhecido – Eu sei disso, mas quando a sua vida começa a afetar a minha vida, torna-se um problema meu.
Adolfo – Foda-se.
Desconhecido – Por que você não desce? Vamos ali no quiosque beber um pouco. É por minha conta hoje.
Adolfo – Não preciso do seu dinheiro, seu filho da puta! Some da minha vida! Você já conseguiu o que você queria.
Desconhecido – Eu quero mais.
Adolfo – O que você quer mais?
Desconhecido – Eu quero que você se decida.
Não respondi esta última mensagem e ele percebendo que eu não estava entendendo, continuou o raciocínio:
Desconhecido – Do jeito que está, não dá pra você ficar ... Ou você dá um jeito na sua vida e tenta dar a volta por cima, se dedicando à sua empresa, arrumando uma namorada, enfim ... reconstruindo essa sua vida medíocre ou se mata de uma vez ... Agora ficar nesse chove não molha, como um coitadinho está me prejudicando.
Adolfo – Você é louco! Só pode ser isso!
Decidi descer e falar com ele pessoalmente e disse isto a ele. Quando cheguei na areia, fiquei procurando-o. Assim que o encontrei, ele continuou o raciocínio:
Ariano – Vou ser mais claro. Se você morresse, todos iriam ficar tristes. Diana e seus filhos ficariam arrasados, mas eu estaria lá pra consolá-los e com o tempo todos iriam superar. Se você melhorar e der a volta por cima, todos vão ficar felizes e eu poderei ser feliz com a Diana.
Ele fez uma pausa e continuou segurando o meu ombro, enquanto falava:
Ariano – O que não pode continuar, seu merdinha, é essa bosta de vida que você se encontra. Esse marasmo que você não sabe o que fazer ... Ficam todos com pena de você, pensando em você, sem saber o que fazer, como fazer ... Seus filhos estão abalados emocionalmente, sentindo falta de você e com um pouco de raiva, mas com pena também.
Adolfo – Não se meta com os meus filhos! – Vociferei, tirando a mão dele do meu ombro.
Ariano – Diana, por sua vez, fica preocupada com eles e não me dá atenção e não permite que eu me aproxime mais, pra não ser mais um problema pra ela lidar com os seus filhos. Tá me entendendo? É como se fosse uma reação em cadeia.
Adolfo – Hahahahaha, achei que você fosse o garanhão, mas pelo visto é um palerma que não conseguiu nada com a minha mulher. – Disse isso, zoando o pilantra, que nem se abalou com o meu deboche.
Ariano – Hahahahaha, você é patético! Eu já consegui a Diana! Eu já consegui o seu corpo, mas ainda falta o coração e a alma. Foi uma das melhores trepadas da minha vida! Que mulher!!!
Adolfo – Seu filho da puta!
Parti pra cima dele, mas o cara era mais alto, mais forte e estava sóbrio, enquanto eu estava meio de ressaca. Ele só saiu da minha frente, deixando a perna, fazendo com que eu caísse de cara na areia.
Uns 4 homens que estavam mais ou menos perto, tentaram vir pra cima, mas Ariano falou pra ficarem afastados e assim eles fizeram.
Me levantei do chão e fui pra cima dele de novo, mas novamente ele foi mais rápido e me deu um empurrão, me jogando no chão novamente.
Ariano – Adolfo, Adolfo ... Eu admiro a sua coragem, mas porque você não desiste logo.
Adolfo – Eu nunca vou desistir!
Peguei um punhado de areia e joguei em seus olhos, fazendo com que ele ficasse um pouco desorientado, tentando tirar a areia dos olhos. Aproveitei o momento e me joguei em cima dele, derrubando-o no chão.
Eu não estava em forma, mas botei todas as minhas energias nos meus punhos e consegui dar uns 4 socos em seu rosto, mas alguns foram, de certa forma, bloqueados por ele.
De repente senti uma dor lancinante no meu saco. Ariano havia me dado uma joelhada, eu acho, nas minhas partes baixas e eu fiquei todo encolhido, em posição fetal, gritando de dor.
Ariano – Dói, né? Estou avisando, Adolfo ... Ou você fode, ou sai de cima ... Se continuar nessa eu vou te perseguir até você não aguentar mais e a primeira coisa que irei fazer, vai ser comprar a sua empresa e demitir todos os seus funcionários.
