Personagens do Signo:
VALESKA (https://postimg.cc/N5rX8QMD)
Outros Personagens:
GEANDRA (https://postimg.cc/NKqHpZ2c)
JONATHAN (https://postimg.cc/4Y6hMwph)
Características Signo: Otimista, Bagunceiro, Aventureiro, Imprudente, Sábio, Espírito Livre, Espontâneo.
Elemento: Fogo (Enérgico)
Continuando ...
[DIANA (POV)]
A campanha de marketing do Pecado Mortal estava a todo vapor e o lançamento era uma loucura. Um verdadeiro desafio digno dos trabalhos de Hércules, devido ao prazo apertado. Implementar um novo produto de uma nova marca leva tempo e precisa de muito planejamento. Enfim, era um desafio e isso me motivou muito, além da grana é óbvio.
No entanto, eu precisava de maiores informações sobre o produto e liguei pro Ariano. Eu precisava disso, pra entender melhor o processo de fabricação do perfume. Liguei pra ele e na mesma hora fui atendida.
Diana – Bom dia, Ariano. Tudo bem?
Ariano – Agora está melhor, ouvindo sua voz. E contigo? Tudo bem?
Diana – Continuo muito atarefada por conta da campanha de marketing e eu estava precisando de um favor. Ariano, preciso conhecer melhor o Pecado Mortal. Saber a origem, ver a fabricação. Tudo isso é importante para se obter o sucesso que você tanto quer. Sem falar que podem me perguntar sobre isto em entrevistas e eu gostaria de estar preparada responder adequadamente.
Ariano – Entendo sua preocupação, Diana, mas não há necessidade. Você está responsável só pelo marketing e divulgação. Do resto, a Ana Lucia cuida.
Diana – Eu sei, mas isto também está incluso. É toda uma parte de Relações Públicas que a minha empresa já faz e eu sei fazer.
Ariano – Eu continuo achando que não tem necessidade, mas se você quer tanto, podemos visitar a fábrica.
Diana – Ótimo. Quando iremos?
Ariano – Que tal agora? Estou com saudades de você. Mando alguém te pegar na empresa e em duas horas a gente chega lá de jatinho.
Diana – Tudo bem.
Desliguei o telefone e avisei que iria me ausentar durante algumas horas. Em pouco tempo, um carro de luxo apareceu e Ariano estava nele. Óbvio que ele estava todo animado e por várias vezes tentou me tocar durante a conversa. Toques sutis, mas eu percebi o que ele queria e mantive uma postura firme.
O voo foi tranquilo e conversamos somente sobre trabalho, já que ele percebeu que eu estava muito “fechada” aos seus encantos. Chegando lá, fiquei impressionada com o tamanho da fábrica, que ficava numa cidadezinha do interior de SP. Havia muitos trabalhadores e ele disse que essa fábrica era o "coração da cidade" e que sem ela a mesma iria à falência.
Pude observar todo o funcionamento e fiquei atenta às explicações do Dr. Erasto, que era o químico responsável pelo Pecado Mortal. Ele era um senhor de idade, já calvo, com olhos acinzentados de tão azuis, num tom bem claro. Apesar da idade, ele tinha uma boa forma e foi bem atencioso comigo.
Durante a visita, tive todas as informações que eu precisava, exceto os ingredientes da fórmula. Ele disse que era um segredo igual ao da Coca Cola e Ariano complementou, dizendo que eu tomasse cuidado com as minhas anotações pra evitar vazamento de informações. Estávamos na sala de produção do perfume e eu reparei que junto com o Pecado Mortal havia um outro frasco, sem rótulo ou inscrição. Perguntei ao Dr o que era e ele me respondeu que este ainda era um segredo. Provavelmente relacionado com os ingredientes do Pecado Mortal.
Ariano - Erasto, por favor, vamos nos ater ao que a Diana precisa. E, no momento, são informações SOMENTE sobre o Pecado Mortal.
Reparei que o Dr. Erasto ficou bastante constrangido, pois imaginava que eu era mais íntima do Ariano. Ele se desculpou e, no final da visita, quis conversar algo com Ariano em particular e eu disse que iria ao banheiro. Na volta ouvi uma conversa estranha:
Dr. Erasto – Ariano, você tem que usar com moderação. Já te falei isso.
Ariano – Eu sei o que eu faço, Doutor. É que dessa vez está dando mais trabalho.
Dr. Erasto – Fazer esse extrato leva semanas. Seus componentes são caros e difíceis de se trabalhar.
Ariano – Você já me falou isso um milhão de vezes. Onde está?
Dr. Erasto – Vamos até minha sala, lá está o novo lote que foi preparado.
Eles saíram da sala de produção, onde estávamos originalmente e eu entrei. Não consegui resistir à tentação, peguei um dos frascos sem rótulo e coloquei na minha bolsa. Logo eles voltaram e me encontraram na sala de produção.
Ariano - Por que você demorou tanto?
Diana – Acabei me perdendo ... Esse lugar é enorme.
Ariano – Vamos embora. Estou faminto e se você quiser podemos almoçar juntos.
Diana – Eu adoraria, mas eu tenho um prazo. Vamos deixar pra outro dia, tá bem?
Chegamos ao jatinho, nos acomodamos e continuamos a conversar sobre o que tínhamos visto. Eu até tentei tirar alguma informação sobre o produto secreto do Ariano, mas ele mudava de assunto e voltava para a campanha do Pecado Mortal. E foi sobre o que conversamos, no resto da viagem.
Em alguns momentos ele tentou se aproximar e buscar algo mais íntimo. Assim como na ida eu não dei liberdade para ele. Enfim chegamos ao RJ e eu dei graças a Deus. Ele ainda tentou me levar pra almoçar, mas eu recusei novamente, prometendo que iria numa próxima vez.