Adolfo – Filho da puta!!! Ahhhh …
Ariano – Quando fiquei sabendo que você iria viajar sem o compromisso de ser uma viagem de negócios, eu juro que fiquei feliz. Achei que você tinha virado a página e iria deixar o caminho livre pra mim e pra Diana. Achei que você iria fazer o que todo sagitariano gosta de fazer. Viajar, viver uma aventura e por esse motivo, mandei alguém te seguir.
Adolfo – Ahhhh, que dor!!! Filho de uma puta! Você me paga ... Você vai me pagar.
Ariano – Quando me relataram que você viajou pra ficar entocado se matando aos poucos de tanto beber, eu fiquei puto! Você me decepciona assim, Adolfo ... Por que você não faz um favor pra humanidade e termina logo com tudo? Uma pessoa que vive tão destoante do seu signo, não merece viver. Você é uma anomalia! Um erro! Nunca vi um sagitariano agir assim!
Adolfo – Cale-se! Seu desgraçado! Suma da minha vida!
Ariano – Digo o mesmo pra você.
E assim, ele deu as costas pra mim e foi embora. Percebi que aqueles homens eram seguranças dele, que entraram num carro junto com ele e foram embora. Algumas pessoas vieram me ajudar e eu tinha que tomar uma decisão. Só não sabia qual.
Voltei para o hotel e entrei no banho. Gritei de raiva, enquanto a água batia nas minhas costas e cabeça. Como enfrentar um cara que é bilionário, forte, bonitão e ao que parece, ainda sabe defesa pessoal. Que chances eu tenho?
Passei mais algumas semanas em Cabo Frio pensando no que fazer. Continuei a beber ainda mais e a me isolar cada vez mais, no entanto, eu conseguia enganar os meus pais e amigos, através de mensagens, dizendo que estava tudo bem.
Se eu pudesse, ficava mais tempo, mas o aniversário da minha filha estava chegando e deixar de ir, não era uma opção.
[Diana (POV)]
Alguns dias se passaram, após a minha visita à Olga, na Mansão do Ariano. Eu quase não tinha contato com Adolfo e por mais que a separação estivesse quase certa, eu ainda imaginava qual seria o melhor caminho a seguir. Eu não tinha muitas opções. Meus filhos estavam tristes. Ao mesmo tempo que eles tinham saudade do pai, também tinham raiva e não admitiam o que o pai deles tinha feito comigo.
Resolvi ligar para o Adolfo, pra saber como ele estava, e ele não me atendeu. Fiquei preocupada, mas ele ligou em seguida e eu acabei falando que tinha ligado pra saber se ele já tinha assinado o divórcio.
Ele disse que ainda não tinha assinado e ainda tinha a esperança de voltarmos. Tive que respirar fundo e cortar esse papo dele, porque se ele continuasse a falar sobre este assunto, eu poderia acabar cedendo. E, desde a visita na mansão, eu acreditava que esta não era mais uma opção.
Achei melhor falar para ele que não tinha mais jeito, no entanto, eu também não tinha assinado e decidi não comentar isso a ele, porque sem essa informação, o Adolfo já trazia vários argumentos.
Foi quando começamos mais uma discussão, por causa do Ariano. Adolfo continuava obcecado por ele. Dizia que ele era o culpado de todos os nossos problemas. Eu entendia perfeitamente os argumentos do Adolfo, mas deixei ele sem jeito, quando perguntei se ele havia bebido no dia do “boa noite cinderela”.
Ele titubeou um pouco, mas foi sincero, dizendo que bebeu. Eu fiquei com muita raiva, mas me controlei, pois ele havia me prometido que não beberia mais. Lembrei a ele até uma suspeita que a Ana Lúcia teve sobre uma possibilidade dele querer me passar a perna, forjando um falso roubo. Nem eu acreditava nesta possibilidade, mas tinha que colocá-lo a par do que estavam comentando. Isso, talvez, fizesse com que ele tomasse mais cuidado.
Ele ficou muito bravo e tivemos mais discussões sobre Ariano, até que decidimos mudar de assunto e falar sobre o aniversário de nossa filha.
Decidimos fazer a festa não muito grande, mas também, não tão pequena. Eu já estava prevendo que seria um grande problema, pois nossas famílias estariam reunidas e seria um desgaste emocional muito grande tanto pra mim, quanto pra ele.
Acabei não conseguindo mais falar, e resolvi desligar a ligação, pois não estava mais aguentando segurar o choro, que durou durante algumas horas, até a hora dos meus filhos chegaram. Tratei de me recompor, para que eles não vissem, mas eles eram espertos e logo perceberam que eu não estava bem.
Conversei com eles sobre como estava a minha situação com o pai deles e me abri com eles de uma tal forma, que ficamos ainda mais unidos. Jonathan ficou com mais raiva do pai, mas Suzy demonstrou um certo entendimento de que num casamento, a culpa nunca é de uma só pessoa, mesmo que nesse caso, tenha sido.
Ela tentava entender o pai, mas a decepção era grande. Tanto ela, quanto o Jonathan, eram muito espertos e eu tinha que conversar com eles de uma forma bastante racional. Caso contrário poderia passar uma ideia errada do que eu pretendia fazer. Como eu pretendia organizar a minha vida, dali para frente.
Falei com ela que, às vezes, o nosso cérebro pode nos pregar peças e que o pai dela cometeu um erro ao escolher um prazer efêmero de alguns minutos, ao invés do nosso casamento.
Suzy – Eu sei disso, mãe ... Só que o meu pai não estava bem naquele dia. Ele não parava de beber e estava fazendo isso desde cedo.
Diana – É muito fácil colocar a culpa na bebida.
Suzy – Eu não estou passando pano pra ele, mas acho que talvez o papai tenha problemas com isso. – Falou minha filha, colocando a cabeça recostada no meu ombro.
Diana – Seu pai sempre bebeu, filha! Aquilo foi safadeza dele.
Suzy – Mamãe ... eu estava pensando ... O papai nunca faria isso com aquela ... aquela lá ... Ela tem a minha idade. Ele não pode ser tão canalha assim. Agarrá-la a força ...
Diana – Ele não negou, filha.
Suzy – Mas ele não confirmou também e, se eu fosse uma garota naquelas condições, teria gritado.
Diana – Cada pessoa reage diferente numa situação daquelas ... É que ele é seu pai ... Se fosse outra pessoa, você não defenderia tanto assim.
Suzy – É justamente por ele ser o meu pai! Eu o conheço e você o conhece também. – Falou minha filha, olhando nos meus olhos.
Diana – Eu não sei se o conheço mais, filha ... As pessoas mudam ...
Suzy – Eu queria te pedir uma coisa. Sei que a senhora ainda não assinou o divórcio. Será que poderia esperar até o meu aniversário?
Diana – Filha ...
Suzy – Por favor ... Não te peço mais nada ... Fica sendo o meu presente de aniversário ... Eu quero conversar direito com ele. Quero entender o que aconteceu. E principalmente, quero entender como aconteceu.
Diana – Ah, filha... Isso é golpe baixo ... Eu não vou voltar atrás na minha decisão. Ainda estou amadurecendo as coisas no meu coração, mas principalmente na minha cabeça.
Suzy – E se a sua “cabeça” mudar de ideia? E se ela perceber que, por trás disso tudo, tinha mais coisa?
Diana – Você também está com a teoria da conspiração? – Eu não podia deixar milha filha enveredar por este caminho. Seria muito perigoso para ela. Ainda bem que não era este o caso.
Suzy – Não, mãe! Só acho que o papai pode estar com problemas de saúde ... Sabia que o alcoolismo é uma doença grave?
Diana – Seu pai não é alcoólatra, filha! Ele gosta de beber e apreciar ...
Suzy – Eu andei pesquisando na internet e como você mesmo disse, as pessoas mudam ... e se ele tiver com esse problema agora?
Diana – Tá bom, filha ... Eu vou pensar nisso.
Ela me deu um beijo e foi se deitar. Fiquei com orgulho dela por estar agindo de forma tão madura e me emocionei por conta disso. Minha menininha estava crescendo e se mostrando uma pessoa de boa índole e com bom caráter.
Mais uma vez, me joguei na rotina do trabalho. Estávamos agora produzindo uma propaganda para o perfume Pecado Mortal e eu queria que fosse altamente sensual ... quase erótico, mas com um certo requinte. Tinha que ser ousado, chamar a atenção.