A campanha de marketing, como prevíamos, foi um grande sucesso e conforme os dias avançavam, uma nova propaganda era veiculada. Ariano não quis parceria com nenhuma outra marca de perfumes, pois ele pretendia lançar futuramente novos produtos, que teriam o nome dos signos ou fariam alusão a eles de alguma forma.
Ele tinha muitos contatos e a sua influência era impressionante. Além de tendas, que foram montadas em todos os estacionamentos de Shoppings Centers do Rio de Janeiro, ainda conseguiu montar quiosques em alguns pontos turísticos da cidade, assim como em algumas grandes lojas varejistas.
Isso sem falar em outras partes do país. Graças a Tati, conseguimos dar conta de tudo e contratamos várias equipes pra poder administrar o lançamento e tudo correu muito bem na estreia do Pecado Mortal, como era de se esperar. A decoração idealizada e preparada por Olga, mostrava muito dourado e vermelho, uma combinação que ficou muito bonita.
Filas e mais filas foram feitas e o faturamento foi extraordinário. Eu estava radiante e nesse dia fiquei correndo as tendas de vários shoppings da cidade, para verificar pessoalmente a reação das pessoas.
Na semana seguinte ao início das vendas, tive uma surpresa inesperada na empresa em que trabalho. Meu chefe, Kiko, atual CEO da empresa, fez uma reunião de diretoria com os acionistas e disse que havia um comunicado a fazer. Todo mundo estava relaxado, pois a campanha do Pecado Mortal era um sucesso absoluto, porém, foi neste momento que as coisas se complicaram.
Kiko – Boa tarde a todos. Em nome dos acionistas e de toda a diretoria, quero parabenizar a todos os envolvidos com o projeto Pecado Mortal e em especial a Diana Di Capri e sua equipe, que fizeram um dos trabalhos mais arrojados que eu já tive a oportunidade de ver . Com certeza haverá grandes mudanças no ramo da publicidade, pois ela elevou o sarrafo. Uma salva de palmas pra Diana Di Capri.
Fui muito aplaudida e ter esse reconhecimento era o que eu mais queria, entretanto o que ele falou a seguir causou muito burburinho.
Kiko – Eu também quero anunciar que a nossa empresa passará por algumas mudanças, propostas pelo nosso acionista majoritário, inclusive ele veio participar da reunião pessoalmente.
Tomei um susto, quando vi Ariano entrar na sala e todos os outros acionistas o cumprimentaram. Os membros da diretoria também fizeram o mesmo.
Ariano – Boa tarde a todos! Eu estive, por vários meses, analisando os números e contratos da empresa e cheguei à conclusão de que podemos e devemos melhorar. Lógico, que alguns dos funcionários não poderão continuar nesta empresa, porque o peso deles nos impede de alçar voos mais altos.
Kiko – Demissões? Mas não há motivo para demissões ...
Ariano – Não me interrompa! Aliás, o sucesso do Pecado Mortal, só reforça o que eu estou dizendo. Foi preciso que uma funcionária que trabalha nesta empresa há vários anos, tivesse carta branca pra poder mostrar a sua visão. Quantos outros produtos que ela supervisionou, poderiam ter tido o mesmo sucesso do Pecado Mortal e não tiveram?
Kiko – Entendo o que quer dizer e ...
Ariano – É por isso, que a partir de hoje estou nomeando a Srta. Di Capri como a nova CEO e se alguém tiver alguma coisa contra, pode falar agora, que eu compro a sua parte na empresa, ou podem passar no RH. Aliás, Kiko, além de não ser mais o CEO, você está demitido.
Kiko – Você não pode fazer isso... Nós tínhamos um acordo.
Ariano – Por isso mesmo, meu caro. Tá na hora da fila andar ... O que essa empresa precisa é de força feminina e Diana, quer dizer, a Srta. Di Capri tem isso de sobra, como todos puderam ver.
Todo mundo ficou calado e eu fiquei meio perdida, sem saber o que fazer ... Eu era a nova CEO da empresa ... Só pode ser um sonho! Alguns membros da diretoria pareciam estar contentes, mas outros me olhavam com algum tipo de julgamento, que eu não entendi muito bem o que era, mas eu achei muito estranha esta atitude do Ariano. O que ele queria com esta nomeação? Ter mais poder, mais influência sobre mim? Se fosse isto, eu teria que rever o meu comportamento e a minha postura, a partir daquele momento.
Ariano – Tem mais uma coisa ... Daqui a um mês, todos terão férias coletivas, porque a empresa passará por uma reforma estrutural. Nem sei como vocês conseguem trabalhar aqui! Parece que estou no século passado.
Pouco depois, algumas pessoas vieram falar comigo para me parabenizar, mas senti a hostilidade de outras. Nem me importei com isso, até que ele surgiu na minha frente pra falar comigo. Rapidamente notei burburinhos atrás de mim, principalmente quando Ariano me abraçou. Na mesma hora coloquei as minhas mãos em seu peito, pra afastá-lo e ele, entendendo meu gesto, dando um passo pra trás.
Ariano – Parabéns, Diana! Você merece!
Diana – Obrigada!!! Quando você iria me falar que era o dono da empresa?
Ariano – Algum problema com isso?
Diana – Não sei ... Talvez ...
Ariano – Tire uns dez dias de férias! Você merece! Carpe Diem, Diana... quer dizer, Srta. Di Capri.
Diana – Vou tentar!
Ariano – Quando você voltar de viagem, teremos muito trabalho pela frente.
Me despedi dele e fui até a minha sala. Assim que cheguei no meu andar, vi que Tati e as meninas tinham um sorriso de orelha a orelha. Pelo visto a notícia tinha se espalhado rapidamente e eu chamei Tati, Jéssica, Soninha e Paula pra irem até a minha sala.
Diana – Pelo visto vocês já estão sabendo ...
Tati – Sim, Chefinha! – Falou Tati rindo e tirando uma com a minha cara.
Diana – Tirando sarro com a chefe? Por acaso quer ser demitida por justa causa?
Todas nós rimos e elas vieram me abraçar comemorando a minha promoção pra CEO.
Diana – Vocês tratem de arrumar as coisas e deixem tudo organizado para os próximos dias, porque todos irão sair de férias. Não sei muito bem o que vai acontecer, mas é melhor deixar tudo organizado o quanto antes.
Sonia – Nós iremos lá pra cima?
Diana – Ainda não sei de nada, mas eu vou ver se consigo conversar com o Ariano, pra saber quais as intenções dele.
Jessica – Ariano Flores?
Diana – O próprio! Parece que ele agora é o dono da empresa.
Elas ficaram tão surpresas quanto eu e ficamos durante meia hora tentando imaginar como seriam as coisas. Elas estavam pensando no lado profissional e eu, mais do que elas, no lado pessoal também.
Os dias foram passando e eu tive várias reuniões, pra tentar assimilar tudo o que a minha nova função iria demandar. Achei que seria mais tranquilo, mas parece que eu estava trabalhando ainda mais e meu tempo com os meus filhos diminuiu sensivelmente.
Teve um domingo, que eu fui ao clube para conversar e explicar que durante um tempo eu não poderia mais exercer a função de treinadora, pois precisava ajeitar a minha vida familiar e ter mais tempo com meus filhos. Voltando pra casa, tive uma surpresa, quando eu vi a Valeska parada na porta do meu prédio, me aguardando.
Valeska – Oi, Diana! Parabéns, pela promoção! Tô sabendo que você agora é a Toda-poderosa que manda na porra toda, hahahahaha !!!
Diana – Obrigada, Valeska! Vamos entrar e tomar um chazinho?
Valeska – Chazinho? Só se for chá de buceta!
Diana – Fala baixo, maluca! Eu tenho vizinhos aqui.
Valeska – Ah, para de drama! Algum deles paga as suas contas?
Diana – Mas o que te traz aqui? O que aconteceu?
Valeska – Nada demais ... Só vim aqui para te ajudar a fazer às malas ...
Diana – Eu não posso viajar agora. Meus filhos estão precisando muito de mim.
Valeska – Eles são bem grandinhos. Já sabem se virar.
Diana – Agradeço a ajuda, mas não vai rolar.
Valeska – Poxa, perdi um tempão fazendo o itinerário da viagem ... – Disse aquela mulher negra atrevida, mas que agora ensaiava um leve choro.
Diana – E o Oscar de melhor atriz, vai para ... Valeska.
Valeska – Isso! Debocha! Eu estava super empolgada pra fazer essa viagem. O Ariano até liberou um dos cartões Black pra mim. Vamos torrar um pouquinho o dinheiro dele!
Diana – Eu tenho o aniversário da minha filha pra planejar. Não vai dar ...
Valeska – Tudo bem! A gente viaja depois do aniversário dela. Não tem problema!
Diana – Sabe o que é, Valeska ... Eu não estou muito a fim ...
Valeska – Poxa!!! Tá bom, então.
Ela ficou muito triste e quase chorou. Ela deveria ser uma ótima atriz, porque comecei a acreditar naquela performance, de tão real que até os olhos dela ficaram cheios d’água.
Diana – Ahhhhh, para com isso! Que exagero!!!
Valeska – É que você não entende ... Eu amo o Ariano! Amo de verdade e ele sempre me dá o que tem de melhor, sem se importar com valores. Ele quer nos fazer felizes, sempre que possível, e pra isso não mede esforços.
Eu ainda não entendia o que ela queria dizer com aquilo, e o que aquilo tinha a ver com ela me convidar para viajar, mas continuei a escutar.
Valeska – Tudo o que eu peço a ele ... Tudo mesmo ... Ele faz ... e ele nunca me pede nada em troca, mas dessa vez ele me pediu ... Ele disse assim ... “Minha pretinha, eu preciso que você faça uma coisa pra mim. A Diana não está bem e precisa do nosso apoio. Ela precisa espairecer e viajar um pouco e você é a pessoa certa pra fazer isso. Teria como você e ela viajarem juntas?”. – Disse Valeska, tentando imitar o jeito de falar do Ariano.
Diana – Ele não vai ficar chateado contigo. Tenho certeza! Você vai sofrer alguma punição?
Ela olhou pra mim surpresa, provavelmente por eu ter falado sobre “punição”, mostrando um pouco do meu conhecimento sobre a vida deles.
Valeska – Punição, não, mas eu vou me sentir uma inútil ... Eu queria agradar o meu marido pelo menos uma vez, sem ter que usar um dos meus buracos.
Acabei rindo com o que ela disse e ela ficou puta comigo na hora, mas em seguida começou a rir também com aqueles dentes branquíssimos.
Valeska – Por favor ... Vou ficar te devendo uma ...
Algo me dizia pra não aceitar, e que aquilo era uma roubada. Ao mesmo tempo, eu pensei que este poderia ser o movimento que a Martina tinha me falado. Um plano para que eu estivesse “preparada” para o Ariano. Infelizmente, só existia uma forma para eu descobrir. Além do mais, ela acabou me comovendo com aquele apelo. Novamente ela me pediu, quase implorando e eu aceitei.
Valeska – Obrigada, Diana! Obrigada! Vai ser a melhor viagem da sua vida. Prometo que você não vai se arrepender.
Ela, então, me deu um abraço apertado e aproveitou para apertar a minha bunda, na frente do meu prédio. Dei um esporro nela, que ficou rindo da minha cara e eu ameacei cancelar a viagem, num tom de brincadeira e ela disse que iria se comportar.
Convidei-a pra subir e tomar um chá, mas ela disse que iria imediatamente falar com o Ariano e dar um “chá” nele. Ela estava eufórica e muito empolgada com a viagem. Parecia que tinha ganho na Megasena, de tanta felicidade. Nos despedimos e eu finalmente entrei em casa. Meus filhos me aguardavam e Suzy estava eufórica, me fazendo lembrar a Valeska.