Eu e Tati escolhemos um casal de dançarinos bem bonito e com corpos esculturais e a ideia era fazer com que eles dançassem de forma muito sensual, como se a dança fosse uma metáfora pra sexo, da mesma forma que Patrick Swayze e Jennifer Grey fizeram no filme Dirty Dancing. Nessa hora, me lembrei que eu e Adolfo dançamos essa música no nosso casamento. Não pude conter uma lágrima e Tati percebeu, mas ficou na dela.
Mais alguns dias passaram e finalmente chegou o dia em que a propaganda iria ser veiculada. Planejamos uma estratégia bem abrangente, com propagandas no YouTube, Instagram, Facebook, TV e até contratamos alguns influencers para potencializar e divulgação.
E, como previmos, foi um grande sucesso. Rapidamente recebi relatórios de empresas e pessoas procurando pelo produto. A estratégia era lançar 7 dias depois da primeira propaganda e, a cada dia, uma pequena alteração era feita na peça publicitária, dando ênfase a algum dos 7 pecados capitais.
Ariano adorou a repercussão que seu perfume estava causando e eu estava orgulhosa do meu trabalho. Tudo estava indo bem, quando de repente recebi uma notificação de nova postagem no meu Instagram. Era uma publicação de Adolfo com nossos amigos Alfredo, Ângela e sua irmã Marisol.
Pela foto reconheci, na hora, o meu antigo lar e me deu uma saudade muito forte deles. Mandei uma mensagem pra saber se ainda estavam lá e levei Suzy pra ver nossos amigos.
Eu só não esperava que eu fosse ficar surpresa, quando cheguei e encontrei Adolfo e Marisol, a sós, no quarto da Suzy. Fiquei com a impressão de que, se eu chegasse alguns minutos antes, teria visto os dois se pegando, pois quando me viram, ficaram logo constrangidos e suas roupas estavam levemente amarrotadas.
Eu não sou boba e percebi que alguma coisa estava acontecendo. Fiquei com muito ódio, mas me segurei. O que ele está pretendendo? Fazendo isso com a irmã de nossa amiga. Ela era bem mais nova que ele e, me pareceu que, realmente não conhecia mais aquele homem com quem eu tinha casado.
É assim que ele pretende me reconquistar? É assim que ele quer reconstruir o nosso amor? Era muito cara de pau mesmo ... Filho da puta ... e ainda estava bebendo whisky!
Eu continuava seguindo a minha estratégia, recusando vários convites pra sair ... Evitando tudo que é homem ... Até convites de almoço ou jantar com Ariano eu estava recusando, pra não passar uma ideia errada.
Eu estava deixando de viver e ele já estava ... Eu tinha que dar um jeito ... e infelizmente começamos mais uma discussão e ... falamos tanta coisa ... Foi aquela baixaria, na frente de nossos amigos.
Minha filha ficou no meio daquele fogo cruzado e foi horrível. Não restava mais nada a fazer, a não ser ir embora e assinar os papéis do divórcio. Mais um passo seria dado. Mesmo descumprindo uma promessa que eu havia feito para a minha filha.
Suzy – Mãe, você me prometeu! Era o meu presente de aniversário ... – Falou Suzy, choramingando e me abraçando.
Diana – Não dá mais pra esperar filha! Seu pai devia estar aos beijos com a Marisol ... Eu quase os peguei no flagra.
Suzy – Eu não acredito! – Disse minha filha, quase brigando comigo.
Diana – Está me chamando de mentirosa? – Perguntei a ela bem séria.
Suzy – Não, mãe! É que ... É difícil imaginar o papai e a Marisol. Ela é só 6 anos mais velha que eu.
Diana – Parece que seu pai não se importa muito com idade ... até garota da idade da filha ele está comendo.
Minha filha baixou a cabeça e começou a chorar e só então me dei conta que não deveria ter falado aquilo, ou, pelo menos, não deveria ter falado daquela forma, mas a raiva era grande e eu acabei perdendo minha racionalidade. Cheguei em casa e a primeira coisa que eu fiz foi assinar o divórcio e tirei uma foto do documento assinado e enviei pro Adolfo e fui me deitar pra dormir.
O dia seguinte seria um novo dia e um novo capítulo em minha vida.
Continua ...