Diana – O que foi, filha? Por que você está assim?
Suzy – Ela topou vir no meu “niver”, mãe! Ela topou! – Disse minha filha me abraçando e chorando de alegria.
Imediatamente entendi que ela estava falando da Jordana Batista e eu fiquei feliz por ela.
Suzy – Mãe, teria como a gente dar um upgrade nessa festa? Eu queria chamar mais pessoas.
Diana – Tudo bem, filha! Eu aviso o seu pai.
Suzy – Falando nisso mãe, ele está meio estranho ... Eu mandei mensagem pra ele, mas ele me respondeu de um jeito que até não parecia ele.
Ela pegou o celular e veio me mostrar. Olhei as mensagens e realmente estava estranho. Ele concordava com tudo e dizia pra ela “você que sabe” ou então “faz o que você quiser”.
Na mesma hora peguei o meu celular e liguei pra ele, que não me atendeu. Tentei mais algumas vezes e nada. Liguei pros meus ex-sogros, pra saber mais informações e eles me disseram que ele estava em Cabo Frio, viajando, mas que ele estava bem, tentando superar a separação.
Expliquei que ele não estava me atendendo, mas eles me tranquilizaram dizendo que, de repente, ele estava no mar ou tinha deixado o celular na casa pra poder ir à praia sem preocupações.
Me despedi deles, mas antes, aproveitei pra fazer o convite pra festa da Suzy e eles confirmaram presença. Eu ia mandar mensagem pra ele, mas Tati fez uma chamada de vídeo e eu acabei deixando isso pra depois.
Tati – Oi, Toda-poderosa chefinha! Tudo bem?
Diana – Hahaha, tu é demais ... Estou bem sim, eu acho. E você?
Tati – Bem também, mas chegou ao meu ouvido um negócio meio estranho.
Diana – O que foi?
Tati – Nós somos amigas, né?
Diana – Melhores amigas ...
Tati – Você não estaria me escondendo nada não, né?
Diana – Eu, hein ... Escondendo o que?
Tati – Naquela viagem pra Nápoles, você realmente me contou tudo o que aconteceu?
Diana – Não estou entendendo ... Fala logo!
Tati – Tá sozinha?
Fui pro meu quarto e tranquei a porta, pra que meus filhos não me escutassem e disse que estava.
Tati – Seja sincera comigo ... Você dormiu com o Ariano?
Diana – Lógico que não ... Tá maluca?
Tati – Tem certeza? Você jura que não fez isso?
Diana – Tati, o que está acontecendo?
Tati – Fiquei sabendo de uma fofoquinha na empresa, que você só virou CEO, porque deu a xana e o rabo pro Ariano.
Fiquei puta com o que ela disse e comecei a esbravejar e xingar.
Tati – Calma, Diana! Isso deve ser só inveja ...
Diana – Calma, o cacete! Não podem ver uma mulher bem-sucedida, que já falam logo que deu pra alguém ... A minha vontade é de demitir todo mundo.
Tati – Você não pode deixar essas coisas te afetarem. Isso sempre vai existir ... A gente mesmo falava que fulano foi promovido, porque é amigo de beltrano.
Diana – Ser amigo é uma coisa, mas que deu a buceta e o cu, é totalmente diferente.
Comecei a querer chorar de raiva e enxuguei os meus olhos.
Tati – Eu não devia ter lhe falado isso. Me desculpa ...
Diana – Eu não estou com raiva de você ... Estou com raiva da situação. Só queria saber quem foi o ser desprezível... Você sabe quem começou isso?
Tati – Deixa isso pra lá, Diana. Não tem como descobrir isso, mas eu ouvi esse comentário ontem, num happy hour que eu fui. Os caras beberam demais e começaram a falar demais.
Diana – Quem?
Tati – Foi o Nelson do TI e o Adilson do RH.
Diana – Filhos da puta!!! O Adilson eu até entendo, porque ele é um filho da puta mesmo ... Me cantou várias vezes na cara dura, mas o Nelson? O cara sempre foi gentil comigo e eu até apresentei uma das recepcionistas pra ele e facilitei o namoro dos dois.
Tati – Diana, não vale a pena...
Diana – Eu devia é dar logo pro Ariano, sabia? Eu já estou sendo falada mesmo ... Não tô acreditando nisso ...
Tati – Amanhã a gente conversa pessoalmente e eu procuro saber de onde começou esse boato.
Trocamos mais meia dúzia de palavras e nos despedimos. Aquilo acabou com o meu domingo. Eu estava tão triste e com tanta raiva daquilo, que acabei me isolando no meu quarto. Pensei que a história tinha começado muito cedo e me deu uma ideia do que eu precisava fazer para reverter a situação.
Algumas horas depois, recebi uma mensagem de Ariano, falando que a Valeska estava maluca e descontrolada, gritando que ia fazer e acontecer e que só falava na viagem. Em seguida, ele me agradeceu novamente pelo sucesso do Pecado Mortal e me parabenizou mais uma vez.
Eu mandei um emoji de beijo pra ele, mas me arrependi na mesma hora, apagando em seguida.
Ariano – Agora vou querer esse beijo pessoalmente.
Diana – Acho melhor não ...
Ariano – É só um beijo.
Diana – No rosto, pode ser ...
Ariano – Eu queria em outro lugar, mas aceito no rosto.
Diana – Na boca eu não irei dar.
Ariano – Quem disse que eu queria que fosse na boca? 😈.
Tomei um susto com o que ele escreveu e fiquei sem saber o que enviar.
Diana - 😱 Muito safado, hein, mas não estou com cabeça pra essas brincadeiras.
Ariano – O que foi, Diana? Posso te ajudar em alguma coisa?
Diana – Estou cheia de problemas.
Ariano – Por isso eu disse que você precisava viajar e espairecer. Tenho certeza de que vai te fazer bem.
Concordei com ele e ao me despedir, mandei novamente o emoji de beijo, mas dessa vez não apaguei.
O tempo foi passando e finalmente estava chegando o dia do aniversário de Suzy. Eu já não aguentava mais tanto estresse. Eu achei que depois que ele assinasse os documentos, as coisas ficariam mais bem resolvidas, mas tudo era motivo de discussão entre ele e eu, e a cada dia que passava, eu tinha mais certeza de que a separação tinha sido a melhor escolha.
Inicialmente, a festa seria no nosso condomínio, porque seria algo só pra família e alguns amigos dela, mas depois ela mudou para alugar um salão. No final, quando Jordana disse que iria na festa, Suzy quis uma festa pra 100 pessoas. Adolfo não queria essa megafesta e tudo só piorou quando ele soube que Jordana iria. O problema não era a Jordana, em si, mas sim o marido da Jordana.
Ele não queria a presença dele por lá de jeito nenhum e Jordana disse que só iria se o marido fosse. Eu me vi cercada nesse cabo de guerra, e não queria machucar a minha filha, mas também não queria me indispor com Adolfo e nem fazer pouco caso com o Ariano. Uma situação complicada.
Qualquer opção seria ruim e alguém ficaria chateado. Por uma questão de lógica, a aniversariante não poderia ficar chateada, então eu tinha que convencer Jordana a ir, mas ela só iria se o Ariano fosse.
Se o Ariano fosse, Adolfo disse que não iria. Eu estava muito tentada a fazer isso e ver se ele realmente deixaria de ir ao aniversário da própria filha, mas fui tentar resolver com o Ariano. Mandei mensagem a ele, e expliquei toda a situação. De forma muito gentil, ele disse que iria convencer Jordana a ir sozinha e eu dei graças a Deus por ele ter aceitado.
Ariano – Eu estava pensando aqui ... Eu ainda não ganhei aquele beijo no rosto.
Diana – É verdade! É que está tudo muito corrido.
Ariano – Vamos fazer o seguinte. Em vez de beijo no rosto, eu agora quero um beijo na boca.
Diana – Você sabe que isso é assédio! Você agora é meu patrão.
Ariano – Eu sou mais do que seu patrão. Sou seu futuro marido.
Diana – Ariano, você está forçando uma coisa, que no momento, está totalmente fora de cogitação.
Ariano – Jordana só irá na festa sem mim, se eu ganhar um beijo na boca, daqueles bem caprichados.
Diana – Sério que você vai fazer isso? Vai me chantagear novamente? Acha que vai fazer isso comigo toda vez que quiser algo de mim? Se acha que vai conseguir me conquistar desta forma ... está redondamente enganado
Ariano – Chantagem? Eu nunca fiz chantagem contigo, Diana.
Diana – Você queria que eu aceitasse os termos do contrato do Pecado Mortal , pra não fazer o BO da Agatha contra mim e contra o Adolfo.
Ariano – O que? Acho que você deve ter entendido errado. Em nenhum momento eu falei isso.
Diana – Pois foi o que eu entendi ...
Ariano – Eu nunca falei isso! A minha vontade era muito grande em denunciar o seu marido. Ele quase tirou a virgindade da minha noiva. Você tem noção disso?
Diana – A Ana Lúcia ... quando me chantageou, conversou com você por telefone. Eu estava junto e ...
Ariano – Mas eu não conversei com ela. Pode deixar que eu vou tirar essa história a limpo, mas saiba que em nenhum momento eu pedi isso a ela. Aliás eu queria as duas coisas. Ter você e ainda denunciar o seu ex. Foi Letícia que me encheu o saco, dizendo que foi só um susto, que ele estava bêbado e que Agatha estava bem ... e que um negócio assim iria afetar a vida de todos nós.
Diana – Entendo, mas da forma que foi passado pra mim, como uma imposição, foi uma chantagem.
Ariano – Isso deve ser coisa de Ana Lúcia. Queira me desculpar, Diana, é que ela é muito incisiva, quando se trata de negociações. O instinto de advogada dela, somado ao fato dela querer sempre equilibrar as coisas, pra tornar tudo mais justo deve ter excedido um pouco essa questão.
Diana – Eu não gostei e me senti acuada. Detesto chantagem!
Ariano – Me desculpe, Diana. Essa nunca foi a intenção. Eu só queria sentir os teus lábios nos meus e te segurar com força. Queria sentir a sua pele na minha, pra saber se somos compatíveis.
Diana – Essa é nova ... Você quer um test drive, kkkk.
Ariano – Eu quero você, Diana.
Diana – Ai, ai ... Você é muito acelerado.
Ariano – Eu sou intenso, Diana.
Diana – Tá bom, mas você tem que entender que eu não sou assim. Eu tenho que me sentir segura das minhas ações. De todas elas. Eu tenho uma família e agora tenho um novo cargo de responsabilidade na empresa. Eu mal assumi e já estão falando que eu dei pro chefe, pra ter essa promoção.
Ariano – Sinto muito, mas o ambiente de trabalho, às vezes, pode ser nocivo ... Você tem carta branca pra demitir quem você quiser.
Diana – Eu vou pensar no que fazer, mas entenda que eu não quero ser vista assim, portanto eu te peço que não apareça mais na empresa sozinho ou que fiquemos sozinhos em qualquer lugar da empresa.
Ariano – Acho justo, mas voltando ao assunto da festa, eu acho que todos podemos conviver pacificamente, afinal somos seres humanos civilizados.
Diana – Eu sei, mas o Adolfo não quer te ver lá. Tenta entender o meu lado.
Ariano – Eu entendo ... Não concordo, mas entendo e respeito a sua decisão.
Diana – Obrigada. Eu sabia que você iria entender.
Ariano – Se isso te faz feliz, me faz feliz também ... Acho que mereço até um beijo.
Diana - Tá bom, mas é só um beijo.
Ariano – Mas tem que ser caprichado.
Dei minha palavra em relação ao beijo e mandei mensagem pro Adolfo, dizendo que somente Jordana iria à festa. Mesmo assim, ele não concordou muito de início, mas, no final, aceitou. Enfim, tudo estava certo e eu consegui contornar a situação.
Ao menos era o que eu achava naquele momento ...
[ADOLFO (POV)]
Finalmente eu estava de volta à minha casa, depois de vários dias em Cabo Frio. No dia seguinte, eu decidi que iria assinar o divórcio, porque uma coisa é me prejudicar, mas prejudicar outras pessoas por minha causa ... isso eu não permitiria. Primeiro a empresa e depois? Ele poderia prejudicar meus pais, alguns clientes antigos, outras pessoas da minha família. Eu realmente não sabia do que ele poderia ser capaz.
Fiquei um dia inteiro olhando pra papelada do divórcio e só com a ajuda do Logan, que não é o mutante carcaju, que eu consegui ter forças pra assinar. Após meia garrafa, eu finalmente assinei e logo após chorei muito. Me arrependi e quase rasguei tudo, mas iria comprar outra briga com Diana.
O jeito seria continuar a vida e quem sabe me apaixonar por outra pessoa ... Tentar ser feliz novamente seria a minha meta, mas naquele momento, a única coisa que eu conseguiria fazer, seria terminar a garrafa de Logan.
Dito e feito, acordei no dia seguinte, abraçado à garrafa, ouvindo o interfone tocar. Era o porteiro, dizendo que havia uma encomenda pra mim. Pedi se ele poderia me trazer e assim ele o fez. Me entregou uma caixa e eu deixei em cima da mesa. Eu estava com uma forte ressaca e ele me perguntou se eu estava bem. Eu disse que sim.
Fui tomar banho e fiz um café bem forte. Fui ver um pouco de TV, pra saber das notícias, até que olhei pra mesa e vi a caixa que eu recebi. Resolvi abri-la e vi que era um exemplar do perfume Pecado Mortal. A caixa era dourada e com letras em relevo e cheia de detalhes. O frasco do perfume também era dourado e muito elegante.
Senti o aroma no ar, assim que eu o tirei da caixa. O odor era muito marcante e muito forte e não fazia muito o meu tipo. Fiquei procurando um remetente, mas eu não achei. Na certa, quem tinha me enviado era a Diana, já que ela estava cuidando da campanha de marketing.
Deixei ali sobre a mesa e fui tratar do aniversário da minha filha. Contratei o buffet, uma organizadora, tudo pra impressionar Diana e ela ver que eu poderia cuidar sozinho das coisas. Mas era só eu pensar em Diana, que eu ficava triste e imediatamente eu sentia vontade de afogar minha tristeza com alguma bebida.
Foi então que eu recebi uma chamada de vídeo de um número desconhecido e não atendi, mas após a insistência de continuarem ligando por mais de 5 tentativas, resolvi atender. Eu já imaginava quem era ...
Ariano – Finalmente atendeu ... Fiquei torcendo que não atendesse, por estar morto em alguma vala qualquer, mas quando você atendeu, fiquei feliz. Não é estranho isso?
Adolfo – O que você quer?
Ariano – Saber se você assinou os papéis.
Adolfo – Não é da sua conta, mas assinei ...
Ariano – Eu sabia que você faria a coisa certa.
Adolfo – Eu tenho mais o que fazer...
Ariano – Espera, meu amigo ... Eu queria que nós tivéssemos um bom convívio. Seria bom pra todos nós. Vamos abandonar as desavenças e selar um acordo de união e amizade?
Adolfo – Você é muito filho da puta! Nem em um milhão de anos.
Ariano – Tudo bem! Eu te entendo, pois está tudo muito recente, mas futuramente, nós poderíamos ter um convívio social. Teremos muitos eventos em comum ... aniversários, formaturas ...
Adolfo – Você nem ouse ... Meus filhos são meus e da Diana. Você não é nada ... Fique fora disso e eu não te mato. Que tal esse acordo?
Ariano – Acho que esse acordo é daqueles que chamam de leoninos. Vamos fazer o seguinte ... Por enquanto, eu irei respeitar a sua vontade e como prova disso, enviei um presente pra você.
Adolfo – Ahhhh, então foi você ... Tinha que ser.
Ariano – Gostou do aroma? É o meu cheiro.
Adolfo – Aquele fedor de bosta? Estou quase jogando no lixo ...
Ariano – Hahahahaha, você como sempre, me fazendo rir ... Eu só queria que você sentisse o meu cheiro. Diana está sentindo todas as noites, quando fazemos amor e irá sentir por muitos e muitos anos.
Adolfo – Vai se foder com seu perfume de bosta! O que a Diana faz, não é mais meu problema.
Ariano – Então, posso ir à festa da Suzy?
Adolfo – O que você e a Diana fazem não é da minha conta, mas em tudo que envolver os meus filhos, quero distância sua.
Ariano – Uma última coisa ... Em relação à festa, você está precisando de alguma ajuda financeira? Não fique acanhado ... Será um prazer se eu puder ajudar em alguma coisa.
Adolfo – Adeus, Ariano ... e pare com as ligações ... Não irei mais atender nenhum número desconhecido.
Ariano – Muito bem ... É uma pena, pois lá no fundo, eu gosto de você e em outras circunstâncias, sei que teríamos sido bons amig ...
Nem o deixei completar e finalizei a ligação. Um ódio incontrolável tomou conta de mim e a minha vontade era ir à casa da Diana e armar um verdadeiro circo, mas meus filhos ficariam desapontados comigo. Olhei pro vidro de perfume e o meu ódio foi descarregado naquilo. O frasco foi parar na parede e se quebrou em vários pedaços.
Infelizmente, o ódio cega e nos faz cometer burrices, pois agora aquele cheiro impregnou todo o meu apartamento. Abri todas as janelas e até a porta da frente e mesmo assim, aquele cheiro não saía de jeito nenhum.
Aquele cheiro de merda, que a Diana estava sentindo todas as noites ... Acho que comecei a ter uma crise de ansiedade, pois meu coração começou a acelerar. Não dava pra ficar ali. Peguei meu celular, minha carteira e saí. O cheiro daquela bosta estava insuportável.
Eu queria ser forte e ir pra algum lugar meditar, mas o meu destino foi um bar em Copacabana, próximo à praia. Ali fiquei bebendo algumas cervejas e o tempo foi passando. Bebi uma caipirinha e depois mais cervejas. Já eram 22hs e comecei a ter umas ideias meio loucas, mas rapidamente as tirei da minha cabeça. Em seguida:
Mulher – Está sozinho?
Adolfo – Estou sim.
Mulher – Posso me sentar?
Adolfo – Pode ... Eu já estava de saída, mas posso tomar mais uma. Me acompanha?
Mulher – Lógico!
Adolfo – O que você vai querer?
Mulher – Eles fazem um Gin com frutas vermelhas que é uma delícia.
Chamei o garçom e pedi dois para beber com a minha parceira.
Mulher – Você não está bem, né? Problemas com a esposa?
Adolfo – Ex-esposa ...
Mulher – É que eu vi a aliança ...
Tirei a aliança do dedo e joguei longe.
Mulher – Uau! Já vi que o negócio foi feio.
Adolfo – Não quero falar sobre isso, mas qual o seu nome?
Mulher – Ariana.
Adolfo – Tchau! Foi um prazer te conhecer, mas eu estou indo.
Ariana – O que foi?
Adolfo – Nada ... É que ...
Ariana – Por acaso o nome dela era Ariana?
Adolfo – Antes fosse ... O nome é Diana.
Ariana – Já sei! Ela te traiu com uma outra mulher, que se chama Ariana.
Adolfo – Minha mulher nunca me traiu! Eu é que ... melhor eu ir embora ...
Ariana – Na verdade o meu nome não é Ariana ... É ... Você jura que não vai rir?
Adolfo – Juro!
Ariana – Não ri do meu nome ... É ... Inezita.
Adolfo – O que tem de errado com Inezita?
Inezita – É horrível. Nome de velha ... Tinha uma cantora que se chamava Inezita e meu pai adorava as músicas ...
Adolfo – De tanto levar ... frechada do seu olhar... Meu peito inté, parece sabe o que... Tauba de tiro ao Álvaro...
Inezita – Pode parar, que eu tenho ódio dessa música.
Adolfo – Hahahaha, meu pai gosta dessas músicas antigas.
Inezita – O meu olhar te deu várias frechadas, mas você nem reparou. Agora sei o porquê.
Adolfo – Sério? Nem reparei mesmo.
Inezita – Eu estava ali naquela mesa, com as minhas amigas ... Dá um tchauzinho pra elas.
Acenei timidamente e elas riram entre si e continuaram a conversar. Nisso os drinks chegaram, e realmente era delicioso. Um pouco doce demais, mas tinha um certo azedinho devido às frutas vermelhas. Só então reparei em Inezita, que era uma mulher jovem, não mais que 25 anos. Olhos verdes e cabelos loiros que iam quase até a cintura.
Sua saia era bem curta e revelava suas coxas grossas. Uma blusa preta com transparência, revelava o sutiã preto tamanho “G”, que escondia um belo par de seios, que pareciam de silicone.
Adolfo – Então, você e suas amigas estão curtindo um dia das garotas?
Inezita – Mais ou menos isso.
Adolfo – Olha, não me leve a mal, mas no momento eu não sirvo pra ser uma boa companhia. Eu estou ...
Inezita – Shhhh ...
Ela me pegou desprevenido, botando o dedo na minha boca e eu sorri meio sem graça.
Inezita – Somos só duas pessoas adultas tomando um Gin de frutas vermelhas. Por que a gente não curte o momento?
Adolfo – A última vez que eu bebi com um estranho, amanheci sem roupas na praia e fui preso.
Inezita – Kkkkk.
Adolfo – Você ri, porque não foi contigo.
Inezita – Ops ... É que do jeito que você falou, eu entendi que você conheceu alguém e foram pra praia transar e foi preso por atentado ao pudor.
Adolfo – Fui roubado mesmo ... Boa Noite Cinderela ...
Inezita – Pode ficar tranquilo, que eu não tenho nada aqui comigo. Se quiser, pode até me revistar.
Ficamos calados por uns segundos e eu virei a taça de Gin numa generosa golada.
Inezita – Quer que eu pegue a aliança pra você?
Adolfo – Deixa pra lá ... Não vale nada mesmo ... A verdadeira foi roubada.
Inezita – Sinto muito.
Adolfo – Foi muito bom te conhecer, mas eu tenho que ir embora.
Inezita – Mas já ... Acabamos de nos conhecer ...
Adolfo – Sabe a história do gato escaldado? Prefiro continuar virgem lá atrás.
Inezita – Não entendi nada, mas fica mais um pouco. Me paga mais um Gin e eu te conto um segredo.
Eu queria ir embora, pois isso estava me cheirando a golpe do Ariano. Fiquei pensando o que ele poderia ganhar com isso ... Eu e Diana já tínhamos nos divorciado. Ele já está comendo a minha esposa ... O que mais ele quer?
Inezita – Pensando nela? Eu sou parecida com ela?
Adolfo – Não é isso ... É que a minha esp ... quer dizer ex-esposa, ela já está com um cara e esse cara foi o responsável pela nossa separação.
Inezita – Entendi ... Então foi chifre.
Adolfo – Já falei que não ... Eu que fiz a cagada e ele me chantageou e acabou fazendo com que ela descobrisse ...
Inezita – Ôôôôôuuuaaa ... e eu achando que ocê era um coitadinho ... – Disse Inezita com um sotaque meio mineirês.
Adolfo – As aparências enganam...
Inezita – Vou pedir mais um drink pra nós dois e vou te contar o meu segredo.
Ela chamou o garçom novamente pedindo mais 2 drinks e assim que ele se afastou, Inezita começou a falar e foi bem direta.
Inezita – Eu e minhas amigas ali, somos garotas de programa, mas hoje estamos de folga e aí saímos pra comemorar o aniversário da Vivi.
Adolfo – Entendo ...
Inezita – Eu estava lá com elas e te vi sozinho, meio triste e pensei ... Por que um homem tão bonito e bem-vestido está triste num bar? Deve ser problema com mulher e aí eu quis te conhecer.
Adolfo – Obrigado por vir aqui, mas como eu disse, não quero contar a minha vida.
Inezita – Tudo bem! Não está mais aqui quem falou ... É ... Eu já falei no que trabalho, e você? O que você faz?
Adolfo – Trabalho na área de segurança ... Só por curiosidade ... Quanto você cobra o programa?
Inezita – 1500 a hora, mas hoje estou de folga. Quero só curtir a vida.
Olhei bem pra ela, que nesse momento estava me encarando com aqueles olhões verdes, mordendo os lábios de forma sensual e eu confesso que comecei a ficar de pau duro. Já fazia algum tempo que eu não transava e fiquei com vontade.
Entretanto, um certo dè jà vú veio à minha mente e eu fiquei muito inseguro sobre que decisão tomar. Quando a minha “alma” voltou:
Garçom – Mais uma caipirinha, Senhor?
Olhei pro garçom, que parecia um pouco impaciente, aguardando a minha resposta, e quando fui perguntar pra Inezita se ela queria algo, a moça não estava mais lá. Olhei na direção onde as amigas estavam e eu a vi sorrindo e conversando com uma de suas amigas.
Garçom – Elas são lindas ... Eu daria um dos meus rins pra namorar qualquer uma delas.
Olhei pro garçom novamente e ele me perguntou se eu queria pagar uma rodada pra elas, pois seria uma boa forma de iniciar um flerte.
Adolfo – Mas ela estava aqui ainda pouco ... Conversamos alguns minutos.
Garçom – Sério? Enfim, outra dose, Senhor? E quem sabe, uma rodada pras moças? Se quiser também posso passar um bilhete.
Adolfo – Outra caipirinha, por favor. O que elas estão bebendo?
Garçom – A maioria delas, Gin, mas se me permite, eu tenho uma sugestão de bebida pra elas. Posso servi-las?
Adolfo – Tudo bem.
O garçom voltou a atender outras pessoas e em seguida voltou com uma caipirinha e disse que o bartender já estava providenciando os drinks. Será que estou ficando louco? Eu poderia jurar que a Inezita estava aqui comigo. Será que eu tive um apagão por causa da bebida? Ou será que estou sonhando acordado?
Beberiquei mais um pouco e eu não tirava os olhos das moças, até que uma delas percebeu que eu estava olhando e fiquei um pouco constrangido, mudando a direção do meu olhar, mas fiquei observando com a minha visão periférica a movimentação delas.
A que me viu, logo comentou com a amiga ao lado, que comentou com as outras. Algumas olharam na minha direção e ficaram rindo e cochichando. Melhor eu ir embora, enquanto estou pleno sobre as minhas funções, pensei, mas então o garçom se aproxima das moças e conversa com elas um pouco, provavelmente anotando pedidos.
Um outro garçom aparece com uma bandeja enorme e nela havia uma roda gigante de madeira e cada cabine da roda gigante era um copo com uma bebida colorida.
Eram 6 ao todo, nas cores verde, amarelo, laranja, vermelho, azul e uma aparentemente sem cor. O tal negócio chamava a atenção e todo mundo olhou pra mesa delas. Começou uma algazarra entre elas, achando que era algum equívoco do garçom, mas ele conversou com elas e me apontou o dedo, fazendo com que todas olhassem pra mim ao mesmo tempo.
Foi então que a Inezita, quer dizer, a moça de olhos verdes e cabelos loiros que iam abaixo do meio das costas, se levantou. Era impossível não notar essa mulher que andava como se estivesse numa passarela, com uma saia bem curta, mostrando as coxas, que eram bem grossas.
Ela já chegou sorrindo pra mim e agradecendo os drinks que eu havia mandado, enquanto eu fazia um esforço pra não olhar mais pra baixo e admirar aqueles seios empinados, que pareciam ser tamanho ”G”, mas em vão pois a transparência de sua blusa, só os tornava mais evidentes do que já eram.
Moça – Está gostando do que está vendo?
Adolfo – Me desculpe... é que... nossa! Você é muito linda...
Moça – Obrigada... Você não gostaria de se juntar à nossa mesa? Nós estamos em cinco e você pagou seis drinks.
Adolfo – Não quero atrapalhar. Vocês parecem estar comemorando algo e se divertindo.
Moça – É o aniversário da nossa amiga ... Fica um pouquinho lá com a gente ... Pra quê ficar sozinho?
Me levantei, com uma certa dificuldade e só então percebi que eu estava bem mais pra lá do que pra cá.
Moça – A propósito, meu nome é Geandra e o seu?
Adolfo – Adolfo …
Geandra – Antes que você comece com a gozação, meu pai se chamava Geraldo e minha mãe Leandra.
Adolfo – Pelo menos seus pais foram criativos. O meu pai só repetiu o nome dele no meu.
Chegamos até a mesa e pude reparar melhor naquelas beldades. A noite prometia fortes emoções.
Continua ...
